CGD: A marca de automóveis preferida dos gestores é…

Além dos rendimentos, os ex-gestores da CGD tiveram de revelar o património. Há o dinheiro que têm nas contas, a render ou não, mas também os imóveis e, claro, os automóveis.

Nas declarações que os seis ex-responsáveis da CGD entregaram ao Tribunal Constitucional (TC) — cinco não o fizeram –, além dos rendimentos está explicitado o património. Entre dinheiro no banco e imóveis, há automóveis. São, ao todo, 11 veículos os que são identificados, sendo que o valor de mercado destes acaba por ter pouco peso no total do património, de cerca de 19 milhões de euros. De acordo com cálculos com o ECO, considerando valores de veículos semelhantes à venda no Standvirtual, valerão cerca de 350 mil euros.

João Martins, um dos ex-administradores da CGD, declarou um Peugeot 306 XR de 1993 que já praticamente não terão qualquer valor comercial

João Tudela Martins foi o que teve de preencher mais linhas para indicar os quatro automóveis que tem estacionados em casa. São quatro, mas no seu conjunto têm já pouco valor comercial, em parte porque são todos utilitários ou pequenos familiares, mas também porque já têm alguma idade. O mais antigo data de 1993. É um Peugeot 306 XR que já praticamente não terão qualquer valor comercial. Depois há um Renault Grand Scénic de 2004 e dois VW Polo, um de 2006 e outro de 2009. No total valerão 20 mil euros.

Se Tudela Martins tem quatro, Tiago Marques não identifica qualquer automóvel. Já Rui Vilar e Pedro Norton de Matos têm apenas um veículo cada. O agora chairman da CGD, Rui Vilar, também se fica por um BMW 116D de 2012 que tem um valor comercial de 17.500 euros. Já Pedro Leitão tem dois. E em vez de BMW prefere a Mercedes. Tem um CLS de 2013 que vale cerca de 50 mil euros, mas na garagem está ainda um Porsche 911. O desportivo é de 2001, mas os de António Domingues ainda são mais antigos. Ou melhor… são clássicos.

António Domingues, ex-presidente-executivo da CGD, tem um Porsche 911 Turbo de 1972. O Turbo da década de 70 é já um clássico com bastante procura no mercado, tanto nacional como internacional, pelo que o valor de venda atualmente poderá ascender aos 75 mil euros.

Os dois 911 de António Domingues terão, em conjunto, um valor comercial atual em torno dos 150 mil euros, sendo o mais valioso o Porsche de 1972. O Turbo da década de 70 é já um clássico com bastante procura no mercado, tanto nacional como internacional, pelo que o valor de venda atualmente poderá ascender os 75 mil euros, de acordo com os preços pedidos pelos seus donos no Standvirtual. O 911 (993 1) de 1995, por seu lado, poderá render cerca de 70 mil euros.

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Miguel Albuquerque: Zona Franca da Madeira “não tem nada a ver com offshore”

  • ECO
  • 19 Março 2017

Líder do Governo Regional madeirense, Miguel Albuquerque, critica a "cantilena da esquerda".

A Zona Franca da Madeira “não tem nada a ver com offshore”, diz o líder do Governo Regional madeirense.

Em entrevista ao Jornal de Negócios e Antena 1, Miguel Albuquerque admite que qualquer centro” pode “ser utilizado por empresas ilegais” mas entende que o “fundamental” é ter em conta “que estas empresas pagam impostos, são auditadas e têm contabilidade organizada e auditada pelas instâncias de fiscalização”. E critica a “cantilena da esquerda”.

Miguel Albuquerque salienta que a Zona Franca da Madeira é fiscalizada e auditada e o facto de não ter apoio do Governo da República deve-se ao facto de o Executivo ter uma “base de apoio ideológico que é contra o mercado, contra a União Europeia, contra a liberalização da economia”, cita o Negócios.

“Hoje, o que as empresas procuram é credibilidade e segurança de circulação de capitais e de bens. O crescimento que temos tido do CINM [Centro Internacional de Negócios da Madeira] deriva dessa segurança, das auditorias serem feitas no CINM. Não há nenhuma suspeição a priori relativamente a circulação de capitais”, afiança.

 

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O seu próximo carro será entregue como uma pizza

  • Bloomberg
  • 19 Março 2017

Startup criada há quatro anos nos Estados Unidos tem várias vending machines de oito andares em funcionamento: a máquina é uma pequena garagem para 30 carros.

Doritos ou Dodge Challenger? Na quarta-feira, a Carvana, uma plataforma de comércio eletrónico para carros usados, inaugura uma máquina automática de venda de veículos em San Antonio, nos EUA, que é exatamente o que parece. A startup criada há quatro anos já tem máquinas parecidas em Austin, Houston e Nashville. Com oito andares, a máquina é essencialmente uma pequena garagem com capacidade para 30 carros. Quando um cliente coloca uma “moeda” especial, o carro escolhido é tirado da estante como um saco de batatas fritas, embora com mais delicadeza.

O processo é simples: os clientes compram o carro antecipadamente através do stock online da empresa, que conta com cerca de 8.000 automóveis. Depois, o veículo é colocado na máquina para a grande revelação — como a Carvana diz, “uma experiência de entrega personalizada e memorável.” É um truque publicitário? Claro. Mas é raro que uma empresa que vende carros — especialmente uma revendedora de carros usados — adote o mantra de surpresa e encantamento que a maioria dos vendedores leva a cabo atualmente. Um café, às vezes razoável, costuma ser o máximo que oferecem.

A Carvana adotou outra estratégia do século 21: o conceito omni-channel deixar que os clientes comprem onde e como quiserem. Para os fãs de máquinas automáticas que não vivem em San Antonio, a Carvana leva o negócio a grandes distâncias: paga até 200 dólares em despesas de viagem e até a bandeirada do táxi a partir do aeroporto. Não é fã de comprar um carro como se fosse um doce? Sem problemas. A Carvana também entrega. Fique à vontade para comprar uma antiga Ford F-150 com o seu iPhone e receba a pick-up em casa, no dia seguinte… ou antes.

A Carvana oferece garantias e financiamento e os preços, em geral, são muito bons, em parte porque a empresa não precisa de se preocupar em manter e contratar uma equipa para as concessionárias. O que a companhia não oferece é test drive de veículos, embora exista uma janela de sete dias para devolver a compra — sem ter de dar justificações.

Se acharem que um website é algo rápido demais para uma transação tão cara, os consumidores ainda podem ir a uma loja à moda antiga e “cheirar o café”. A da Carvana é financiada pela DriveTime Automotive Group, uma rede de concessionárias com sede em Phoenix. Mas a verdadeira pergunta em relação à Carvana é se existe uma massa crítica de consumidores que se sinta à vontade para gastar dezenas de milhares de dólares num produto sem sequer poder vê-lo antes. Se os imóveis servem de indicativo, a resposta é sim.

Em agosto, a empresa fechou a terceira ronda de financiamento no valor de 160 milhões de dólares e, segundo fontes contactadas pela Bloomberg, estaria a ponto de anunciar um IPO. O CEO da Carvana, Ernie Garcia, afirma que os consumidores que sabem o que querem gastam apenas 10 minutos na transação.

Na verdade, a Carvana e as várias startups de comércio eletrónico como ela não precisam de conquistar uma quota muito grande de consumidores. O mercado de carros usados dos EUA é enorme — maior que o de veículos novos. E, num ano bom, 45 milhões de carros são comercializados e cerca de 640 mil milhões de dólares trocam de mãos. Se uma companhia como a Carvana conseguir um quarto do mercado, ela será tão grande quanto a General Motors e, provavelmente, mais rentável.

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Cavaco Silva: “Só se Portugal enlouquecesse é que saía da zona do euro”

  • ECO
  • 19 Março 2017

Para Cavaco Silva, só a Alemanha poderia sair sem grandes custos da zona euro. No entanto, não o faria "porque o marco valorizar-se-ia imediatamente".

Cavaco Silva não prevê “o desmoronamento do euro” e salienta que a maior parte dos políticos que defendem essa opção “ignoram as consequências”.

“Quanto ao desmoronamento, queria já agora explicar: eu acho que não se vai desmoronar a zona do euro, porque qualquer governo com o mínimo de bom senso que à sexta-feira pense em tirar o seu país do euro, no domingo entra em pânico sobre aquilo que acontece na segunda-feira”, afirmou o antigo Presidente da República em entrevista ao Público (acesso pago).

“A maior parte dos políticos por essa Europa fora e em Portugal que falam na retirada do seu país da zona euro eu acho que ignoram as dificuldades e ignoram as consequências”, acrescenta.

Para ilustrar as consequências no caso de Portugal, o ex-chefe de Estado cita as conclusões de um economista francês, Jean Pisani-Ferry, a propósito da Grécia: “a situação seria financeiramente caótica, socialmente devastadora e economicamente ruinosa”. “Estou convencido que Portugal será membro da união monetária, da zona do euro, enquanto ela existir, porque eu não prevejo que Portugal enlouqueça — porque só se Portugal enlouquecesse é que saía da zona do euro“, remata.

Num cenário destes, o país regressaria à moeda própria: “o escudo não é uma moeda aceite nas transações internacionais; uma moeda que não é aceite nas transações internacionais suporta o custo de transformação da sua moeda nas outras, um custo de transação e a incerteza cambial; como há uma incerteza cambial, as taxas de juro que esse país suporta são elevadíssimas”, diz.

“Há políticos que olham para a zona do euro e dizem que a zona do euro é a bruxa má, quando deviam agradecer as taxas de juro que este momento pagam em resultado da política seguida pelo BCE. De acordo com as contas da Comissão, só em juros da dívida pública o conjunto dos países da zona euro já poupou cinquenta mil milhões de euros”, adianta ainda Cavaco Silva.

 

Portanto, para o antigo Presidente, estão em causa “coisas óbvias”, ou seja, “só um enlouquecimento da parte de Portugal é que podia levar a que os políticos perdessem o pavor que devem ter, se forem responsáveis em relação ao dia seguinte”. Só a Alemanha poderia sair sem grandes custos da zona euro, mas não o faria “porque o marco valorizar-se-ia imediatamente”, declara.

Nesta segunda parte da entrevista — a primeira foi publicada no sábado –, Cavaco Silva também frisa que a saída do Reino Unido da União Europeia tem custos para os dois lados. No caso do Reino Unido, aponta a dificuldade em defender interesses na cena internacional; já a UE “perde um parceiro importante, que tem algumas especificidades únicas”. “É o que acontece em matéria de serviços financeiros. Todos sabemos que é um dos países mais desenvolvidos na área dos serviços financeiros, e também a capacidade militar. Quando se fala da necessidade de uma política europeia de defesa comum, a Grã-Bretanha tem uma capacidade militar e uma disponibilidade para a utilizar que os outros não têm”, acrescenta. Já “Portugal não tem razão para se preocupar mais do que se preocupa a média da UE” com o Brexit.

Questionado sobre o referendo, Cavaco Silva nota: “sou daqueles que têm alguma dúvida que numa democracia se possa decidir por um voto algo que ponha em causa os avanços institucionais, económicos, sociais alcançados durante décadas e que se lance uma carga muito forte, uma herança pesada sobre a geração futura”. E perguntou: “Costumo dizer: poder-se-ia decidir por referendo, por um voto, que se vá pôr fim à abolição da pena de morte? Que se deixe de proibir o trabalho de menores, de crianças? Há questões civilizacionais”. No caso da saída da UE, “são as gerações mais velhas que votaram claramente pela saída — que vão desaparecer não daqui a muito tempo”, concluiu o ex-chefe de Estado.

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UGT aproveita Congresso para lançar repto aos patrões

  • ECO e Lusa
  • 19 Março 2017

Carlos Silva acredita que o Governo está comprometido em reverter as medidas impostas durante a ajuda externa.

 

A UGT vai aproveitar o seu XIII Congresso, que se realiza nos dias 25 e 26 de março, para lançar um repto aos representantes das confederações patronais.

“Vou desafiar os empregadores (…) para abrirem as portas ao movimento sindical”, declarou Carlos Silva em entrevista à agência Lusa, acrescentando que não faz sentido a atitude ainda assumida por muitas empresas contra os sindicatos e a falta de disponibilidade para negociar melhores condições de trabalho.

Para o secretário-geral da UGT, a negociação e o diálogo social são fundamentais para o país e os empregadores também têm de perceber isso e valorizar o papel dos sindicatos.

Carlos Silva reconhece o decréscimo na sindicalização, agravado pela crise económica, e recomendou a aproximação aos trabalhadores, prática que diz seguir e que já deu resultados. O líder da UGT já tinha indicado ao ECO que “só com a reestruturação do setor bancário”, a central tinha perdido “cerca de 10 mil sócios”.

Quando assumiu a liderança da UGT, Carlos Silva prometeu também, além do sindicalismo de bases, uma aproximação à sua congénere, a CGTP, mas reconhece os fracos resultados e assume a sua quota-parte de responsabilidade no falhanço. “Não estou a dizer que a culpa é da outra central, também assumo a minha parte. Mas não é fácil trabalhar quando há ideias pré-concebidas em relação a determinadas matérias”, disse à Lusa.

Lembrou que, “apesar de todas as dificuldades, nos momentos-chave, o movimento sindical esteve unido em lutas setoriais”, nomeadamente nos transportes, na administração pública e na educação.

Carlos Silva acredita que o entendimento da esquerda parlamentar permitiu aliviar a austeridade mas vai mais longe ao salientar que o Governo está comprometido em reverter as medidas impostas durante a ajuda externa. Isto apesar de, em fevereiro, o primeiro-ministro António Costa ter afirmado que “é, talvez, boa altura” para estabilizar a legislação laboral, que anda a ser revista “há anos”.

A UGT espera que o debate em concertação social inverta algumas medidas que penalizaram os trabalhadores nos últimos anos, apontando para a caducidade das convenções coletivas de trabalho e as indemnizações por despedimento. Matérias que também foram aceites pela UGT em 2012, quando Portugal estava sob a assistência da troika — era João Proença líder da central.

 

 

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Bruxelas pondera levar Portugal a tribunal por falhas nas comissões bancárias

  • Lusa
  • 19 Março 2017

Em causa estão normas comunitárias que Portugal não transpôs, que pretendem melhorar a transparência e comparação de serviços dos bancos e das comissões associadas.

A Comissão Europeia pondera instaurar ações no Tribunal de Justiça da UE contra Portugal por não ter transposto novas normas comunitárias sobre comissões bancárias, que visam melhorar a transparência e comparação de serviços dos bancos e das comissões associadas.

A diretiva, que deveria ter sido transposta por Portugal até 18 de setembro, está apenas a ser totalmente aplicada por 15 Estados-membros, disse fonte da Comissão Europeia à Lusa, precisando que já foi aberto contra Portugal um procedimento de infração, no final de novembro, tendo sido dado às autoridades portuguesas mais dois meses, já terminados, e abrindo a porta a um pedido de Bruxelas ao Tribunal de Justiça para iniciar um procedimento contencioso.

“É fundamental que os consumidores sejam capazes de compreender as comissões, para que possam comparar as ofertas de diferentes prestadores de serviços de pagamento e tomar decisões informadas quanto à conta de pagamento mais adequada às suas necessidades”, lê-se na diretiva, cuja data de transposição pelos Estados-membros terminou a 18 de setembro.

Dias antes de terminar esse prazo, 15 Estados-membros — entre os quais o Reino Unido, França, Alemanha, Polónia ou Bulgária e Eslovénia — tinham concluído essa transposição, enquanto Itália assegurou a transposição a 10 de março, aguardando a Comissão uma notificação nos próximos dias, a Letónia espera fazer essa notificação no final de março e a Finlândia já fez uma notificação parcial da diretiva, segundo a mesma fonte.

“Todos os restantes Estados-membros não comunicaram ainda a transposição”, adianta a Comissão, numa resposta à Lusa, precisando já ter aberto um procedimento de infração contra Portugal e enviado, em 24 de novembro, a respetiva carta de notificação, na qual convida o Governo português a pronunciar-se sobre esse incumprimento.

“Portugal tinha dois meses [após 24 de novembro] para responder”, esclarece fonte da Comissão, adiantando apenas que vão agora ser considerados “os passos seguintes”, dando às autoridades nacionais mais um prazo até dois meses para cumprir a legislação europeia.

Caso a obrigação não seja cumprida após esse prazo, a Comissão indica as razões pelas quais considera que o Estado-Membro violou a legislação da União Europeia (parecer fundamentado) e pede ao Tribunal de Justiça que abra um procedimento contencioso.

A Lusa pediu uma reação ao Ministério das Finanças, que tutela a área financeira e as comissões bancárias, mas até ao momento não obteve qualquer comentário.

Nos países onde a nova diretiva das comissões bancárias já foi transposta, estando em vigor, há já a obrigação de informar gratuitamente os consumidores, pelo menos uma vez por ano, de todas as comissões cobradas na sua conta de pagamento, incluindo a taxa de juro do descoberto e a taxa de juro credora.

Para obterem informações “imparciais” sobre as comissões cobradas e as taxas de juro aplicadas em relação às contas de pagamento, a diretiva quer que os consumidores utilizem sítios na internet de comparação, acessíveis ao público, e “operacionalmente independentes” dos bancos, tendo os Estados-membros que assegurar o acesso gratuito dos consumidores “a, pelo menos, um sítio web deste tipo nos respetivos territórios”.

A Comissão admite que a compreensão e comparação entre comissões bancárias, que a diretiva quer promover, só pode ser feita se os bancos utilizarem terminologia igual para os mesmos serviços e prestarem informações em formatos semelhantes.

Mas avisa que o tempo investido na consulta de “extensas listas” de comissões correspondentes a diferentes ofertas “não deve suplantar o benefício” de escolher a oferta que representa o melhor valor, impondo a comissão a obrigação de realização de testes junto dos consumidores de cada Estado.

“Atualmente, a falta de transparência e comparabilidade das comissões (…) ainda criam barreiras à implantação de um mercado plenamente integrado, contribuindo para a fraca concorrência do setor da banca de retalho. Há que tratar esses problemas e alcançar normas de elevada qualidade”, lê-se na diretiva.

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É preciso mais investimento, diz Marcelo

O Presidente da República garante que Portugal está a entrar num novo ciclo, mas alerta para a necessidade de mais investimento e estabilidade.

O país está a entrar num “novo ciclo” de crescimento sustentado, mas é preciso atrair investimento privado e alcançar um quadro de estabilidade, afirmou este sábado o Presidente da República.

“Todos sentimos que estamos a entrar num novo ciclo e esse ciclo vai dominar os nossos próximos anos, certamente os próximos três ou quatro anos, mas o ideal fora que fosse um ciclo bem mais longo, para além de legislaturas, para além de mandatos presidenciais, e que é um ciclo do crescimento sustentado”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

Marcelo, que falava durante o discurso de encerramento de um congresso que decorreu em Faro, sublinhou que aquilo que vai fazer crescer Portugal “é, sobretudo, o investimento privado, interno e externo”, mas, fundamentalmente, um quadro de estabilidade em diversos setores.

Segundo o chefe de Estado, o país precisa não só de estabilidade política, “desejavelmente governos de legislatura, governos fortes e oposições fortes”, mas também de estabilidade institucional, legislativa, fiscal, para não haver “alterações de caminho”, laboral e, por fim, estabilidade social.

“Mas o quadro de estabilidade que vos referi é o fundamental, porque está ligado à palavra-chave: confiança”, sublinhou, observando que investe “quem tem confiança, quem não tem confiança, espera para investir”.

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Brown quer Escócia no Reino Unido, mas com mais poderes

  • ECO
  • 18 Março 2017

A chefe do governo escocês quer um referendo sobre a saída da Escócia do Reino Unido na sequência do Brexit. Gordon Brown, antigo primeiro-ministro inglês, prefere mais poderes para a Escócia.

O antigo primeiro-ministro britânico Gordon Brown defendeu que a Escócia deve manter-se no Reino Unido, mas com mais poderes, quando o Governo escocês pretende realizar um segundo referendo sobre a independência. Brown entrou no debate sobre o futuro da região, falando na Escócia, e defendeu que a saída do Reino Unido da União Europeia (‘Brexit’) enfraquece a posição da Escócia pela independência, em vez de a fortalecer.

O antigo chefe do Governo britânico considerou que a Escócia deve ter a possibilidade de definir alguns impostos, assinar tratados internacionais, e ter maior controlo sobre a agricultura, pescas, regulações ambientais, emprego e energia, após o Reino Unido abandonar a UE.

Esta opção seria melhor do que sair do Reino Unido, como pretende a chefe do Governo escocês, Nicola Surgeon, ou permanecer nas condições atuais, sustentou. “Penso que ficará claro, nos próximos meses, que a terceira opção, em que a Escócia tem mais poder, como parte de um acordo federal com o Reino Unido, será a melhor opção”, disse.

Sturgeon admite realizar outro referendo sobre a independência no final de 2018 ou início de 2019, quando as negociações para o ‘Brexit’ estiverem praticamente concluídas.

Esta posição colocou a líder escocesa em rota de colisão com a primeira-ministra britânica, Theresa May, que considerou que o ‘timing’ é inaceitável. A Escócia precisa da aprovação de Londres para realizar um referendo vinculativo. Mas Sturgeon não desiste e ainda sábado, afirmou, perante o seu partido, o Partido Nacional Escocês, que não vai abandonar a intenção de influenciar o parlamento escocês para receber autorização para realizar o referendo, com o debate a iniciar-se, como se espera, na próxima semana.

A chefe do executivo escocês admitiu ser flexível quanto aos prazos, “dentro do razoável”, mas afirmou que a posição do parlamento escocês tem de ser respeitada pelas autoridades britânicas.
A maioria dos eleitores escoceses votou a favor da permanência no grupo dos 28, no referendo em junho do ano passado, que ditou o ‘Brexit’.

A rainha Isabel II, chefe de Estado britânica, promulgou esta semana a lei do ‘Brexit’, que autoriza o Governo a comunicar a Bruxelas a ativação da saída do Reino Unido da União Europeia, o que deverá acontecer até ao final deste mês.

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FMI quer mais cooperação gobal… na era Trump

  • ECO
  • 18 Março 2017

O encontro do G20 foi marcado pelas posições de princípio de Donald Trump a favor do protecionismo. A diretora-geral do FMI pediu, por isso, mais cooperação global para promover crescimento.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, realçou no final do encontro de ministros das Finanças do G20, na Alemanha, que é necessário promover a cooperação global para garantir a manutenção do ritmo de crescimento económico atual. Uma mensagem direta para Donald Trump, o presidente dos EUA.

“O nosso encontro mostrou mais uma vez que o G20 desempenha uma plataforma crucial para que as maiores economias trabalhem em conjunto dentro de uma rede de trabalho estabelecida. Reunimo-nos numa altura em que o crescimento está a ganhar ‘momentum’ em todo o mundo e existem sinais de que a economia mundial atingiu um ponto de viragem, apesar da manutenção das incertezas”, realçou em comunicado a responsável.

“Políticas monetárias, orçamentais e estruturais fortes são mais importantes do que nunca devido ao que vem a seguir. A cooperação global e a escolha de políticas certas podem ajudar a alcançar um crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo, enquanto as erradas podem colocar um ponto final no atual ritmo de crescimento”, acrescentou Lagarde.

Já Pierre Moscovici, comissário europeu dos Assuntos Económicos, nas declarações feitas aos jornalistas no final do encontro do G20, destacou que a reunião foi “complicada”, mas “não uma marcha atrás”.
E realçou: “Esta não foi a melhor reunião que tivemos, mas temos evitado qualquer retrocesso e ainda há margem para uma melhoria da cooperação”.

A declaração final da reunião de ministros das Finanças do G20, divulgada este sábado, exclui a tradicional condenação ao protecionismo económico e o apoio ao Acordo de Paris sobre o clima, refletindo a relutância do Governo norte-americano sobre os dois assuntos.

“Estamos a trabalhar para fortalecer a contribuição do comércio para as nossas economias”, realça a declaração negociada entre os participantes, que estão reunidos desde sexta-feira em Baden-Baden, cidade no oeste da Alemanha.

Já era esperado que a política comercial do Presidente dos EUA e a tensão nas relações internacionais devido à situação em países como a Turquia e a Rússia deveriam interferir na agenda da presidência alemã do G20.

Ao grupo do G20 pertencem Estados Unidos, China, Índia, UE, Indonésia, Brasil, Rússia, México, Japão, Alemanha, Turquia, França, Reino Unido, Itália, África do Sul, Coreia do Sul, Argentina, Canadá, Arábia Saudita e Austrália. A Espanha assiste à reunião como convidada.

Os países do grupo representam cerca de 84% da população mundial e aproximadamente 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global.
Na reunião de Baden-Baden participam ainda representantes de várias instituições internacionais como o Banco Mundial e o FMI.

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EUA admitem renegociar acordos de comércio livre da OMC

  • Lusa
  • 18 Março 2017

Secretário de Estado do Tesouro norte-americano falava aos jornalistas à margem da reunião dos ministros das Finanças do G20.

Os Estados Unidos (EUA) estão preparados para renegociar acordos de comércio livre de longo prazo, inclusivamente os acordos relacionados com a Organização Mundial de Comércio (OMC), disse hoje o secretário de Estado do Tesouro norte-americano.

“Queremos reexaminar alguns acordos, já falámos acerca de reexaminar a NAFTA [Tratado Norte-Americano de Livre Comércio, que engloba os EUA, o México e o Canadá]”, afirmou Steven Mnuchin aos jornalistas, à margem da reunião dos ministros das Finanças do G20, em Baden-Baden, na Alemanha.

“Achamos que há matérias da OMC que não estão a ser aplicadas e queremos fazer valer agressivamente esses temas no interesse dos trabalhadores americanos. Na medida em que os acordos são antigos e precisam de ser renegociados, vamos considerá-lo”, acrescentou, citado pela agência de notícias francesa AFP.

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Como levantar-se uma hora mais cedo pode mudar a sua vida

  • ECO
  • 18 Março 2017

Sergio Fernández, jornalista, conferencista e coach de desenvolvimento pessoal, partilhou aqueles que considera os principais essenciais para qualquer pessoa alcançar os seus objetivos na vida.

O livro “Viver sem chefe – Trabalhar de forma independente”, do jornalista, conferencista e coach de desenvolvimento pessoal espanhol Sergio Fernández é o livro de referência sobre empreendedorismo e pensamento positivo em Espanha, e também em Portugal, onde foi publicado há quatro anos. O autor tem ainda outros quatro livros publicados e prepara-se para lançar um novo, em maio deste ano. À escrita junta-se a gestão do Instituto Pensamento Positivo, que ministra seminários e mestrados sobre empreendedorismo e desenvolvimento pessoal. Em entrevista ao ECO, partilhou aqueles que considera os principais princípios para o sucesso e como qualquer pessoa pode melhorar a sua condição de vida.

Como sente que a sua vida, pessoal e profissional, mudou desde a publicação de “Viver sem chefe”?

Diria que o livro me obrigou a crescer com ele e a melhorar as minhas habilidades. Entrei num caminho de aprendizagem, em vários aspetos, porque quando alguém tem uma empresa cresce na mesma medida que ela. Acredito realmente que uma empresa nunca cresce um milímetro a mais que o seu dono. E aquilo que começou apenas como um livro passou a seminários, que foram crescendo e já envolvem centenas de pessoas. O livro também foi crescendo, foi-se tornando uma referência entre os empreendedores e entretanto surgiram os mestrados para empreendedores e por aí fora, e fez-me crescer como pessoa.

É um processo contínuo?

Sim, é. O mais importante é reconhecer que se trata realmente de um processo de aprendizagem contínuo. Acredito que nunca chegamos realmente ao fim, a menos que queiramos morrer de tédio, e estamos sempre em crescimento, sempre a evoluir. Pelo menos as pessoas que tenham gosto em viver.

Já recebeu algum feedback negativo sobre o livro “Viver sem chefe”?

É claro que sempre que há ideias novas, há pessoas que não gostam delas. É impossível agradar a toda a gente. Qualquer ideia que venha remover o status quo, vai certamente encontrar oposição. E os que se opõem são sempre os que beneficiam, ou julgam que beneficiam, desse status quo. Quando o Viver sem chefe foi publicado, em 2009, era um dos pouquíssimos livros sobre empreendedorismo em Espanha. Hoje, há uma inflação de empreendedores e já se fala muito do assunto, e acredito que entretanto cheguemos a um ponto de equilíbrio em que se torne algo normal. Mas têm chegado até mim muito mais pessoas que gostaram do livro do que pessoas que não gostaram. E também que assistiram aos seminários ou viram os mais de 400 vídeos que tenho nas minhas redes na Internet.

Acredito realmente que uma empresa nunca cresce um milímetro a mais que o seu dono.

Sergio Fernández

O que lhe dizem aqueles que não gostaram?

Que não conseguiram seguir os meus conselhos, que este mundo é exaustivo, que ser empreendedor é demasiado difícil para eles. Mas em nenhum momento lhes digo que ser empreendedor é fácil. Nunca é. Porque, para se ter êxito é necessário alcançar um nível de compromisso que nem toda a gente está disposta a alcançar. E há quem me diga: “Mas nem todos os empreendedores chegam a ficar ricos”. Pois não, não ficam. O que lhes digo é que aqueles que se empenham em dar o máximo de si aos seus clientes, saem-se muito melhor financeiramente no fim. E também lhes digo que não importa o que as outras pessoas dizem: o importante é trabalharmos um bocadinho mais a cada dia, e conseguirmos continuar a avançar.

Como se pode resumir o que é ter uma visão positiva sobre a vida e os negócios?

Para mim, é basicamente ser capaz de escolher aquilo em que focamos a nossa atenção a cada dia. Há um princípio muito antigo que diz que aquilo em que nos concentramos, cresce. E se eu me concentro em algo de que não gosto, o que estou a fazer é tornar a minha vida cada vez mais cheia dessa coisa de que não gosto.

Por exemplo, se duas pessoas discutirem e uma delas se concentrar no motivo da zanga ou no que foi dito durante esse dia e os próximos, se continuar a pensar na discussão, é inevitável que volte a discutir com a tal pessoa. Mas se, pelo contrário, se concentrar em todos os aspetos positivos da personalidade da outra pessoa, todos os elementos que a fazem gostar dela, estará a levar a que esses aspetos cresçam. Este princípio serve para todos os campos da vida. Por isso, acredito que todas as pessoas conscientes disto conseguem alcançar aquilo que determinam para as suas vidas.

Mas o pensamento positivo, por si só, não chega?

Não, não chega. Posso passar toda a vida sentado a pensar de forma positiva, e não fazer acontecer nada. Pensar positivo é só o princípio, mas se perdermos o princípio, também perderemos o fim. Aprender a focar os nossos pensamentos e a dirigir a nossa energia é essencial para começar, mas se não fizermos mais nada, não acontecerá nada de interessante nas nossas vidas.

Pensa que todas as pessoas são capazes de olhar para a vida desta forma?

Sim, acredito que todas as pessoas têm a capacidade de o fazer, mas também acredito que nem todas o chegam a fazer porque não querem. Nem todas estão comprometidas o suficiente para aprender a ter o nível de consciência necessário para olharem a vida desta forma.

Há muitas pessoas que têm medo de abandonar as suas zonas de conforto e arriscar, seja por motivos económicos, familiares ou de trabalho. Sendo assim, como podem estas pessoas mudar as suas vidas?

Acredito que qualquer pessoa, por pior que seja a sua situação, pode deitar-se uma hora mais tarde ou levantar-se uma hora mais cedo e aproveitar esse tempo para aprender, para se formar e instruir mais. Por muito má que seja a sua situação, pode sempre abdicar dessa hora de sono. Ou, enquanto está a fazer alguma das suas tarefas domésticas, pode estar, por exemplo, a ouvir um audiolivro ou uma palestra, e estará a receber novas informações. Afinal de contas, todas as mudanças no plano físico resultam de mudanças no plano mental. Por isso, por pior que seja a situação de uma pessoa, ela pode conseguir mudá-la. Talvez demore meses, anos ou décadas, mas se se empenhar o suficiente, se se relacionar com as pessoas certas, se cuidar do seu corpo e da sua mente, consegue tudo aquilo a que se predispõe.

"Todas as mudanças num plano físico resultam de mudanças no plano mental.”

Sergio Fernández

O êxito de uma pessoa pode medir-se diretamente pelas suas posses económicas?

Não sou capaz de definir aquilo que é o mais importante para determinar o êxito de alguém. Se alguém me disser ‘para mim, o mais importante é ter uma casa muito grande’, digo-lhe ‘fantástico’. Se me disser ‘para mim, o mais importante é ter tempo livre’, também lhe digo ‘fantástico’. Se me disser ‘para mim, o mais importante é poder estar com os meus filhos’, também digo ‘fantástico’. Não acredito que tenha, sozinho, a capacidade de dizer o que é ou não o mais importante na vida de cada pessoa. Acredito é que é uma decisão que cada pessoa tem de tomar por si mesma.

Como tem evoluído o Instituto Pensamento Positivo?

O Instituto abriu em 2012. Arrancámos com 32 ou 33 alunos no primeiro mestrado de empreendedores. Agora já administro dois mestrados mas nenhum deles está certificado por nenhuma universidade, por escolha minha. E a razão é muito simples: se uma universidade te põe um “selo” e te aprova, cobra-te mais 20 ou 30% para te permitir dar esse curso. E não vou cobrar esses 20 ou 30% a mais aos meus alunos. Morreria de vergonha, de certeza, por cobrar esse valor só para ter o “selo” de outra pessoa. Acredito na educação livre, acredito em criar valor e conhecimento, e o meu foco está em ajudar a melhorar a vida dos meus alunos e não em dar-lhes um “selo”. Por isso, os nossos programas são livres e nem faz falta que sejam reconhecidos por nenhuma entidade. E este ano vamos fazer ao menos seis programas de mestrado, que vão incluir perto de 1 500 pessoas, ou talvez mais. É certo que tem havido uma evolução muito positiva e o objetivo é que continue a crescer nos próximos anos.

Tem mais algum livro pensado para os próximos tempos?

Sim, em maio vou publicar um livro, uma parceria com Raimon Samsó, autor do livro El Código Del Diñero (sem edição em português), que se vai chamar Misión Emprender: los 70 hábitos de los emprendedores de sucesso. Recolhe os 70 hábitos comuns à maioria dos empreendedores: o que fazem a cada dia, mês e ano para terem sucesso. Um dos principais princípios é de que o sucesso é uma planta: se lhe dás água e tempo suficiente, ao fim de algum tempo verás resultados. E o segundo princípio é o de que o cérebro ama o modo de piloto automático: amar repetir o que fez ontem. Por isso, se hoje tivermos pensado de forma positiva, e amanhã façamos o mesmo, e no dia seguinte também, o mais provável é que no longo prazo o cérebro continue a pensar dessa forma.

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CGD: Passos Coelho considera o fecho de balcões um “cinismo atroz” do PS, BE e PCP

  • Lusa
  • 18 Março 2017

"Se a ideia é não vale a pena estar onde os outros também não estão", o banco "há-de ser público porquê?", questiona o presidente do PSD.

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje que o encerramento de balcões da Caixa Geral de Depósitos (CGD) é de um “cinismo atroz” por parte dos socialistas, comunistas e bloquistas.

“No meu tempo, ele [banco] era público e essas agências existiam, porque é que agora têm de encerrar, agora que o banco tem de ser defendido como um banco público apoiado por comunistas, bloquistas e socialistas, isto é de um cinismo atroz, um cinismo atroz”, disse, durante um almoço das mulheres sociais-democratas do distrito do Porto, realizado em Ermesinde.

Passos Coelho lembrou que o presidente da CGD veio dizer que, por causa do plano de restruturação, que não há “nenhuma razão” para que a caixa tenha balcões em partes do território nacional onde os outros bancos não têm, questionando se o facto de a caixa ser pública não pressupõe “até certo ponto” um nível de serviço público.

“Se a ideia é não vale a pena estar onde os outros também não estão, como é que eles sustentam a ideia de que o banco deva ser público, há de ser público porquê”, questionou.

O social-democrata entendeu que se o Estado português quer ter um banco público não pode deixar de observar as regras da concorrência, mas daí a dizer que tem de funcionar como um banco privado “desautoriza” quem entende que ele deva ser público.

A segunda coisa é como é que é possível que para manter o banco público haja uma emissão de obrigações perpétuas, ou seja, os privados vão comprar obrigações, que é como quem diz vão emprestar dinheiro à caixa para sempre (…) se isto não é começar uma privatização da caixa, o que seria”, sustentou.

Pedro Passos Coelho ressalvou que “há qualquer coisa de errado neste processo de privatização” porque aqueles que vão emprestar dinheiro à caixa vão receber um juro superior, um retorno maior do que aquele que o Estado Português lá vai meter.

“Como é que os bloquistas, socialistas e comunistas justificam que a caixa esteja a pagar mais dinheiro aos capitalistas pelo dinheiro que recebe emprestado do que ao Estado que põem lá dinheiro dos contribuintes”, frisou.

Desta forma, o líder do PSD entendeu que “caiu a máscara da ilusão” porque aquilo que se diz não é aquilo que se faz, sublinhando que o Governo tem prestado um “mau serviço” a Portugal.

Nos próximos anos, no âmbito do plano estratégico negociado com Bruxelas, a CGD prevê dispensar 2.200 pessoas, o que o presidente executivo, Paulo Macedo, disse na passada sexta-feira que se fará, através de “pré-reformas e eventualmente rescisões por mútuo acordo”.

Em termos de agências, a CGD quer chegar a 2020 com um número entre 470 e 490.

A CGD apresentou na semana passada os resultados de 2016 em que teve prejuízos históricos de 1.859 milhões de euros, mais de dez vezes mais os resultados negativos de 171 milhões de euros de 2015.

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