Expansão? Lisboa, a primeira escolha da startup Pipedrive

  • ECO
  • 19 Maio 2017

A Pipedrive é uma startup da Estónia com sete anos e dois escritórios. Lisboa foi a escolha para abrir um terceiro, que quer receber 100 trabalhadores até 2018.

De Tallin para Nova Iorque e agora para Lisboa. A Pipedrive vem para Portugal à procura de talento para expandir o seu produto, um software de vendas. Quer recrutar 50 pessoas em 2017 e repetir o feito até ao final de 2018, em áreas que vão desde a informática à contabilidade e ao marketing.

A Pipedrive ganhou o prémio de Melhor Empregador na Estónia em 2016. Até agora, eram 250 trabalhadores de 25 nacionalidades diferentes a trabalharem para a empresa a partir de Tallin, na Estónia, e Nova Iorque, EUA. A partir de agora, um terceiro escritório em Lisboa — inaugurado esta semana — vai receber mais 100 funcionários até ao final de 2018. As vagas são nas áreas de suporte técnico, soluções para cliente, design de produto, contabilidade e programação.

Pipedrive inaugura primeiro escritório em Portugal em maio de 2017.Pipedrive

Porquê Lisboa? Todos os fatores se alinharam a partir do meridiano de Greenwhich: aqui, o fuso horário é bom, a língua inglesa está muito presente e os técnicos de IT têm a qualidade desejada. Por outro lado não é uma cidade muito cara e o clima também atrai. O facto de acolher o WebSummit também teve peso na escolha daquela que é vista pela empresa como “a cidade das startups”. Por fim, à esquerda do meridiano, Portugal tem a afinidade linguística com o Brasil que também é um fator positivo, dado que a Pipedrive tem lá vários clientes.

Martin Henk, cofundador da Pipedrive afirma como objetivo da startup em Lisboa “fazer parte da comunidade local de startups, tornar-se um empregador conhecido em Portugal e fazer deste escritório uma parte estratégica da empresa“.

A Pipedrive ganhou o prémio de Melhor Empregador na Estónia em 2016.Pipedrive

A Pipedrive tem de momento como clientes 50 mil pequenos negócios, espalhados por 140 países a “venderem melhor” com a ajuda do seu software.

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Gestores de conta que vendam maus produtos vão ser alvo de multas

O Governo deu o ok para que o acesso dos gestores de conta à venda de crédito à habitação seja regulado. Passará a existir um registo público dos gestores habilitados, que podem ser sancionados.

O Governo vai apertar as malhas à comercialização de crédito à habitação pelos gestores de conta. Esta quinta-feira, foi aprovada em Conselho de Ministros uma proposta de lei que tem como objetivo regular a comercialização de crédito à habitação por parte dos funcionários dos bancos. Esta proposta, que vem transpor parcialmente uma diretiva comunitária, pretende responsabilizar os gestores de conta na comercialização deste tipo de produtos, prevendo a aplicação de sanções aos funcionários que “vendam” créditos que venham a comprovar-se serem desadequados.

“Foi aprovada uma proposta de lei de autorização legislativa que tem por objeto regular o acesso e o exercício da atividade de intermediário de crédito e da prestação de serviços de consultoria relativamente a contratos de crédito a celebrar com consumidores e instituir um regime de controlo de idoneidade, conhecimentos e competências e da isenção”, diz o texto publicado no site do Conselho de Ministros.

Com a aprovação desta proposta, o acesso à comercialização de crédito à habitação passa a ser regulado, através da criação de um registo público dos funcionários dos bancos habilitados a realizar este tipo de operações. Isto significa que caso seja comprovada a comercialização de um produto desadequado ao perfil do cliente, o gestor de conta que o tenha concretizado será responsabilizado direta e individualmente, e alvo de sanções.

O objetivo desta medida é garantir que os clientes dos bancos tenham a assistência adequada e que não lhes sejam concedidos financiamentos que coloquem em risco a sua estabilidade financeira. Esta iniciativa do executivo liderado Por António Costa vem assim transpor, em parte, a diretiva relativa ao Crédito Hipotecário (2014/17/UE) que foi adotada a 4 de fevereiro de 2014. As regras previstas nessa Diretiva têm como objetivo precisamente introduzir práticas mais responsáveis na concessão de empréstimo hipotecários aos consumidores por parte dos bancos, e em concreto dos seus funcionários, ao prever que estes estejam precisamente sujeitos a registo público e ao cumprimento de deveres de conduta, podendo ser diretamente sancionados em caso de violação do quadro normativo aplicável.

Esta iniciativa do Governo surge numa altura em que a concessão de crédito à habitação regista níveis máximos de sete anos. Dados do banco de Portugal, indicam que só em março, os bancos nacionais disponibilizaram 720 milhões de euros em empréstimos para a compra de casa. Este é o valor mensal mais elevado desde o último mês de 2010, período em que a nova concessão de crédito com essa finalidade se situou nos 844 milhões de euros. E tudo indica que a concessão de crédito para a compra de casa irá continuar a crescer. O último inquérito trimestral ao mercado de crédito do Banco de Portugal, antecipou para este trimestre um aumento da procura de crédito à habitação. Ao mesmo tempo, os bancos dão sinais de querer aliviar ainda mais os spreads. Ainda neste mês, o Novo banco o BPI e o Banco Popular reduziram as margens mínimas de spreads.

Ao mesmo tempo que isso acontece, dados recentemente publicados pelo Baco de Portugal sinalizam um aumento das situações de incumprimento no crédito à habitação. Nos primeiros três meses deste ano, 128.301 agregados estavam em falta com o pagamento das prestações dos seus créditos à habitação. Isto significa que houve 4.331 novas famílias a deixarem de cumprir com o pagamento do crédito à habitação face ao total de 123.970 situações que se verificavam no final do ano passado. Há um ano que não era identificado um aumento dos casos de incumprimento no crédito à habitação, sendo que as novas entradas verificadas no primeiro trimestre deste ano, já são as mais elevadas dos últimos dois anos.

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Economia portuguesa ainda desperdiça mais de 44 mil jovens licenciados

  • Margarida Peixoto
  • 19 Maio 2017

O PIB cresceu 2,8% no primeiro trimestre deste ano. E a taxa de desemprego diminuiu. Mas, mesmo assim, ainda há milhares de jovens que não estudam, nem trabalham.

Nos primeiros três meses de 2017, a economia nacional cresceu ao ritmo mais elevado em quase dez anos. A taxa de desemprego caiu para 10,1%, contrastando com os 12,4% registados um ano antes. Mas, mesmo assim, há 44,2 mil jovens licenciados que não trabalham, nem estudam. Porquê?

Em Portugal, o número de jovens licenciados que não trabalham nem estudam, até tem vindo a diminuir. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, no primeiro trimestre deste ano eram 44,2 mil os jovens com idades entre os 15 e os 34 anos que se encontravam nestas condições. Este é o valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2011 mas, mesmo assim, ainda representa uma taxa de 8,8% no total de jovens licenciados destas idades.

Número de jovens que nem estuda, nem trabalha diminui

Fonte: INE

Os jovens que entram nesta categoria não estão a estudar, nem em qualquer outro tipo de ação de formação, nem tiveram atividade remunerada durante o período de referência do inquérito — independentemente de a terem procurado, ou não. Os dados do INE mostram que, no total, a maioria dos jovens “nem-nem” são desempregados (perto de 60%), mas ainda há cerca de 40% que são inativos, isto é, que não não têm trabalho nem o procuraram.

Porque é que isto acontece? Tem sobretudo que ver com as qualificações em causa. “Às vezes a formação que as pessoas têm não corresponde à procura”, avança Filipe Garcia, economista do IMF – Instituto de Mercados Financeiros. João Cerejeira, professor na Universidade do Minho, vai mais longe: “Em Portugal há cursos com um perfil de especialização muito grande. Quanto mais especializada é a formação, mais difícil é encontrar emprego nessa área”, explica.

Além disso, lembra, há a questão salarial: “Quem tem determinados cursos tem uma exigência salarial maior e, por isso, pode estar mais tempo à espera até encontrar uma oferta de emprego que vá mais ao encontro das suas expectativas.”

"Qualquer pessoa desempregada, ou que não está em formação, está-se a desqualificar.”

Filipe Garcia

Economista do IMF - Instituto de Mercados Financeiros

Apesar de tudo, o grupo dos jovens licenciados que caem nesta categoria foi o que registou uma redução homóloga mais acentuada: caiu 28%. Entre os jovens com menos qualificações académicas — formação ao nível do ensino básico — a queda face ao primeiro trimestre de 2016 foi de 15%, semelhante à registada no grupo dos jovens com formação ao nível do ensino secundário (14%).

Ainda assim, as consequências para a economia são relevantes. “Qualquer pessoa desempregada, ou que não está em formação, está-se a desqualificar”, diz Filipe Garcia. “Há uma desvalorização do capital humano”, corrobora João Cerejeira. “É muito preocupante porque é um fator produtivo potencial, que está na altura das suas maiores capacidades e que não está a ser aproveitado”, concretiza ainda outro economista, que preferiu não ser identificado.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

  • Cristina Oliveira da Silva e Margarida Peixoto
  • 19 Maio 2017

A situação no Brasil promete continuar a centrar atenções, depois das suspeitas de corrupção que envolvem Temer. O dia será ainda marcado pela divulgação de resultados da Euronext.

A expectativa dos investidores volta-se esta sexta-feira para o Brasil. Depois do trambolhão provocado nas bolsas por causa da suspeição que recai sobre Michel Temer, os desenvolvimentos da nova crise política brasileira serão cruciais para o comportamento dos mercados. Mas não é tudo: haverá dados sobre a confiança dos consumidores no euro, contagem das plataformas petrolíferas em atividade nos Estados Unidos e discursos de líderes que vale a pena seguir.

Holofotes voltados para o Brasil

O Brasil está mergulhado numa nova crise política, depois de um deputado ter formalizado a queixa contra o Michel Temer. A imprensa brasileira dava conta, na quinta-feira, de uma gravação que mostra Michel Temer a aprovar um pagamento “para comprar o silêncio de Cunha” e que já chegou às mãos do Supremo Tribunal Federal. O dia de ontem foi, por isso, marcado por um crash na bolsa brasileira.

CTT distribuem dividendos

Os CTT distribuem dividendos aos acionistas, relativos ao exercício de 2016. O valor bruto do dividendo é de 48 cêntimos por ação, o que corresponde a um valor líquido de 34,56 cêntimos. Em janeiro, a empresa já dizia que iria manter a proposta de dividendo mínimo a pagar aos acionistas, apesar de os resultados do último trimestre de 2016 terem sido piores do que o esperado.

Constâncio fala sobre união bancária

O vice-governador do Banco Central Europeu (BCE), Vítor Constâncio, fala sobre união bancária na conferência conjunta entre BCE e Comissão Europeia. O evento, que tem lugar em Bruxelas, também conta com Peter Praet, do BCE, a moderar o painel que discute respostas ao nível reduzido de integração bancária.

Euronext avança resultados do primeiro trimestre

A Euronext divulga os resultados relativos ao primeiro trimestre de 2017. A plataforma que reúne as bolsas de Amesterdão, Bruxelas, Londres, Paris e Lisboa terminou o ano de 2016 com um crescimento de 14% nos lucros, um resultado que atribuiu ao desempenho operacional que terá mais do que compensado a pressão exercida sobre os volumes de negociação.

EUA: Plataformas petrolíferas em atividade

A prestadora de serviços para o setor petrolífero norte-americana Baker Hughes avança a contagem semanal das plataformas de petróleo em produção nos Estados Unidos. A Arábia Saudita e a Rússia já disseram que são a favor de prolongar o corte da produção da matéria-prima até ao final de março do próximo ano e vão defender essa posição antes da reunião, no final do mês, dos produtores da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

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Supremo divulga áudio da conversa entre Temer e Joesley

  • ECO
  • 19 Maio 2017

A conversa de que todos falam já é pública. O Supremo Tribunal Federal divulgou a conversa entre o Presidente brasileiro e o empresário Joesley na qual fala dos juros do banco central e de

O Supremo Tribunal Brasileiro revelou uma gravação na qual o Presidente brasileiro Michel Temer em conversa com o empresário Joesley Batista, dá o aval ao pagamento de subornos ao ex-deputado Eduardo Cunha, condenado por participação no esquema de corrupção na Petrobras, para além de revelar qual iria ser a descida da taxa de juros diretora do Banco Central do Brasil.

Esta divulgação surge depois de o relator do Lava Jato, Edson Fachin, ter retirado o sigilo de delação dos executivos da empresa JBS, uma das maiores empresas mundiais de carne, que protegiam estes dados, explicam os jornais brasileiros. Os arquivos de áudio foram enviados ao Presidente Michel Temer e depois divulgados à imprensa. É possível ouvir o áudio, alegadamente gravado a 7 de março, em vários jornais brasileiros e até o próprio Youtube.

Se quiser pode ouvir aqui a gravação de 38:30 minutos aqui:

Recorde-se que o Presidente Michel Temer garantiu que não autorizou nenhum pagamento, e que o ia demonstrar junto do Supremo Tribunal Federal, que abriu um inquérito. O Chefe de Estado disse ainda que não comprou o silêncio de ninguém e que “a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise política”. Estas foram as razões invocadas por Temer para não apresentar a demissão.

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Turbulência política afunda bolsa brasileira

Temer garante que não comprou silêncio de ninguém e que não renuncia. Ainda assim, as bolsas não escaparam à maré vermelha.

O furacão que varre o Brasil fez-se sentir na bolsa. Depois de abrir a perder mais de 10%, o que obrigou a acionar mecanismos de travão para evitar quedas ainda mais abruptas, o Ibovespa fechou a resvalar 8,8%, para 61.597 pontos e com um movimento histórico de 20,4 milhões de reais (5,44 milhões de euros).

O real também não escapou e estava a valer 0,29 dólares. Já os juros sofreram uma forte aceleração no mercado de futuros.

Os analistas esperam agora que os próximos dias sejam marcados por grande volatilidade nos mercados, mas não deverá ser necessário voltar a acionar os mecanismos travão, mais conhecidos por circuit breaker, para evitar quebras superiores a 10%. Esse mecanismo foi acionado esta quinta-feira suspendendo a negociação durante cerca de 30 minutos. A última vez que a bolsa brasileira esteve suspensa para evitar quedas abruptas foi em outubro de 2008, em plena crise do subprime.

As ações que registaram as maiores quebras foram as das empresas públicas, como por exemplo a Eletrobras, que caiu 20,97% (a maior queda do dia), mas o setor financeiro também sofreu fortes perdas por serem títulos com maior liquidez. O Santander fechou a cair 11,5%.

O jornal O Globo dava hoje conta de uma gravação em que o Presidente Michel Temer autorizaria o pagamento de uma mesada a Eduardo Cunha — o antigo presidente do Congresso brasileiro que desencadeou o processo de impeachment de Dilma Rousseff — para este manter silêncio na prisão. Temer veio entretanto garantir que não autorizou nenhum pagamento e que não comprou o silêncio de ninguém. O Supremo Tribunal Federal abriu entretanto um inquérito.

A turbulência não pareceu afetar Wall Street, mas as bolsas europeias ressentiram-se.

De acordo com o jornal Valor Econômico, os traders entendem que o caso pode arrastar-se no tempo, o que traria ainda mais instabilidade aos mercados. Há a expectativa de que os bancos estrangeiros possam cortar a recomendação de investimento em ações brasileiras, adianta ainda.

As reformas estruturais no país também levantam preocupações, com os jornais a anteciparem um adiamento da reforma laboral e da Segurança Social. Os primeiros sinais animadores da economia brasileira — que nos três primeiros meses saiu da recessão após oito trimestres — podem estar em risco. Segundo a estimativa rápida do Banco Central brasileiro, o PIB cresceu 1,1% em cadeia nos primeiros três meses de 2017.

Perante a volatilidade dos mercados, o Tesouro Nacional brasileiro já anunciou que vai realizar leilões extraordinários de dívida pública esta sexta, na segunda e na terça-feira, depois de ter cancelado a operação que estava prevista para esta quinta-feira. A última vez que o Tesouro recorreu a estas operações extraordinárias foi em novembro de 2016.

O mercado está ainda a reequacionar a dimensão do possível corte da taxa diretora (taxa selic). A reunião do comité de política monetária do Banco Central do Brasil deverá ocorrer no final do mês e se inicialmente as expectativas apontavam para um corte de 1,25 pontos na taxa, agora os mercados apontam para uma redução de apenas 0,25 pontos.

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Wall Street escapa ao caos brasileiro

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 18 Maio 2017

Dia foi marcado por dados positivos no mercado de trabalho e mercados norte-americanos reagiram. Bolsa corrige da maior quebra desde setembro, mas fechou junto à linha de água.

O caos está instalado no Brasil mas não afetam as bolsas norte-americanas. Os índices parecem reagir aos dados positivos do mercado de trabalho que foram divulgados esta quinta-feira.

As bolsas recuperam assim da pior sessão do ano e o dólar também ganhou força, sublinha a Bloomberg. O principal índice norte-americano, o S&P 500, fechou a ganhar 0,37%, para 2.365,72 pontos, um dia depois de ter registado a maior queda desde 9 de setembro. O industrial Dow Jones encerrou a ganhar 0,27%, para 20.663,02 pontos, e o Nasdaq valorizou 0,73%, para 6.055,13 pontos.

Os mercados parecem assim recuperar da polémica que marcou o dia de ontem, com as suspeitas que recaem sobre a alegada tentativa de Donald Trump tentar interferir com investigações do FBI.

Já hoje, o Departamento do Trabalho norte-americano apontou para uma quebra, em 4.000, no número de novos pedidos de subsídio de desemprego na semana que terminou a 13 de maio. A notícia caiu bem nos mercados, que parecem escapar à turbulência vivida no Brasil.

O presidente Michel Temer já garantiu que não renunciará ao cargo e que não comprou o silêncio de ninguém. O caso está a ser investigado pelo Supremo Tribunal Federal. A crise política já levou o Ibovespa a perder mais de 10% na abertura e segue agora a cair 8,8%.

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Brasileiros reagem com humor à nova crise política

Sobre o Presidente recaem suspeitas de ter tentado comprar o silêncio de um ex-deputado, mas o Chefe de Estado não se demite. Com mais um escândalo político nas suas vidas os brasileiros ironizam.

Os escândalos políticos já vão começando a fazer parte do dia-a-dia dos brasileiros. A nova crise política, de acordo com a imprensa brasileira foi provocada pela existência de uma gravação secreta na qual o Presidente Michel Temer surge a aprovar um pagamento “para comprar o silêncio de Cunha” e que já chegou às mãos do Supremo Tribunal Federal. Esta gravação é comparada a “bomba atómica” com um poder de destruição maior do que as denúncias feitas pela construtora Odebrecht no caso Lava-Jato.

O Chefe de Estado anunciou ao país esta quinta-feira que não renuncia. A bolsa está em queda livre e o real também.

E como é que o povo brasileiro brasileiro reage? Com humor.

Aproveitando o facto de estrear a quinta Temporada daqui a 12 dias e mesmo antes de Temer falar, a conta oficial da série House of Cards voltou esta quarta-feira a parodiar a situação de crise política no Brasil:

Um deputado do Partido Socialismo e Liberdade, Marcelo Freixo, anunciava mesmo que agora era a vez do residente do Palácio do Planalto ser investigado, fazendo um paralelismo com a série também da Netflix13 Reasons Why” (cujo protagonista recorre à audição de cassettes para descobrir pormenores de um crime):

Já durante a tarde desta quinta-feira, a festa tornava-se visível dado os rumores da renúncia do Presidente do Brasil:

Só que o antigo vice-Presidente de Dilma Rousseff falou e, afinal, não renuncia ao mandato. Reação do Twitter? Mais paródia, a começar pela conta (humorística) do Palácio do Planalto:

As redes sociais prometem estar ao rubro à medida que se vão conhecendo novos episódios e mais esta novela brasileira.

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Nova crise política no Brasil põe mercados em alerta

  • ECO
  • 18 Maio 2017

Temer diz que não renuncia mas a bolsa brasileira continua a cair. Perde mais de 8%.

A turbulência no Brasil repercute os seus efeitos nos mercados, e a bolsa brasileira esta quinta-feira já perdeu mais de 8% na sessão desta quinta-feira. O índice Ibovespa abriu logo afundar mais de 10%, acionando mecanismos de travão para impedir uma queda ainda mais abrupta. O real não escapou e cai 7,5% face ao dólar.

As bolsas europeias fecharam no vermelho mas o principal índice dos Estados Unidos, o S&P 500 segue no verde, a avançar 0,53%. Já o petróleo parece resistir à pressão, continuando em terreno positivo: sobe 0,48% em Londres e 0,45% em Nova Iorque. Em terreno negativo está o ouro, a perder quase 1%.

Michel Temer garantiu hoje que não renunciará ao cargo e afirma que não comprou o silêncio de ninguém. Mas o caos político está instalado. O Supremo Tribunal Federal está a investigar a situação.

De acordo com o jornal Valor Econômico, os traders entendem que o caso pode arrastar-se no tempo, o que traria ainda mais instabilidade aos mercados. Há a expectativa de que os bancos estrangeiros possam cortar a recomendação de investimento em ações brasileiras, adianta ainda.

Para os mercados outro dos problemas prende-se com a evolução das reformas estruturais no país. Os jornais já antecipam um adiamento da reforma laboral e da Segurança Social. Os primeiros sinais animadores da economia brasileira — que nos três primeiros meses saiu da recessão após oito trimestres — podem estar em risco. Segundo a estimativa rápida do Banco Central brasileiro, o PIB cresceu 1,1% em cadeia nos primeiros três meses de 2017.

Perante a volatilidade dos mercados, o Tesouro Nacional brasileiro já anunciou que esta sexta-feira, na segunda e na terça vai realizar leilões extraordinários de dívida pública, depois de ter cancelado a operação que estava prevista para esta quinta-feira. A última vez que o Tesouro recorreu a estas operações extraordinárias foi em novembro de 2016.

Desde que esta nova crise política rebentou, o banco central do Brasil já fez saber, através de uma nota, que está atento e a avaliar o impacto das notícias e que “atuará para manter a plena funcionalidade dos mercados”. Recorde-se que noutros momentos de forte instabilidade, por razões internas ou externas, o banco central e o Tesouro agiram concertadamente para reduzir a volatilidade nos mercados cambiais e de juros.

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CGD: Comissão de inquérito já tem datas para ouvir Carlos Costa, Mourinho Félix e Centeno

A Comissão de inquérito à Caixa vai ouvir o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, o ministro das Finanças, Mário Centeno e o seu secretário de Estado Mourinho Félix a 7 e 8 de junho.

A segunda comissão de inquérito parlamentar sobre a Caixa vai ouvir o governador do Banco de Portugal, o secretário de Estado Adjunto e das Finanças e o ministro das Finanças a 7 e 8 de junho, apurou o ECO.

No final de uma reunião da mesa e coordenadores da comissão de inquérito que incide sobre a nomeação e demissão da anterior administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), o presidente da Comissão, José Pedro Aguiar-Branco, disse ter sido mandatado pelos vários grupos parlamentares para tentar agendar junto do Banco de Portugal e do Governo estas audições.

Segundo o presidente da Comissão, José Pedro Aguiar-Branco, a Comissão recebeu alguma documentação de todas as entidades a quem tinha solicitado esclarecimentos, que as várias bancadas consideraram “suficiente” para prosseguir os trabalhos e calendarizar as próximas audições.

Depois de António Domingues ter sido ouvido a 28 de abril, Carlos Costa, Ricardo Mourinho Félix e Mário Centeno completarão o primeiro bloco de audições desta Comissão.

Esta segunda comissão de inquérito sobre a Caixa tomou posse a 14 de março e tem um prazo de funcionamento previsto de quatro meses, pelo que, se não forem pedidos e aprovados adiamentos, termina os trabalhos em meados de julho.

Se os deputados mantiverem os pedidos iniciais, numa segunda fase deveriam ser ouvidas outras personalidades, casos de Elsa Roncon, ex-diretora-geral do Tesouro e Finanças, Francisco Sá Carneiro, advogado da CS Associados, e a consultora McKinsey, que apoiou Domingues nas negociações com Bruxelas ainda antes de assumir o cargo.

Para já, apenas PSD e CDS-PP, que apresentaram requerimentos conjuntos, e o Bloco de Esquerda pediram audições e documentação, ao contrário de PS e PCP.

Um dos pontos centrais desta segunda comissão de inquérito é apurar se “é verdade ou não que o ministro [das Finanças] negociou a dispensa da apresentação da declaração de rendimentos [de António Domingues]” junto do Tribunal Constitucional (TC), o que tem sido negado por Mário Centeno.

Na audição de António Domingues, o ex-presidente da Caixa disse que, de acordo com o seu juízo e o seu entendimento, a dispensa de declarações de rendimentos e património ao TC foi acordada com o ministro das Finanças ainda antes de aceitar o cargo e que, a certa altura, o Governo terá “deixado de ter condições políticas para manter o acordado”, o que resultou na sua demissão.

António Domingues assegurou ainda que não partilhou as suas mensagens telefónicas (SMS) com ninguém, dizendo não serem verdadeiras algumas considerações que foram feitas na praça pública sobre este tema.

Em novembro, no programa “Quadratura do Círculo” — na SIC Notícias –, o comentador António Lobo Xavier declarou haver um compromisso por escrito entre o Governo e António Domingues em torno da não apresentação das declarações.

Posteriormente, alguns órgãos de comunicação social deram conta de que esse acordo teria sido estabelecido por SMS e até que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, teria conhecido o conteúdo dessas mensagens.

Atualmente, decorre — com trabalhos suspensos — um outro inquérito parlamentar sobre o banco público, a Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da CGD e Gestão do Banco para apurar factos desde 2000 e sobre os motivos que estão na origem da necessidade de recapitalização.

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Michel Temer: “Não renunciarei”

O atual Presidente do Brasil diz que não renuncia ao cargo e rejeita as acusações que lhe foram feitas esta quinta-feira.

Michel Temer no momento da sua comunicação aos brasileiros esta quinta-feira.

Temer foi direto na sua comunicação ao país: “Não renunciarei“. O atual presidente brasileiro garante que não autorizou nenhum pagamento, algo que diz que vai demonstrar junto do Supremo Tribunal Federal, que abriu um inquérito. Michel Temer diz que não comprou o silêncio de ninguém e diz que “a revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta o fantasma de crise política”.

Temer disse ainda que “essa situação de dúvida não pode persistir por muito tempo”, referindo que não tem nada a esconder. “Sempre honrei meu nome. Nunca autorizei que utilizassem meu nome indevidamente“, afirmou Michel Temer na conferência de imprensa em que reagiu à divulgação da gravação de uma conversa com um empresário. A revelação foi feita pelo jornal brasileiro O Globo ter revelado que o empresário Joesley Batista, acionista da empresa JBS, gravou uma conversa na qual Temer o autoriza a pagar um suborno pelo silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, condenado por participação no esquema de corrupção na Petrobras.

Antes de comentar o caso, Temer referiu que o seu Governo “viveu nessa semana seu melhor e o pior momento: dados de geração de emprego, e a queda da inflação criaram condições de um país melhor”. Em causa está a retoma da economia brasileira que esteve em recessão. O Presidente do Brasil argumentou que o trabalho que está a ser feito não pode ir para o “lixo da história”. “Meu compromisso é com o Brasil, e é só esse compromisso que me guiará”, declarou. Pode ver aqui o vídeo completo:

O índice de São Paulo, o Ibovespa, logo após as declarações de Temer, estava a cair 7% e está neste momento a cair para lá de 8%.

Temer passa, assim, a estar formalmente sob investigação no âmbito da Lava Jato. Segundo a Constituição brasileira, o Presidente do país só poderá ser investigado por atos cometidos durante o exercício do mandato e com autorização do STF. Os factos denunciados por Joesley Batista já terão ocorrido durante a legislatura, em março deste ano. Michel Temer anunciou ainda que já pediu acesso ao conteúdo das gravações que o citam.

(Atualizado às 20h37 pela última vez)

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Ataques cibernéticos causam danos anuais de 50 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 18 Maio 2017

Na semana passada o mundo assustou-se com um novo ataque cibernético que também afetou Portugal. O banco central alemão estima que os danos anuais sejam de 50 mil milhões de euros.

Os ataques cibernéticos causam danos anuais de 50 mil milhões de euros à economia alemã e de 400 mil milhões de euros em todo o mundo, disse esta quinta-feira o presidente do Bundesbank, Jens Weidmann.

Em declarações num simpósio, Weidmann advertiu que o risco de ataques cibernéticos também pode afetar as infraestruturas e aplicações de bancos centrais europeus. “A questão já não é se uma infraestrutura ou instituição será objeto de um ataque, mas quando ou com que frequência”, disse o presidente do banco central alemão.

A questão já não é se uma infraestrutura ou instituição será objeto de um ataque, mas quando ou com que frequência.

Jens Weidmann

Presidente do Bundesbank

Weidmann explicou que o Bundesbank sofreu no ano passado este tipo de ataques em serviços através da internet, que deviam fazer cair o sistema, acrescentou que o banco se tem protegido até agora com êxito e defendeu que é necessário que o sistema financeiro otimize os seus mecanismos de proteção.

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