França quer discutir regulação para a bitcoin no G20
O ministro das Finanças francês anunciou que vai propor ao G20 que se discuta a regulação para a bitcoin no próximo encontro.
Esta segunda-feira a bitcoin acelerou para os 19 mil de dólares com a entrada dos futuros na CME. A onda de preocupação com as valorizações sucessivas já chegou a todo o mundo. Até Janet Yellen deixou um aviso: a bitcoin é “um ativo altamente especulativo”. Este domingo o ministro das Finanças francês lançou a primeira pedra — Bruno Le Maire quer que o próximo G20 seja focado na regulação da criptomoeda, de acordo com a Reuters.
O grupo das 20 maiores economias deverá discutir a regulação da bitcoin na próxima reunião. É essa a vontade de Le Maire, o ministro das Finanças escolhido por Emmanuel Macron. “Vou propor ao novo presidente do G20, a Argentina, que na próxima cimeira do G20, em abril, se discuta todas as questões relacionadas com a bitcoin”, anunciou Le Maire ao canal francês LCI.
Na semana passada, os Estados-membros da União Europeia acordaram em legislar de forma apertada à bitcoin e outras criptomoedas de forma a prevenir casos de lavagem de dinheiro ou financiamento do terrorismo. “O acordo de hoje vai trazer mais transparência para melhorar a prevenção da lavagem de dinheiro e cortar o financiamento ao terrorismo”, garantiu a comissária para a justiça, Vera Jourova, na semana passada.
Temos de considerar e examinar isto e ver como é que, com todos os outros membros do G20, conseguimos regular a bitcoin.
Para o francês “há evidentemente um risco de especulação” e, por isso, tem de haver uma atuação mais ampla para lá da UE. “Temos de considerar e examinar isto e ver como é que, com todos os outros membros do G20, conseguimos regular a bitcoin”, argumentou o ministro as Finanças de França. O problema da falta de regulação tem sido identificado por várias entidades.
Em Portugal, também a CMVM admitiu que existe proteção “limitada” para quem investe em moedas virtuais como a bitcoin. No Risk Outlook revelad na semana passada, o regulador alertava que as “regras de proteção dos consumidores ainda são limitadas” uma vez que os utilizadores das moedas digitais continuam expostos a uma grande variedade de riscos — principalmente os hackers e o perigo de novos investidores “subestimarem” os riscos das mudanças “súbitas” no valor das criptomoedas.
A desvalorização rápida — tão rápida como a valorização — da bitcoin é um dos riscos assinalados para o próximo ano, algo que poderá estar ligado às regras que vierem a ser aplicadas. “A regulação será a grande ameaça à bitcoin que se pode tornar na face economia paralela digital, uma vez que existem questões relacionadas com o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo que terão, mais cedo ou mais tarde, de ser abordadas pelos diversos reguladores, bem como o anonimato que protege os utilizadores e transações”, disse Pedro Lino, da Dif Broker, ao ECO.
O G20 é constituído pela Argentina, Austrália, Brasil, Canada, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul, Turquia, Reino Unido, Estados Unidos e a União Europeia.
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