José de Matos é o novo presidente da fábrica do dinheiro do Banco de Portugal

Antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos é o novo presidente do conselho de administração da Valora, empresa detida integralmente pelo Banco de Portugal e que produz as notas de euro.

José de Matos é o novo presidente da Valora.Steven Governo/Lusa

José de Matos é desde o dia 31 de março o novo presidente do conselho de administração da Valora, a empresa do Banco de Portugal com responsabilidade de produzir as notas de euro. O antigo presidente da Caixa Geral de Depósitos sucede a José Silveira Godinho à frente da fábrica do dinheiro.

A informação do novo cargo foi publicada pelo próprio na sua conta de LinkedIn e confirmada ao ECO pelo Banco de Portugal. “Iniciou funções no dia 31 de março, aquando da realização da assembleia geral da Valora e da nomeação dos novos órgãos sociais”, referiu a instituição.

A Valora é uma empresa detida a 100% pelo Banco de Portugal e tem como objeto social a produção de notas, no quadro das responsabilidades de emissão monetária que cabem ao Banco de Portugal. Em 2016, produziu um total de 5.400 milhões de euros em novas notas de 50 euros, dos quais 4.800 milhões foram para exportação.

"José de Matos iniciou funções no dia 31 de março, aquando da realização da assembleia geral da Valora e da nomeação dos novos órgãos sociais.”

Banco de Portugal

O conselho de administração da Valora é integrado exclusivamente por quadros do Banco de Portugal. O mandato tem a duração de três anos.

No caso de José de Matos, o novo presidente da Valora exerce atualmente funções de consultor do conselho de administração do Banco de Portugal, liderado por Carlos Costa. É ainda presidente do board da Sociedade Gestora do Fundo de Pensões do banco central desde passado março.

Entre os vários cargos, José de Matos foi presidente da Caixa Geral de Depósitos entre 2011 e 2016, tendo desempenhado ainda o cargo de vice-governador do Banco de Portugal durante aproximadamente dez anos, entre 2002 e 2011.

O perímetro do Complexo do Carregado, onde trabalha a Valora, é guardado por militares da GNR.Paula Nunes / ECO

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Moody’s mantém ‘rating’ da REN em investimento de qualidade

  • Lusa
  • 13 Abril 2017

A Moody's manteve a notação financeira da REN em Baa3, o último nível da categoria de investimento de qualidade, com perspectiva estável.

A agência de notação financeira Moody’s manteve esta quinta-feira o rating de crédito da REN e da sua subsidiária REN Finance B.V. em Baa3, depois do acordo com a EDP para a compra da empresa EDP Gás por 532,4 milhões de euros.

A Moody’s “mantém o rating (notação financeira) da REN em Baa3 [último nível da categoria de investimento de qualidade], assim como da sua subsidiária financeira REN Finance B.V”, refere a nota da Moody’s.

[Moody’s] mantém ‘o rating’ da REN em Baa3 [último nível da categoria de investimento de qualidade], assim como da sua subsidiária financeira REN Finance B.V.

Moody's

A agência de notação financeira mantém ainda o outlook (perspetiva) estável.

No dia 7 de abril, a empresa liderada por Rodrigo Costa fechou acordo com a EDP para a compra da empresa de distribuição de gás natural por 532,4 milhões de euros.

A REN anunciou a compra de 100% do capital da EDP Gás ao grupo EDP pelo valor de 532,4 milhões de euros, que representa “uma importante aposta para a REN, mantendo o forte compromisso com a sua operação em Portugal, em linha com a sua estratégia de desenvolvimento de negócio”.

A EDP Gás detém a segunda maior rede de distribuição de gás natural em Portugal, na região litoral norte de Portugal, abastecendo 29 concelhos dos distritos de Porto, Braga e Viana do Castelo, com uma rede de 4.460 quilómetros.

Para financiar este investimento, o Conselho de Administração da REN decidiu recorrer a linhas de crédito e a um aumento do capital social da REN por novas entradas em dinheiro, que terá um encaixe previsto de até 250 milhões de euros.

A Moody’s também manteve o rating de crédito da EDP em Baa3, prevendo que a venda da EDP Gás tenha um impacto financeiro “neutro” na empresa.

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Capacidade de financiamento da economia melhora em 2016

  • Lusa
  • 13 Abril 2017

O Banco de Portugal divulgou um aumento da capacidade de financiamento da economia portuguesa em 0,5 pontos percentuais. A necessidade de financiamento das administrações públicas também melhorou.

A capacidade de financiamento da economia portuguesa aumentou 0,5 pontos percentuais, para 1,7% do PIB, em 2016 face a 2015, devido à redução da necessidade de financiamento das administrações públicas, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).

Segundo as contas nacionais financeiras do quarto trimestre de 2016, no ano passado, em comparação com 2015, a necessidade de financiamento das administrações públicas diminuiu em 2,4 pontos percentuais (p.p.), contribuindo para a manutenção da capacidade de financiamento que a economia portuguesa apresenta desde o final de 2012.

De acordo com o BdP, a fixação em 1,7% do PIB da capacidade de financiamento da economia portuguesa resultou da capacidade de financiamento das sociedades financeiras, particulares e sociedades não financeiras (respetivamente de 2,2%, 0,8% e 0,7% do PIB) que, no seu conjunto, “foi mais do que suficiente para satisfazer a necessidade de financiamento das administrações públicas, no valor de 2,0% do PIB.

Ainda assim, em 2016 face a 2015, a capacidade de financiamento das sociedades financeiras, dos particulares e das sociedades não financeiras decresceu respetivamente 1,5 p.p., 0,2 p.p. e 0,2 p.p.

Uma evolução que o banco central diz ter sido “influenciada pelo impacto da operação de resolução do Banif, ocorrida no final de 2015”, já que, “excluindo esse efeito, seriam menos expressivas a diminuição na necessidade de financiamento das administrações públicas (0,9 p.p.) e a redução na capacidade de financiamento das sociedades financeiras (0,1 p.p.).

No final do ano passado, a economia portuguesa apresentava uma posição financeira líquida face ao resto do mundo de -105,1% do PIB, superior aos -112,0% registados no final de 2015 e em linha com a “tendência de melhoria” observada desde o início de 2015.

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Programa de Estabilidade: Previsões não consideram impacto da recapitalização da CGD

Reunido em Conselho de Ministros, o Governo aprovou esta quinta-feira o Programa Nacional de Reformas e o Programa de Estabilidade. Os documentos vão ser apresentados ao Parlamento no dia 19.

O Executivo aprovou esta quinta-feira o Programa Nacional de Reformas e o Programa de Estabilidade, que servem de planeamento da estratégia do Governo para os próximos anos. Ambos serão entregues na Assembleia da República e discutidos a 19 de abril, na próxima quarta-feira. Os documentos serão também entregues junto das instituições europeias. Em resposta às perguntas dos jornalistas, Mário Centeno admitiu que estas projeções não consideram potenciais impactos da recapitalização da Caixa Geral de Depósitos.

O novo Programa Nacional de Reformas trouxe novidades a vários níveis. O Governo está a equacionar a criação de um mecanismo de incentivos e penalizações para os planos dos bancos para limpar o crédito malparado. Além disso, por exemplo, o Ministério das Finanças planeia dar benefícios aos trabalhadores das empresas públicas que descobrirem onde fazer mais poupanças. O que vai chegar com um atraso de seis meses é o novo Código dos Contratos Públicos.

Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, Mário Centeno referiu que o Programa de Estabilidade prevê que em 2021 o Estado português tenha um excedente orçamental de 0,9% do PIB. O défice de 2017 ficará, nas previsões do ministro das Finanças, em 1,5%, uma décima inferior à previsão do Orçamento do Estado para 2017. Em 2020, haverá um excedente de 0,4%, revelou também o responsável pelas finanças.

Já em relação ao crescimento económico, Centeno tem como meta para este ano 1,8%, também uma revisão em alta. Até 2021 chegará a 2,2%. “As projeções que fazemos são projeções marcadas por uma análise realista e cuidadosa“, afirmou Mário Centeno, referindo o “excelente momento” da economia portuguesa.

Quanto ao saldo estrutural, o ministro das Finanças garante que este vai diminuir gradualmente até 2021. Em 2017 esse ajustamento será de 0,3% e nos anos seguintes passa a 0,6% até chegar ao “saldo de médio prazo” em 2021. Centeno vincou a “noção de sustentabilidade nas decisões” que o Governo toma.

Contudo, existe um pormenor que poderá fazer com que estas projeções para as contas públicas não se concretizem. Mário Centeno admitiu que “estes números [do Programa de Estabilidade] não registam nenhum impacto que possa vir a ser determinado” por causa da Caixa Geral de Depósitos. O ministro das Finanças reafirmou que o assunto “está em aberto”, consoante a análise do INE e do Eurostat, podendo existir um “impacto da recapitalização nas finanças públicas”.

“O Governo tem trabalhado no sentido de clarificar a situação para ter uma decisão”, garantiu Mário Centeno. Contudo, o ministro refere que a recapitalização da CGD “foi aprovada pela Comissão Europeia sem ajudas de Estado adicionais” tendo em conta o princípio de investimento em situação de mercado. Como é uma situação inédita dentro da União, Centeno refere que isso “torna o registo da CGD uma situação nova no quadro estatístico europeu”.

Portugal em 2017 vs. Portugal em 2021

Projeções que constam do Programa de Estabilidade de 2017-2021 aprovado esta quinta-feira em Conselho de Ministros.

A taxa de desemprego em 2017 ficará em 9,9%. O Programa de Estabilidade prevê que o emprego continuará a subir, sendo que em 2021 a taxa de desemprego chegará aos 7,4%.

Quanto à dívida pública, o ministro das Finanças garantiu que a dívida pública ficará nos 127,9% este ano. Mário Centeno reafirmou “o compromisso inabalável” de embarcar numa “trajetória descendente” da dívida soberana portuguesa, o que se deve
“materializar já a partir deste ano”, mas continuar de tal forma nos próximos anos que o Governo prevê uma dívida pública, em 2021, de 109,4% do PIB.

O responsável pelas finanças públicas espera que os resultados do lado da consolidação orçamental sejam suficientes para aumentar a “credibilidade” de Portugal face ao exterior. Mário Centeno espera por isso ter no futuro “condições de financiamento em melhores condições”, o que permitirá também a redução dos encargos com os juros da dívida. Além disso, Centeno confia no “excelente momento do mercado de trabalho” e na “revisão em alta do investimento” para que haja um “aumento do crescimento potencial da economia” que permita diminuir, em termos percentuais face ao PIB, a dívida pública.

Na avaliação do cenário macroeconómico do Governo, Mário Centeno garante que “não terá nenhuma dificuldade em ser bem acolhido pela Comissão Europeia”, uma vez que “cumpre todas as regras que são colocadas no âmbito da participação na Zona Euro”. Contudo, o ministro das Finanças fez questão de sublinhar que o Governo não vai “seguramente além de Bruxelas como não fomos em 2016”.

Sobre a execução do Programa Nacional de Reformas e as críticas endereçadas pela Comissão Europeia no início deste ano, o ministro do Planeamento relembrou que o PNR de 2016 foi considerado na altura “um documento ambicioso”. Pedro Marques garante que “o país está a cumprir de forma ambiciosa esse plano”, em várias áreas, nomeadamente nos mecanismos de contratação pública e no “fortíssimo perfil exportador da nossa economia”.

Pedro Marques referiu ainda que o Plano Nacional de Reformas de 2017 constitui uma atualização do que foi apresentado no ano passado. “A estratégia mantém-se, os pilares mantêm-se e estamos numa fase de execução já avançada dessa estratégia“, garantiu o ministro do Planeamento. Uma das principais prioridade continua a ser a reabilitação urbana, assim como a mobilidade internacional das mercadorias através dos portos e da ferrovia. Pedro Marques revelou ainda que o indicador avançado do investimento público mostra um aumento de 140%.

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Odebrecht pagou 20 milhões de dólares a ministro angolano

  • Lusa
  • 13 Abril 2017

Um ex-gestor da construtora brasileira Odebrecht disse à procuradoria brasileira que o grupo pagou uma comissão de 20 milhões de dólares a um ministro angolano, cujo nome não foi revelado.

Um ex-gestor da construtora brasileira Odebrecht afirmou em depoimento à procuradoria brasileira que o grupo pagou uma comissão de 20 milhões de dólares a um ministro angolano, cujo nome não foi revelado, noticia esta sexta-feira o Estadão online.

Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, apontado como antigo dirigente do departamento de comissões na gigante brasileira da construção, afirmou ainda em depoimento na Procuradoria-Geral da República (PGR) brasileira, no âmbito das investigações da operação Lava-Jato, que o dinheiro foi transferido para o Banco Espírito Santo de Dubai, no Dubai, e registado no planeamento de comissões da Odebrecht.

O juiz de investigação Edson Fachin remeteu o depoimento e pediu a manifestação do Ministério Público Federal brasileiro sobre o alegado pagamento de “luvas” no valor de 20 milhões de dólares (18,8 milhões de euros) a um ministro angolano.

“Considerando (…) a informação de que o pagamento da suposta propina teria sido efetuado por intermédio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht preliminarmente, mantido o sigilo dos presentes autos, determino a remessa dos autos ao Ministério Público para que se manifeste sobre a aplicabilidade da lei penal brasileira aos factos narrados”, escreveu Edson Fachin.

Considerando (…) a informação de que o pagamento da suposta propina teria sido efetuado por intermédio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht preliminarmente, mantido o sigilo dos presentes autos, determino a remessa dos autos ao Ministério Público para que se manifeste sobre a aplicabilidade da lei penal brasileira aos factos narrados.

Edson Fachin

Juiz de investigação

A operação Lava Jato, que investiga crimes de corrupção no Brasil, completou em 17 de março último três anos, tendo já sido recuperados cerca de 10,1 mil milhões de reais (três mil milhões de euros) e efetuadas 198 detenções, segundo a imprensa brasileira, a partir de dados fornecidos pelo Ministério Público Federal (MPF).

Além daquele valor, encontram-se atualmente bloqueados por determinação judicial mais de 3,2 mil milhões de reais (955 milhões de euros) em bens de pessoas investigadas.

O MPF pediu desde o início das investigações a devolução aos cofres públicos de 38,1 mil milhões de reais (11,3 mil milhões de euros).

Ao todo, já se realizaram 38 fases da operação Lava Jato durante os três anos de investigação.

Atualmente, 23 pessoas permanecem presas, entre as quais estão o deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e o ex-ministro da Fazenda (Finanças) e da Casa Civil Antônio Palocci.

Há outras 24 pessoas – entra as quais Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho – que deixaram a prisão, mas continuam a ser mantidas sob vigilância através de pulseira eletrónica e prisão domiciliária.

No mês passado, a operação Lava Jato entrou numa fase crucial com a apresentação de 83 pedidos de abertura de inquérito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, para investigar políticos supostamente envolvidos com crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Os pedidos foram baseados nas revelações trazidas pelos acordos de delação premiada (redução da pena em troca de colaboração com a Justiça) firmados pelo Ministério Público Federal com 78 gestores e e ex-gestores do Grupo Odebrecht.

Tida por muitos investigadores e até mesmo por políticos como a maior operação de combate à corrupção da história do Brasil, a Lava Jato investigava, inicialmente, a atuação de doleiros (pessoas que vendem dólares no mercado paralelo), mas, posteriormente passou a investigar também a corrupção na Petrobras.

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Portugal volta a emitir dívida a curto-prazo na próxima semana

IGCP quer levantar até 1.250 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a três meses e a 11 meses na próxima quarta-feira. Dois dias depois a agência DBRS atualiza a notação da dívida portuguesa.

Portugal está de volta aos mercados de dívida na próxima semana. O Tesouro português pretende obter entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros em bilhetes com prazos de três meses e 11 meses na quarta-feira, dia 19. Dois dias depois a DBRS atualiza a notação da dívida portuguesa.

Será a quarta operação de financiamento de curto prazo que a agência liderada por Cristina Casalinho realiza em 2017. Já obteve 4.250 milhões de euros nas três operações realizadas em janeiro, fevereiro e março.

Ainda esta quarta-feira a República financiou-se em 1.250 milhões de euros em obrigações do Tesouro a cinco e oito anos, num duplo leilão que marcou uma inversão de tendência na evolução dos custos de financiamento de Portugal. Pagou taxas de juros mais baixas face aos anteriores leilões comparáveis, contrariando o agravamento das taxas que o IGCP estava a verificar desde o início do ano.

Na próxima semana, na sexta-feira, a DBRS atualiza a notação da dívida portuguesa. A agência canadiana coloca o país num grau de investimento, o que permite a Portugal estar qualificado para o programa de compra de dívida pública do Banco Central Europeu (BCE), que tem ajudado no último ano a conter o risco do país no mercado secundário. Os analistas não esperam alterações da parte da DBRS.

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Trump: “O dólar está demasiado forte”. E o dólar respondeu

Uma frase de Donald Trump foi capaz de abalar o dólar que desvalorizou de imediato. O presidente dos Estados Unidos quer uma moeda mais fraca para ter maior vantagem competitiva.

O dólar está demasiado forte“. Foi esta a frase que Donald Trump disse ao Wall Street Journal e que recebeu resposta imediata dos mercados: o dólar caiu, tal como já tinha acontecido no passado. O presidente dos Estados Unidos tem acusado a China de manipular a sua moeda, mas em casa Trump também tem feito estragos. Em janeiro, pouco dias antes de tomar posse, disse que o dólar forte estava “a matar” a economia norte-americana e no final desse mês voltou a criticar a política monetária. Em todas essas ocasiões o efeito tem sido a queda do dólar face as restantes moedas.

Ainda não é certo que Trump renomeie Janet Yellen, a atual presidente da Reserva Federal, para continuar no posto de liderança da política monetária norte-americana. A avaliar pelas críticas que tem feito, o lugar de Yellen pode estar em perigo. Esta quarta-feira, em entrevista ao Wall Street Journal, Donald Trump voltou a criticar a estratégia dos EUA, criticando o dólar forte e mostrando uma preferência para a manutenção da taxa de juro baixa. Desde o final do ano passado que a Fed está a aumentar a taxa de juro, com a última subida em março.

Em relação a um cabaz das principais divisas, o dólar está a enfraquecer, tendo atingido um mínimo desde 30 de março. Este é o efeito pretendido pelo atual presidente dos Estados Unidos e os analistas preveem que o impacto pode afetar a longo prazo a moeda norte-americana. “É muito, muito difícil competir quando se tem um dólar forte e outros países estão a desvalorizar as suas moedas”, afirmou o presidente dos EUA. Ao contrário do que fez durante a campanha, Trump recusou catalogar a China de “manipulador da moeda”, revertendo a campanha que tinha vindo a fazer contra as autoridades chinesas.

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Prova dos 9. Houve perdão de dívida ao Fundo de Resolução?

A chave está no diferencial entre o que o Estado vai pagar aos credores internacionais durante 30 anos e aquilo que os bancos lhe pagarão a si. E, aí, o Estado perde.

Foi o tema quente da última audição a Mário Centeno. Na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), o ministro das Finanças foi repetidamente confrontado com a renegociação do empréstimo de 3,9 mil milhões de euros concedido ao Fundo de Resolução para este capitalizar o Novo Banco. A questão que se impõe é: com uma renegociação que permitiu que um empréstimo que deveria ter sido pago no ano passado vá, afinal, ser pago até 2046, há, ou não, um perdão de dívida aos bancos que suportam o Fundo de Resolução?

As afirmações

A questão foi lançada pelo deputado social-democrata António Leitão Amaro. “Qual o valor atualizado líquido dos pagamentos que o Estado recebe por este empréstimo?

Mário Centeno fugiu sempre a responder. Primeiro, atacou a situação em que o anterior Governo deixou o Fundo de Resolução para explicar a necessidade de renegociação do empréstimo, sem a qual, diz, não haveria qualquer reembolso, porque os bancos não tinham capacidade para cumprir as condições a que estavam obrigados inicialmente.

Não foi acautelada a solvabilidade e a sustentabilidade do Fundo de Resolução. Não sei se houve alguma conta feita sobre a capacidade do Fundo de Resolução de dar resposta, com os fundos que tinha, à resolução do BES. E não sei se o senhor deputado sabe as consequências patrimoniais e de solvabilidade das instituições financeiras que tem o Fundo de Resolução não ser solvente“, começou por dizer Centeno.

Leitão Amaro insistiu na mesma pergunta e Centeno respondeu o seguinte: “Esse valor atualizado hoje existe e sem o empréstimo não existia, porque não existia solvência do Fundo de Resolução”.

De seguida, deixou a garantia de que não há um perdão de dívida. “O que foi acordado foi uma solução que permitisse essa solvência, que permitisse que os bancos conseguissem cumprir com todas as suas obrigações para com o fundo, pagando um juro — não há nenhum perdão — com um spread acima da República“.

O contexto

Em agosto de 2014, o Banco de Portugal aplicou uma medida de resolução ao Banco Espírito Santo (BES). A medida implicou a divisão do banco em “mau” e “bom”. Do “bom”, nasceu o Novo Banco, que teve de receber uma injeção de capital de 4,9 mil milhões de euros. Esta injeção foi assegurada pelo Fundo de Resolução, que, contudo, não tinha verbas suficientes para avançar com este total. Portanto, o Estado emprestou 3,9 mil milhões de euros aos bancos que suportam o Fundo de Resolução.

Mais tarde, em dezembro de 2015, nova medida de resolução, desta vez ao Banif. O Estado teve de fazer uma injeção de 2.255 milhões de euros no banco madeirense, dos quais 1.766 vieram diretamente do Orçamento do Estado e os restantes 489 milhões do Fundo de Resolução. Uma vez mais, o fundo não tinha capitais disponíveis para avançar com esta injeção. Portanto, houve novo empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução, no valor, precisamente, de 489 milhões de euros.

Entretanto, os bancos já reembolsaram 136 destes 489 milhões. Resta pagar, assim, 353 milhões do empréstimo concedido para resolver o Banif.

Feitas as contas, o Fundo de Resolução ainda tem de pagar 4,25 mil milhões (mais precisamente, 4.253.000.000) ao Estado.

As condições acordadas em agosto de 2014, na altura pelo Governo de Passos Coelho, previam que os bancos tivessem dois anos para reembolsar os 3,9 mil milhões de euros ao Estado, com juros a rondar os 8%. Já o empréstimo para a resolução do Banif estaria sujeito a juros de 1,38%. Em agosto de 2016, os 4,25 mil milhões, mais juros, já teriam de ter sido pagos.

O cenário atual

A 21 de março de 2017, o Governo de António Costa renegociou as condições do empréstimo concedido ao Fundo de Resolução. A explicação dada hoje é simples: as condições anteriores eram insustentáveis e os bancos não iam conseguir pagar. Ou, se pagassem, teriam de ser resgatados logo de seguida.

“Era impossível que o Fundo de Resolução, ao fim de dois anos, devolvesse os 3,9 mil milhões que recebeu. Já nem falo da taxa de juro de 8%. O empréstimo que fizeram ao Fundo de Resolução não era sustentável. Não era reembolsável. Ia ser reembolsado zero”, disse Centeno no Parlamento.

O que o atual Governo fez, acrescentou, “foi criar as condições para que esse empréstimo seja sustentável, para que se consiga criar estabilidade no sistema financeiro e para que os depósitos estejam seguros”.

As condições são estas, segundo o documento disponibilizado pelo Fundo de Resolução:

  • Os bancos têm agora até 2046 para reembolsar o Estado. A partir de 31 de dezembro de 2017 e até 31 de dezembro de 2021, pagarão uma taxa de juro anual de 2%. A partir dessa data, essa taxa será revista a cada período de cinco anos, passando a considerar-se a taxa de juro anual que Portugal paga para emitir dívida a cinco anos. A esse juro, acresce um spread de 0,15%. Isto no caso do empréstimo para a injeção no Novo Banco.
  • No caso do empréstimo concedido para a resolução do Banif, os bancos pagarão uma taxa de juro anual de 1,38% até 31 de dezembro de 2020. A partir dessa data, as condições são as mesmas que no primeiro caso.

As acusações

São essas condições que a oposição contesta. “O problema não é terem feito a renegociação, foram as condições a que chegaram, dando, por isso, um claro perdão de dívida aos bancos“, afirmou Leitão Amaro. A sustentá-lo, os cálculos de dois economistas: Ricardo Cabral e João Duque. O primeiro defende que as novas condições de pagamento do empréstimo implicam um perdão de 44,7% da dívida dos bancos. O segundo calcula que a renegociação implique que o Estado vá perder 1,7 mil milhões deste empréstimo.

Ao ECO, João Duque explica o raciocínio. “O empréstimo é a 30 anos, mas as taxas de juro são atualizadas de acordo com a yield do prazo de cinco anos. Quando o Estado pede a dez anos, não pede para lhe emprestarem à taxa de três meses”, refere o economista.

Em causa, diz, está a taxa de juro a que o Estado se financia. É que, para emprestar dinheiro ao Fundo de Resolução, o Estado teve, ele próprio, de pedir emprestado aos credores internacionais.

Prova dos 9

Há um “claro perdão de dívida aos bancos”, como diz Leitão Amaro? Há. E não há, se, num cenário quase milagroso, Portugal passasse a financiar-se a 30 anos ao mesmo custo com que se financia a cinco. Certo é que não é possível calcular hoje, com certeza, qual a fatura para o Estado.

Recuemos. A 21 de março, Portugal pagava uma taxa de juro de 4,79% para se financiar a 30 anos. Nessa mesma data, acordou com os bancos que eles pagariam uma taxa de 2% (um valor próximo, mas abaixo, dos juros que Portugal paga para se financiar a cinco anos, atualmente de 2,21%) pelo empréstimo de 3,9 mil milhões. Pelo empréstimo de 353 milhões, pagariam um juro de 1,38%.

A chave está no diferencial entre o que o Estado vai pagar aos credores internacionais durante 30 anos (um juro de 4,79%) e aquilo que os bancos lhe pagarão a si (juros na casa dos 2%).

O problema é que não é possível afirmar, hoje, que as taxas de juro que Portugal paga hoje se mantêm iguais ao longo de 30 anos. A tendência, diz João Duque, até é de aumento dos juros. Mas, no limite, as taxas de juro a cinco e a 30 anos podem ficar iguais. “Nesse caso, não temos prejuízo nenhum”, admite o economista. Mas o facto é que, com as condições atuais “só nos últimos cinco anos do contrato com os bancos é que a taxa corresponderá ao prazo do resto do contrato”.

Há ainda que contar com outro fator que pode reduzir este “perdão” de dívida. Segundo explicou o economista Ricardo Cabral ao Público, o Fundo de Resolução poderá conseguir pagar o empréstimo antes do prazo de 2046. Isto porque o modelo encontrado está desenhado para que os bancos não tenham de pagar mais de 100 milhões de euros, por ano, em juros. Ao mesmo tempo, estima-se que as receitas do Fundo de Resolução, resultantes das contribuições do setor bancário, sejam de cerca de 250 milhões de euros por ano. O fundo fica, assim, com margem de manobra para pagar mais rapidamente, reduzindo a fatura do que o Estado perde.

Mas, assumindo que as condições de financiamento de 21 de março se mantêm pelos 30 anos seguintes, haverá, como dizem João Duque e Ricardo Cabral, um perdão de dívida.

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Women in Tech, aqui a tecnologia é coisa delas

  • ECO
  • 13 Abril 2017

Plataforma dá a conhecer as mulheres empreendedoras que marcam pontos no campo da tecnologia. O próprio site que lhes dá espaço é um projeto de empreendedorismo no feminino que soma e segue.

Plataforma Women in Tech quer ser montra das mulheres que dão cartas na tecnologia no mundo. Foi fundada em Portugal, por uma portuguesa.D.R.

Liliana Castro dedica-se à comunicação e trata as inúmeras startups com as quais trabalha por tu. A proximidade com o mundo do empreendedorismo, frequentemente ligado à tecnologia, tornou visível a diferença no número de homens e mulheres ativos nesta área. Mas, mais do que isso, permitiu-lhe perceber o papel importante desempenhado pelas (poucas) mulheres. A aproximação da segunda edição do Web Summit em Lisboa espoletou a urgência de as colocar no foco ou, melhor, de as mostrar: Liliana não quer que as mulheres “passem ao lado desta montra”.

Pretende-se então o reconhecimento, mas os objetivos não ficam por aqui. Liliana antevê um movimento — a possibilidade de estas mulheres interagirem e de criarem novos projetos em conjunto. Embora, para já, todas as envolvidas se encontrem empregadas, Liliana espera ainda que a plataforma possa potenciar oportunidades de carreira, ao tornar as participantes mais visíveis também para os recrutadores.

Em apenas três semanas de lançamento da plataforma Portuguese Women in Tech, o número de perfis já cresceu de 10, as consideradas embaixadoras, para 20: entre os nomes estão empreendedoras, engenheiras, cientistas e até jornalistas. E a fundadora tem sido contactada para dar o seu testemunho sobre este projeto em vários eventos. Liliana acrescenta que, quando pensa no futuro, espera que o número de participantes suba “até chegar a todas as mulheres empreendedoras ligadas à tecnologia”. A tarefa será mais árdua caso a plataforma avance como planeado.

Quero criar uma ramificação para mulheres que não são portuguesas mas que contribuem para a evolução do ecossistema [das startups tecnológicas] a nível nacional.

Liliana Castro

Fundadora da plataforma Women in Tech

Por agora, os perfis existentes centram-se na carreira destas mulheres, disponibilizando alguma informação básica como a sua ocupação atual e anos de atividade, mas também perguntas mais intimistas como “Qual o melhor conselho que já recebeste?”.

Joana Araújo é engenheira e submeteu o seu perfil. Para ela, a importância desta iniciativa passa por fazer compreender que as mulheres “são capazes de tanto quanto eles”, especialmente na área do IT, que considera “mais fechada”.

Sílvia Coimbra também foi convidada, dado que é uma entusiasta da tecnologia desde que trabalha para a Farfetch, um dos atuais gigantes do e-commerce, assim como já esteve envolvida em projetos sociais com recurso ao online. Assumindo-se como uma “defensora da igualdade de géneros“, concorda que a visibilidade é o grande benefício da plataforma, pela inspiração que proporciona a outras mulheres mas também por permitir o reconhecimento da parte da comunidade masculina. “Quando pensamos em CEOs ou developers, as imagens que nos surgem são normalmente de homens, porque é aquilo a que estamos habituados. Mas a verdade é que as mulheres [ativas neste campo] existem e devem ser divulgadas”, considera, em conversa com o ECO.

Pode propor nomes para a plataforma através do preenchimento deste formulário.

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Revista de imprensa internacional

Trump muda de ideias em relação à NATO, o mercado imobiliário londrino tropeça e o Popular pode ter encontrado uma solução. Esta e outras notícias que marcam a atualidade internacional.

O Brexit continua a ter repercussões nos mercados britânicos e o Banco Popular tenta todas as soluções para recuperar. Nos Estados Unidos, Trump continua a mudar de ideias. No universo da tecnologia, há quem ganhe mais que Bezos na Amazon e há quem venda hambúrgueres através da Google sem esta saber. Estas são as notícias que estão a marcar a atualidade internacional nesta quinta-feira.

The Guardian

Trump já não acha que a NATO está obsoleta

Se a administração Trump nos tem ensinado alguma coisa é que não há verdades absolutas: o que o presidente diz hoje, pode já não dizer amanhã. Assim, Donald Trump mudou a sua opinião sobre a NATO, uma organização que para si já não tinha utilidade e que servia apenas para gastar o dinheiro dos americanos e reconheceu que esta “já não está obsoleta.”

“Disse que estava obsoleta. Já não está obsoleta”, afirmou prontamente o presidente dos EUA, aquando da visita do secretário-geral da organização internacional à Casa Branca. Esta mudança de opinião virá no seguimento do agravamento das relações entre os EUA e a Rússia.

(Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

Bloomberg

Imobiliário londrino no pior período desde a crise financeira

O mercado imobiliário londrino está a enfrentar o pior período desde a crise financeira. Segundo uma sondagem da Royal Instituition of Chartered Surveyors, a média dos preços das casas na capital britânica caiu, no mês passado, para o nível mais baixo desde fevereiro de 2009. A mesma sondagem revela que as vendas de casas estagnaram, principalmente as relativas a propriedades de luxo. Ainda assim, os inquiridos esperam que os preços invertam esta tendência ao longo do próximo ano.

(Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

Cinco Días

Opção de fusão do Popular ganha adeptos

Uma das últimas alternativas encontradas pela anterior administração do Banco Popular está agora a ganhar adeptos, não só nos mercados, mas também dentro da própria estrutura do banco. Falamos de uma possível fusão da instituição com outra, de forma a reforçar o capital. A secretária de Estado da economia espanhola, Irene Garrido, já afirmou que o Banco Popular necessita de uma “solução privada” e que o governo está a seguir de perto as soluções encontradas.

(Acesso gratuito / Conteúdo em espanhol)

The New York Times

Publicidade entra no mundo dos assistentes virtuais

Uma publicidade da cadeia de restaurantes Burger King fez uma curta publicidade nos Estados Unidos onde induzia o assistente virtual do Google Home, o “O.K. Google”, a explicar as características de um do seus produtos, o “whopper burger”. Segundo o NYT, o Burger King não consultou a Google para formular a campanha. Depois de saber, a empresa terá impedido o seu serviço de responder à questão colocada pelo anúncio da cadeia. Esta é uma estratégia de marketing inédita.

(Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

Bloomberg

Há quem ganhe mais que Bezos dentro da Amazon

Jeff Bezos é a segunda pessoa mais rica do mundo. Mas isso não significa que é o trabalhador que melhor salário tem dentro da Amazon, empresa da qual é o dono. O diretor da Amazon Web Services — que controla os serviços de cloud e de inteligência artificial — ganhou 35,4 milhões de dólares em ações e cerca de 179 mil dólares e o mesmo valor em plano para a poupança de reforma. Andrew Jassy é assim o trabalhador mais bem pago da Amazon, segundo os dados divulgados pela empresa.

(Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

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OPEP corta, mas reservas crescem. E a procura vai crescer menos

A OPEP reduziu a oferta para acabar com o excesso de petróleo, mas a Agência Internacional de Energia prevê que os inventários estejam a aumentar. E antecipa um menor crescimento da procura este ano.

Os inventários mundiais de petróleo terão aumentado no primeiro trimestre deste ano, isto apesar da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) ter implementado um corte de produção que está a ser cumprido à risca. O objetivo de acabar com o excesso de oferta está, assim, em risco, até porque a procura vai continuar a crescer, mas menos do que o anteriormente previsto pela Agência Internacional de Energia (AIE).

A AIE defende que o corte de produção da OPEP levou o mercado petrolífero para “muito perto do equilíbrio” em janeiro, devendo impactar de forma expressiva nas reservas no segundo trimestre. No entanto, no total dos primeiros três meses do ano as reservas petrolíferas mundiais aumentaram “marginalmente”.

“As reservas terão aumentado marginalmente no primeiro trimestre”, diz a AIE, num relatório citado pela Bloomberg. “Isto poderá surpreender já que vem no seguimento dos cortes da OPEP”, mas reflete o forte aumento das exportações do cartel no final do ano passado. As reservas mundiais aumentaram em 38,5 milhões de barris para quase três mil milhões de barris.

O corte de produção da OPEP, que tem sido implementado de forma quase exemplar (está a ser cumprido em 99%) levou os preços do petróleo a subirem nos mercados internacionais. Enquanto em Nova Iorque, nos EUA, o West Texas Intermediate está a cotar acima dos 50 dólares, em Londres, o Brent está a ser negociado nos 55,64 dólares (seguindo com uma desvalorização de 0,4%).

Ao mesmo tempo que se assiste a este aumento das reservas, ainda que antes de uma quebra, a AIE antecipa um crescimento da procura, mas reviu-o em baixa. A agência cortou as estimativas para a procura em cerca de 100 mil barris para 1,3 milhões de barris por dia, uma redução de 1,4% face à anterior estimativa. Este corte reflete a perspetiva de uma menor procura por parte da Rússia e Índia.

 

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China: PIB chinês abranda, mas exportações disparam

  • Lusa
  • 13 Abril 2017

Com a reformulação do seu modelo económico, a China vai abrandar o seu crescimento económico. No entanto, as exportações, pelo menos em março, dispararam face ao ano passado.

O Banco Mundial (BM) informou esta quinta-feira que mantém a previsão de crescimento económico para a China em 6,5%, em 2017, e de ligeiro abrandamento nos próximos dois anos, face à transição do país para um novo modelo económico. Também hoje foram divulgados os dados sobre as exportações chinesas: em março registaram um aumento de 16,4%, face a igual mês do ano passado, num sinal de aumento da procura mundial.

Durante a apresentação do relatório “Atualização económica do Leste Asiático e Pacífico”, o economista chefe do BM para a região, Sudhir Shetty, disse estar certo de que Pequim “conseguirá abordar os principais riscos” que ameaçam a sua economia.

O relatório advertiu para o aumento da dívida corporativa do país, onde as empresas, sobretudo estatais, terminaram 2016 com uma dívida equivalente a 170% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com dados de organismos internacionais. A instituição recomendou a Pequim que enfrente este problema, mediante a reestruturação dos grupos estatais e lembrou a importância de fortalecer o controlo sobre o sistema bancário paralelo e abordar o crescente endividamento das famílias com o imobiliário.

O BM previu que o ritmo de crescimento da economia chinesa continue a abrandar até 6,3%, em 2018 e 2019, graças às políticas governamentais contra o excesso de capacidade de produção e aumento do crédito. Shetty sublinhou os riscos que um “abrandamento mais brusco” podiam acarretar para a região. O BM previu um esfriamento no setor imobiliário, após as restrições impostas por Pequim, visando evitar o aumento da ‘bolha’ no mercado.

As exportações devem aumentar de forma moderada, apontou o relatório. O estudo indicou ainda que a aposta de Pequim em transformar o modelo económico, tornando-o menos dependente das exportações e do investimento público, e mais centrado no consumo interno, vai produzir resultados.

Exportações disparam em março

As exportações chinesas aumentaram 16,4% em março, face a igual mês do ano passado, num sinal de aumento da procura mundial, indicam dados das alfândegas chinesas divulgados esta quinta-feira. Já as importações subiram 20,3% e atingiram 156,6 mil milhões de dólares, um ritmo menor comparativamente aos 26,4% atingidos entre janeiro e fevereiro.

A China exportou 180,6 mil milhões de dólares, um aumento de 4%, face aos primeiros dois meses do ano, de acordo com os mesmos dados. O aumento das exportações é um sinal positivo para a liderança chinesa, que está focada em assegurar postos de trabalho, enquanto enceta uma transição no modelo económico do país, visando tornar preponderante o consumo interno.

“A procura do exterior parece ter-se fortalecido”, afirmou Julian Evans-Pritchard, da consultora Capital Economics, num relatório. “Por outro lado, há sinais de que o aumento das importações, sustentando pela aceleração da economia chinesa, parece estar a abrandar”, acrescentou. O excedente chinês contraiu 20%, em termos homólogos, para 23,9 mil milhões de dólares.

A balança comercial com a União Europeia registou agora um excedente de 7,7 mil milhões, a favor da China. Com os Estados Unidos, a vantagem chinesa na balança comercial fixou-se em 17,7 mil milhões. Na quarta-feira, o presidente norte-americano, Donald Trump, removeu uma potencial ameaça para as exportações chinesas, ao afirmar que não vai rotular a China de manipulador de moeda. Na campanha eleitoral, Trump tinha prometido penalizar as importações chinesas.

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