Vistos Gold: Núncio diz não ter beneficiado empresa de Lalanda de Castro

  • Lusa
  • 26 Setembro 2017

Núncio explicou que da reunião não saiu qualquer decisão fiscal sobre a empresa, dado que esses assuntos “são da exclusiva responsabilidade da Autoridade Tributária (AT)".

O ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Paulo Núncio disse esta terça-feira, no processo ‘Vistos gold’, que recebeu elementos da sociedade ILS a pedido do antigo ministro Miguel Macedo, mas que não interferiu na decisão fiscal.

Paulo Núncio admitiu que teve duas reuniões com a ILS, em que se falou do encaminhamento de doentes líbios para Portugal e de questões fiscais da empresa, após um pedido telefónico do antigo ministro da Administração Interna Miguel Macedo, arguido no processo. Porém, disse não se lembrar se Paulo Lalanda de Castro, também arguido no processo e sócio da empresa da área da saúde Intelligent Life Solutions (ILS), esteve presente.

Segundo o Ministério Público as reuniões decorreram em abril e junho de 2014. Núncio explicou que da reunião não saiu qualquer decisão fiscal sobre a empresa, dado que esses assuntos “são da exclusiva responsabilidade da Autoridade Tributária (AT)”, para onde o assunto foi reencaminhado.

Foi logo dito que não iria ser tomada qualquer decisão porque a matéria era da competência da Autoridade Tributária”, frisou Paulo Núncio, garantindo que não teve “qualquer contacto nem deu qualquer instrução específica” à AT sobre as questões fiscais da empresa. “Não houve qualquer interferência nem decisão da minha parte”, insistiu.

O ex-governante explicou ainda ao tribunal ser “usual outros membros do Governo reencaminharem pessoas para serem recebidas no Ministério quando se tratava de assuntos fiscais”, pelo que, não viu nada de estranho no telefonema de Miguel Macedo a pedir para receber responsáveis da sociedade. Segundo a acusação do MP, Miguel Macedo terá intercedido junto de Paulo Núncio para alegadamente obter uma decisão favorável no âmbito de um processo de reembolso de IVA à ILS, num montante superior a um milhão de euros.

Em causa no processo Vistos ‘Gold’, que conta com 21 arguidos, estão crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, prevaricação, peculato de uso, abuso de poder, tráfico de influência e branqueamento de capitais.

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Enfermeiros querem aumento mínimo de 400 euros. Ministro diz que é “incomportável”

  • Lusa
  • 26 Setembro 2017

O Governo tinha proposto a atribuição de um subsídio imediato de 150 euros para os enfermeiros especialistas. Os enfermeiros querem, no mínimo, 400 euros, o ministro recusa.

Os enfermeiros podem voltar à greve a 16 de outubro caso o Governo não satisfaça um conjunto de reivindicações entregues à tutela e que incluem um aumento mínimo de 400 euros para todos os profissionais, segundo fonte sindical. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já adiantou que essa proposta é “absolutamente incomportável” do ponto de vista orçamental.

José Azevedo, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros (SE), falava à Lusa no final de uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, a quem foi entregue um caderno reivindicativo, no âmbito das negociações em curso e que até agora não têm chegado a bom porto.

Segundo o dirigente de SE, os enfermeiros exigem a resolução imediata das faltas injustificadas que foram marcadas aos enfermeiros que participaram na greve que decorreu entre 11 e 15 deste mês, alegadamente por o protesto ter sido marcado de forma irregular.

O horário de 35 horas para todos os enfermeiros e o retomar das negociações do acordo coletivo foram outras das reivindicações apresentadas pela Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE), da qual faz parte o SE e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE).

A outra exigência está relacionada com o valor do aumento, com a FENSE a exigir um valor mínimo de 400 euros “para todos os enfermeiros” e não apenas para os enfermeiros especialistas.

Para o ministro da saúde, as propostas que algumas estruturas sindicais têm feito, nomeadamente os enfermeiros, “são na sua maioria sensatas, mas algumas não o são” devido ao impacto orçamental. Considera, por isso, que as expectativas dos profissionais são “legítimas”, mas assinala que não devem ser “irrealistas”.

O Governo tinha proposto a atribuição de um subsídio imediato de 150 euros para os enfermeiros especialistas, uma medida transitória até à negociação das carreiras em 2018, a qual não foi aceite.

Para José Azevedo, nem o valor do subsídio, nem o facto de ser apenas para os enfermeiros especialistas, merece o acordo da FENSE.

Segundo o dirigente sindical, caso o governo não responda positivamente a estas reivindicações, até sexta-feira, será marcada uma nova greve de cinco dias, a partir de 16 de outubro.

“Para já avançaremos com uma greve de cinco dias, a qual poderá depois passar a tempo indeterminado”, disse.

Adalberto Campos Fernandes sublinhou a sua disponibilidade para debater o novo acordo de trabalho coletivo, mas propôs que a discussão se tivesse só depois da entrega do Orçamento de Estado, exatamente a 16 de outubro.

O ministro da Saúde disse que a tutela “tudo fará até ao último minuto para que o acordo exista” e acredita que “o bom senso vai prevalecer. No entanto, frisou que bom senso não significa “ceder a propostas irrealistas nem ceder em condições que são insuportáveis para o conjunto do Estado e dos portugueses”.

Está marcada uma outra greve de enfermeiros, convocada por um outro sindicato (Sindicato dos Enfermeiros Portugueses), para os dias 3, 4 e 5 de outubro.

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Finanças pedem a governador que se retrate. Carlos Costa em silêncio

  • Margarida Peixoto
  • 26 Setembro 2017

O governador do Banco de Portugal não reagiu ao pedido por parte do Ministério das Finanças para se retratar e passou ao largo do tema da independência dos bancos centrais.

Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, não reagiu à polémica criada com o Ministério das Finanças.Paula Nunes / ECO 26 setembro, 2017

Silêncio: foi assim que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, reagiu esta terça-feira à polémica criada com o Governo a propósito de declarações suas sobre “as tentações” de limitar a independência dos bancos centrais. Mesmo depois de o Governo ter pedido a Carlos Costa que se retrate, o responsável não tocou no assunto.

Durante o discurso de encerramento da conferência sobre gestão de riscos nos bancos centrais, que decorreu em Lisboa, o tema da independência foi aflorado muito ao largo, e sempre num contexto europeu. Carlos Costa sublinhou apenas a importância de “reconciliar a independência” com a “missão” dos bancos centrais e de “preservar a independência.”

Confrontado pelos jornalistas no final do evento, o governador não quis prestar declarações.

Ontem, depois de sublinhar a importância do papel do Banco Central Europeu, Carlos Costa disse que “as tentações de reduzir a independência não são uma característica só dos países do Sul. (…) Não é só uma questão dos portugueses, coloquem dinheiro num lado qualquer e a tentação vai surgir.”

“É lamentável,” reagiu fonte oficial do Ministério das Finanças, ao ECO. “Nunca foi essa a postura nem a forma como o Ministério Finanças se relacionou com o Banco de Portugal. Esperamos que o senhor governador se retrate das declarações que fez em nome de um relacionamento institucional saudável.”

Bancos centrais estão a tentar “reequilibrar a ponte”

Sobre os riscos que os bancos centrais enfrentam neste momento, Carlos Costa focou-se no facto de estarem a assumir o papel de “reequilibrar uma ponte” em que todos foram para um só lado. “Estamos em águas nunca antes navegadas,” defendeu, “estamos à procura de novos territórios em termos económicos e financeiros,” sublinhou.

"Quando uma ponte fica desequilibrada, é muito difícil reequilibrá-la. O que estamos a pedir aos bancos centrais é que reequilibrem a ponte quando todos foram para o mesmo lado.”

Carlos Costa

Governador do Banco de Portugal

“Quando uma ponte fica desequilibrada, é muito difícil reequilibrá-la. O que estamos a pedir aos bancos centrais é que reequilibrem a ponte quando todos foram para o mesmo lado. Não há procura suficiente no mercado e o que se pede ao banco central é que substitua essa procura,” frisou.

O governador explicou que os bancos centrais “estão num momento muito especial” porque estão a tomar risco não só na medida em que têm um portefólio para gerir, mas também porque têm de dirigir a política monetária num ambiente de baixa inflação.

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João Lourenço anuncia mais investimento público na imprensa angolana

  • Lusa e ECO
  • 26 Setembro 2017

Presente na cerimónia, Marcelo Rebelo de Sousa foi aplaudido, mas também assobiado pelo público presente. Também esta terça-feira, a UE notou que existe em Angola um compromisso com a democracia.

João Lourenço, general na reserva, de 63 anos, foi investido esta terça-feira, pelas 12:15, no cargo de Presidente da República de Angola, o terceiro que o país conhece desde a independência, em novembro de 1975. O ato, presenciado por convidados nacionais e internacionais e milhares de populares, decorreu no Memorial António Agostinho Neto, em Luanda, no mesmo local e dia (26 de setembro) em que José Eduardo dos Santos foi investido pela última vez como chefe de Estado Angolano, após as eleições de 2012. No discurso da tomada de posse, o novo Presidente anunciou que vai aumentar o investimento público na comunicação social.

A cerimónia, que contou com a presença de cerca de duas dezenas de chefes de Estado e do Governo – incluindo Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente português e fortemente aplaudido pelos presentes – iniciou-se pelas 12:00, orientada pelo juiz conselheiro presidente do Tribunal Constitucional, Rui Ferreira, que proclamou a eleição de João Lourenço e de Bornito de Sousa para os cargos, respetivamente, de Presidente e vice-Presidente angolanos. Segundo a SIC Notícias, Marcelo também foi assobiado.

No discurso que dirigiu aos angolanos, João Lourenço elencou como uma das suas prioridades a municipalização dos serviços públicos e o combate às assimetrias regionais. “Nenhuma governação será bem-sucedida sem um diálogo aberto com as diferentes forças sociais”, afirmou, indicando que irá aproximar os sindicatos e as ordens de trabalho ao Governo. O recém-eleito Presidente de Angola admitiu que Angola “está longe” de atingir o “ideal” quanto à liberdade de imprensa. “Neste mandato vamos assegurar um maior investimento público no setor da comunicação social de modo a que os angolanos tenham acesso a uma informação fidedigna em todo o território nacional“, anunciou, em declarações transmitidas pela RTP3.

Nenhuma governação será bem-sucedida sem um diálogo aberto com as diferentes forças sociais.

João Lourenço

Presidente de Angola

Além disso, o presidente enumerou uma lista de países “importantes” para Angola, tendo excluído Portugal. A lista incluía os Estados Unidos, a Rússia, a China, o Japão e a Coreia do Sul.

Pelas 12:10, João Lourenço prestou juramento à nação, com a mão direita sobre a Constituição da República de Angola, assinando o termo de posse, cinco minutos depois. Já investido nas funções de novo Presidente da República, João Lourenço deslocou-se ao local onde se encontrava o Presidente cessante, José Eduardo dos Santos, para este lhe colocar o colar presidencial e lhe ceder o lugar, o que aconteceu pouco depois.

O ato marcou a saída do poder de José Eduardo dos Santos, que liderava o país desde 1979 – o segundo Presidente há mais tempo no poder em todo o mundo – e que não se recandidatou ao cargo nas eleições de 23 de agosto último. A cerimónia terminou com o desfile dos três ramos das Forças Armadas Angolanas, seguindo-se a execução do hino nacional e disparos de 21 salvas de canhão.

O novo Presidente angolano, João Lourenço, assumiu o compromisso de “tratar” dos “problemas da nação” ao longo do mandato de cinco anos que hoje iniciou, com uma “governação inclusiva”.

“Neste novo ciclo político que hoje se inicia, legitimado nas urnas, a Constituição será a nossa bússola de orientação e as leis o nosso critério de decisão”, apontou João Lourenço, durante a cerimónia de investidura, que decorreu esta terça-feira em Luanda, falando pela primeira vez como novo Presidente de Angola.

“Uma vez investido no meu cargo, serei o Presidente de todos os angolanos e irei trabalhar na melhoria das condições de vida e bem-estar de todo o nosso povo“, afirmou o chefe de Estado, que na mesma cerimónia recebeu simbolicamente o poder das mãos de José Eduardo dos Santos, que estava no cargo há 38 anos. “Cumpriu a sua missão com um brio invulgar”, reconheceu João Lourenço, referindo-se ao Presidente cessante.

Numa intervenção de quase uma hora, perante milhares de pessoas, duas dezenas de chefes de Estado e do Governo e centenas de convidados nacionais e internacionais, João Lourenço enfatizou a melhoria das condições de vida dos angolanos será prioritária. “Para corresponder à grande expectativa criada em torno da minha eleição e a confiança renovada no MPLA, governarei usando todos os poderes que a Constituição e a força dos votos dos cidadãos expressos nas urnas me conferem”, disse ainda.

Recordando que a “construção da democracia deve fazer-se todos os dias”, apontou que essa missão “não compete apenas aos órgãos do poder do Estado”, sendo antes “um projeto de toda a sociedade, um projeto de todos nós”. “Vamos por isso construir alianças e trabalhar em conjunto para podermos ultrapassar eventuais contradições e engrandecer, assim, o nosso país“, exortou.

Numa aparente crítica aos partidos da oposição, que questionam os resultados oficiais das eleições gerais de 23 de agosto, João Lourenço afirmou, perante os aplausos do público que “o interesse nacional tem de estar acima dos interesses particulares ou de grupo, para que prevaleça a defesa do bem comum”.

UE nota “sinal claro” de compromisso com democracia

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini, disse esta terça-feira que o recente processo eleitoral em Angola é um “sinal claro” do compromisso do país com a democracia. “O processo das eleições gerais, que levaram a uma transição política pacífica, foi um sinal claro do compromisso do povo angolano com a democracia”, salientou Mogherini, num comunicado divulgado no dia em que o novo Presidente, João Lourenço, é empossado no cargo.

Federica Mogherini adiantou ainda que a UE “está disponível para apoiar futuros processos eleitorais, nomeadamente no acesso equitativo aos media e na reforma da legislação eleitoral em linha com os princípios internacionais de abrangência e transparência”. O novo Presidente angolano, João Lourenço, tomou esta terça-feira posse em Luanda, numa cerimónia com mais de mil convidados nacionais e estrangeiros, incluindo 30 chefes de Estado e de Governo, entre os quais o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa.

João Lourenço foi confirmado como novo Presidente de Angola no dia 6 de setembro, data em que a Comissão Nacional de Eleições divulgou os resultados definitivos das eleições gerais de 23 de agosto, que deram a vitória com 61% ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder há 42 anos).

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) foi a segunda força política mais votada, com 26,67% dos votos, seguindo-se a coligação de partidos Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), com 9,44%. A oposição contestou os resultados junto do Tribunal Constitucional, mas os recursos foram chumbados.

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Tecnológicas norte-americanas pagam poucos impostos, diz a UE

  • ECO
  • 26 Setembro 2017

A União Europeia pretende fazer frente às empresas que aproveitam as baixas taxas de impostos em países como a Irlanda. Facebook e Google são algumas empresas na mira.

A União Europeia pretende aumentar a carga fiscal sobre empresas tecnológicas norte-americanas. Companhias como a Google ou o Facebook têm vindo a declarar os seus rendimentos em países de baixa tributação como a Irlanda ou o Luxemburgo, reduzindo assim a fatura fiscal. A notícia é avançada por fonte próxima das companhias à Reuters.

Segundo a mesma fonte, a UE ameaçou avançar sozinha com um imposto sobre o volume de negócios ou outras medidas de curto prazo. O bloco pretende ainda implementar o levantamento de impostos sempre que uma empresa apresente uma plataforma virtual num determinado país, e não apenas uma sede física.

Estas alterações serão adicionadas à revisão das regras de tributação sobre empresas, atualmente em discussão junto do Parlamento Europeu.

Paul Tang, legislador da UE, dá o exemplo da Amazon, que tem sede fiscal do Luxemburgo e ficou isenta de pagar impostos entre 2013 e 2015 por não ter registado lucros.

A presidente da Câmara do Comércio dos EUA na UE, Susan Danger, refere que a decisão pode trazer consequências, nomeadamente reduzindo investimento, afetando postos de trabalho e penalizando startups e empresas de menores rendimentos. A representante norte-americana acrescenta ainda que a criação de uma base fiscal única em toda a UE afetará a competitividade e o crescimento do bloco, caso não esteja alinhada com regras reconhecidas a nível internacional.

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Galp em máximos de 2011. Passa a ser a cotada mais valiosa do PSI-20

  • Juliana Nogueira Santos
  • 26 Setembro 2017

Nesta sessão, a petrolífera já avançou mais de 1%, renovando máximos de outubro de 2011. Com um valor de mercado de 12,4 mil milhões de dólares, passa a ser a cotada mais valiosa.

Petróleo em máximos, Galp Energia em máximos. Numa altura em que o “ouro negro” negoceia acima dos 58 dólares por barril, a petrolífera portuguesa já tocou máximos de 2011 e passa assim a ser a cotada mais valiosa do principal índice bolsista português.

As ações da Galp Energia seguem a valorizar 0,67% para os 15,055 euros, mas já renovaram máximos de 27 de outubro de 2011. A cotada já esteve a escalar 1,27% para 15,145 euros. Esta subida acompanha os movimentos do setor petrolífero, cujos preços estão também em valores máximos.

Galp renova máximos de outubro de 2011

Fonte: Bloomberg

Com a OPEP e a Rússia a reforçarem os esforços para tentar reduzir o excedente de matéria-prima, ao mesmo tempo que o fornecimento na zona do Iraque poderá sofrer golpes geopolíticos, o barril do Brent, negociado em Londres negoceia nos 58,65 dólares, o valor mais alto registado desde julho de 2015.

Assim, a petrolífera é agora a cotada mais valiosa do PSI-20, com um valor de mercado de 12,4 mil milhões de euros. Supera assim a EDP, que conta com um valor de mercado de 11,8 mil milhões de euros, numa altura em que a elétrica também negoceia em valores máximos desde 2015.

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Ações ao portador acabaram. Dúvidas sobre a conversão? Esclareça-as

  • ECO
  • 26 Setembro 2017

As ações ao portador vão desaparecer. Há um prazo de seis meses para que seja feita a conversão, processo que pode suscitar algumas dúvidas. A CMVM dá uma ajuda. Leia as respostas do regulador.

Vão desaparecer do mercado as ações ao portador. Foi proibida a emissão de valores mobiliários ao portador e tornada obrigatória a conversão das ações ao portador em títulos nominativos. Há um prazo de seis meses para se realizar essa conversão, sem custos, mas se tem dúvidas como vai decorrer este processo, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) dá uma ajuda.

Depois de promulgado a 19 de setembro pelo Presidente da República, e após aprovação em Conselho de Ministros a 7 de setembro, no seguimento da lei publicada em maio que proibiu a emissão de valores mobiliários ao portador e alterou os códigos das Sociedades Comerciais e dos Valores Mobiliários, foi revelado o regulamento em Diário da República que isenta os investidores de custos na conversão.

Esta conversão das ações ao portador em títulos nominativos visa trazer maior transparência ao mercado, já que os títulos nominativos vão permitir identificar o titular dessas mesmas ações, salvaguardando a transparência e segurança jurídica. O prazo para que se faça a conversão já arrancou, mas há sempre dúvidas. Leia as respostas do regulador liderado por Gabriela Figueiredo Dias.

O que são valores mobiliários ao portador (VMP)?

São VMP todas as ações, obrigações ou quaisquer outros valores representativos de capital ou de dívida em relação aos quais o respetivo emitente não tenha a faculdade de conhecer, a todo o momento, a identidade dos titulares desses valores mobiliários.

No caso de VMP titulados, não consta dos respetivos títulos o nome dos titulares, sendo apenas necessário para a transmissão ou constituição de ónus sobre esses VMP a entrega dos títulos ao adquirente ou beneficiário desse ónus (ou a banco depositário por eles indicado). Para exercer os direitos inerentes a esses VMP, tal como direito de voto, direito a dividendos ou direito a juros, na medida em que não existe qualquer registo sobre a titularidade desses VMP junto do emitente, o possuidor dos títulos deverá apresentá-los junto do emitente ou, se estiverem junto de um banco depositário, apresentar certificado por este emitido atestando a titularidade dos VMP.

Com a conversão dos VMP, em valores mobiliários nominativos, o emitente passa a ter a faculdade de conhecer, a todo o momento, a identidade dos respetivos titulares de acordo com os respetivos registos de titularidade.

Quais os valores mobiliários sujeitos a conversão?

Todos os VMP, com exceção da dívida pública direta do Estado emitida nos termos previstos na Lei n.º 7/98, de 3 de fevereiro (conforme resulta do Decreto-Lei n.º 81-B/2017 de 7 de Julho).

A quem cabe a iniciativa do processo de conversão?

A conversão de VMP é obrigatória e o respetivo processo de conversão deve ser promovido pelos emitentes. Com efeito, é da competência dos emitentes praticar uma série de atos no contexto da conversão de VMP, designadamente, aprovar a deliberação de alteração dos contratos de sociedade e demais documentos relativos às condições de emissão, a publicação do anúncio a que se refere o artigo 3.º do Decreto-Lei, a apresentação do pedido de inscrição de alterações ao registo comercial, a atualização do registo da emissão e, no caso dos VMP titulados, a substituição/alteração dos títulos.

para o ato de conversão, é necessária a intervenção de outras entidades. Todavia, o Decreto-Lei prevê, em caso de inércia dos emitentes, a atuação de outras entidades findo o período transitório legalmente previsto.

Qual a atuação esperada dos titulares de VMPs?

Sem prejuízo da iniciativa do processo de conversão caber aos emitentes, recomenda-se que os titulares de VMP sob a forma titulada, que não estejam integrados em sistema centralizado, contactem com a maior brevidade possível os emitentes para se informarem dos prazos e demais aspetos para procederem à necessária entrega dos respetivos títulos para a conversão nos termos indicados infra.

No caso de VMP sob a forma escritural, estando as formalidades do processo de conversão a cargo do emitente e do intermediário financeiro responsável pelo registo desses VMP, os respetivos titulares não necessitam de praticar qualquer ato no âmbito do processo de conversão.

Como se processa a conversão?

O ato de conversão opera, a expensas do emitente:

(i) através de anotação na conta de registo individualizado dos valores mobiliários escriturais ou dos valores mobiliários titulados integrados em sistema centralizado, realizado pelas entidades registadoras.
e

(ii) por substituição dos títulos ou por alteração das menções deles constantes relativamente aos valores mobiliários titulados não integrados em sistema centralizado, promovida pelo emitente.

Nesta última situação, a conversão apenas se pode dar por concluída com a efetiva substituição/alteração dos títulos, o que implica a respetiva entrega, para esse efeito, por parte de quem os tenha em sua posse.

Qual o prazo para a conversão? E no caso de VMP titulados?

O prazo para a conversão corresponde ao período transitório, i.e., seis meses a contar da entrada em vigor da Lei n.º 15/2017, de 3 de maio, ou seja, dia 4 de novembro de 2017.

Uma vez que, no caso dos valores mobiliários titulados não integrados em sistema centralizado o ato de conversão apenas se pode dar com a efetiva substituição/alteração dos títulos, é fixado um prazo para a entrega dos mesmos ao emitente até 31 de outubro de 2017 para que este possa proceder às formalidades com vista à conversão atempadamente.

A conversão dos VMP titulados só pode operar relativamente a todos os títulos em simultâneo?

No caso dos valores mobiliários titulados não integrados em sistema centralizado a conversão apenas se pode dar uma vez ocorrida a respetiva entrega por parte de quem os tenha em sua posse. Considerando que a não conversão dos VMP tem consequências jurídicas e financeiras, não seria justo que todos os titulares de VMP tivessem de suportar essas consequências e esperar pelos inadimplentes. Assim, a conversão deverá dar-se de acordo com a disponibilização dos títulos ao emitente para que seja operada a respetiva conversão, aplicando-se as consequências legalmente previstas aos VMP que não tenham sido apresentados ao emitente até efetiva conversão.

No caso de VMP titulados não integrados em sistema centralizado, quem tem legitimidade para apresentar os títulos ao emitente (ou ao intermediário financeiro que o represente) para que este proceda às formalidades devidas para a conversão?

A legitimidade para apresentar os títulos recai:

(i) nos titulares,

(ii) no depositários se os titulares das contas assim os instruírem para o efeito ou

(iii) em outras entidades que tenham os títulos em sua posse e que tenham interesse na conversão, por exemplo, os credores pignoratícios ou, no caso de apreensão judicial, o tribunal.

As formalidades devidas para a conversão devem ser praticadas pelo emitente a não ser que este tenha indicado no anúncio a que se refere o artigo 3.º do Decreto-Lei que os títulos devem ser apresentados a um IF designado para o efeito.

Quando os VMP titulados não integrados em sistema centralizado estão depositados junto de um intermediário financeiro (IF) este tem a obrigação de apresentar os títulos ao emitente (ou ao IF que o represente) ou são os respetivos titulares que os têm que levantar para procederem dessa forma?

O n.º 6 do artigo 3.º do Decreto-Lei visa assegurar que os IF depositários de VMP avisam os seus clientes, através de suporte duradouro (tal como correio eletrónico, via extrato das contas de VMs on line ou correio), que os VMP têm que ser convertidos em nominativos e quais são as consequências da não conversão. Trata-se de uma obrigação de informação. Os depositários só têm de apresentar os títulos ao emitente ou IF que o represente se os titulares das contas assim o solicitarem/acordarem com esses IF.

Quando se deve proceder à alteração do contrato de sociedade tendo em conta a conversão?

Tendo em conta o curto período transitório, a alteração do contrato de sociedade não deve estar condicionada pela efetiva conversão, até porque no caso dos valores mobiliários titulados não integrados em sistema centralizado a efetiva conversão da totalidade dos títulos pode ser morosa e não está ao alcance do emitente na medida em que depende da apresentação por parte de quem os tenha em sua posse.

Assim, a deliberação de alteração do contrato de sociedade deve ocorrer em cumprimento do previsto na Lei n. º15/2017, de 3 de maio e da nova redação dos artigos 272.º e 299.º do Código das Sociedades Comerciais independentemente da efetiva conclusão do processo de conversão.

Quais as consequências de não converter VMP?

Até ao fim do período transitório devem ser convertidos em nominativos todos os VMP, cabendo esse impulso aos emitentes.

Nos casos em que os emitentes o não façam em tempo útil:

(i) Os VMP integrados em sistema centralizado são convertidos pela entidade gestora de sistema centralizado no último dia do período transitório, nos termos a definir pela entidade gestora, devendo esse facto ser objeto de um anúncio;

(ii) Os VMP escriturais registados num único IF são convertidos, por esse IF, nessa mesma data, devendo esse facto ser comunicado ao emitente;

(iii) Os VMP titulados não integrados em sistema centralizado apenas conferem legitimidade para a solicitação do registo a favor dos respetivos titulares — suspendendo-se quaisquer outros direitos de qualquer natureza —, devendo ainda, no caso de VMP titulados, serem apresentados junto do emitente (ou IF que o represente) os respetivos títulos para substituição ou alteração das respetivas menções e para que sejam atualizados, de modo a refletir a conversão.

No caso de VMP titulados não integrados em sistema centralizado que não tenham sido convertidos findo o período transitório legalmente previsto, devido a inércia do emitente, o que podem fazer os titulares de VMP?

Conforme resulta do n.º 2 do artigo 2.º da Lei n.º 15/2017 de 3 de maio, e do artigo 7.º do Decreto-Lei, findo o período transitório, fica proibida a transmissão dos VMP e suspenso o exercício de quaisquer direitos inerentes a esses VMP. Todos os rendimentos devidos pelo emitente cujo pagamento aos respetivos titulares se encontre suspenso devido à não conversão dos VMP devem ser depositados pelo emitente junto de uma única entidade legalmente habilitada para o efeito, em conta aberta pelo emitente.

Os titulares dos VMPs têm o direito de, a qualquer momento, apresentarem os respetivos títulos ao emitente e solicitarem que este (i) pratique todos os atos necessários à conversão dos seus VMPs em nominativos e (ii) emita as devidas instruções à entidade junto da qual se encontre aberta a conta onde estejam depositados os rendimentos cujo pagamento se encontrava suspenso para entregar (vg. transferir) os montantes que lhes sejam devidos (vg. para a conta bancária a indicar pelos titulares desses VMPs ao emitente).

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Auditoria: Elementos da Proteção Civil têm licenciaturas

  • Lusa
  • 26 Setembro 2017

A autoria encomendada pelo Ministério da Administração Interna concluiu que os elementos da Autoridade Nacional de Proteção Civil têm licenciatura, mas não responde à questão das equivalências.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) concluiu que todos os dirigentes e elementos da estrutura operacional têm documento comprovativo de licenciatura, numa auditoria pedida pelo secretário de Estado da Administração Interna, que foi divulgada esta terça-feira.

“Todos os dirigentes e elementos da estrutura operacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil possuem documento comprovativo de detenção de licenciatura”, indicou à agência Lusa o Ministério da Administração Interna (MAI), dando conhecimento da conclusão da ANPC.

Na passada quarta-feira, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, determinou, à ANPC, através da Direção Nacional de Auditoria e Fiscalização, “a verificação do cumprimento de habilitação com grau de licenciatura por parte de todos os dirigentes e de todos os elementos da estrutura operacional a desempenhar funções” na Proteção Civil.

A questão das habilitações na Proteção Civil foi suscitada pela denúncia de que o comandante nacional operacional da ANPC, Rui Esteves, que entretanto se demitiu, obteve a sua licenciatura com 32 equivalências num total de 36 unidades curriculares.

A mesma situação foi levantada para outros dois comandantes operacionais em relação às suas licenciaturas em Proteção Civil, que, à semelhança de Rui Esteves, foram obtidas na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

A nota sobre a auditoria enviada esta terça-feira pelo MAI é omissa em relação à questão das equivalências.

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Euro em mínimos de um mês. Volta a valer menos de 1,18 dólares

O euro prolonga a maior queda diária do ano. Está a ser pressionado pelo resultado das eleições na Alemanha, enquanto os investidores se desfazem de posições longas antes do discurso de Janet Yellen.

A moeda única volta a estar sob pressão nesta terça-feira. O euro segue em terreno negativo, negociando em mínimos de mais de um mês, abaixo dos 1,18 dólares. A divisa europeia está a ser penalizada pelo resultado eleitoral das legislativas alemãs deste fim de semana. Mas também em resultado da diminuição das apostas na subida do euro por parte dos investidores, no dia em que aguardam com alguma expectativa pelo discurso de Janet Yellen que acontece nesta terça-feira.

Euro sob pressão, em mínimos de um mês

Fonte: Bloomberg | Valores em dólares

O euro desvaloriza 0,43%, para os 1,1798 dólares, nível mínimo desde 25 de agosto. Essa quebra prolonga a maior perda diária registada na sessão de segunda-feira, dia em que a moeda única perdeu 0,86%, com os investidores a revelarem os seus receios relativamente ao desfecho final das eleições legislativas na Alemanha que ditaram uma maioria relativa ao partido de Angela Merkel e que obrigam a negociações com outros partidos no sentido de conseguir formar governo.

Contudo, este não será o único fator a influenciar o rumo do euro nesta sessão. Os investidores estão a reduzir as suas apostas na subida da moeda única da Zona Euro, ainda antes de a presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos discursar ao final do dia de hoje. O mercado revela ainda as suas dúvidas relativamente à atuação do BCE em termos da sua política de estímulos, depois de na segunda-feira Mário Draghi ter dito que a volatilidade da moeda única é uma fonte de incerteza que requer monitorização, defendendo ainda ser necessário um “amplo” grau de políticas acomodatícias no espaço do euro.

(Notícia atualizada às 12h05 com mais informação)

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Opte por dívida portuguesa e não espanhola: é o conselho da JP Morgan

  • ECO
  • 26 Setembro 2017

JP Morgan aconselha os investidores a venderem títulos de dívida espanhola o quanto antes e a adquirirem títulos de dívida portuguesa e alemã. Nas causas está o clima que se vive na Catalunha.

Os analistas da JP Morgan aconselham os investimentos em dívida portuguesa, ao invés dos investimentos em dívida espanhola. E, tudo isto, devido ao clima de tensão que se tem vivido na Catalunha.

A sociedade gestora deixou um conselho aos seus clientes: vender dívida espanhola e adquirir títulos da dívida portuguesa e alemã. E devem fazê-lo o quanto antes, porque o movimento de independência da Catalunha vai trazer consequências na bolsa a curto prazo e provocar sérias perdas.

"A equipa da JP Morgan recomenda diminuir posições na dívida a dez anos espanhola e apostar em Portugal e na Alemanha.”

Comunicado enviado pela JP Morgan

Bloomberg

No documento, os analistas alertam ainda para o facto de, até ao momento, a reação do mercado face ao referendo do próximo dia 1 de outubro foi muito morna. “A crise institucional que Espanha sofre como consequência do separatismo da Catalunha está a ser analisada com uma certa complacência por parte dos investidores, que deveriam estar a adotar posições curtas”, consta no comunicado.

A JP Morgan antecipa ainda que haverá consequências para a dívida empresarial, com subidas de dez a 15 pontos-base. A Gas Natural, Repsol e Iberdrola serão alguns desses exemplos. Esses efeitos negativos já foram sentidos em outras empresas, como a o Banco Sabadell ou a CaixaBank, que sofreu uma queda significativa de quase 4%, correspondendo ao pior valor do dia.

Como se não bastasse, o principal índice de referência espanhol, Ibex, sofreu uma queda de 1% e esteve perto de perder mais de dez mil pontos, numa sessão onde as restantes praças europeias fecharam quase planas. “A incerteza política em Espanha continua a criar uma falha entre o Ibex e os restantes índices europeus”, adiantou o Self Bank.

As advertências, tanto do mercado como de analistas e investidores, vêm sendo cada vez mais. Carlos Perelló, diretor geral da Natixis para Portugal e Espanha, advertiu numa entrevista que “se a situação se tornar tensa, com a violência nas ruas e o confronto entre as diferentes forças policiais, a Espanha acabará imediatamente com todo o investimento estrangeiro”.

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Marcelo recebe partidos após autárquicas

O Presidente da República reúne com os partidos com assento parlamentar nos dias 2 e 3 de outubro.

Marcelo Rebelo de Sousa vai receber o PS, PSD, CDS, BE, PCP, Os Verdes e o PAN após as eleições autárquicas de dia 1 de outubro, domingo. O Presidente da República terá reuniões com os partidos políticos representados no Parlamento nos dias 2 e 3 de outubro.

Terminado que estará o período eleitoral e antes da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2018, o Presidente da República retoma no início da próxima semana, dias 2 e 3 de outubro, as habituais reuniões com os partidos políticos representados na Assembleia da República“, lê-se numa nota de agenda publicada no site da Presidência.

As reuniões da próxima segunda e terça-feira ocorrem antes do debate sobre o Orçamento do Estado para 2018 que deverá ser apresentado no dia 13 de outubro. Após as audições, na quarta-feira o primeiro-ministro enfrentará o primeiro debate quinzenal da nova sessão legislativa.

Esta semana os trabalhos parlamentares foram interrompidos por causa do período de campanha eleitoral. As eleições autárquicas realizam-se a 1 de outubro.)

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Bruxelas quer estender direitos laborais à economia de partilha

  • ECO
  • 26 Setembro 2017

Até ao final do ano, a Comissão Europeia pretende apresentar uma proposta de atualização à legislação laboral, estendendo os direitos básicos aos trabalhadores abrangidos pela economia de partilha.

A Comissão Europeia quer estender os direitos laborais aos trabalhadores da chamada gig economy, ou economia de partilha, um modelo adotado por empresas como a Uber, que contratam temporariamente profissionais altamente qualificados e sem um horário mínimo fixo. A decisão foi tomada, esta terça-feira, numa reunião da Comissão com os sindicatos e as organizações patronais ao nível da União Europeia para trabalhar no Pilar Europeu dos Direitos Sociais. A proposta legislativa será apresentada até ao final do ano.

“Os trabalhadores têm o direito de ser informados, por escrito, dos seus direitos e obrigações, no momento em que iniciam a sua atividade profissional”, defende Marianne Thyssen, comissária para o Emprego, Assuntos Sociais, Competências e Mobilidade Laboral. Reconhecendo os milhões de trabalhadores incertos quanto aos seus direitos no trabalho nos vários Estados-Membros, Thyssen quer que todos os trabalhadores da UE estejam ao abrigo das “regras-base, independentemente do seu estatuto laboral e quer sejam trabalhadores em plataformas informáticas ou em serviços de entregas”.

Uma das soluções apresentadas pela comissária passa por assegurar uma contratação “mais justa” e “previsível”, uma medida que será proclamada na Cimeira Social de Gotemburgo, a realizar-se no próximo dia 17 de novembro.

Do lado dos empregadores, a modernização dos direitos laborais vem no sentido de trazer uma maior clareza e segurança jurídica, bem como de evitar uma concorrência desleal, segundo o comunicado de imprensa emitido pela Comissão Europeia.

Valdis Dombrovskis, vice-presidente da Comissão Europeia para o Euro, refere que o objetivo principal da proposta da Comissão consiste em “conciliar a indispensável proteção dos trabalhadores com a margem de que as empresas devem dispor para criar emprego e inovar no mercado de trabalho”. Até 3 de novembro, os parceiros sociais poderão partilhar as suas posições face às atualizações na política de contratos de trabalho na UE.

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