Quem tem medo de Donald Trump? Wall Street

As ações norte-americanas somaram hoje a maior série de perdas desde a eleição de Trump. A política pouco ortodoxa do novo Presidente dos EUA e os resultados empresariais condicionaram as ações.

Wall Street treme com Trump. As ações norte-americanas somaram esta terça-feira a quarta sessão consecutiva de perdas, naquele que já é o mais extenso ciclo de desvalorizações desde a eleição de Donald Trump, em novembro do ano passado. Os investidores mostram assim os seus receios em torno das recentes decisões políticas controversas por parte do 45º Presidente dos EUA, mas o comportamento dos índices também foi condicionado pelos resultados empresarias.

O S&P 500, o índice que agrega as 500 principais capitalizações bolsistas norte-americanas, recuou nesta sessão 0,09%, para os 2.278,92 pontos, a quarta seguida, condicionado pelo desempenho dos setores industrial, financeiro e tecnológico. Já o índice industrial Dow Jones deslizou 0,54%, para os 19.864,09 pontos, enquanto o Nasdaq contrariou com um avanço modesto de 0,2%, para os 5.614,79 pontos, antes de serem conhecidas as contas trimestrais da Apple. O mercado antecipa que as contas da gigante tecnológica dececionem.

A Apple é apenas uma das empresas de referência que marcou para o dia de hoje para a divulgação dos seus resultados. O mesmo aconteceu, por exemplo, com a Exxon ou com a Pfizer. Os resultados de qualquer destas empresas desagradaram os investidores. O setor farmacêutico esteve, aliás, no centro das atenções no dia em que os presidentes das empresas farmacêuticas — produtoras e de investigação — reuniram com o novo Presidente dos Estados Unidos. Tal como prometeu, Trump afirmou que não vai facilitar o trabalho a esta indústria que, segundo ele, tem abusado nos preços dos produtos. De salientar que cerca de um terço dos membro do S&P 500 já apresentaram resultados esta temporada, das quais três quartos superaram as estimativas dos analistas sondados pela Bloomberg.

Os investidores estão precisamente muito focados na atuação do novo Presidente dos EUA, temendo aquele que poderá ser o impacto sobre a economia das recentes decisões políticas controversas. Entre as mais recentes, inclui-se a demissão da procuradora-geral interina dos EUA pela Casa Branca por esta se ter oposto ao encerramento das fronteiras, mas também o aviso deixado aos funcionários “rebeldes” da sua Administração de que não espera lidar com nenhum tipo de oposição interna.

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Trump: chegou a vez das farmacêuticas

O Presidente dos Estados Unidos sentou-se hoje com as farmacêuticas e afirmou que os preços têm de descer. A bem ou a mal.

Esta terça-feira foi a vez dos presidentes das empresas farmacêuticas — produtoras e de investigação — reunirem com o novo Presidente dos Estados Unidos. Tal como prometeu, Donald Trump afirmou que não vai facilitar o trabalho a esta indústria que, segundo ele, tem abusado nos preços dos produtos.

Para fazer com que estes cumpram o que prometeu, Trump fez questão de afirmar que, se os preços não descerem, vai pôr o Governo a negociar diretamente com a indústria. Atualmente são os programas de saúde, o Medicare e o Medicaid, que tratam desta negociação, mas Trump não exclui a hipótese de isto mudar em nome da concorrência: “A concorrência é a chave para baixar os preços dos medicamentos.”

Nem todas as medidas apresentadas são negativas para as empresas: Trump garantiu também que vai cortar regulações, acelerar o processo de entrada de novos medicamentos no mercado e aumentar a competição internacional. Estas a juntarem-se à já anunciada descida de impostos às empresas que voltarem para território nacional.

Os investidores reagiram positivamente a estas declarações, com o índice Nasdaq Biotechnology a subir 0,63%, assim como o S&P 500 Pharmaceuticals, Biotechnology & Life Sciences com 0,65%.

Pfizer vai ficar para trás em 2017

Esta terça-feira foi também o dia em que algumas farmacêuticas apresentaram resultados. Uma delas foi a gigante Pfizer, que apresentou os resultados do ano transato e as previsões para este ano. Em 2016, a americana totalizou 3,4 mil milhões em vendas — um aumento de 5% relativamente a 2015 — e 775 milhões em lucros.

Este ano, as receitas ficarão atrás do previsto pelos analistas, estabelecendo-se entre os 52 e os 54 mil milhões de dólares — enquanto os analistas apontavam para os 54,3 mil milhões. Isto perfaz 2,50 a 2,60 dólares por ação, comparado com os 2,59 dólares dos analistas. A culpa será dos produtos mais populares — a vacina Prevnar e o Viagra — cujas vendas diminuíram significativamente e da concorrência cerrada dos genéricos e dos biosimiliares — que poderão aumentar este ano, com a expiração de algumas patentes.

Outra farmacêutica a prestar contas foi a Eli Lilly, que conseguiu bater as estimativas dos analistas e apresentar receitas de 5,7 mil milhões de dólares relativas ao quarto trimestre de 2016. Foi um ano positivo, com a empresa a registar receitas entre 21,8 e 22,3 mil milhões de dólares.

Na conferência de apresentação de resultados, a administração da empresa avançou também que vai acelerar o trabalho que tem vindo a desenvolver na área da imuno-oncologia e que o crescimento das margens deverá beneficiar da menor dependência da insulina. A empresa, que esteve entre as que reuniram com Trump, revelou ainda que deverão surgir alterações legislativas rapidamente.

Por fim, as japonesas Astellas Pharma e Kissei Pharmaceutical fecharam o ano com receitas de, respetivamente, 10,37 mil milhões de euros e 538,3 milhões de euros.

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Quanto tempo pode levar o Estado a pagar? 469 dias

  • Margarida Peixoto
  • 31 Janeiro 2017

No final de 2016, a entidade com um prazo médio de pagamento a fornecedores mais elevado demorava um ano, três meses e duas semanas a pagar. Mas não é a única a ultrapassar o limite legal.

Quanto tempo pode ser preciso esperar para receber do Estado? 469 dias, o equivalente a um ano, três meses e duas semanas. Este foi o prazo médio de pagamento mais elevado, reportado por uma entidade pública — a Gestão Administrativa e Financeira da Cultura — referente ao quarto trimestre de 2016. Os dados foram publicados esta terça-feira.

De acordo com a Direção-geral do Orçamento (DGO), nove entidades da administração direta e indireta do Estado apresentaram prazos médios de pagamento superiores ao limite previsto na lei (60 dias). A entidade mais lenta a pagar, a que faz a gestão administrativa e financeira da Cultura, piorou o seu prazo médio de pagamento todos os trimestres, ao longo do ano passado. Começou com um prazo médio de 162 dias e terminou nos tais 469 dias. Mas este é um caso “crónico” e identificado, garante o Ministério da Cultura ao ECO.

A segunda entidade mais lenta é o Laboratório Militar e de Produtos Químicos e Farmacêuticos, que leva 106 dias a pagar. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil fica perto, com 100 dias. Das nove entidades em causa, a que fica mais perto do prazo legal, com uma média de 61 dias, é a Direção-geral do Território.

Além destas, aparece ainda o Gabinete de Planeamento e Políticas na lista, mas sem valores apurados. A DGO refere apenas que os números estão “em conferência”. Contudo, confrontando os dados com os valores de 2015, verifica-se que esta entidade era a que reportava maior atraso, com um prazo médio de pagamento no quarto trimestre desse ano de 372 dias. Em 2015, houve oito entidades com prazos de pagamento médios superiores a 60 dias.

Na administração regional, tanto a Madeira como os Açores reportaram prazos médios de pagamento superiores a 60 dias ao longo de 2015 e de 2016. No quarto trimestre de 2015, a Madeira levava em média, 305 dias a pagar. No final do ano passado o prazo médio caiu para 2017 dias. Já nos Açores houve um ligeiro aumento do prazo, de 111 dias para 119.

Teatro Camões explica atrasos da Cultura

Contactada, fonte oficial do Ministério da Cultura explicou ao ECO que a dilatação do prazo médio de pagamento da entidade de gestão administrativa e financeira da Cultura é justificada por um caso “crónico”, mas que está identificado: chama-se Teatro Camões.

O Teatro Camões, atualmente detido pela Parpública, suporta uma renda de cerca de 180 mil euros mensais, cuja responsabilidade do pagamento ao Estado está a cargo desta entidade de serviços integrados da Cultura.

A renda não é paga desde dezembro de 2011, por falta de cabimentação da verba em causa. Este caso isolado contribui assim com um prazo de pagamento anormalmente elevado para a média da entidade em causa, explica a mesma fonte.

Este é, por isso, um caso em que é uma entidade pública que se atrasa a pagar ao próprio Estado. O Ministério da Cultura garante que o Governo está à procura de uma forma de resolver o problema.

(Notícia atualizada às 21h45 com informações adicionais prestadas pelo Ministério da Cultura)

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Portugal vai fazer novas amortizações ao FMI

  • ECO
  • 31 Janeiro 2017

Com os bancos a devolver a ajuda ao Estado, Portugal tem uma margem maior para fazer novas amortizações ao FMI, disse António Costa ao lado de Ana Botín. A Presidente do Santander elogiou o Totta.

O primeiro-ministro, António Costa (E), acompanhado pela presidente do grupo Santander 5ðB@ÈfŠ—D\d(lHHÿØÿÛC $.'

O primeiro-ministro considerou hoje que Portugal pode fazer novas amortizações no pagamento da dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI), devido à “evolução positiva” do setor financeiro, que permite a devolução das ajudas públicas. Uma evolução positiva que levou Ana Botín, a presidente do Banco Santander a sublinhar que o Totta é um exemplo para o grupo.

Portugal tem “um nível de endividamento público e privado elevado. Mas está a melhorar. A dívida líquida, no ano passado, reduziu-se pela primeira vez. E a dívida bruta, sem contar com as operações de apoio ao sistema financeiro [Banif e CGD], também teria sido reduzida“, destacou António Costa, na cerimónia de inauguração do edifício sede do Banco Santander Totta.

Segundo António Costa, caso se confirme a libertação de saldos primários prevista pelo executivo, será possível “responder positivamente à gestão da dívida”. “O Estado dispõe hoje de margens de conforto da sua solidez. E a evolução positiva do sistema financeiro indica que não se repetirão as necessidades que justificaram os desenvolvimentos do ano passado”, realçou.

O primeiro-ministro apontou para a “devolução de CoCos” do Banco Comercial Português (BCP), que ascendem a 700 milhões de euros e que serão pagas ao Estado depois de concluído o aumento de capital do banco em curso, e para a devolução das verbas relativas ao auxílio ao Banco Privado Português (BPP), para considerar que será possível fazer “novas amortizações no pagamento ao FMI”.

Economia está a acelerar

Além disso, António Costa confirmou que a economia nacional está a acelerar. “Portugal está a acelerar o seu ritmo de crescimento e no terceiro trimestre do ano passado teve o ritmo mais alto de toda a União Europeia”, afirmou o governante, dizendo que, relativamente ao quarto trimestre, os dados disponíveis permitem antecipar que “não só tenha consolidado, mas até acelerado um pouco o que eram os dados do terceiro trimestre”.

E realçou: “Assistimos a um crescimento equilibrado entre a procura interna e externa. E também entre o consumo e o investimento”.

Segundo António Costa, “as empresas estão a investir” e “os dados do emprego são claríssimos“, indicando uma melhoria.

O primeiro-ministro apontou para os dados provisórios do desemprego libertados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)

“A taxa de desemprego de 10,2% significa a redução de mais de dois pontos percentuais ao longo de 2016. Em termos líquidos foram criados 100.000 postos de trabalho”, vincou.

De resto, o governante apontou também para o défice, dizendo que “hoje é seguro que o défice de 2016 não será superior a 2,3%, isto é, o défice mais baixo dos últimos 42 anos”, desde que há democracia em Portugal.

“Essa consolidação do défice foi feita num contexto que permitiu fazer uma reposição de rendimentos às famílias e redução da carga fiscal. Prosseguiremos ao longo deste ano com um objetivo muito exigente: redução do défice para 1,6% do nosso Produto” Interno Bruto (PIB), assinalou.

António Costa falava durante a cerimónia de inauguração do novo edifício-sede do Banco Santander Totta, em Lisboa, que contou também com a presença de Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), de Ana Botín, presidente do grupo financeiro espanhol Santander, e de António Vieira Monteiro, presidente do BST.

“Totta é um exemplo para o Grupo Santander”

A presidente do Banco Santander, Ana Botín, destacou a robustez financeira do Santander Totta, que conseguiu gerar resultados positivos durante os últimos anos apesar da grave crise económica que assolou Portugal.

“O Totta é um exemplo para o Grupo Santander. A sua maneira de gerar resultados é a maneira correta“, afirmou a banqueira, durante a cerimónia de inauguração da nova sede do Banco Santander Totta (BST) em Lisboa.

“Este edifício é um reflexo dos valores que temos no banco, que é o banco número um na Europa e número seis no mundo“, destacou Ana Botín, que lidera o grupo financeiro espanhol, assegurando: “Estamos aqui para contribuir para o desenvolvimento das pessoas e das empresas”.

Ana Botín aplaudiu ainda o esforço de consolidação orçamental que Portugal tem feito, a par das políticas seguidas para estimular o crescimento económico. “Os portugueses e os espanhóis trabalham no duro e os nossos países fizeram um enorme esforço nos últimos anos”, realçou a responsável.

Fernando Medina deixou um “agradecimento ao BST e a toda a administração pela decisão” de investir numa nova sede em Portugal — um investimento de 28,5 milhões de euros — vincando que “não foi uma decisão qualquer, nem num tempo qualquer”, uma vez que o país vivia então mergulhado numa profunda crise económica.

“Hoje a cidade vive tempos de investimento. Mas não me esqueço quando foi tomada a decisão, quando se viviam tempos difíceis. Foi preciso audácia, coragem e foi uma demonstração de confiança na cidade e no país”, atirou o presidente da CML.

Já Vieira Monteiro destacou que a decisão de investir neste edifício, da responsabilidade do arquiteto Frederico Valsassina, que acolhe 2.500 trabalhadores do banco só foi possível porque o BST “nunca perdeu dinheiro durante todos os anos da crise”.

Além disso, reforçou, “sempre distribuiu dividendos aos seus acionistas e sempre reforçou os seus capitais próprios por si próprio”, acrescentando que “está a ser concebido o futuro da banca”. “Estas são as nossas estratégias: ser o melhor banco comercial em Portugal e dar retorno aos acionistas”, declarou.

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Proposta de lei do PEC chegou ao Parlamento

  • Cristina Oliveira da Silva e Margarida Peixoto
  • 31 Janeiro 2017

Porposta de lei já chegou ao Parlamento. Empresas com dívidas ao fisco ou à Segurança Social não têm direito à redução do PEC.

As empresas com dívidas ao fisco e à Segurança Social não vão ter direito à redução do Pagamento Especial por Conta (PEC). A exclusão consta da proposta de lei que o Governo já apresentou no Parlamento.

“O disposto no presente artigo apenas é aplicável aos sujeitos passivos que, na data de pagamento de cada uma das prestações do pagamento especial por conta, tenham a sua situação tributária e contributiva regularizada”, indica a proposta.

Também de fora ficam as empresas que, no período de tributação iniciado em 2016 e 2017, não tenham pago rendimentos de trabalho dependente num montante mínimo de, respetivamente, 7.420 euros (o salário mínimo em 2016 pago em 14 vezes) e 7.798 euros (o salário mínimo em 2017).

Ao ECO, o Ministério das Finanças já confirmou que, das 180 mil empresas que pagaram PEC em 2016, só 122 mil “obedecem aos critérios do Governo para a redução temporária do PEC”.

A proposta de lei compromete o Governo a apresentar um novo regime simplificado de IRC, “com vista a entrar em vigor a 1 de janeiro de 2019, no sentido de simplificar a tributação das micro e pequenas empresas, reduzindo os seus deveres fiscais acessórios”.

Até lá, o PEC será reduzido. Tal como o ECO noticiou, em causa está uma medida transitória, através da qual o valor do PEC apurado de acordo com a regras em vigor é reduzido em 100 euros. O montante que daqui resultar conta ainda com uma redução adicional de 12,5%.

A lei produz efeitos a 1 de janeiro mas ainda tem de ser aprovada no Parlamento e promulgada pelo Presidente da República. A redução do PEC foi a alternativa negociada com os parceiros sociais depois de o corte das contribuições para empresas com salários mínimos ter sido travada na Assembleia da República, na sequência de apreciações parlamentares requeridas pelos partidos mais à esquerda.

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PSI-20 despede-se de janeiro em queda. BCP brilha

As ações do banco dispararam 7%, mas o PSI-20 fechou no vermelho pressionado pelos títulos do universo EDP. Lisboa seguiu as pares europeias que se mostram preocupadas com a atuação de Donald Trump.

A bolsa nacional fechou a última sessão do mês no vermelho, acumulando o pior registo mensal desde a vitória do Brexit em junho do ano passado. Nem o disparo de 7% das ações do BCP foi suficiente para ditar ganhos em Lisboa. O PSI-20 acompanhou o sentimento negativo dos pares europeus, numa altura em que os investidores se mostram receosos face à atuação do presidente norte-americano e ao impacto que esta poderá ter sobre a economia.

 

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Novo Banco duplica maioria das comissões das contas à ordem a partir de abril

  • Lusa
  • 31 Janeiro 2017

Os clientes do Novo Banco vão sentir a nova política de preços já em abril. De acordo com o novo preçário, a que a Lusa teve acesso, a maior parte das comissões duplica.

O Novo Banco vai aumentar os custos para os clientes, com destaque para as comissões das contas à ordem que a partir de abril chegam a duplicar, segundo o novo preçário enviado aos clientes a que a Lusa teve acesso.

O Novo Banco aumenta as comissões em 18 contas de depósitos à ordem com efeito a partir de 16 de abril, como por exemplo na conta Novo Banco 100% (com bonificação) que passa de 1 euro para 2,5 euros por mês. Já quem tenha a conta Novo Banco 360.º (com bonificação) passará a pagar 3,75 euros, em vez de 1,5 euros.

Ainda nas contas de depósito, são reduzidas as taxas de juro oferecidas (taxa anual nominal bruta) pela instituição financeira que passam em alguns casos para 0,0%.

As alterações ao preçário estendem-se a muitos outros serviços que o banco liderado por António Ramalho presta, como as comissões de ‘leasing’ mobiliário e imobiliário, cheques, garantias bancárias e operações com valores mobiliários.

No crédito à habitação, por exemplo, a comissão de liquidação de prestação passa de 2,15 para 3,50 euros por mês, entrando em vigor já a 18 de março. Também aumentam alguns dos valores cobrados nas transferências para contas de outros bancos: as transferências periódicas não urgentes passam de 3,75 para 5 euros quando sejam de plano fixo e de 3,90 para 5,50 euros quando sejam de plano variável, em ambos os casos em montante inferior a 50.000 euros.

É habitual os bancos alterarem os preçários, pelo menos uma vez por ano, atualizando os preços das comissões, despesas, bem como das taxas de juro, cobrados nos produtos e serviços disponibilizados. Em meados de janeiro, também a Caixa Geral de Depósitos (CGD) divulgou o novo preçário junto dos seus clientes, com alterações que produzirão efeitos a partir de abril.

O Novo Banco foi o banco de transição criado em 3 de agosto de 2014 para ficar com os ativos considerados menos problemáticos do Banco Espírito Santo (BES), então alvo de uma medida de resolução. No entanto, apesar de ter nascido como o ‘banco bom’ do ex-BES, acumula 1.800 milhões de euros de prejuízos desde a sua criação até setembro de 2016, data dos últimos resultados conhecidos, sobretudo devido ao ‘legado’ com que ficou do BES.

O banco está neste momento em processo de venda, ainda não havendo indicações de quando será concluído. Depois de o primeiro processo, lançado em setembro de 2015, ter sido cancelado com o Banco de Portugal a considerar que nenhuma proposta apresentada era interessante, no início de 2016 arrancou o segundo processo, que ainda continua.

De acordo com a imprensa, o fundo chinês Minsheng tinha a melhor proposta financeira mas não apresentou provas de que conseguiria pagar o montante oferecido, devido às restrições de movimentação de divisas na China, tendo passado para a frente das negociações o fundo norte-americano Lone Star, que chegou a exigir garantias estatais, o que o Governo não quer aceitar.

Na corrida está ainda oficialmente o fundo norte-americano Apollo/Centerbridge, que tem sido muito discreto num posicionamento sobre este tema.

A imprensa tem dado conta de que há mais interessados na instituição, nomeadamente investidores portugueses, que se poderão aliar às propostas já existentes.

Segundo o acordo feito com a Comissão Europeia, as autoridades portuguesas têm até agosto de 2017 para encontrar comprador para o Novo Banco.

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Startup portuguesa Uniplaces em destaque na BBC

A empresa de Miguel Santo Amaro mereceu destaque da BBC esta segunda-feira. Num extenso artigo, a cadeia britânica de televisão conta como uma ideia de três estudantes se transformou num negócio.

Mariano Kostelec, Ben Grech e Miguel Santo Amaro fundaram a Uniplaces há cinco anos.Fotografia: Marisa Cardoso

A Uniplaces voltou a reunir capital… mediático. A startup de origem portuguesa esteve em destaque na BBC esta segunda-feira, num extenso artigo que conta a história da empresa de Miguel Santo Amaro, Ben Grech e Mariano Kostelec. Em 2011, os três jovens começaram a trabalhar em conjunto numa casa em Ponte de Lima, desenvolvendo o site e o modelo de negócio desta companhia que emprega, atualmente, 132 pessoas.

A cadeia de televisão britânica explica também a história da Uniplaces ao longo destes mais de cinco anos de atividade, até chegar à quarta e última ronda de financiamento, em 2016, no valor de 24 milhões de dólares, ou cerca de 22,4 milhões de euros. A Uniplaces opera no segmento do alojamento para estudantes universitários e, segundo a BBC, o capital angariado tem sido usado para, sobretudo, financiar a expansão do negócio e contratar novos colaboradores.

“Queríamos ser uma startup global e, por isso, rapidamente lançamos [o negócio] em 70 cidades”, disse Miguel Santo Amaro, empreendedor português, à BBC. Não foi boa ideia, pois a empresa não foi capaz de verificar todos os quartos e propriedades incluídos na plataforma. Assim, em 2016, a Uniplaces reduziu para seis cidades e, agora, já opera plenamente em 15 cidades europeias, incluindo Lisboa, Coimbra e Porto.

No ano passado, a Uniplaces quadruplicou as receitas. Como explica a BBC, a empresa aposta num modelo de negócio em que ganha à comissão: recebe entre 20 a 25% da primeira renda paga pelo estudante e, após isso, uma fatia de 5 a 12% de todo o valor do contrato do arrendador. A primeira renda é sempre paga através do site da Uniplaces, enquanto as restantes são pagas diretamente ao proprietário.

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Carris: PCP quer alterar lei e não revogá-la

O PCP fez um pedido de apreciação parlamentar sobre o decreto-lei onde o Governo passa a gestão da Carris para a Câmara de Lisboa. No mês passada tinha feito o mesmo para a STCP. A ideia é alterar.

João Oliveira anunciou esta terça-feira que o PCP vai apresentar propostas de alteração à lei que transfere a Carris para a Câmara Municipal de Lisboa. O pedido de apreciação parlamentar dos comunistas tem por objetivo apresentar propostas de alteração e não a revogação do diploma. A discussão deverá ser agendada para a segunda quinzena de fevereiro, período sobre o qual incidirá a conferência de líderes desta quarta-feira.

O deputado comunista defendeu que “as câmaras devem ter um papel a dizer sobre a empresa”, sobre a Carris, “mas não devem deter a empresa ou ser responsáveis pela sua gestão”. João Oliveira defendeu ainda que Carris, Metro, Soflusa e Transtejo são empresas “cuja oferta deve ser articulada”, “mas não se deve confundir isso com a propriedade ou gestão da empresa”, precisou.

Na conferência de líderes de amanhã, o PCP vai propor o agendamento da discussão da apreciação parlamentar. A data exata do agendamento está depende de outros pedidos de agendamentos e da negociação com os restantes líderes parlamentes. O objetivo do PCP é que depois fazer uma proposta de alteração e não de cessação de vigência do diploma. O objetivo? Que a Carris volte a ser propriedade do Estado, sendo gerida pelo Governo, e que a STCP termine o contrato de gestão com a Área Metropolitana do Porto, voltando a gestão ao Estado.

Confrontado pelo ECO se a posição do PCP não é contra a vontade de Bernardino Soares (autarca comunista de Loures que defende uma ‘entidade supramunicipal'”, o líder parlamentar respondeu que as duas posições não são contraditórias. “Uma coisa coisa não é contraditória com a outra. Uma coisa complementa a outra”, argumentou. “A perspetiva que nós consideramos mais adequada é que a empresa seja integrada no setor empresarial do Estado, sem que se prescinda do contributo das câmaras municipais ou ao nível metropolitano”, esclareceu João Oliveira.

Uma coisa coisa não é contraditória com a outra. Uma coisa complementa a outra.

João Oliveira

Líder parlamentar do PCP

“Tal como houve até hoje este espaço de participação das autarquias locais, julgamos que isso possa continuar no futuro sem que isso signifique que sejam as autarquias a assumir a propriedade. Nunca defendemos que as câmaras devam ser afastadas de qualquer possibilidade de contribuir para haver melhores transportes públicos”, explicou João Oliveira.

A escolha do PCP por uma proposta de alteração e não pela cessação de vigência está relacionada com a incerteza. “A cessação de vigência tem um problema óbvio que é o de criar a dúvida sobre o que aconteceria às empresas neste momento em que os decretos de lei já produzem efeitos”, começou por explicar, referindo que “a perspetiva do PCP não é criar dificuldades às empresas, mas sim, pelo contrário, assegurar que as condições e perspetivas de investimento já anunciadas não se percam de vista”.

Na quinta-feira o PCP vai reunir com os trabalhadores da Carris e na próxima segunda-feira com os da STCP, no Porto. A maior parte dos trabalhadores da Carris já criticou a ação do partido neste tema, defendendo a municipalização da empresa.

Em declarações ao ECO, o candidato comunista à presidência da Câmara de Lisboa, João Ferreira, defendeu que a Carris não deve sair da esfera do Estado. O papel das câmaras dos seis conselhos que são servidos pela empresa deve incidir “na gestão da oferta, das questões da bilhética, etc, no quadro da autoridade Metropolitana dos Transportes”.

O Partido Socialista quer dialogar sobre o assunto com o PCP. O PSD não garante ainda que vota ao lado dos comunistas para viabilizar, na prática, a revogação da passagem da Carris para Fernando Medina, mas um dos vereadores social-democrata já manifestou o seu apoio por ser uma “solução melhor”.

(Atualizado às 17h50)

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BCP brilha em sessão morna em Lisboa

O disparo de 7% das ações do BCP não foi suficiente para compensar o deslize das cotadas do universo EDP. Lisboa fechou janeiro com o pior registo mensal desde a vitória do Brexit em junho último.

Após o pior registo do ano na última sessão, a bolsa nacional terminou esta terça-feira com um desempenho morno. O índice PSI-20 fechou com uma queda ligeira a última sessão do mês de janeiro, com o disparo das ações do BCP a ser insuficiente para ditar ganhos em Lisboa. O índice nacional encerra assim o primeiro mês do ano com uma queda acumulada de 4,36%. Ou seja o pior registo mensal desde junho do ano passado (-10%), mês em que o Brexit foi votado.

Na sessão de hoje, a bolsa nacional seguiu as pares europeias que encerraram em terreno negativo, contagiadas pelos receios em torno da atuação do presidente norte-americano na questão dos refugiados. O índice PSI-20 fechou a perder 0,14, para os 4.475,03 pontos, com o BCP a ser a estrela da sessão. As ações do banco liderado por Nuno Amado brilharam com um avanço de 6,98%, para o 15,64 cêntimos, naquele que foi o melhor registo do índice luso, e a primeira sessão após o fim da negociação dos direitos ao aumento de capital do maior banco privado português. A subida das ações do BCP reflete o otimismo dos investidores numa altura em que se cimentam as perspetivas de que não será necessário acionar a tomada firme da operação pelos bancos colocadores do aumento de capital.

Outras três cotadas do índice bolsista nacional também fecharam o dia em alta, com a Sonae a somar 1,4%, para os 80 cêntimos, e a Semapa e a REN a registarem subidas de 0,69% e 0,47%, para os 13,15 e 2,55 euros. De salientar ainda algo pouco habitual: seis títulos do PSI-20 terminaram inalterados. Foi o que aconteceu com o BPI, a Jerónimo Martins, as unidades de participação do fundo que detém o Montepio Geral, a Pharol, a Sonae Capital e a Galp. As ações da petrolífera fecharam a valer 13,62 euros no dia em que apresentou os dados operacionais preliminares relativos ao quarto trimestre, onde foi conhecido que produziu mais 68% de petróleo naquele período.

Já as quedas do índice bolsista nacional foram encabeçadas pela Mota-Engil, cujas ações perderam 1,83%, para os 1,61 euros. Contudo, o centro das atenções esteve nos CTT, cujas ações não conseguiram escapar às perdas. O título recuou 0,33%, para os 5,15 euros, prolongando o tombo de 13% registado na última sessão, após a revisão em baixa das suas estimativas. Uma perda que terá sido travada graças à proibição das vendas a descoberto sobre o título imposta na segunda-feira ao final do dia pela CMVM.

Já a EDP e a EDP Renováveis que foram as principais responsáveis pelo deslize do PSI-20 na sessão desta terça-feira perderam 0,44% e 0,95%, respetivamente, até aos 2,69 e 5,94 euros.

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João Ferreira: “De onde virá o dinheiro para a Carris?”

João Ferreira, candidato do PCP a Lisboa, defende que a Carris se deve manter no Setor Empresarial do Estado e a área metropolitana deve ter uma palavra a dizer na gestão.

O candidato à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, João Ferreira, é muito claro. “A Carris não devia sair da esfera do Setor Empresarial do Estado e as câmaras”, dos seis concelhos que são servidos pela empresa, devem ter “um papel determinante na gestão da oferta, das questões da bilhética, etc, no quadro da autoridade Metropolitana dos Transportes”, disse ao ECO. Caso contrário, “Lisboa sai prejudicada”.

João Ferreira considera que não faz sentido “onerar os munícipes de Lisboa” com os custos de uma empresa que serve também outros municípios.

Questionado sobre o que fará com a Carris, caso venha a ser eleito presidente da Câmara de Lisboa, João Ferreira explicou que “vai depender do quadro que se apresentar na altura, mas a preocupação será garantir um serviço à escala metropolitana”.

“Lisboa sai prejudicada se não houver uma gestão à escala metropolitana. Há que garantir que não pesa sobre o orçamento municipal e dificilmente será compatível tendo em conta que o peso dos custos que o serviço terá”, isto partindo do princípio que não haverá um aumento dos encargos, acrescenta o eurodeputado.

Como vai a Câmara de Lisboa pagar a Carris? João Ferreira também se coloca essa questão. E a conclusão a que chega é que não é possível. Mesmo que o Estado assumisse metade dos custos operacionais da empresa, tal como acontece com muitas outras empresas de transporte na Europa, “a Câmara só tens inscritos 15 milhões na rubrica do orçamento para 2017 para a mobilidade a afetar à Carris”, lembra João Ferreira, que também é vereador na câmara.

Mas o facto de ser vereador não o deixa numa posição privilegiada em termos de informação. O também candidato lamenta que o presidente Fernando Medina não seja claro quanto às formas como pretende financiar a empresa, “cujos custos operacionais são de 100 milhões de euros“. “De onde virá o dinheiro?”, questiona. “Os utentes só asseguram 50% dos custos”. “Pode vender património, mas essa não é a forma correta de gerir ou empurra a empresa para o financiamento, como tem sido feito nos últimos anos”, acrescentou. A extensão dos parquímetros a todas as zonas de Lisboa, como a zona Norte, será mais uma fonte de receita, mas “não faz sentido sobrecarregar os munícipes com mais taxas”, sublinhou.

João Ferreira acrescenta ainda: “Vamos ter a oportunidade, em 2019, quando acabarem as concessões rodoviárias na área metropolitana, de a Carris alargar a oferta. Medina não põe essa ideia de parte. Mas depois seria Lisboa a gerir um serviço que abrangeria ainda mais os outros municípios à custa do orçamento municipal de Lisboa“.

Vamos ter a oportunidade, em 2019, quando acabarem as concessões rodoviárias na área metropolitana, de a Carris alargar a oferta.

João Ferreira

Eurodeputado e candidato do PCP à Câmara de Lisboa

O eurodeputado que quer ser edil lembra também que sem transporte à porta, as pessoas optam por vir para Lisboa de carro. Perde Lisboa, perde o país pelo consumo excesso de consumo de combustíveis e pela poluição.

Quanto à polémica do momento, João Ferreira lembra que quando foi votada a municipalização da Carris na assembleia municipal da câmara de Lisboa, o PSD votou ao lado do PS nesta matéria. “Só o PCP votou contra. Vamos ver se essa maioria se vai reproduzir no Parlamento”, ironiza. “O que o PCP defende para a Carris dificilmente o PSD poderá apoiar”, conclui.

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Refugiados: Anónimos doam 24 milhões em 48 horas

  • Juliana Nogueira Santos
  • 31 Janeiro 2017

Depois de ter conseguido travar a proibição da entrada de muçulmanos no país, a ACLU, uma associação humanitária americana,recebeu mais de 24 milhões de dólares em donativos online em apenas 48 horas.

aclu_donationsSão cada vez mais — e maiores — as reações à ordem executiva assinada na sexta-feira pelo novo presidente dos Estados Unidos. Depois de ter visto a sua ação contra esta decisão aprovada pela juíza federal de Nova Iorque, Association Civil Liberties Union — ACLU — recebeu, nas 48 horas seguintes, mais de 24 milhões de dólares em donativos online.

A associação, que normalmente recebe apenas quatro milhões por ano, não só recebeu doações de 356 mil pessoas, como conseguiu angariar mais de 150 mil novos membros.

“Este é o Efeito Trump”, afirmou o presidente da ACLU Anthony D. Romero em declarações ao New York Times. “Essas 400 mil pessoas que doaram, nós não fomos atrás delas; elas vieram ter connosco. Aliás, o nosso site foi abaixo porque tivemos tantos donativos.” Os protestos que tiveram — e continuam — a ter lugar um pouco por todo o país ilustram perfeitamente este “efeito”.

A ajudar à angariação deste valor estiveram também os vários apelos feitos por celebridades que afirmaram que iriam igualar o valor doado. Sia, Rosie O’Donnel e Jessie Tyler Fergunson foram alguns dos muitos nomes a juntarem-se ao movimento #resist. A Lyft, concorrente da Uber, também prometeu doar 4 milhões à ACLU ao longo dos próximos quatro anos.

A União das Liberdades Civis na América já tinha prometido, aquando da eleição de Trump, que “iria estar vigilante” durante todo o seu mandato. Não foi preciso muito tempo até ter de entrar em ação pela primeira vez.

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