Banca abana Europa, Nos faz tremer Lisboa

O setor financeiro esteve em destaque no arranque desta semana, mas não pelos melhores motivos. A banca deslizou, abanando as bolsas europeias num dia em que a Nos fez tremer o PSI-20

À semelhança do final da semana passada, as bolsas europeias arrancaram esta semana com saldo negativo, pressionadas essencialmente pelo mau desempenho do setor financeiro depois do anúncio de aumento de capital do Deutsche Bank. O BCP seguiu a tendência negativa, antes dos resultados, mas foi a Nos que pressionou o índice nacional. A operadora afundou. Só a EDP evitou uma queda mais expressiva do índice que em breve passará a ter 19 cotadas.

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Nos penaliza Lisboa, EDP trava perdas

As bolsas europeias continuam a corrigir de máximos numa sessão especialmente penalizadora para a banca. Lisboa fechou no vermelho, com o índice a ser pressionado pela Nos. EDP trava perdas.

A semana nos mercados arranca com perdas em praticamente todas as praças europeias, à exceção de Madrid (+0,06%, apenas). As bolsas corrigem após uma semana de máximos desde dezembro, com o índice nacional PSI-20 a desvalorizar numa sessão especialmente penalizadora para a banca. Do outro lado do Atlântico, as bolsas norte-americanas também abriram em queda.

O PSI-20 fechou no vermelho com perdas de 0,55% para 4.634,96 pontos. A pressionar o índice esteve, acima de tudo, a operadora Nos, que chegou a cair 7% esta segunda-feira depois do presidente executivo, Miguel Almeida, ter dado aos investidores poucas perspetivas sobre a empresa para a próxima temporada. As ações da empresa, que chegaram a negociar abaixo da fasquia dos cinco euros, encerraram a valer 5,07 euros cada, com perdas de 5,52%.

Registo de perdas também no BCP, com as ações do banco a caírem 0,31% para 0,16 euros, em dia de apresentação de resultados após o fecho da sessão. Já os títulos do Montepio derraparam 5,41% para 0,44 euros. A impedir uma sessão ainda mais negativa esteve a EDP, que avançou 2,14% para 2,87 euros cada título. Esta segunda-feira soube-se que, no próximo dia 20 de março, Ibersol e Novabase passam a integrar o principal índice português, colmatando a saída do BPI após a oferta pública de aquisição lançada pelos espanhóis do CaixaBank.

Na Europa central, destaque negativo para as ações do Deutsche Bank. Foi o pior desempenho da sessão, com o banco alemão a derrapar 7,9% após um fim de semana em que se soube da preparação de um aumento de capital na ordem dos oito mil milhões de euros. O Stoxx 600 fechou em terreno negativo com perdas de 0,52%. Quanto a matérias-primas, o petróleo segue a desvalorizar e negoceia-se em Londres nos 55,83 dólares o barril.

Por fim, esta segunda-feira foi tornado público que o grupo PSA Peugeot Citröen, liderado pelo português Carlos Tavares, chegou a um acordo para adquirir a Opel num negócio de 2,2 mil milhões de euros. A fusão irá criar o segundo maior fabricante europeu automóvel e levou as ações do grupo francês a avançarem 2,7%, num dia de grande volume de transações para a companhia.

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BCP com lucros. Ganhou 23,9 milhões em 2016

O banco liderado por Nuno Amado encerrou o último ano com lucros de 23,9 milhões de euros. É uma quebra acentuada face a 2015, mas é uma forte recuperação face aos prejuízos nos nove meses.

O Banco Comercial Português (BCP) conseguiu resultados líquidos positivos. O banco liderado por Nuno Amado, que concluiu recentemente um aumento de capital de 1,3 mil milhões de euros, fechou 2016 com lucros de 23,9 milhões de euros, isto depois de ter chegado ao final de setembro com prejuízos de 251,1 milhões de euros.

O resultado líquido em 2016 totalizou 23,9 milhões de euros face a 235,3 milhões de euros apurados em 2015, refletindo o impacto de itens não habituais”, o que ditou a quebra de 90% nos lucros. “Excluindo estes efeitos, o resultado líquido teria sido positivo em 97,6 milhões de euros em 2016, comparando com um prejuízo de 22,2 milhões de euros em 2015”, refere o banco. A margem financeira totalizou 1.230,1 milhões de euros em 2016, um aumento de 3,3% quando comparada com 2015.

Esses itens não habituais, ou seja, não recorrentes, “incluem, em 2016, 349,5 milhões de euros de dotações adicionais para imparidade de crédito destinadas a reforçar o seu nível de cobertura, bem como os ganhos realizados na alienação de títulos de dívida pública portuguesa de 279,4 milhões de euros em 2015, face a 7,9 milhões de euros em 2016″.

As contas referentes ao último ano ficam ainda marcadas pela “desvalorização de fundos de reestruturação empresarial, que foi superior em 140,3 milhões de euros”, sendo que esta foi “parcialmente compensada pelos ganhos na aquisição da Visa Europe pela Visa Inc., pelo banco em Portugal e pelo Bank Millennium na Polónia, totalizando 49,2 milhões de euros, e pelo impacto fiscal de 281,2 milhões de euros”. Além disso, o banco sofreu um impacto de 146,7 milhões com custos de reestruturação.

Malparado continua em queda

O banco, que provisionou mais 349,5 milhões de euros para crédito em incumprimento neste último ano — houve um reforço de imparidades que atingiu 1,6 mil milhões de euros –, salienta a redução muito significativa da exposição a créditos em risco, mas também ao malparado. “Há um aumento muito importante da cobertura por provisões, de 31% para 39%, e da cobertura total”, diz.

O BCP, que diz que está agora “muito mais bem preparado” para enfrentar o malparado, segundo Nuno Amado, nota que no último ano houve a “manutenção do ritmo muito elevado de decréscimo dos créditos em Portugal, ascendendo em média a 1,4 mil milhões de euros por ano desde 2013”. O crédito em incumprimento há mais de 90 dias evidencia uma “redução significativa das entradas líquidas para 139 milhões de euros em 2016”, sublinha o banco.

Rácios mais fortes… após aumento de capital

Perante estes resultados positivos, mas essencialmente fruto do aumento de capital de 1,3 mil milhões de euros realizado já este ano, o banco fechou 2016 com um rácio core Tier one phased-in estimado de 12,4% em 31 de dezembro de 2016, comparando favoravelmente com os 12,2% apurados no trimestre anterior. “O reforço do capital no início de fevereiro, permitindo o reembolso total dos CoCos e elevando o rácio CET1 fully implemented para mais de 11%”, remata.

As ações do BCP fecharam a cair 0,31% para 0,1585 euros.

(Notícia atualizada às 17h49)

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Em 2018 redução do PEC vai aplicar-se a todas as empresas

  • Margarida Peixoto e Cristina Oliveira da Silva
  • 6 Março 2017

PS, PCP e BE aprovaram uma alteração na especialidade que permitirá, no próximo ano, aplicar o desconto a todas as empresas que pagam PEC, independentemente do tipo de trabalhadores que têm a cargo.

No próximo ano, a redução do Pagamento Especial por Conta (PEC) deverá aplicar-se a todas as empresas, independentemente de estas terem trabalhadores a cargo, ou de estes trabalhadores terem contratos a tempo parcial. A alteração foi aprovada na especialidade com os votos favoráveis do PS, PCP e BE.

Na reunião da comissão de orçamento e finanças de sexta-feira passada, os socialistas apresentaram uma alteração ao texto conjunto que tinha sido estabilizado entre o PS e o PCP. Com a proposta dos socialistas, a norma travão que se aplica ainda durante este ano — e que limita o acesso ao desconto no PEC às empresas que tenham trabalhadores a cargo, a tempo completo — vai deixar de se aplicar em 2018. A alteração foi aprovada por socialistas, comunistas e bloquistas, alargando assim, a partir do próximo ano, o âmbito de aplicação da medida a todas as empresas que pagam PEC.

"A alteração está em linha com a expectativa de, a breve trecho, termos o regime simplificado.”

Jamila Madeira

Deputada do PS

“A alteração está em linha com a expectativa de, a breve trecho, termos o regime simplificado”, explica Jamila Madeira, deputada do PS, ao ECO. Neste mesmo diploma, o Governo comprometeu-se a apresentar uma proposta para introduzir o regime simplificado com efeitos a 1 de janeiro de 2019.

Agora está em causa um desconto de 100 euros ao valor apurado do PEC, acrescido de uma redução de 12,5%. Durante este ano, apenas usufruem deste desconto as empresas que tenham tido trabalhadores a cargo no ano passado com salários, pelo menos, de 7.420 euros (o valor do salário mínimo de 2016, pago em 14 vezes). Ou seja, ficam de fora as empresas que só empregam os sócios, bem como as empresas que apenas tenham trabalhadores a tempo parcial — e por isso com rendimentos abaixo do valor do salário mínimo.

De acordo com o Ministério das Finanças, a redução do PEC aplica-se assim a um universo de cerca de 122 mil empresas, deixando cerca de 60 mil empresas de fora. Com a eliminação desta norma travão passam a estar abrangidas todas as empresas que entregam PEC, ou seja, cerca de 180 mil, pelos números do Governo.

Contudo, os comunistas queriam ter ido mais longe: chegaram a apresentar uma proposta que eliminava a norma travão tanto em 2017, como em 2018. Mas acabaram por retirar a sua proposta, deixando vingar a versão do PS, que acaba com essa limitação ao desconto apenas no próximo ano.

A redução do PEC foi a medida encontrada pela esquerda para substituir a redução da taxa social única, que tinha sido acordada no âmbito da concertação social como uma medida compensatória do aumento do salário mínimo, e que foi revogada no Parlamento.

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Novo decreto anti-imigração de Trump mais limitado

A nova investida anti-imigração de Trump é mais limitada: o Iraque sai da lista, a aplicação será mais faseada e quem tiver residência permanente não será afetado. O decreto foi assinado hoje.

Depois de perder a disputa judicial que suscitou com a introdução de um decreto anti-imigração que bania a entrada de cidadão de sete países muçulmanos, Trump volta à carga esta segunda-feira. O presidente dos Estados Unidos assinou um decreto semelhante mas mais limitado, para tentar contornar as decisões dos tribunais norte-americanos, avança o The New York Times. Da lista de sete países sai o Iraque, mantendo-se a Síria, Irão, Líbia, Somália, Sudão e Iémen.

Existe uma nova diretiva para impedir a entrada de cidadãos destes seis países onde a maioria da população é muçulmana. O primeiro decreto assinado a 27 de janeiro incluía o Iraque, país que agora foi retirado da lista. Segundo o NYT, o anúncio da nova medida de Donald Trump surge um mês depois da decisão judicial pela necessidade de coordenar políticas com as agências federais, além de querer maximizar o impacto mediático. A administração Trump tinha até recorrido da decisão dos tribunais, mas depois decidiu abandonar esse processo e concentrar-se num novo decreto, que agora apresenta.

Segundo a Reuters, que cita uma fonte da Casa Branca, a retirada do Iraque da lista deve-se à adoção de vários procedimentos de segurança que apertaram recentemente a concessão de vistos por parte do Governo iraquiano. Além disso, a agência de notícias avança que este decreto será aplicado de forma mais faseada para não levar a cabo o impedimento imediato que aconteceu em janeiro e entupiu os aeroportos. Acresce que quem for residente permanente nos Estado Unidos não será afetado.

O The New York Times escreve que o timing escolhido revela que os republicanos querem regressar ao cumprimento do seu programa eleitoral, depois do inquilino da Casa Branca ter feito um discurso surpreendentemente bem recebido pela crítica no Congresso. A agenda mediática foi ainda dominada pelo escândalo de ligação à Rússia do Procurador-Geral norte-americano, Jeff Sessions. Além disso, este sábado o presidente dos EUA acusou Barack Obama de ter colocado escutas na Trump Tower.

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Novo Banco: “Solução tem de ser positiva para todos”

Depois de o Bank Millennium ter apresentado um lucro recorde, o BCP fechou o ano com resultados líquidos de 23,9 milhões de euros apesar do reforço das imparidades para o malparado.

Depois de o Bank Millennium ter apresentado um lucro recorde no ano passado, hoje é a vez de o BCP apresentar os resultados para 2016. Os resultados líquidos da unidade polaca controlada pelo BCP ascenderam a 160 milhões de euros, um crescimento expressivo face ao ano anterior. Este desempenho poderá dar um impulso às contas do banco liderado por Nuno Amado, apresentadas hoje às 17h00. Acompanhe a conferência de imprensa em direto.

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PSI passa a 19. Entram Ibersol e Novabase

A saída do BPI deixou o índice com apenas 17 cotadas. Na revisão anual do índice, a Euronext Lisboa decidiu incluir não uma, mas duas empresas. O PSI passa, assim, a PSI-19.

Ibersol e Novabase. São estas as duas novas cotadas do índice de referência da bolsa nacional. Vão entrar na montra do mercado de capitais português no âmbito da revisão anual que se realiza após a exclusão do BPI, que foi alvo de OPA do CaixaBank. Têm regresso agendado para a sessão de 20 de março, levando o PSI-20 a passar de 17 para 19 títulos.

São ambos regressos ao índice principal. A Novabase tinha sido despromovida em 2013, já a Ibersol tinha estado pela última vez no PSI-20 em 2003, regressando agora ao mercado de referência da bolsa portuguesa numa altura em que o índice principal da Euronext Lisboa estava apenas com 17 cotadas.

O BPI foi excluído do PSI-20 no seguimento da OPA do CaixaBank que deixou o banco ainda liderado por Fernando Ulrich com uma reduzida liquidez. Perante essa decisão, a gestora da bolsa nacional tinha obrigatoriamente de selecionar uma nova cotada — as regras do PSI-20 exigem que o índice tenha um mínimo de 18 títulos.

Em vez de uma empresa, a bolsa decidiu promover duas, apesar de nenhuma delas cumprir na totalidade os requisitos mínimos, nomeadamente o valor de mercado considerando os títulos efetivamente dispersos de mais de 100 milhões de euros. Para trás, nesta corrida ao PSI-20, ficou a Sonae Indústria, que aparecia bem colocada para a promoção.

A decisão de incluir estas duas empresas resulta do Comité do PSI-20. Perante o não cumprimento da totalidade dos critérios de admissão ao índice principal por parte das cotadas que estão em bolsa, este órgão da gestora do mercado de capitais português tem a palavra final. Neste caso, deu aval à subida da Ibersol e da Novabase.

As duas cotadas vão passar a militar no PSI-20 dentro de duas semanas. A decisão foi conhecida esta segunda-feira, 6 de março, mas só a 20 de março a sessão bolsista em Lisboa passará a contar com estas duas empresas no desempenho do PSI-20. O índice apresenta, este ano, uma queda de quase 1%, contra a valorização de mais de 3% do Stoxx 600.

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PM considera “saudável” e “excelente” diálogo do governador do BdP e AR

  • Lusa
  • 6 Março 2017

Primeiro-ministro disse que “é sempre saudável” o acompanhamento da atividade de supervisão pela Assembleia da República (AR), considerando “excelente” que o governador do Banco de Portugal

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que “é sempre saudável” o acompanhamento da atividade de supervisão pela Assembleia da República (AR), considerando “excelente” que o governador do Banco de Portugal (BdP) queira dialogar com o parlamento.

“Acho que é sempre saudável que haja um acompanhamento por parte da AR da atividade de supervisão e, se o governador [Carlos Costa] quer dialogar com a Assembleia, excelente”, afirmou o primeiro-ministro.

Questionado pelos jornalistas, numa escola em Elvas, no distrito de Portalegre, António Costa reagia à notícia de que o governador do BdP enviou uma carta à comissão parlamentar das Orçamento e Finanças para prestar esclarecimentos sobre o seu papel no caso BES.

A notícia foi avançada pela edição eletrónica do Expresso segundo a qual Carlos Costa quer “repor a verdade” na sequência da reportagem da semana passada, na SIC, sobre o caso BES (Banco Espírito Santo), com incidência na atuação da instituição liderada por Carlos Costa no segundo semestre de 2013.

Questionado se as críticas feitas a Carlos Costa poderão pôr em causa o sistema financeiro, o primeiro-ministro argumentou que este está hoje, “felizmente, muito melhor do que estava à data a que essas notícias se reportam”.

“Hoje, felizmente, o quadro é muito diverso do que existia há um ano atrás”, insistiu o chefe do Governo, frisando que “os principais bancos privados que tinham necessidade de um reforço de capitalização” já têm essa situação “solucionada”.

“Temos a Caixa Geral de Depósitos com o processo de recapitalização já devidamente autorizado pelas instituições europeias e, este mês, a entrar em velocidade de cruzeiro”, afirmou, dando ainda como exemplo o processo de venda do Novo Banco, que “está numa fase conclusiva”.

“Acho que o país, hoje, tem boas razões para estar mais confiante no sistema financeiro do que estava há um ano atrás”, sublinhou.

E a “função” do Governo, insistiu António Costa, é “trabalhar leal e construtivamente” com o BdP na “estabilização do sistema financeiro”, que está “bastante melhor”.

“Temos que aprender a trabalhar com as instituições tal como elas existem. É o que nós fazemos com o governador do BdP no dia-a-dia”, argumento.

“Umas vezes estamos de acordo, outras vezes não, mas cada um exerce a sua competência própria”, acrescentou.

Acompanhado pelos ministros da Educação e do Planeamento e das Infraestruturas, Tiago Brandão Rodrigues e Pedro Marques, respetivamente, António Costa visitou Elvas para anunciar a construção das novas instalações da Escola Básica n.º 1 da cidade , com cerca de 600 alunos dos 2.º e 3º ciclos, disponibilizando o Governo 2,2 milhões de euros para o início das obras, em 2018.

Durante a manhã, o primeiro-ministro esteve também em Campo Maior, no mesmo distrito alentejano, para apresentar o programa Qualifica, destinado à educação e formação de adultos.

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Miró: Estado não vai pagar indemnização à Christie’s

Os quadros do pintor catalão já estão em Serralves, no Porto, mas só agora é que o caso entre o Estado português e a leiloeira Christie ficou resolvido, anunciou o Ministério das Finanças.

O Ministério das Finanças anunciou esta segunda-feira que chegou a acordo com a Christie’s para revogar o contrato de colocação em leilão. A leiloeira estava responsável por vender os quadros de Joan Miró, processo que, em 2014, provocou polémica as 85 obras do pintor espanhol. O caso tinha contornos judiciais, mas agora foi alcançado um acordo em que o Estado português não vai ter de pagar indemnizações.

“A Parvalorem, S.A., e a Parups, S.A., chegaram a acordo com a Christie’s, Manson & Woods Ltd. para a revogação do contrato de prestação de serviços de Colocação em Leilão de 85 obras do pintor Joan Miró”, escreve o Ministério das Finanças em comunicado enviado esta segunda-feira às redações. A Parvalorem foi a empresa criada para gerir os ativos tóxicos do BPN. Além disso, o gabinete de Mário Centeno garante que “o acordo agora celebrado não dá lugar ao pagamento de quaisquer indemnizações”.

Em causa esteve a vontade do ex-secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, que tinha a intenção de vender as obras para amortizar parte das dívidas do BPN, dado o momento de austeridade. No entanto, a decisão foi contestada por várias vozes, nomeadamente um grupo de deputados do PS que pediram a intervenção do Ministério Público na venda. O Governo PSD/CDS acabou por vencer a questão nos tribunais, mas a venda não avançou. Com a entrada do Governo PS com o apoio do BE e PCP a venda foi cancelada.

As 85 obras de Miró pertenciam ao BPN desde 2006, banco nacionalizado em 2008. Desde o final do ano passado que o Porto é a casa do maior conjunto de obras mundial do artista espanhol Joan Miró.

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Compra de dívida nacional do BCE em novo mínimo

BCE baixou o ritmo de compra de dívida portuguesa para um novo mínimo histórico, reforçando necessidade de aliviar regras do programa para torná-lo mais efetivo. Juros portugueses estáveis.

Pelo terceiro mês consecutivo, o Banco Central Europeu (BCE) travou o ritmo de compra de obrigações nacionais. Fevereiro marcou um novo mínimo histórico do programa do banco central no que toca a aquisições de dívida do governo nacional. Um sinal de que há cada vez menos títulos portugueses disponíveis, numa altura em que os responsáveis de política monetária manifestam disponibilidade para aliviar algumas regras do plano e, em sentido contrário, aquece o debate em torno do fim dos estímulos quando a inflação começa a dar sinais de subir.

O BCE comprou 656 milhões de euros em obrigações do Tesouro de Portugal no mês passado. O montante compara com os 688 milhões de euros em títulos adquiridos em janeiro e com a média de 1.100 milhões que o programa vinha comprado todos os meses. No total, o BCE detinha 25,95 mil milhões de euros em dívida nacional no final de fevereiro.

Em mercado secundário, os juros associados às obrigações a 10 anos seguiam com uma subida ligeira, de dois pontos base para 3,961%.

O abrandamento no ritmo de aquisição de dívida portuguesa reforça o sinal de que a entidade liderada por Mario Draghi está a ficar com poucas opções no mercado nacional, um cenário que os investidores já vinham antecipando desde o último trimestre do ano passado. A limitação também já foi reconhecida pelo próprio BCE, que manifestou a sua abertura para aligeirar as regras do programa.

Na última reunião do Conselho de Governadores, vários responsáveis indicaram que estão disponíveis para aliviar a aplicação de algumas regras do programa de compra de dívida dos governos da Zona Euro para assegurar uma política expansionista “substancial”, abrindo a porta ao alargamento das compras na periferia, incluindo Portugal, onde a autoridade monetária tem enfrentado limitações no alcance da sua bazuca.

Desvios limitados e temporários” ao capital key — que determina quanto dívida de cada país é que o BCE pode comprar — “são possíveis e inevitáveis” para garantir que os estímulos possam ser implementados como anunciado, era referido nas atas do banco central publicadas em meados de fevereiro passado e que relatam com maior pormenor as discussões entre os membros do BCE na última reunião de política monetária, nos dias 18 e 19 de janeiro. Esta visão foi “amplamente” partilhada entre os membros, que consideraram “imperativo manter um grau de acomodação monetária bastante substancial”.

Apesar desta abertura, começa a subir de tom as vozes contra a manutenção do programa. Isto porque os preços na Zona Euro estão a dar sinais de querer acelerar além da meta do BCE. A inflação tem sido sobretudo alimentada pela escalada dos preços energéticos. Já a inflação subjacente, que exclui os preços energéticos e alimentares e que conta mais na definição das políticas monetárias, permaneceu no último mês nos 0,9%, ainda longe do objetivo em torno de 2% que o banco central assume.

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Hollande quer União Europeia a duas velocidades

O atual presidente francês vai ser substituído em breve, mas deixou esta segunda-feira indicações sobre o que pretende para a União Europeia. Em causa estão as alternativas apresentadas por Juncker.

O atual presidente francês reagiu aos cinco cenários que o presidente da Comissão Europeia traçou na semana passada: para Hollande deve existir uma União Europeia a duas (ou mais) velocidades. Ou seja, cada Estado-membro deve avançar ao seu ritmo: caso contrário, há o perigo de a UE “explodir”. Esta ideia foi transmitida pelo socialista esta segunda-feira numa entrevista a seis jornais europeus.

No primeiro dia de março, Juncker deixou cinco propostas na mesa para os líderes europeus escolherem: assegurar a continuidade; restringir-se ao mercado único; fazer mais para quem quiser mais; fazer menos com maior eficiência; fazer muito mais, todos juntos. Dos cinco cenários, François Hollande prefere o que permita os Estados-membros evoluírem da forma que quiserem, consoante os seus objetivos, sem pressões europeias. “De outra forma, a Europa explodirá”, avisa.

O progresso de cada país deve, por isso, ser ao ritmo do que os próprios cidadãos quiserem. Mas, ainda assim, Hollande deixa em aberto possíveis acordos em matéria de harmonização fiscal, sobre a cultura ou a juventude do bloco europeu. Além disso, para o atual presidente de França a prioridade deve ser a criação de uma estratégia europeia para a defesa. Na mesma entrevista, o socialista francês defende o aprofundamento da Zona Euro, a qual deve ter um orçamento comum nos próximos anos, em vez de esperar pela integração de mais Estados-membros.

Estas declarações surgem antes da reunião que Hollande vai ter com Angela Merkel, a chanceler alemã, Mariano Rajoy, o primeiro-ministro espanhol, e Paolo Gentiloni, o atual primeiro-ministro italiano que sucedeu a Matteo Renzi. Em causa está a preparação do Conselho Europeu que acontece no final desta semana e onde estes planos de Jean-Claude Juncker devem ser discutidos pelos líderes europeus.

Além disso, recorde-se que, no final deste mês, o Reino Unido deverá — como prometeu Theresa May — acionar o artigo 50 para abandonar a União Europeia, começando assim as negociações formais que se prevê que durante dois anos. Em cima da mesa vão estar questões que os próprios Estados-membros se debatem: trocas comerciais, contribuições para a UE, livre circulação de pessoas, entre outros assuntos.

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Wall Street abre semana a cair

Conflito político entre Trump e Obama marca primeiros minutos de negociação nas bolsas norte-americanas. Snapchat volta a subir na bolsa, depois de brilhar no IPO.

Além da pressão vendedora na Europa, também as bolsas norte-americanas abriram a sessão desta segunda-feira em baixa, com os investidores atentos à acusação de Trump ao seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, de ter mandado espiar o republicano.

O índice S&P 500, que serve de referência para os investidores em todo o mundo, perde 0,5% para 2.371,14 pontos. Também o tecnológico Nasdaq e o industrial Dow Jones cedem 0,56% e 0,35%, respetivamente. Na Europa, os principais índices, incluindo o PSI-20, cedem com o Deutsche Bank a centrar atenções depois de anunciar um aumento de capital na ordem dos oito mil milhões de euros.

Do outro lado do Atlântico, os investidores terão como ponto alto da agenda o relatório do emprego que o Departamento do Trabalho se prepara para divulgar na sexta-feira.

Até lá, a negociação em Wall Street será feita com base na expectativa de que a Reserva Federal norte-americana vai subir novamente a taxa de juro e nos pormenores que podem ser adiantados em relação ao plano fiscal e de aumento dos gastos públicos prometido pela Administração Trump.

“O rally em Wall Street tem sido principalmente alimentado pelas promessas feitas pelo presidente Trump para baixar os impostos, aumentar os gastos em infraestruturas e no setor militar”, referiram os analistas do Rabobank numa note citada pela Reuters.

Depois da estreia na quinta-feira, as ações da Snap, dona da rede social Snapchat, voltam aos ganhos: somam 2,26% para 27,7 dólares.

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