Qatar força El Corte Inglés a entrar em bolsa

  • Rita Atalaia
  • 29 Maio 2017

O ex-primeiro-ministro do Qatar quer que a cadeia de lojas estude a entrada em bolsa. Quer cobrar uma das exigências feitas quando ficou com 10% da empresa liderada por Dimas Gimeno.

O El Corte Inglés está a começar a sentir a pressão por ter pela primeira vez na sua história um acionista fora da família. Shahzad Shahbaz, o representante do acionista do Qatar, quer que o conselho de administração analise a entrada em bolsa da cadeia de lojas já a partir do próximo ano — uma das condições que impostas quando o xeque Hamad bin Jassim bin Jaber al Thani pagou mil milhões de euros para ficar com 10% da empresa liderada por Dimas Gimeno.

O investidor do Qatar pediu ao conselho de administração do El Corte Inglés que a cláusula do contrato assinado há dois anos — que determina a realização de uma oferta pública inicial (IPO) — seja acionada, avançam fontes próximas do processo do El Confidencial. Num evento, o presidente e CEO do El Corte Inglés, Dimas Gimeno, não descartou a possibilidade de um IPO da empresa no futuro, embora tenha dito que não era uma opção que estivesse em cima da mesa. Mas esta operação, apesar de estar numa fase muito inicial, vai agora avançar por exigência do investidor.

Segundo o jornal, o representante do investidor também pediu a Cristina e Marta Alvarez Guil — as herdeiras deste império — para acelerarem a reestruturação da empresa. Apesar de ter revelado melhorias significativas em termos de negócio nos últimos anos, o crescimento está muito distante do que estava estimado quando o ex-primeiro-ministro do Qatar entrou no capital.

Quando o El Corte Inglés apresentar as suas contas, prevê-se que estas fiquem aquém do que é esperado pelo Qatar, sobretudo a nível operacional, refletindo-se depois nos resultados líquidos. Isto terá impacto direto no capital do grupo, uma vez que o xeque terá direito a receber uma compensação em ações por não ter cumprido os objetivos acordados. Atualmente, Hamad bin Jassim bin Jaber al Thani é dono de 10% do El Corte Inglés, mas receberá mais 2,5% em julho do próximo ano. E uma quebra do contrato dará ainda mais poder a este investidor: a participação aumenta 0,5% neste caso, passando a deter 13% em julho de 2018.

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Numa década, homens ganharam quase mais três anos de vida, mulheres mais dois

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 29 Maio 2017

Esperança de vida à nascença foi estimada em 80,62 anos no período 2014-2016. Mulheres vivem mais tempo.

Numa década, a esperança média de vida dos homens aumentou quase três anos; a das mulheres avançou dois. Ainda assim, as mulheres continuam a viver mais do que os homens, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

No período 2014-2016, a esperança de vida à nascença foi estimada em 80,62 anos: 77,61 para os homens e 83,33 para as mulheres. Face a 2013-2015, está em causa um ganho de três meses no primeiro caso e de 1,2 meses no segundo.

No espaço de uma década verificou-se um aumento de 2,44 anos de vida para o total da população, de 2,80 anos para os homens e 2,00 anos para as mulheres“, indica o destaque. No caso das mulheres, esta subida “resultou maioritariamente da redução na mortalidade nas idades iguais ou superiores a 60 anos”. Já no caso dos homens, tem a ver a ver sobretudo com a “redução da mortalidade nas idades inferiores a 60 anos, em particular entre os 35 e os 59 anos”, explica o INE.

Ainda que a esperança de vida à nascença continue a ser superior para as mulheres, “a diferença para os homens tem vindo a diminuir, sendo agora de 5,72 anos”, diz ainda.

Em 2014-2016, mais de 65% dos óbitos ocorreu em idades iguais ou superiores a 80 anos. No caso dos homens, a idade mais frequente ao óbito foi 86 anos, aumentando para 88 anos no caso de mulheres: há dez anos era 85 para os homens e 87 para as mulheres.

Dados confirmam fator de sustentabilidade

As tábuas de mortalidade acabam também por confirmar o valor provisório da esperança média de vida aos 65 anos, divulgado em novembro (19,31 anos). Foi com aquele valor que o Governo calculou o fator de sustentabilidade a aplicar às novas reformas antecipadas iniciadas em 2017: este ano, o corte é de 13,88%.

No entanto, o Governo já disse que se prepara para eliminar o fator de sustentabilidade para os futuros pensionistas da Segurança Social. Ainda que os cortes venham a ser mais baixos no futuro, também já se sabe que o acesso à reforma antecipada será travado, a avaliar pela proposta ainda preliminar do Executivo. Além disso, é de esperar que as alterações cheguem ao terreno de forma faseada.

Para já, estas mudanças estão a ser preparadas no âmbito do regime geral, mas o Executivo já admitiu que poderá haver alguma convergência a outros regimes (como desempregados de longa duração e função pública).

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Elétricos serão mais baratos que carros a gasolina em dez anos

  • Bloomberg
  • 29 Maio 2017

Com a queda dos custos das baterias, comprar os veículos elétricos será mais barato nos EUA e na Europa já em 2025. Isto de acordo com um estudo da Bloomberg New Energy Finance.

Em breve, comprar automóveis movidos a bateria será mais barato do que comprar os modelos convencionais a gasolina. Isto porque os custos da bateria — que representam atualmente cerca de metade dos gastos com os veículos elétricos — vão diminuir quase 80%.

Fabricantes de veículos como Renault e Tesla já elogiam há muito tempo os menores gastos energéticos e com o próprio funcionamento dos carros elétricos, que ajudam a compensar os preços mais elevados destes veículos de emissões zero.

Agora um estudo da Bloomberg New Energy Finance indica que com a queda dos custos da bateria, comprar os veículos elétricos também será mais barato nos EUA e na Europa já em 2025. As baterias representam atualmente cerca de metade do custo dos veículos elétricos e os seus preços diminuirão cerca de 77% entre 2016 e 2030, afirmou a empresa de research com sede em Londres.

"Em termos de pagamento inicial estes carros começarão a ficar mais baratos e as pessoas começarão a adotá-los mais à medida que os preços se aproximarem da paridade.”

Colin McKerracher

Analista da Bloomberg New Energy Finance

“Em termos de pagamento inicial estes carros começarão a ficar mais baratos e as pessoas começarão a adotá-los mais à medida que os preços se aproximarem da paridade [ou seja, igualem os valores de venda dos veículos tradicionais]”, disse Colin McKerracher, analista da empresa. “Depois disso, serão ainda mais atraentes.”

A Renault, que fabrica o carro elétrico Zoe, prevê que os custos totais dos veículos elétricos no início de 2020 serão iguais aos dos veículos convencionais com motores de combustão interna (conhecidos no setor como ICE), segundo Gilles Normand, vice-presidente sénior para veículos elétricos da empresa francesa.

“Temos duas curvas”, disse Normand, numa entrevista concedida no início do mês em Londres. “Uma delas é a da redução de custos da tecnologia dos veículos elétricos, porque há mais avanços na tecnologia e mais volume. Desta forma, o custo dos veículos elétricos vai cair. O custo do ICE [veículos convencionais] vai aumentar como resultado das normas mais rigorosas.”

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Avaliação bancária das casas no valor mais alto de 69 meses

  • ECO
  • 29 Maio 2017

Degrau a degrau: contrariando a queda registada em março, as habitações valorizaram. Um aumento de 5,3% face a 2016. Em Lisboa os valores são superiores aos da média nacional, mas estão a cair.

O valor médio da avaliação bancária está no nível mais alto dos últimos 69 meses. É preciso recuar a julho de 2011 para encontrar um valor mais elevado. Estes dados vêm assim alimentar os receios de uma bolha imobiliária em Portugal. O preço por metro quadrado é agora de 1.110 euros, ou seja, mais três euros do que em março, revelam os dados avançados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Esta é a tendência geral em Portugal — uma progressão de 5,3% em termos homólogos e de 0,3% em relação ao mês anterior. Lisboa, Algarve, Região Autónoma da Madeira e Alentejo têm valores superiores à média nacional. O preço por metro quadrado no Algarve cresce 9,8% relativamente ao ano anterior, enquanto a área metropolitana de Lisboa e Açores sobem juntas 6%. Contudo, em relação a março os valores na capital, no Alentejo e no Algarve vão no sentido oposto, ficando 0,1%, 0,1% e 0,3% mais perto do rés-do-chão, respetivamente.

Os valores regressaram a níveis anteriores à crise porém, este aumento não é necessariamente positivo: a Comissão Europeia já alertou para o perigo de desequilíbrios na economia portuguesa, tendo apenas em conta as subidas registadas em 2016 — 6% em cima de uma inflação de 1,1%, um total de 7,1%. Para Bruxelas, no ano passado os preços já estavam no limite.

 

Fonte: INE

A avaliação bancária dos apartamentos é a que mais pesa neste aumento, pois escala 0,6% para os 1.161 euros — mais sete euros por metro quadrado desde março. Madeira e Açores ultrapassam o continente, com os acréscimos mais altos, de 1,1% e 2,9% respetivamente.

Comparativamente ao ano anterior, foi o Algarve o protagonista, pois os apartamentos valorizaram 9,5%, ou seja, 119 euros por metro quadrado. Em média, o valor deste tipo de habitação aumentou 5,4% face ao mesmo período de 2016.

O BCE também refere uma “exuberância excessiva nos preços das casas“, referindo-se ao panorama geral da Europa. Contudo, o alerta parece adequar-se a Lisboa quando a razão do aumento é atribuída à “forte presença de compradores estrangeiros” e à existência de “taxas de juro baixas“. Em Portugal, os juros implícitos no crédito à habitação registaram um mínimo histórico em abril: caíram para 1,012%.

Ainda de acordo com o Banco Central Europeu, “uma monitorização próxima da tendência dos preços dos imóveis parece necessária” uma vez que este cenário acrescenta vulnerabilidade aos mercados imobiliários e pode vir a afetar a “estabilidade das instituições financeiras mais expostas ao crédito hipotecário”.

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A formação como prioridade

  • ECO + FCT
  • 29 Maio 2017

A indústria financeira atual necessita cada vez mais de especialistas em matemática financeira.

A procura por formação nesta área é cada vez maior e inclui teoria das probabilidades, análise estocástica, análise dos acontecimentos raros, métodos numéricos e computacionais.

A gestão eficiente dos instrumentos financeiros complexos que se transacionam actualmente nos mercados exige competências que vão para além das técnicas quantitativas tradicionais em finanças.

O ramo de Matemática Financeira do mestrado em Matemática e Aplicações garante uma formação sólida e abrangente, oferecendo um conhecimento sistemático dos modelos matemáticos e dos métodos quantitativos indispensáveis para o sucesso das instituições financeiras (bancos, seguradoras, fundos de investimento, fundos de pensões, corretoras e outras).

Estuda-se a teoria dos modelos matemáticos que se aplica no apreçamento e cobertura de produtos derivados, na cobertura de risco, no estudo das taxas de juro ou na escolha ótima de carteiras, entre outros. Também se estudam, focando na aplicação prática, as técnicas e métodos que permitem implementar estas teorias, nomeadamente, métodos econométricos, técnicas de simulação de Monte Carlo, técnicas de análise numérica e técnicas de otimização linear e estocástica.

Esta formação oferece competências que permitem uma qualificação sólida e diferenciada para o exercício de funções nas áreas do investimento financeiro, da inovação financeira e da gestão de risco.

As aulas decorrem em horário pós-laboral de modo a facilitar a frequência a alunos que já se encontram no mercado de trabalho e pretendam alargar os seus conhecimentos nesta área.

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Conselho da UE adota diretiva para combater elisão fiscal

  • ECO
  • 29 Maio 2017

O objetivo é responder às "assimetrias híbridas", que permitem tirar vantagem das diferenças de tratamento fiscal, entre Estados-membros e países terceiros.

O Conselho da União Europeia adotou uma diretiva que pretende dar mais um passo para evitar a elisão fiscal por parte das empresas, conforme avançou esta segunda-feira em comunicado.

A diretiva pretende impedir que os grupos empresariais explorem as disparidades entre duas ou mais jurisdições para reduzir as suas obrigações fiscais. O objetivo é fechar “hybrid mismatches” — o tratamento híbrido de um mesmo instrumento — com os sistemas fiscais de países terceiros. Estas “assimetrias híbridas” permitem tirar vantagem das diferenças entre países no que toca ao tratamento fiscal.

“O nosso objetivo aqui é combater uma das principais práticas que as multinacionais criaram para reduzir os impostos a pagar”, afirmou o presidente do Conselho. “A diretiva acrescenta às regras que adotámos o ano passado para combater as formas mais comuns de evasão fiscal. Também assegura a implementação de recomendações da OCDE”, disse o também ministro da Finanças de Malta, Edward Scicluna, citado no comunicado.

A diretiva deve ser transposta para os Estados-membros até 1 de janeiro de 2020, embora exista uma regra específica que pode ser transposta até 2022.

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Pagar 10 mil milhões ao FMI? “Não até ao fim da legislatura”

O ministro das Finanças, Mário Centeno, reconheceu numa entrevista que o programa de reembolsos ao FMI "se calhar, não é para concluir até ao fim da legislatura".

O ministro das Finanças, Mário Centeno, reconhece numa entrevista à Antena 1 que o programa de reembolsos ao FMI no valor de 10 mil milhões de euros “terá de ser implementado com cautela”. E admite que, “se calhar, não é para concluir até ao final da legislatura”.

Questionado sobre a possibilidade de o Estado pagar a totalidade dos 25 mil milhões mais juros ainda esta legislatura ou um pouco adiante da mesma, o ministro recorda: “O prazo que nós estamos a solicitar é de 30 meses, que achamos que é financeiramente o prazo adequado para não causar pressão adicional no financiamento da dívida em Portugal. A partir deste momento, aquilo que formos buscar ao mercado em termos de instrumentos da dívida já é para fazer face à dívida de 2018. Já não é para fazer face à dívida de 2017.”

E acrescenta: “A amortização do empréstimo do FMI fará algo adicional, que é: permitirá alisar o perfil da dívida, da amortização de dívida ao longo dos próximos anos, que é uma tarefa essencial neste momento, que é reduzir os pontos altos que temos de reembolsos nos próximos anos. Boa parte dessa tarefa será feita com a amortização ao FMI. 30 meses vai para lá do fim da legislatura e portanto eu acho que este é um programa que terá de ser implementado com cautela, sem pôr mais pressão adicional no mercado. E se calhar não é para concluir até ao final da legislatura.”

Em relação à determinação do crédito malparado na banca nacional, o ministro sublinha que o “problema de identificar valores específicos é o de que há critérios diferentes para cada banco”, referindo que o malparado é “um problema em bancos subcapitalizados”. “A mensagem é: não é possível lidar com o problema do malparado em bancos subcapitalizados, por isso é que o foco foi de estabilização do nível de capital dos bancos. Agora temos uma facilidade adicional [para resolver o problema]”, defende.

Aumentos salariais no setor público? Não, só descongelamento de carreiras

Se o reembolso ao FMI poderá só ser concluído depois do atual mandato, o mesmo deverá acontecer com eventuais aumentos salariais na função pública. É Mário Centeno quem o diz, na mesma entrevista: “O que está no programa do Governo é o descongelamento das carreiras”, refere, apontando ainda assim que “as carreiras são salários”.

Mas avança: “Nós não temos previsto nenhuma atualização de tabelas. As carreiras é um processo absolutamente crucial para o sucesso da administração pública em Portugal. Uma organização da dimensão da administração pública não funciona se não tiver incentivos aos seus trabalhadores, associados à progressão nas carreiras.”

Já no fim da entrevista, e sobre a precariedade na administração pública, o ministro das Finanças garante que o número que está a circular, que aponta para 100.000 precários a trabalhar para o Estado, “não é o número de precários”.

“É o número de trabalhadores sem contrato de trabalho permanente. Vão até contratos de trabalho a termo certo no setor da Defesa e Educação, que não são tecnicamente precários. O número de verdadeiros precários está a ser determinado. Todos os trabalhadores que tinham um enquadramento não permanente foram considerados porque não era adequado cortar essa possibilidade à cabeça. Estão a ser analisadas todas as situações”, lembra. “Não decorre deste exercício um custo direto que seja muito significativo”, indica também.

(Notícia atualizada às 11h34 com mais informação)

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Revista de imprensa internacional

Da Europa à Coreia do Norte, passando pelo Brasil, o arranque desta semana é marcado por crises políticas. E por uma fatura milionária graças a uma falha informática.

Na Europa, a British Airways prepara-se para pagar a falha informática do último fim de semana, Angela Merkel quer uma Europa pronta para enfrentar sozinha os desafios do futuro e a Grécia está num limbo depois da reunião falhada do Eurogrupo. Lá fora, há um novo capítulo da crise política no Brasil e a tensão entre as Coreias aumenta.

The Guardian

Meltdown informático pode custar mais de 100 milhões à British Airways

Os problemas informáticos que afetaram mil voos da British Airways poderão representar uma fatura milionária. Entre indemnizações, serviços de compensação e negócio perdido, a companhia aérea britânica poderá ter de desembolsar 100 milhões de libras (mais de 114 milhões de euros), segundo os cálculos avançados pelo The Guardian. Durante o fim de semana, nenhum avião da British Airways levantou voo a partir de Londres, devido à falha informática que impedia a realização do check in. A companhia aérea contava retomar os voos ainda no domingo, mas, no seu site, avisa os passageiros com voos marcados para segunda e terça-feira que podem remarcar os voos até novembro.

Leia a notícia completa no The Guardian (acesso gratuito / conteúdo em inglês).

Reuters

Seul e Pyongyang em rota de colisão

A Coreia do Norte disparou, esta segunda-feira, um novo míssil de curto alcance, a partir da localidade de Wonsan, no sudeste do país. Na Coreia do Sul, o mais recente teste de Pyongyang está a ser visto como uma provocação. É “uma clara violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma séria ameaça não apenas para a península coreana, mas também para a paz e segurança globais”, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, em comunicado. “O Norte deve cessar imediatamente todas as provocações e enveredar pelo caminho da desnuclearização o quanto antes”, acrescenta a mesma nota.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso gratuito / conteúdo em inglês).

Estado de São Paulo

Temer troca nomes na Justiça

Novo episódio na crise política do Brasil, espoletada pelas denúncias feitas pelos empresários Joesley e Wesley Batista. Depois de demitir o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, o presidente Michel Temer nomeou para o cargo o jurista Torquato Jardim, até aqui chefe da Transparência e Controle. A imprensa brasileira dá conta de que Serraglio terá sido afastado por não conseguir estabelecer uma comunicação eficaz com os órgãos sob a tutela do ministério, como a Polícia Federal, além de ser considerado “fraco” no Palácio do Planalto. Já Torquato é visto como “um gestor de pulso firme”. Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral vão julgar, no dia 6 de junho, a ação proposta pelo PSDB para cassar a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, o que levaria a eleições.

Leia a notícia completa no Estado de São Paulo (acesso condicionado / conteúdo em português).

Financial Times

Merkel: Europa só pode contar consigo mesma

Sozinha. É assim que Angela Merkel vê a Europa nos próximos tempos, sem poder contar com os Estados Unidos como aliado de confiança e com a saída do Reino Unido da União Europeia. “Os tempos em que podíamos contar totalmente com outros acabaram, como experienciei nos últimos dias”, disse a chanceler alemã, em campanha eleitoral em Munique, numa alusão à última cimeira da NATO e à reunião do G7, que contou com a estreia de Donald Trump. As discussões destes encontros foram “muito insatisfatórias” para Angela Merkel, já que Donald Trump não deu qualquer indicação de que os Estados Unidos se mantenham no Acordo de Paris. “Nós, europeus, temos de assumir o nosso próprio destino”, sublinhou. A chanceler alemã ressalva que a Europa tem de manter “relações amigáveis com o Reino Unido e com os Estados Unidos, bem como com vizinhos como a Rússia, mas “terá de lutar pelo seu futuro sozinha”.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago / conteúdo em inglês).

Kathimerini

Eurogrupo falha acordo, Grécia fica no limbo

A falta de acordo na última reunião do Eurogrupo deixa a Grécia num limbo. O Governo grego esperava desbloquear a nova tranche de apoio financeiro, alcançar um acordo relativo ao alívio da dívida e desenhar um plano de acesso ao programa de compras de dívida do Banco Central Europeu (BCE), abrindo caminho para o regresso ao mercado e para a saída do programa de ajustamento. Contudo, as minutas não oficiais da reunião do Eurogrupo mostram que os ministros das Finanças da Zona Euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) conseguiram apenas estabelecer novas previsões de crescimento da Grécia, novas metas fiscais e um guia de medidas para alívio da dívida ao longo das próximas décadas, que prevê uma extensão das maturidades dos empréstimos em até 15 anos. Mas a proposta não teve luz verde do FMI nem da Alemanha. Se não houver acordo na próxima reunião do Eurogrupo, a 15 de junho, a Grécia não será capaz de cumprir os seus compromissos financeiros.

Leia a notícia completa no Kathimerini (acesso gratuito / conteúdo em inglês).

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Portugal em segundo lugar… dos que demoram mais a pagar

  • Lusa
  • 29 Maio 2017

O Estado português leva 95 dias a saldar as suas contas. Entre 29 países europeus, Portugal empata com a Itália e consegue apenas superar a Grécia. Já no risco de não pagar, está à frente.

Os países do sul da Europa contrastam mais uma vez com o norte: o atraso nos pagamentos da parte do estado são superiores. Portugal está em destaque na lista, obtendo o segundo lugar, logo a seguir à Grécia. A pior consequência? Afetar o crescimento das empresas. Para completar o perfil do devedor, Portugal detém o risco mais elevado de não pagar.

A consultora Intrum Justitia conclui que a Grécia é o Estado onde os atrasos no setor público são superiores (103 dias), seguindo-se Portugal e Itália (com 95 dias), uma situação que contrasta com a de países como o Reino Unido, Estónia ou Finlândia, nos quais a média de pagamentos no setor público se situa nos 22 dias. O ‘Relatório Europeu de Pagamentos 2017’ da Intrum Justitia coloca Portugal também no topo da lista do Índice de Risco de Pagamentos, com um risco elevado de não vir a pagar as faturas (-1,08), ultrapassando a Irlanda, Itália e Grécia.

Em relação ao setor empresarial, o estudo conclui que os atrasos de pagamento impedem o crescimento das empresas portuguesas, com 58% dos inquiridos a apontarem esta situação como uma das mais graves consequências. Já cerca de três quartos (76%) das empresas em Portugal aceitaram prazos de pagamentos mais longos do que consideram razoável, valor mais elevado do que a média europeia (58%).

Relativamente ao motivo dos atrasos de pagamentos, 82% dos inquiridos nacionais apontam a situação financeira dos devedores como a principal causa, uma percentagem igualmente superior à média europeia (67%). Segue-se o atraso de pagamento intencional, referido por 62% das empresas que responderam ao inquérito.

“No entanto, apesar de o cenário ser mais confortável nos países do norte, o setor público, um pouco por toda a Europa, tem pressionado as empresas para alargarem os prazos de pagamento, numa situação que se agravou comparativamente com o ano anterior”, afirma a consultora.

O ‘Relatório Europeu de Pagamentos 2017’ é baseado numa pesquisa realizada simultaneamente em 29 países europeus, entre fevereiro e março de 2017. Neste relatório a Intrum Justitia reúne dados de milhares de empresas na Europa (10.468) para compreender os comportamentos de pagamento e a saúde financeira das empresas na Europa, facultando uma visão geral dos riscos de pagamento e vulnerabilidade dos mercados e das empresas. A Intrum Justitia é uma consultora europeia de serviços de gestão de crédito e cobranças.

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Cimpor dispara mais de 20% com retirada de bolsa

Os títulos da cimenteira registam uma forte subida. Estão a reagir em alta à proposta de retirada de bolsa anunciada no final da última semana pela InterCement.

A Cimpor está a brilhar em bolsa. As ações da cimenteira registam uma forte valorização, de mais de 20%, depois da proposta da InterCement, empresa que pertence ao grupo Camargo Corrêa, de avançar com a retirada dos títulos da bolsa de Lisboa.

As ações da cotada seguem a valorizar 22,11% para 38 cêntimos, numa sessão em que já foram negociados 170 mil títulos — um volume bastante acima da média diária dos últimos seis meses: 30 mil ações por dia. Os títulos arrancaram a sessão com uma valorização de 6,11% até aos 33 cêntimos.

Esta forte subida é a mais expressiva desde o final de dezembro de 2015, altura em que os títulos da cotada registaram ganhos de dois dígitos durante duas sessões consecutivas, levando as ações da Cimpor a negociarem no valor mais elevado desde março.

Ações da Cimpor disparam mais de 20%

A Cimpor está a reagir em alta ao anúncio feito no final da semana pela InterCement. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a InterCement convocou os acionistas da cimenteira a reunirem-se em assembleia geral extraordinária, em Lisboa, no dia 21 de junho, pelas 9h00. O ponto único será “deliberar sobre a perda da qualidade de sociedade aberta”.

A saída de bolsa começa, assim, a ser preparada cinco anos depois de a Cimpor ter sido comprada. A oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Camargo Corrêa sobre a Cimpor ficou concluída em junho de 2012, tendo a empresa brasileira ficado com 94,81% da cimenteira portuguesa.

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British Airways: dois dias de problemas informáticos custam 100 milhões

  • ECO
  • 29 Maio 2017

Não foi um bom fim de semana para a British Airways nem para os seus passageiros. Problemas técnicos levaram ao cancelamento e atraso de vários voos. Clientes perdem voos, a companhia perde dinheiro.

Durante este fim de semana, 1.000 voos foram afetados por falhas no sistema informático. No sábado, nenhum avião da British Airways levantou voo de Heathrow ou Gatwick, mas os custos do incidente sobem a pique: estima-se que ascendam aos 100 milhões de libras (115 milhões de euros) entre negócios perdidos e as compensações que têm de ser dadas aos clientes.

O último fim de semana foi caótico para a companhia aérea britânica. No sábado, nenhum voo descolou de Heathrow ou Gatwick. No domingo, o cenário melhorou, mas pouco. Em Heathrow persistiram os atrasos e cerca de 200 voos terão sido cancelados, de acordo com o The Guardian. Em Gatwick as falhas ficaram-se pelos atrasos neste segundo dia.

A companhia aérea teve de pedir que os passageiros não comparecessem mais de 90 minutos antes dos respetivos voos para evitar que o congestionamento aumentasse. Os relatos revelam que não existia sítio para os passageiros se sentarem e que as filas para remarcar os voos se estendiam. Terão sido cerca de 75.000 os afetados.

A British Airways optou por entregar o sistema informático a uma empresa indiana e extinguir o departamento próprio, que é apontada como a mudança que provocou toda a situação. Estas acusações já foram negadas pelo CEO da British Airways, Alex Cruz, em declarações à Sky News divulgadas no Twitter.

As consequências para a companhia aérea não se ficam pelas despesas com refeições, dormidas e reembolso das quantias dos voos. Afeta também a confiança dos clientes no serviço, que deverá continuar com falhas durante a semana. Os problemas no sistema informático, website e centro de atendimento ainda se verificam, e será difícil voltar a coordenar as tripulações, dadas as normas exigentes. O site da British Airways dá a possibilidade dos clientes remarcarem o voo para qualquer data até novembro, mesmo que o seu não tenha sido cancelado.

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Assédio no trabalho atinge 16,5% da população ativa portuguesa

  • Lusa
  • 29 Maio 2017

Na maioria dos casos, são os superiores hierárquicos ou as chefias diretas os responsáveis pelo assédio moral ou sexual no local de trabalho.

O assédio no local de trabalho já atingiu mais de 16% da população ativa em Portugal. As mulheres são as principais vítimas, tanto de assédio moral como de assédio sexual, mas o problema atinge também os homens, segundo um estudo que será debatido, esta segunda-feira, na Assembleia da República.

Promovido pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) e desenvolvido pelo Centro Interdisciplinar de Estudos de Género do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), o estudo permite conhecer a dimensão desta realidade no local de trabalho e as suas características.

Segundo o estudo, que deu origem ao livro Assédio moral e sexual no local de trabalho, que é apresentado esta segunda-feira, 16,7% das mulheres já foi vítima de assédio moral e 14,4% sofreram assédio sexual. Ao mesmo tempo, 15,9% dos homens já foram vítimas de assédio moral e 8,6% de assédio sexual no trabalho.

“Para homens (38,2%) e mulheres (41,8%), a situação mais marcante é ser sistematicamente alvo de situações de stress com o objetivo de levar ao descontrolo”, seguida da “desvalorização sistemática do trabalho” (27% nos homens e 31,3% nas mulheres).

Em termos globais, 16,5% população ativa em Portugal já sofreu, pelo menos uma vez durante a sua vida profissional, uma forma de assédio moral e 12,6% de assédio sexual no local de trabalho, adianta o inquérito, que envolveu 1.801 pessoas, numa amostra representativa da população ativa.

No caso das mulheres sexualmente assediadas verificou-se que o autor ou autora mais frequente dessas situações é o superior hierárquico ou a chefia direta (44,7%), seguindo-se os colegas (26,8%) e os clientes, fornecedores e utentes, responsáveis por 25,1% destes “casos mais marcantes”. Quanto aos homens, os episódios de assédio sexual são levados a cabo por superiores hierárquicos e chefias diretas (33,3%), colegas (31,3%) e clientes, fornecedores ou utentes (29,2%).

Comparando com os dados do primeiro inquérito sobre assédio sexual em Portugal, realizado 1989, o estudo conclui que, nesse ano, os autores eram maioritariamente colegas de trabalho (57%), enquanto em 2015 forma os superiores hierárquicos ou chefias diretas (44,7%).

A investigação salienta ainda que, em 2015, os números do assédio sexual e moral são “muito expressivos e superiores aos que se verificam na média dos países europeus”, e que a maioria das vítimas tinha “um vínculo laboral marcado pela precariedade e pela instabilidade”. Nesse ano, o assédio sexual em Portugal atingia valores de 12,6% (homens e mulheres), enquanto na média dos países europeus se situavam nos 2% em 2010.

Relativamente ao assédio moral a relação é de 16,5% em Portugal para 4,1% na média dos países europeus.

Comparando 1989 e 2015, observa-se uma diminuição da frequência com que as mulheres são alvo assédio sexual, baixando de 34% para cerca de 14%.

“As reações imediatas às situações de assédio em 2015 envolvem o confronto do outro mostrando desagrado imediato (52%), revelando que se interpreta a situação como intolerável, ofensiva e não se admite a sua repetição, enquanto em 1989 fazer de conta que não se notou a situação era a reação mais frequente (49% das mulheres)”, adianta ainda o estudo.

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