Moody’s avisa: Europa tem riscos políticos. Itália e Portugal em destaque pela banca

  • Margarida Peixoto
  • 7 Fevereiro 2017

A agência de rating avisa que estes dois países apresentam maiores fragilidades no seu sistema bancário. E nota que o risco político na Europa é elevado.

Risco político aumentado, fraco crescimento, dificuldades nos países mais endividados de se libertarem do fardo da dívida. Este é o contexto que a Moody’s — uma das agências de rating que considera o investimento em dívida portuguesa como especulativo — identifica na Europa de hoje. Mas em Portugal e na Itália soma-se mais uma dificuldade: têm um setor financeiro fragilizado.

Portugal e Itália foram os dois países destacados pela Moody’s como apresentando particular fragilidade nos bancos, durante uma conferência que decorreu esta terça-feira, em Lisboa. Dietmar Hornung, diretor da divisão de risco soberano da Moody’s, frisou a “fragilidade do setor financeiro” nos dois países, que melhoraram apenas de forma “modesta” os seus rácios de capital e continuam a apresentar “desafios” no que toca à qualidade dos ativos.

Itália e Portugal surgem, aliás, como os dois países onde o peso do malparado no total de empréstimos concedidos permanecia no segundo trimestre de 2016 mais elevado do que no final de 2012. Já Espanha, Irlanda e Alemanha melhoraram este indicador.

Contudo, o analista frisou que “a boa notícia é que os desenvolvimentos na banca não estão a guiar os ratings”, por causa de todo o trabalho de regulamentação que tem vindo a ser feito a nível europeu.

Também na semana passada a Fitch deixou alertas sobre a saúde da banca portuguesa. A agência deixou o rating inalterado em grau abaixo de investimento (especulativo) mas sublinhou as consequências negativas de um eventual resgate do Novo Banco.

Europa soma riscos

O problema é que a Europa soma um conjunto de riscos. Por enquanto, os ratings dos países da União Europeia estão maioritariamente estáveis. Há apenas três países com outlook negativo — Reino Unido, Itália e Croácia — e outros três com outlook positivo — Irlanda, Eslovénia e Chipre. Mas a possibilidade de os ratings serem rapidamente afetados por desenvolvimentos políticos existe.

“A maior parte dos ratings estão estáveis, embora haja risco político”, avisou Dietmar Hornung. “Não esperamos um revival da crise de 2012, mas há riscos”, sublinhou.

A Moody’s divide os países que apresentam maiores desafios políticos sob a perspetiva do rating em dois grupos: os que têm eleições marcadas e os que têm um governo suportado por uma configuração política que pode conduzir a medidas mais arriscadas para o rating.

França é um caso evidente do primeiro grupo. “Há muita incerteza”, reconheceu o responsável da Moody’s. Portugal está no segundo grupo: tem “um governo minoritário suportado pelos partidos de esquerda que pressionam para uma política orçamental mais expansionista”, notou Dietmar Hornung, na sua apresentação.

“Por enquanto”, frisou o analista, “o risco é remoto, mesmo tendo em conta o outlook negativo” de países como a Itália. “Mas se houver um caminho para a saída do euro de um dos países, aí haverá uma movimentação nos ratings relativamente rápida”, avisou. É que se nos Estados Unidos, mesmo com a administração Trump, é impensável uma separação dos Estados, isso não acontece na Europa.

Dietmar Hornung avisou ainda que o Reino Unido, a Irlanda e a Alemanha serão os países que podem ter mais a perder com políticas protecionistas implementadas pelos Estados Unidos. “Portugal não será tão diretamente afetado, embora estas sejam consequências a ter em conta”, disse o responsável.

Zona Euro compara mal com outras regiões

Para a Moody’s, as preocupações de médio prazo com a zona euro são de dois tipos: primeiro, a construção do projeto está por terminar, estando agora sujeito aos riscos dos populismos.

Segundo, “a outra preocupação é que a Europa está a falhar na promessa de crescimento”, defendeu. Quando comparada com outras regiões, como por exemplo, as economias avançadas, o ritmo de crescimento da zona euro desde 1992 tem sido mais baixo. E para a década de 2011-2020 continua a ser expectável uma redução do PIB do conjunto da moeda única de 1,1%.

As medidas utilizadas pelo bloco do euro também não se estão a revelar suficientes. Dietmar Hornung notou que primeiro houve um recurso aos balanços dos Estados, depois a utilização da política monetária, e agora pede-se novamente que seja acionada a política orçamental. Contudo, “os países que poderiam fazer mais através da política orçamental, como a Alemanha ou a Irlanda, não querem”, frisou o analista. “Ao contrário do que acontece com os países que não têm espaço orçamental”, somou. Mais: verifica-se também que os países que têm dívidas acima do aceitável continua a aumentar a dívida, enquanto os que já têm rácios aceitáveis a estão a diminuir. “Isto não é positivo”, avisou o diretor.

Para a Moody’s, um choque apenas ao nível do crescimento não levanta problemas maiores de sustentabilidade da dívida, mas se for combinado com um choque orçamental com aumento de taxas de juro, coloca um risco elevado.

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Sarkozy julgado por esconder gastos em campanha

  • Juliana Nogueira Santos
  • 7 Fevereiro 2017

O ex-presidente francês é acusado de ter ultrapassado em 18,5 milhões o limite de gastos, tendo utilizado faturas falsas para esconder o delito. Este já apresentou recurso.

A justiça francesa reabriu a investigação a François Sarkozy por alegadamente ter escondido 18,5 milhões de euros na sua campanha em 2012 através da emissão de faturas falsas. Desta vez, o ex-presidente francês vai ser presente a julgamento por financiamento ilegal da campanha.

A acusação afirma que Sarkozy excedeu deliberadamente em milhões o limite de gastos para a campanha — 22,5 milhões de euros –, tendo utilizado uma empresa de relações públicas para cobrar o valor excedente ao seu partido, na altura chamado UMP, agora Les Républicains, em vez de cobrar à sua campanha.

Embora Sarkozy tenha negado qualquer fraude ao longo do processo, estarão envolvidos além dele antigos altos cargos do partido, o responsável da sua campanha e alguns responsáveis da Bygmalion, a empresa de relações públicas. Em declaração aos jornalistas, os advogados do ex-presidente vai recorrer da decisão judicial para assim evitar julgamento.

É o segundo caso de acusações maiores a presidentes franceses, com Jacques Chirac a ser acusado em 2011 depois de um escândalo de corrupção. Foi condenado a dois anos de pena suspensa.

Notícia atualizada às 12h50 com o pedido de recurso.

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Portugal e Suíça unem esforços para investigar caso BES

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2017

Os dois países vão trocar informações nos diversos processos. Autos têm mais de 15 milhões de documentos. Segredo de justiça prologa-se até setembro de 2018.

O caso BES está a juntar as autoridades judiciárias de Portugal e Suíça. A notícia avançada pelo Diário de Notícias dá conta de que ambos os países criaram uma “equipa de investigação conjunta” (EIC) para investigar eventuais crimes que levaram à falência do Banco Espírito Santo.

Este terá sido de resto o motivo que levou o Ministério Público a prolongar o segredo de justiça até setembro de 2018, altura em que termina a vigência da EIC entre os dois países. O segredo de justiça deveria cessar a 12 de fevereiro deste ano.

António Taveira, procurador do Departamento Central de Investigação e Ação Penal refere que “Portugal está internacionalmente vinculado a respeitar o segredo de justiça, que vigora nas investigações de jurisdição parceira”, a propósito da EIC e da Suíça que está a investigar alegados crimes no Banco Privée Espírito Santo, cuja sede era naquele país.

Os dois países comprometeram-se no âmbito da EIC a trocar informações sobre os diversos processos, tendo as autoridades suíças já disponibilizado três milhões de documentos. No total os autos contém mais de 15 milhões de documentos para análise.

O processo foi formalmente aberto a 12 de agosto de 2014 e investigam-se crimes de burla qualificada, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documentos, falsidade informática e corrupção.

Ricardo Salgado, ex-presidente do BES e que está envolvido neste processo viu também o seu nome envolto no caso “Operação Marquês” tendo mesmo sido constituído arguido.

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Juros portugueses corrigem em vésperas do leilão

Depois da forte subida na primeira sessão da semana, atingindo novos máximos, os juros da dívida estão em queda. Corrigem antes do regresso do país aos mercados para obter até 1.250 milhões.

Portugal voltou a estar sob os holofotes dos mercados na primeira sessão desta semana. Os juros renovaram máximos de quase três anos, mas estão de regresso às quedas. Recuam em todos os prazos na véspera de mais um leilão de obrigações do Tesouro em que o IGCP pretende financiar-se até 1.250 milhões de euros.

A dívida portuguesa foi uma das mais castigadas entre os países do euro na última sessão, mas está agora a ser também das mais beneficiadas pelo alívio registado nos mercados de dívida da região. A taxa a dez anos está a recuar quase cinco pontos base, descendo para 4,198%, depois de ter chegado aos 4,257%, no dia em que se soube que o Banco Central Europeu está a comprar menos títulos de Portugal.

Juros a dez anos estão a aliviar

Fonte: Bloomberg (Valores em percentagem)

Também Espanha, Itália e França, que esta segunda-feira viu os juros dispararem com o discurso anti-euro de Marine Le Pen, candidata às presidenciais francesas, regista-se uma tendência de quebra das taxas — e consequente valorização dos títulos. Este alívio traduz, em parte, a promessa de Mario Draghi, presidente do BCE, de que o “euro é irreversível”.

O alívio nas taxas acontece na véspera de mais uma emissão de dívida de Portugal. O IGCP conta emitir entre 1.000 e 1.250 milhões de euros em obrigações a cinco e sete anos esta quarta-feira. Esta será a segunda emissão de longo prazo do ano, depois da emissão sindicada a 10 anos realizada no dia 11 de janeiro em que o país pagou um juro de 4,3% por três mil milhões de euros em obrigações do Tesouro a dez anos.

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Revista de imprensa internacional

  • Juliana Nogueira Santos
  • 7 Fevereiro 2017

BNP Paribas aposta no digital e Criteria diminui aposta no CaixaBank. Donald Trump proibido de falar no Parlamento Britânico e mais duas notícias que marcam o dia de hoje lá fora.

A tecnologia vai entrar pela porta grande no BNP Paribas, enquanto a Criteria deixa para trás mais de 5% do CaixaBank. No Luxemburgo, esgotou-se a paciência em relação à fraude das emissões da Volkswagen. Do outro lado do oceano, o verniz da administração Trump continua a estalar, com as vozes da oposição a adensarem-se tanto na política como nos negócios. São estas as notícias que marcam o mundo nesta terça-feira.

Financial Times

BNP Paribas vai gastar 3 mil milhões de euros em transformação digital

Depois de ter anunciado um aumento de 15% nos lucros anuais, o BNP Paribas vai fazer uma reestruturação tecnológica. A necessidade de se ajustar aos comportamentos dos seus clientes vai levar a um investimento de três mil milhões de euros. “Há cada vez mais clientes a quererem fazer operações online em vez de cara a cara”, justificou Jean-Laurent Bonnafé, administrador do banco francês.

Com o desenvolvimento tecnológico vêm também reduções de custos: 30 mil postos de trabalho vão ser reduzidos — cerca de 2% do total de trabalhadores — com o fecho mundial de centenas de balcões. Entre 2013 e 2016, já foram encerrados cerca de 10% dos balcões em França. (Conteúdo em inglês / Acesso condicionado)

El Expansión

Criteria vende 5,32% do CaixaBank por 1.068 milhões de euros

A principal acionista do CaixaBank, Criteria vendeu 5,32% do banco catalão por 1.068 milhões de euros, reduzindo a sua participação de 45,3% para 40%. O objetivo da operação é reduzir a participação acionista no CaixaBank, de modo a deixar de consolidar as contas do banco.

Com esta operação, a holding presidida por Isidro Fainé deixa de ser supervisionada pelo regulador europeu, que centrará a sua atenção apenas no CaixaBank. A Fundação Bancária La Caixa fica também isenta de constituir um fundo de reserva para intervir num possível resgate do banco, uma condição exigida pela nova lei de Cajas de Ahorro e Fundaciones Bancaria. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

Deutsche Welle

Luxemburgo processa Volkswagen pela fraude nas emissões

O Luxemburgo segue o caminho já traçado pelos Estados Unidos e vai tomar medidas legais em relação à fraude das emissões levada a cabo pela Volkswagen. Depois de ter admitido, em 2015, que tinha manipulado o software de deteção de emissões em cerca de 11 milhões de motores a diesel, a gigante automóvel alemã ainda não foi multada ou castigada em território europeu devido a uma lacuna na lei.

Em declarações ao Deutsche Welle, o ministro das infraestruturas luxemburguês François Bausch afirmou que “decidimos que, como há uma grande probabilidade de ter sido um dispositivo fraudulento, vamos instaurar um processo contra desconhecidos.” O objetivo deste será, portanto, determinar os responsáveis pelo escândalo. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

The Independent

Donald Trump não vai falar no Parlamento aquando da visita de estado ao Reino Unido

Após Theresa May ter afirmado que o novo presidente dos Estados Unidos vai ser bem recebido em terras de sua majestade, o Parlamento põe entraves à visita, pelas palavras do porta-voz da Câmara dos Comuns. John Bercow afirmou que estava “fortemente contra” uma potencial intervenção de Trump no Parlamento e que não permitia que este fosse convidado para Galeria Real em seu nome.

“Eu creio que a nossa oposição ao racismo e ao sexismo e o nosso apoio à igualdade perante a lei (…) são considerações bastante importantes na Câmara dos Comuns”, afirmou, entre aplausos dos deputados, Bercow. A visita vai-se efetivar até ao final deste ano. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Business Insider

Tesla e SpaceX juntam-se às 97 empresas que estão contra Trump

No princípio eram 97, agora já são 99. A Tesla e a SpaceX assinaram a declaração amicus curiae, entregue no passado domingo em tribunal, juntando-se assim a empresas como a Facebook e a Levi Strauss nesta luta contra as políticas migratórias do novo presidente dos Estados Unidos.

Embora faça parte da equipa de conselheiros da nova administração, decisão essa contestada por muitos, Musk afirmou que o seu trabalho com Trump “não significa que eu [Musk] concorde com as ações da administração”. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

 

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Uber olha para a Nasa para pôr carros a voar

A Uber contratou Mark Moore à agência espacial norte-americana. Pretende que o ex-engenheiro da Nasa a ajude a desenvolver carros voadores.

A Uber trouxe um novo conceito de transporte de passageiros. Agora, quer dar mais um salto. E grande. O objetivo será pôr os carros a voar. E já está a contratar. Um ex-engenheiro da Nasa foi o primeiro escolhido para tornar esse sonho em realidade.

Mark Moore, o engenheiro em causa, depois de mais de 30 anos na agência espacial americana vai integrar a divisão Elevar da Uber com o cargo de diretor, adianta o Financial Times (acesso pago).

A empresa sinalizou, em outubro passado, o seu interesse na “descolagem e pouso vertical”, a tecnologia VTOL no âmbito da publicação do livro branco que discute o potencial para “on-demand aviation”.

A pesquisa de Moore vai no sentido de perceber como é que os avanços da robótica, sistemas autónomos e propulsão elétrica podem facilitar novos tipos de pequenas aeronaves.

Nikhil Goel da Uber adianta que a empresa está entusiasmada “por Mark se juntar” à empresa.

No seu perfil do Linkedin, o ex-funcionário da Nasa adianta que a sua pesquisa em sistemas aéreos não tripulados e veículos aéreos tem o potencial para “facilitar uma mudança na aviação dentro dos próximos 20 anos”.

Num trabalho de pesquisa que Mark Moore terá realizado ainda ao serviço da Nasa explicou que “a emissão zero, altamente eficiente e confiável e a ultra capacidade da tecnologia VTOL seria um passo à frente se comparado com o que já existe quer em termos de aplicações para tripulados ou não tripulados”.

Esta abordagem disruptiva interessa à Uber, que tem vindo a investir em tecnologia e já introduziu mudanças radicais no panorama de transportes de passageiros.

De resto, a própria Airbus referiu no mês passado que poderia começar a testar um carro voador. Tom Enders, presidente executivo da Airbus, adiantou mesmo que “estamos num momento em que muitos avanços tecnológicos o tornam possível”.

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Deutsche Boerse e LSE oferecem LCH para terem “luz verde” de Bruxelas

A fusão das suas praças financeiras está a ser revista pelos reguladores europeus. Como forma de tentarem obter "luz verde" para o negócio, admitem vender a LCH.Clearnet. A Euronext quer comprar.

A Deutsche Boerse e a London Stock Exchange já têm solução para resolver os problemas de concentração em resultado da fusão das duas praças financeiras. Apresentaram a Bruxelas um plano formal em que se propõem avançar com a venda da LCH.Clearnet. A Euronext, gestora de várias bolsas, entre elas a de Lisboa, quer comprar.

A Comissão Europeia solicitou remédios as duas gestoras para dar a sua aprovação à fusão, num negócio avaliado em 24 mil milhões de euros. A principal preocupação do regulador europeu relativamente a esta operação é o facto de com a fusão ficarem duas câmaras de compensação e liquidação de ordens sob o mesmo teto.

Para tentar superar este obstáculo, as duas gestoras “oferecem” a LCH.Clearnet (mantendo a Eurex). A Euronext, dona da gestora da bolsa de Lisboa, está a oferecer 510 milhões de euros em numerário para comprar esta câmara de compensação e liquidação. Já há alguns meses que está em negociações exclusivas para comprar esta unidade.

A LCH.Clearnet é uma instituição de crédito de direito francês que oferece serviços de câmara de compensação e contraparte central para as operações no mercado de capitais nacional, assegurando que todas as operações de mercado são cumpridas e liquidadas, evitando situações de incumprimento. Por exemplo, é esta entidade que determina a margem que exige aos investidores quando são dados títulos de dívida portuguesa como garantia para negociações que a Clearnet certifica.

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Petróleo sobe mas não o suficiente para a BP

  • Rita Atalaia
  • 7 Fevereiro 2017

Os preços do "ouro negro" subiram. Mas não o suficiente para compensar a queda das margens de refinação da BP. Os resultados da petrolífera para o quarto trimestre ficaram abaixo das estimativas.

Os preços do petróleo recuperaram. Mas esta subida não foi suficiente para compensar a queda das margens de refinação da BP. E foi por isso que a petrolífera apresentou lucros que ficaram abaixo das estimativas dos analistas. A empresa já tinha alertado que não iria conseguir que o fluxo de caixa cobrisse todas as despesas e dividendos com os níveis atuais do “ouro negro”. Isso apenas seria possível se o Brent subisse para os 60 dólares por barril.

A BP apresentou os resultados para o quarto trimestre e desiludiu os analistas. O lucro ajustado a itens extraordinários e a custos de substituição ficou nos 400 milhões de dólares. De acordo com a Bloomberg, o valor fica abaixo da média de 567,7 milhões prevista pelos analistas. Porquê? Descida das margens de refinação.

"Os investimentos em novos projetos e acordos vão resultar numa quebra de mil milhões de dólares. Isto com os preços atuais do petróleo”

Brian Gilvary

CEO da BP

A Royal Dutch Shell e a Exxon Mobil disseram que o fluxo de caixa iria cobrir todas as despesas e os dividendos com os preços atuais do petróleo. Mas o mesmo não aconteceu na BP. A petrolífera já tinha alertado que isso não iria acontecer até ao final do ano passado. Apenas seria possível se o Brent subisse para perto de 60 dólares por barril. Mas o barril de referência não passou dos 55 dólares.

Estamos a assistir a uma tendência no setor petrolífero. Os lucros da produção de petróleo e gás estão a acompanhar a subida dos preços do petróleo. Mas este aumento está a ser ofuscado pela queda das margens de refinação. “Quase todas as grandes petrolíferas falharam as estimativas para os resultados e o grande destaque para o trimestre foram as fracas margens de refinação”, diz o analista da BMO Capital Markets Brendan Warn à Bloomberg.

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Depois do Opel Insignia, o Insignia Tourer

Primeiro o carro, agora a carrinha. A Opel reforçou os argumentos do Insignia com a apresentação da Tourer, uma station wagon com um estilo bem mais desportivo, mas também mais premium.

A Opel prossegue a época de revelações de novos modelos. O Insignia, que a marca germânica passou a denominar de Grand Sport, ganhou uma carrinha com um estilo bem mais apelativo do que a anterior geração. Mais comprida e mais baixa, apresenta um look bem mais desportivo, mas sem esquecer a funcionalidade que se exige de uma station wagon.

“Embora o comprimento total tenha crescido ligeiramente face à anterior carrinha, para 4,986 metros, o novo modelo surge com uma aparência bastante mais atlética e ágil”, diz a marca. As vias aumentadas em 11 milímetros, a grelha dianteira proeminente e os faróis estreitos contribuem para esse look da nova carrinha que tem estreia mundial marcada para o dia 7 de março, no Salão de Genebra.

A par das linhas muito atraentes, a Opel Insignia Sports Tourer promete uma “funcionalidade exemplar, com habitáculo e bagageira muito espaçosos, e segurança de elevado nível, honrando os pergaminhos de topo de gama”. A capacidade da bagageira atinge 1.640 litros, representando um acréscimo de 100 litros face ao anterior modelo, podendo ser aberta passando o pé sob o para-choques.

Apesar de estar maior, mas também ter uma maior capacidade, dependendo da motorização e do nível de equipamento, a nova carrinha topo de gama da Opel é até 200 kg mais leve. “Isso deve-se sobretudo ao recurso a materiais especialmente leves”, refere a marca, que irá lançar a Sports Tourer com o 1.6 CDTI de 110 e 136 cv, além do 2.0 de 170 cv. Nos gasolina, haverá um novo 1.5 turbo de 165 cv e um 2.0 que chega aos 400 cv.

Tecnologia para conduzir…

“A Insignia Grand Sport de cinco portas, a tecnologia avançada marca presença através de inúmeros sistemas de conforto e de segurança, que vão da nova geração de faróis IntelliLux de matriz de LED até ao ‘head up display’ de projeção no para-brisas”, refere a Opel. Mas há mais elementos de ajuda à condução:

  • Head-up Display: as informações sobre velocidade, sinais de trânsito, velocidade programada no “cruise control” e indicações de navegação são projetadas no para-brisas, na linha de visão do condutor.
  • Câmara 360º: consiste num conjunto de quatro câmaras, uma em cada lado do automóvel, que faculta visão a 360º para facilitar todas as manobras.
  • Programador de Velocidade Adaptativo: mede a distância para o veículo da frente e ajusta a velocidade em conformidade. O sistema aciona a Travagem Automática de Emergência se a distância diminuir abruptamente.
  • Manutenção de Faixa com Correção Automática de Direção e Alerta de Saída de Faixa: efetua movimentos suaves de correção na direção (e avisa com sinais acústicos, se necessário) quando são detetados desvios de trajetória.
  • Alerta de Tráfego Lateral: recorre a sensores de tipo radar colocados no para-choques traseiro para detetar veículos num ângulo de 90º até uma distância de 20 metros, de ambos os lados. É útil em manobras de saída de lugares de estacionamento com visibilidade limitada.

…mas também para descontrair

“O nosso novo topo de gama disponibiliza alta tecnologia para todos, com sistemas acessíveis que tornam a condução mais segura e mais confortável. Depois, há o espaço interior, que vai ao encontro de praticamente todas as necessidades de transporte, em trabalho ou em lazer”, diz o CEO da Opel, Karl-Thomas Neumann.

São vários os elementos tecnológico disponibilizados para ajudar à condução, mas também há na nova carrinha espaço para os modernos sistemas IntelliLink da Opel, que asseguram infoentretenimento de topo e total conectividade digital graças à integração de “smartphones”. E também tem serviço de assistente pessoal.

“O IntelliLink integra o sistema Opel OnStar que, no caso do novo Insignia, passa a oferecer o serviço adicional de ‘Personal Assistant’, permitindo solicitar ao operador OnStar a marcação de hotéis e ajuda a procurar espaços de estacionamento”, refere a marca.

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Criteria “foge” do BCE com venda do CaixaBank

A principal acionista do CaixaBank cumpre assim com o acordo celebrado com o BCE, passando a deter 40% do banco catalão. Com esta operação Criteria deixa de ser supervisionada pelo regulador.

A principal acionista do CaixaBank, Criteria vendeu 5,32% do banco catalão por 1.068 milhões de euros através de um processo de colocação acelerada reduzindo a sua participação de 45,3% para 40%. O objetivo da operação é reduzir a participação acionista no CaixaBank, de modo a deixar de consolidar as contas do banco avança o jornal espanhol Expansión.

Com esta operação, acordada com o Banco Central Europeu, a holding presidida por Isidro Fainé deixa de ser supervisionada pelo regulador europeu, que centrará a sua atenção apenas no CaixaBank. O acordo previa que a desconsolidação acontecesse até 31 de dezembro de 2017. Mas este não é o único ponto do acordo entre a holding detentora do CaixaBank e o supervisor europeu, uma vez que a holding fica também impedida de financiar-se através do banco, sendo que os seus administradores não poderão superar 40% do conselho de administração.

Com este processo de desconsolidação das contas do CaixaBank, a Fundação Bancária La Caixa fica também isenta de constituir um fundo de reserva para poder “acudir” a um possível resgate do banco, uma condição exigida pela nova lei de Cajas de Ahorro e Fundaciones Bancaria.

Esta é a segunda operação do género que a holding Criteria efetua depois de em dezembro passado ter alienado 1,7% do CaixaBank por 315 milhões de euros.

A operação que agora teve como bancos colocadores o Barclays, Citigroup, JP Morgan, Merril Lynch e Morgan Stanley realizou-se ao preço de 3,3572 euros por ação, um desconto de cerca de 3% face aos valores de mercado do banco liderado por Gonzalo Gortázar que está a comprar o BPI. A OPA ao banco português chega hoje ao fim.

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PSI-20 no vermelho. BCP afunda quase 9%

  • Rita Atalaia
  • 7 Fevereiro 2017

O pessimismo dos investidores continua a dominar a bolsa nacional. Depois de ter escapado a esta maré vermelha na sessão anterior, hoje o BCP afunda quase 9%. O BPI também cai, no último dia da OPA.

O pessimismo dos investidores continua a marcar o ritmo na bolsa nacional. O PSI-20 abriu em baixa, a perder perto de 0,7%. E As perdas estão a ser determinadas pelo setor bancário, com o BCP a afundar quase 9%. Isto depois de ter conseguido escapar à maré vermelha registada no início da semana. O BPI também cai, naquele que é o último da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o banco liderado por Fernando Ulrich.

O índice de referência nacional, o PSI-20, abriu a cair 0,67% para 4.566,06 pontos, em linha com as pares europeias. “A bolsa portuguesa deverá negociar em linha com as europeias, numa abertura marcada pela ausência de notícias empresariais relevantes”, referem os analistas do BPI, no Diário de Bolsa.

A bolsa nacional é hoje pressionada pelas perdas na banca. Destaque para o BCP, que arranca em queda de 8,77% para os 15,82 cêntimos. Isto depois de uma sessão de ganhos, onde valorizou perto de 3%. O BPI recua 1,9%, no dia em que termina o período da OPA do CaixaBank sobre o BPI. Quem tenha ações do ações do banco português e queira vendê-las ao grupo catalão ao preço de 1,134 euros, só tem até às 15h30, uma hora antes do fecho da bolsa.

 

Mas a Galp Energia também está a penalizar a praça portuguesa. A petrolífera está a ceder 0,51% para os 13,77 euros na abertura, num dia de perdas para os preços do petróleo. No retalho, a Jerónimo Martins acompanha a tendência negativa e recua 0,32%.

Do outro lado da balança, o grupo EDP ajuda a limitar as perdas do índice. A EDP está a ganhar 0,11% para os 2,66 euros, enquanto a subsidiária EDP Renováveis sobe 0,3% para 6,02 euros.

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Lone Star faz lista de créditos perdidos no Novo Banco

  • ECO
  • 7 Fevereiro 2017

A gestora que está na linha da frente para a compra do Novo Banco fez uma lista de créditos que não conseguirá recuperar. Vai usar este rol para exigir garantias ao Estado na compra.

A Lone Star, empresa na linha da frente para a compra do Novo Banco, identifica uma série de créditos considerados incobráveis na instituição liderada por António Ramalho. Entre esses estão dívidas de José Guilherme no valor de 200 milhões de euros, mas também do empresário madeirense Joe Berardo. Perante esta lista, o fundo pretende garantias estatais no caso de fechar a compra do banco.

A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios (acesso condicionado), que afirma que estes créditos se encontram na lista de ativos problemáticos para o banco, para os quais não existe qualquer garantia de pagamento.

Em relação à dívida de José Guilherme, esta terá sido já renegociada há cerca de um ano — o que quereria dizer que o Novo Banco estava à espera de recuperar os ativos. A Lone Star não segue esta expectativa. Em relação a Berardo, ainda não é conhecido qualquer valor, sabendo-se apenas que este chegou a contrair créditos na ordem dos 300 milhões.

O jornal afirma que, além de créditos, a lista de ativos problemáticos incluí imóveis penhorados e outros ativos com valor de balanço mais elevado que a avaliação da gestora. Esta solução de investigar os créditos que podem constituir risco vem no seguimento da indisponibilidade do Governo para avaliação de todos os ativos problemáticos do banco.

A gestora norte-americana pede ao Estado uma garantia para cobrir problemas como estes e outros que ainda não tenham sido assinalados pelo Novo Banco, mas que ainda podem surgir à medida que o processo avança. Esta pode chegar aos 2.500 milhões de euros.

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