Draghi garante que dinheiro barato é para continuar
O presidente do Banco Central Europeu está confiante na retoma, mas tranquiliza os mercados, o programa de compras é para manter.
A economia da zona euro continua dependente do crédito barato e o Banco Central Europeu está a usar o seu programa massivo de compra de obrigações para eliminar quaisquer expectativas de um aumento do custo do crédito, disse esta sexta-feira o presidente do banco central Mario Draghi.
O banqueiro disse que o BCE está cada vez mais confiante de que a retoma da zona euro vai prosseguir, mas o crescimento mais lento dos salários significa que a política monetária tem de permanecer expansionista. “Um motor chave da retoma continua a ser as condições de financiamento muito favoráveis que as empresas e as famílias desfrutam, que, por sua vez, estão fortemente dependentes das nossas políticas”, disse Draghi, numa conferência de banqueiros, citado pela Reuters.
Um motor chave da retoma continua a ser as condições de financiamento muito favoráveis que as empresas e as famílias desfrutam, que, por sua vez, estão fortemente dependentes das nossas políticas.
O Banco Central Europeu está a comprar 2,55 biliões de euros em obrigações depois de ter decidido, o mês passado, continuar a comprar obrigações até setembro do próximo ano, ou mais além, caso se venha a verificar ser necessário.
No caso português, o BCE já detém mais de 30 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro portuguesas, cerca de 12% do total da dívida pública portuguesa, isto depois de o banco central liderado por Mario Draghi ter adquirido em outubro mais 489 milhões de euros em títulos nacionais.
Mario Draghi também se comprometeu em manter a taxa de juro diretora no atual nível, historicamente baixo “muito depois” do final do programa de compras de obrigações. O presidente frisa que este compromisso torna o programa de compras chave para adiar as expectativas do mercado relativamente a um primeiro aumento dos juros, ajudando a manter os juros baixos.
“A compra de ativos também é importante pelos sinais que têm subjacentes relativamente ao caminho relativo à política de juros”, disse Draghi.
“Através das taxas de depósito negativas o BCE está a cobrar aos bancos, desde 2014, por parquearem o dinheiro que não usam no banco central, o que gerou críticas de um setor que já se queixava de fraca rentabilidade e aumento das exigências de capital. Mas segundo o próprio Maria Draghi, o BCE encontrou “poucas provas” de que a política seguida por Frankfurt penalizou os bancos e quaisquer danos futuro seriam compensados pelo efeito favorável na economia.
Draghi também respondeu à letra às críticas, sobretudo da Alemanha, de que a política ultra acomodatícia do BCE estava a alimentar um a bolha de crédito. Na sua opinião é retoma que se está “a alimentar a si própria”. “A retoma… não surgiu tendo como contrapartida uma re-alavancagem em nenhum setor de atividade”, garantiu.
(Notícia atualizada)
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