Num feriado, CTT perderam um quinto do valor em bolsa
Os CTT extraviaram-se em bolsa. As ações afundaram mais de 20% para mínimo histórico. Num feriado, o volume negociado superou os 10 milhões de títulos com a fuga de investidores após os resultados.
Não há memória de uma sessão tão negra para a empresa de correios portuguesa. Num só dia, e apesar de ser feriado, os títulos dos CTT afundaram mais de 20%, eliminando, assim, um quinto do valor da cotada perante os maus resultados apresentados no final dos primeiros nove meses do ano. Uma queda abrupta que atirou as ações para o valor mais baixo de sempre.
Os CTT arrancaram a sessão com uma queda de 11% para 4,50 euros, mas a tendência negativa acentuou-se com o passar das horas, apesar de ser feriado o que, tradicionalmente, afasta investidores do mercado. Os títulos chegaram a cair um máximo de 21,8% para os 3,954 euros, o valor mais baixo alguma vez atingido pela cotada desde que entrou no mercado de capitais. Os CTT entraram na bolsa em dezembro de 2013 a 5,52 euros.
Ações dos CTT com queda recorde
No final da sessão, as ações valiam 3,96 euros, o que corresponde a uma queda de 21,68% face aos 5,056 registados na última sessão. A empresa perdeu mais de um quinto do valor — a queda acumulada desde o início do ano vai em 38,5% –, o equivalente a 164,4 milhões de euros. Está, agora, avaliada em 594 milhões de euros.
Esta queda acentuada, explicada pela quebra nos lucros em função da descida de 6,1% das entregas de correio, foi acompanhada de um volume recorde. Trocaram de mãos mais de 10,8 milhões de títulos da empresa de correios, o que é 12 vezes a média diária registada no último ano. Os CTT negoceiam, em média, cerca de 800 mil títulos em cada sessão.
Os maus resultados, que levaram vários bancos de investimento a reverem em baixa a avaliação atribuída às ações da empresa liderada por Francisco Lacerda, ditaram que os CTT anunciassem automaticamente que vão lançar um plano de corte de custos. Ao mesmo tempo, a empresa cortou o dividendo em 20%, baixando-o de 48 para 38 cêntimos.
CTT selam queda da bolsa
A forte descida dos títulos dos CTT levou a bolsa nacional a cair. Numa sessão positiva na generalidade dos mercados acionistas europeus — o Stoxx 600 somou 0,46% –, o PSI-20 acabou por encerrar a perder 0,68% para 5.3438,62 pontos, movimento para o qual contribuiu também a descida dos títulos do BCP e da Galp Energia.
O banco liderado por Nuno Amado cedeu 1,05% para 25,38 cêntimos, isto ao mesmo tempo que a petrolífera portuguesa deslizou 0,72%. As ações da Galp Energia encerraram a sessão com uma desvalorização ligeira, para 15,85 euros, apesar de terem iniciado a sessão em forte queda: os títulos chegaram a ceder mais de 8%.
A impedir uma queda mais expressiva do índice nacional esteve a Navigator, que tocou máximos. A papeleira apresentou uma valorização de 2,31% para encerrar nos 4,48 euros, depois de a Semapa, a “holding” que a controla, ter revelado um crescimento nos resultados dos primeiros nove meses deste ano.
Destaque ainda para a Mota-Engil que somou 4,35%. Apesar de não ter sido a cotada do PSI-20 que mais subiu — a Pharol fechou a ganhar 5,63% –, a construtora deu um maior contributo para atenuar a queda do índice de referência nacional tendo em conta a ponderação que tem. Cada ação da empresa liderada por Gonçalo Moura Martins vale, agora, 3,60 euros.
(Notícia atualizada às 16h47 com mais informação)
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