Depois da OPA à Hispania, Blackstone torna-se o maior grupo hoteleiro de Espanha

Depois de adquirir uma participação de 15,56% em abril na Hispania, o fundo norte-americano passa agora a controlar 90,6% da cadeia hoteleira espanhola.

A Blackstone acaba de se tornar a maior proprietária de hotéis em Espanha, depois de ter adquirido 90,6% da Hispania, uma das maiores Socimi’s espanholas, através de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA). Com mais de 20 mil milhões de euros em ativos, o fundo norte-americano torna-se, assim, um dos investidores mais dinâmicos do país vizinho, de acordo com o Expansión (conteúdo em espanhol).

A OPA da Blackstone à Hispania foi aceite esta sexta-feira, num total de 80.811,235 ações. Assim, o fundo, que já detinha 16,56% da Socimi espanhola, passa a ter uma participação de 90,6%, numa operação que representa uma valorização de 1.992 milhões de euros da Hispania.

Em abril, a Blackstone adquiriu ao magnata húngaro George Soros a sua participação de 16,56%, pelo que a OPA se dirigiu a 83,44% do capital. Ou seja, esta operação representa um investimento de 1.662 milhões de euros, escreve o jornal espanhol.

No mês passado, o fundo decidiu fixar a oferta em 18,25 euros por ação, o equivalente a um aumento de 4,6% sob o valor inicial (17,45 euros). Com o sucesso desta operação, a Blackstone passa a deter 46 ativos e mais de 13.144 habitações, num total de mais de 20 mil milhões de euros.

O objetivo da empresa norte-americana passa por tirar a Hispania da bolsa e otimizar a sua estrutura financeira. A ideia é manter os ativos hoteleiros e residenciais a médio prazo, num período entre três a sete anos, através de uma empresa não cotada. Para além disso, pretende ainda refinanciar a Socimi, que tem uma dívida de quase 900 milhões de euros.

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Banca vai aplicar juros negativos nos créditos da casa. Mas não está muito convencida

A APB diz que as instituições financeiras que representa pretendem aplicar a nova lei que visa refletir na íntegra os juros negativos no crédito da casa. Contudo, diz ter dúvidas no tratamento fiscal.

A APB diz que as instituições financeiras que representa pretendem aplicar a nova lei que visa refletir na íntegra os juros negativos sobre o crédito da casa. Contudo, afirma que o setor tem dúvidas relativamente ao tratamento fiscal a dar aos juros negativos.

“Os bancos, como não pode deixar de ser, vão aplicar a lei e pôr em prática o que ela estabelece”, começa por dizer a Associação Portuguesa de Bancos (APB), em comunicado enviado às redações nesta sexta-feira. Em causa está a lei que, desde quinta-feira, obriga os bancos a refletirem as taxas negativas das Euribor na totalidade sobre os contratos de crédito à habitação.

A medida que beneficia as famílias com crédito à habitação não foi, contudo, bem recebida pelos bancos que, no entanto, assumem agora que a vão seguir. Contactados os cinco maiores bancos portugueses nesta semana, três — CGD, BPI e Santander — já tinham demonstrado essa mesma posição.

“O BPI estará em condições de assegurar a implementação no prazo definido pela lei”, afirmou fonte oficial do banco liderado por Pablo Forero ao ECO na passada quarta-feira, o dia anterior à entrada em vigor da lei. No mesmo sentido foi a declaração do Santander que disse que “irá naturalmente aplicar a lei que agora entra em vigor”. Mas também da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que disse ainda estar “a implementar o método de devolução aos clientes dos juros negativos com o alinhamento do seu sistema informático“, acrescentando que “oportunamente, e no cumprimento da lei” iria informar “os clientes visados”.

A adaptação dos sistemas dos bancos à implementação de uma lei proposta pelo Bloco de Esquerda com alterações do Partido Socialista e que foi aprovada pela Assembleia da República no passado mês de maio é outro dos temas abordados pelo comunicado da entidade liderada por Faria de Oliveira.

“Tendo em conta as especificidades deste regime, a sua implementação exige adaptações nos sistemas internos dos bancos, nomeadamente, ao nível dos procedimentos informáticos“, afirmou a APB, acrescentando estarem “a ser desenvolvidos todos os esforços para assegurar uma rápida implementação dessas adaptações”.

De salientar que a lei prevê que, em alternativa à dedução imediata dos juros negativos ao capital em dívida, os bancos poderão optar pela constituição de um crédito a favor do cliente, que apenas será efetivamente objeto de compensação quando as taxas de juro apuradas passem a apresentar valores positivos.

“Os mutuários irão ver refletida, no valor das prestações a pagar, esta nova realidade dos ‘juros negativos’, em função da opção que venha a ser adotada por cada banco”, explicita a APB a esse propósito.

Apesar do esforço no sentido de aplicar o estabelecido na lei, a associação que representa os bancos revelou reticências relativamente ao respetivo tratamento fiscal. “Sublinhe-se ainda que persistem dúvidas de âmbito fiscal sobre o tratamento a dar aos ‘juros negativos'”, acrescentando que “aguardam clarificação das Autoridades“.

(Notícia atualizada Às 16h27 com mais informação)

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Antas da Cunha Ecija reforça equipa de TMT / Privacy

Antas da Cunha Ecija integra Ana Bastos, como nova Of Counsel, que irá desempenhar também o papel de Project Cordinator na área de TMT e Privacidade.

Antas da Cunha Ecija integra Ana Bastos, como nova Of Counsel, que irá desempenhar também o papel de Project Cordinator na área de TMT e Privacidade.

Licenciada em Direito pela Universidade Católica do Porto e formada em Marketing Digital pela academia APHTUS, exerceu consultoria fiscal na Deloitte. Foi Head of Legal Department and DPO do IMPACTING GROUP, composto por cinco empresas técnológicas e de marketing digital ( Adclick, Beeleads, EmailBidding, SMARKIO e Impacting Digital).

“Apresenta uma forte experiência em plataformas de marketing Automation como o SMARKIO e EGOI e em coordenação de equipas a nível nacional e internacional, principalmente em mercados Europeus e da América Latina”, segundo comunicado do escritório enviado à Advocatus.

A advogada terá um papel no desenvolvimento do departamento de TMT/Privacidade e Cibersegurança.

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Advogada do SRS apresenta Meo/GDA no Tribunal Europeu de Justiça

Ana Rita Andrade, advogada coordenadora do departamento de Concorrência e União Europeia da SRS Advogados, foi convidada pela “Asociación Española para Defensa de la Competencia”.

Ana Rita Andrade, advogada coordenadora do departamento de Concorrência e União Europeia da SRS Advogados, foi convidada pela “Asociación Española para Defensa de la Competencia” para apresentar o recente caso Meo/GDA no Tribunal Europeu de Justiça.

O caso refere-se à confirmação da necessidade da demonstração de efeitos nos casos de abuso de posição dominante. A SRS Advogados representou a GDA – Direitos dos Autores, que viu os seus argumentos vencerem nas três instâncias -Autoridade da Concorrência, Tribunal da Concorrência e, no incidente de reenvio prejudicial para o Tribunal de Justiça Europeu”

A apresentação do caso teve lugar no seminário organizado pela Associação nos escritórios da Allen & Overy, em Madrid, e contou no painel com Antonio Martinez, sócio do escritório anfitrião e vice-presidente da associação, e Santiago Soldevila, juiz da Audiência Nacional española.

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Ministério do Planeamento sem queixas sobre alegadas fraudes em Pedrógão Grande

  • Lusa
  • 20 Julho 2018

O ministro do Planeamento disse que, caso tivesse recebido queixas, estas "já tinham sido remetidas ao Ministério Público".

O ministro do Planeamento, Pedro Marques, afirmou esta sexta-feira que o Ministério não recebeu qualquer queixa sobre alegadas fraudes na reconstrução de casas em Pedrógão Grande, uma situação “lamentável” sobre a qual vai aguardar os resultados da investigação.

“Não tínhamos no Ministério [do Planeamento e das Infraestruturas] nenhuma queixa desta natureza”, afirmou hoje Pedro Marques, garantindo que se tivesse tido denúncias sobre alegadas fraudes na reconstrução de casas em Pedrógão Grande, “já tinham sido remetidas ao Ministério Público”. Para o Ministro do Planeamento, a confirmar-se que “as pessoas prestaram informações erróneas” e que praticaram fraudes “para beneficiar da solidariedade de todos os portugueses”, tratar-se-á de uma situação “de lamentar” e sobre a qual o ministro vai aguardar os resultados da investigação.

A confirmar-se a existência de fraudes, afirmou ainda Pedro Marques, tal “não pode deslustrar e pôr em causa o esforço brutal de solidariedade dos portugueses e do Estado em mobilizar recursos e promover a reconstrução” das habitações das pessoas afetadas pelos incêndios ocorridos em Pedrógão Grande. “Este esforço tão grande que o país está a fazer ao longo destes meses para reabilitar a vida daquelas pessoas não pode e não vai ser posto em causa por uma ou outra situação daquelas que foram denunciadas”, afirmou Pedro Marques, à margem de uma visita a obras em curso em Torres Vedras.

Em causa está um inquérito aberto pelo Ministério Público (MP) para investigar alegadas irregularidades na reconstrução de casas afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017. A revista Visão divulgou na quinta-feira que meio milhão de euros de donativos destinados à reconstrução de casas de primeira habitação terão sido desviados para casas não prioritárias, isto é, de segunda habitação.

A Visão refere também casos de pessoas que mudaram a morada fiscal após o incêndio de forma a conseguirem o apoio do Fundo Revita ou de outras instituições, como a Cáritas, SIC Esperança, Cruz Vermelha, La Caixa, Gulbenkian ou Misericórdias.

O incêndio, que deflagrou em junho de 2017 em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e que alastrou a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, e destruiu meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas. Criado pelo Governo para apoiar as populações e a revitalização das áreas afetadas pelos incêndios de junho de 2017, o fundo Revita recebeu o contributo de 61 entidades, com donativos em dinheiro, em bens e em prestação de serviços. Os donativos em dinheiro rondam os 4,4 milhões de euros, a que se juntam 2,5 milhões de euros disponibilizados pelo Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, apurou o relatório do Fundo Revita.

De acordo com os últimos dados do Fundo Revita, estão já concluídos os trabalhos de reconstrução de 160 das 261 casas de primeira habitação afetadas pelos incêndios de junho de 2017, pelo que se encontram ainda em obras 101 habitações.

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Tarifas de Trump pressionam Wall Street. Microsoft abre em alta e suaviza perdas

  • ECO
  • 20 Julho 2018

O anúncio de Trump de que podia impor tarifas em todos os produtos chineses assustou os investidores.

A escalada da guerra comercial de Trump, que disse que estava pronto para impor tarifas em todos os produtos que venham da China, está a pressionar a bolsa norte-americana. Os ganhos da Microsoft suavizaram a queda.

Os principais índices americanos abriram a descer, com o industrial Dow Jones a cair 0,21% para os 25.011,75 pontos, e o S&P 500 teve um deslize ligeiro de 0,06% para 2.802,88 pontos.

o índice tecnológico Nasdaq conseguiu abrir a subir, com 0,19%, para 7.840,53 pontos. Para isso ajudou a Microsoft, que apresentou resultados fortes, e abriu a sessão com um máximo histórico, com as ações a valorizar 3%.

O Facebook mantém-se estável, mesmo com todas as polémicas que têm envolvido o fundador Mark Zuckerberg, e abriu a subir 0,53%. O mesmo para a Google, depois de a Comissão Europeia multar o gigante em 3,34 mil milhões de euros, conseguiu valorizar 0,25%.

O petróleo também está a valorizar, com o barril de Brent a subir 0,72%.

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Jogos da Liga dos Campeões vão dar na TVI

A Eleven Sports e a TVI terão chegado a um acordo para que a estação transmita os jogos da Liga dos Campeões em sinal aberto, com "exclusividade". Nowo fica com o cabo.

Afinal, os jogos da Liga dos Campeões na próxima época também deverão ser transmitidos no canal generalista da TVI. A Eleven Sports estará prestes a fechar um “acordo exclusivo para a aquisição dos direitos” da competição em sinal aberto, revelou a TVI24. Segundo a estação de Queluz de Baixo, a parceria e os detalhes deste acordo serão anunciados “no decorrer da próxima semana”.

A empresa britânica Eleven Sports entrou no mercado português este ano, com a aquisição dos direitos de transmissão da Liga dos Campeões à UEFA por três temporadas, uma operação que surpreendeu o mercado. No final de maio, quando se soube da compra, a Nowo revelou ter chegado a um acordo com a empresa para a transmissão dos jogos no cabo. Mas as negociações com outros players do setor nunca foi segredo.

Pouco mais se sabe acerca do acordo, que deverá ser apresentado em Lisboa. Mas salvo alterações de última hora, a TVI deverá ficar, assim, com os direitos exclusivos de transmissão dos jogos em sinal aberto, enquanto a Nowo garante, “para já”, a exclusividade no cabo — nomeadamente, os dois canais em transmissão contínua que a Eleven Sports vai criar, mais outros quatro canais que só aparecem na grelha quando há “conflitos de horários” nos jogos. A empresa britânica também já tem os direitos de outras competições internacionais, como a liga francesa, por exemplo.

Além de transmitir os jogos na TV, a Eleven Sports planeia lançar uma plataforma de streaming. O custo do serviço será de 9,99 euros, tanto para os clientes da Nowo como para os clientes online, à semelhança da estratégia levada a cabo pela empresa britânica noutros mercados.

A notícia do acordo entre a Eleven Sports representa também uma reviravolta no setor. Em março, a Media Capital anunciava a decisão de não concorrer à compra dos direitos da Liga dos Campeões. Ao ECO, fonte oficial do grupo chegou mesmo a dizer que “a TVI não ficou com a Champions porque os preços apresentados não são um bom negócio”. “Temos de ter margens. Os preços estão inflacionados”, afirmou a mesma fonte. A RTP também se descartou no processo, com motivos semelhantes.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h07)

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Famílias já têm mais de 35 mil milhões em dívida do Estado

Entre certificados de aforro, do Tesouro e OTRV, os portugueses têm 35.632 milhões de euros emprestados ao Estado. O valor representa 14,5% da dívida direta do Estado, o máximo de uma década.

As famílias portuguesas não só estão a emprestar mais dinheiro ao Estado como a tornar-se cada vez mais representativas no seu financiamento. Os portugueses têm atualmente mais de 35 mil milhões de euros em dívida do Estado. Trata-se de um máximo histórico e que representa já 14,5% do total do financiamento público. Seria necessário recuar uma década para assistir a um peso mais elevado.

A busca de retorno perante a fraca atratividade dos outros instrumentos de poupança ajuda a explicar essa corrida aos produtos do Estado. Os portugueses têm em mãos atualmente 35.632 milhões de euros em dívida do Estado. Este montante resulta da soma dos 11.873 milhões aplicados em certificados de aforro, 15.809 milhões investidos em certificados do Tesouro e 7.950 milhões de financiamento através das sete emissões de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) que o Estado já realizou.

O valor global do financiamento conseguido pelo Tesouro português junto do retalho corresponde a 14,5% quando comparado com os 246.345 milhões de euros a que correspondia o total da dívida direta do Estado no final de maio, o valor mais recente conhecido.

Dívida pública nas mãos das famílias em alta

Fonte: IGCP

Numa análise histórica, seria necessário recuar até ao ano de 2008 — ou seja, uma década — para ver um grau de representatividade tão elevado no financiamento das famílias ao Estado. Mas antes desse ano chegou-se a assistir a níveis mais elevados. Por exemplo, no final de 2007, ano até onde vai o histórico disponibilizado pelo IGCP — a agência responsável pela gestão da dívida pública portuguesa — as famílias pesavam 16% no financiamento do Estado.

A principal diferença é que o nível de endividamento do Estado era bastante menor nessa altura. Em 2008, a dívida direta do estado ascendia a 118.463 milhões de euros. Ou seja, menos de metade quando comparada com os atuais 246.635 milhões de euros, que representam um nível recorde. Já no que respeita à dívida pública para o retalho, esta totalizava 17.198 milhões de euros no final de 2008. Também menos de metade face aos atuais 35.632 milhões de euros.

Este valor enquadra-se num contexto de maior diversidade no que respeita à oferta de produtos de poupança destinados ao retalho que começou com os primeiros certificados do Tesouro, produto que o Estado lançou em 2010 como forma de captar financiamento numa altura em que já enfrentava dificuldades em aceder ao mercado. E que se estendeu mais tarde ainda às OTRV, compondo o atual trio de produtos de poupança disponibilizados pelo Tesouro português.

Produtos do Estado valem um quarto dos depósitos

Fonte: IGCP e BdP

Uma maior paleta de opções de aforro, mas também com retornos mais atrativos quando comparada com as restantes aplicações disponíveis no mercado. Nomeadamente os depósitos a prazo.

Após os máximos de final de 2010 (4,53%), os juros a prazo dos depósitos a prazo foram caindo de forma gradual para atingir os atuais mínimos historicamente, desincentivando as famílias a alocarem nesses produtos as duas poupanças. Os bancos ofereceram, em média, uma taxa de juro de 0,17% nas novas aplicações a prazo realizadas em maio.

Essa remuneração compara com a taxa de juro média de 1,35% oferecida ao fim de sete anos nos Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC). Já a última emissão de OTRV dispôs-se a pagar 1% também por um horizonte de sete anos de aplicação. Por sua vez, os certificados de aforro subscritos em julho contam com uma remuneração de 0,678%, ainda assim mais atrativa face aos depósitos a prazo.

Produtos do Estado batem juros dos depósitos

Fonte: IGCP e BdP

Perante este contexto não é de estranhar que os portugueses tenham cada vez menos dinheiro em depósitos a prazo, preferindo mesmo ter o dinheiro simplesmente parado na conta à ordem. No final de maio, os portugueses tinham um total de 144.891 milhões de euros em depósitos, 53.746 dos quais em contas à ordem. Os mais de 35 mil milhões de euros aplicados em dívida para o retalho representam atualmente um quarto do montante total que os portugueses têm depositado nos bancos, um máximo de pelo menos uma década.

Já os depósitos a prazo ascendiam em maio a um total de 91.145 milhões de euros, o valor mais baixo desde maio de 2011. A dívida pública nas mãos das famílias já corresponde assim a perto de 40% do stock de depósitos a prazo. Há uma década correspondia a 20%.

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Trump “pronto” para impor tarifas a todas as importações chinesas

A guerra comercial entre os EUA e a China aumentou de tom. Donald Trump diz que está "pronto" para taxar a totalidade das importações sínicas, um total de 505,5 mil milhões de dólares.

Depois de ter atacado as importações de produtos tecnológicos vindos da China, Donald Trump diz estar “pronto” para impor novas tarifas aduaneiras a todos os bens com origem sínica. À CNBC, o Presidente norte-americano adiantou que está preparado para taxar os 505,5 mil milhões de dólares (cerca de 434,7 mil milhões de euros) que representam a totalidade das importações chinesas. “Estou pronto para subir para os 500”, disse o líder.

“Não estou a fazer isto por razões políticas, estou a fazê-lo porque é a decisão acertada para o país”, salientou ainda Donald Trump, que defendeu que os EUA têm sido vítimas de alguns países em várias frentes, incluindo a nível comercial e monetário. “Temos sido roubados pela China há bastante tempo”, reforçou. Por comparação aos 505,5 mil milhões de dólares gastos, no último ano, pelos norte-americanos em produtos chineses, a China despendeu apenas 129,9 mil milhões de dólares (cerca de 111,7 mil milhões de euros) em bens com origem nos EUA, o que revela uma desequilíbrio significativo na balança comercial.

Apesar das ameaças, o Presidente norte-americano fez questão de notar que não quer “assustar” o Governo chinês, até porque “gosta” do seu líder, Xi Jinping. “Não quero que fiquem assustados, quero que tenham sucesso. Gosto muito do Presidente Xi, mas [a situação atual] não é justa”, assinalou.

As declarações de Donald Trump divulgadas esta sexta-feira tiveram efeitos imediatos nas praças bolsistas europeias, que estão a tremer. O Stoxx 600 está, nesse sentido, a desvalorizar 0,30% para 385,02 pontos. Do mesmo modo, o índice alemão DAX-30 está a cair 0,66% para 12.602,43 pontos e o francês CAC-40 está a recuar 0,73% para 5.377,0.

O alargamento das tarifas à totalidade das importações chinesas é mais um passo no sentido do agravamento da guerra comercial que se tem desenrolado entre os norte-americanos, os chineses e até os europeus.

Ainda no início deste mês, a Casa Branca avançou com a aplicação de taxas aduaneiras de 25% sobre 34 mil milhões de dólares de produtos tecnológicos importados da China. Em retaliação, o país de Xi Jinping decidiu aplicar taxas também de 25% a 659 bens norte-americanos. Dias depois, em resposta a esta decisão do Governo sínico, Donald Trump voltou a acenar-lhe com mais tarifas (desta vez, com taxas de 10% sobre 200 mil milhões de dólares de importações sínicas), tendo a China, desta vez, ripostado com a denúncia à Organização Mundial do Comércio da “conduta unilateral” dos EUA.

Recorde-se ainda que os Estados Unidos aplicaram à União Europeia, em maio, tarifas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio. Em resposta, o bloco europeu reuniu uma lista de produtos emblemáticos norte-americanos aos quais aplicou novas taxas aduaneiras. Um mês depois, Donald Trump considerou mesmo que a União Europeia é “tão má como a China” nas relações comerciais e ameaçou impor tarifas de 25% sobre os automóveis vindos do Velho Continente. A concretizarem-se, estas novas taxas podem custar seis mil milhões de euros à Alemanha, país onde está sedeadas fabricantes tão icónicas como a Volkswagen, a Mercedes e a Porsche.

Esta sexta, numa conferência em Berlim, Angela Merkel deixou claro que esta guerra transatlântica é “muito séria” e sublinhou que a imposição mútua de tarifas entre os EUA e a UE “foi a pior das soluções”. Segundo o Financial Times, a chanceler alemã notou ainda que as tensões precisam de ser aliviadas, porque a parceria comercial com os norte-americanos é “fundamental” para o bloco europeu.

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ADSE vai limitar consultas pagas a 24 por ano

  • ECO
  • 20 Julho 2018

O subsistema de saúde dos funcionários públicos vai ter mais beneficiários. Ao mesmo tempo vai ter limites de despesa com consultas fora do sistema.

Os beneficiários da ADSE vão passar a ter um limite e 24 consultas por ano para recorrer a médicos sem acordo com o subsistema de saúde da Função Pública, avança o Público (acesso condicionado). Esta regra faz parte da nova tabela que entrará em vigor no início de setembro.

Será possível ultrapassar este limite nos casos em que haja justificação clínica, adianta o mesmo jornal diário. O objetivo deste limite é controlar a despesa e evitar abusos.

Segundo o Público, esta novidade foi apresentada esta quinta-feira numa reunião do Conselho Geral de Supervisão, que já contou com a presença da nova presidente da ADSE, Sofia Portela.

Em declarações ao Público, José Abraão, dirigente da Fesap, mostrou-se preocupado com os atrasos no diploma que alarga a ADSE a novos beneficiários. Está prevista a entrada para este subsistema de saúde de 64 mil novos beneficiários.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Portugal terminou o primeiro trimestre do ano com a terceira maior dívida da União Europeia, mas uma parte diz respeito a depósitos e outros ativos que compõem a maior almofada financeira da região. Já são várias as freguesias e câmaras em todo o país a transferirem o dinheiro das contas da CGD para outros bancos em resposta ao encerramento dos balcões da Caixa. Deixam as contas a “zeros”.

Março de 2018 terminou com o país a registar uma almofada financeira no valor de 13% do PIB, segundo as estatísticas divulgadas esta sexta-feira pelo Eurostat. Portugal surge destacado neste indicador. Itália aparece a seguir com um valor de ativos de moeda e depósitos de 10,5%, sendo que a média da região é de apenas 3,3%.

Não é uma, nem duas ou três. São já várias as câmaras municipais e juntas de freguesia a colocarem as contas que têm na Caixa Geral de Depósitos (CGD) a “zeros”. Isto em resposta à decisão do banco liderado por Paulo Macedo de encerrar os balcões nestas regiões num total de cerca de 70 agências em todo o país. Se Louriçal, em Pombal, foi o primeiro a adotar esta medida, rapidamente se seguiram outras, sendo o caso de Viseu um dos mais polémicos.

O Banco Comercial Português (BCP) terá tido um trimestre muito positivo. O BPI estima que o banco ainda liderado por Nuno Amado apresente um resultado líquido de 58 milhões nos três meses terminados em junho, apontando para lucros de quase 150 milhões no acumulados dos primeiros seis meses do ano. É um aumento de 60%.

A Vista Alegre, que recentemente celebrou 30 anos em bolsa, vai ter mais ações no mercado de capitais. Depois de anos com um reduzido número de títulos, a Visabeira comunicou à CMVM que vai dispersar 24,13% do capital da empresa de vidros e porcelanas na praça lisboeta a 24 de julho. Estas ações que vão para a bolsa resultam do aumento de capital por conversão de créditos realizado no final de 2017.

A Farfetch comprou a CuriosityChina, uma agência chinesa de marketing digital que passará a estar integrada na empresa liderada pelo português José Neves. O montante da compra não foi revelado. Segundo a Bloomberg (acesso condicionado), a empresa deverá ajudar a Farfetch a expandir a venda de artigos de luxo no serviço de mensagens chinês WeChat, que conta com mais de mil milhões de utilizadores na China.

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Carlos Pimenta rejeita existência de rendas excessivas na produção eólica

  • Lusa
  • 20 Julho 2018

O antigo secretário de Estado do Ambiente Carlos Pimenta diz que "foi tudo feito de forma legal, transparente, com concurso".

O antigo secretário de Estado do Ambiente Carlos Pimenta recusou esta sexta-feira que existam rendas excessivas na energia eólica uma vez que os concursos foram legais, transparentes e as tarifas “em linha” com as remunerações na União Europeia.

Carlos Pimenta está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas da energia, assumindo não estar de acordo com muito do que foi dito em audições anteriores a propósito produção eólica, como por exemplo o antigo ministro da Energia Mira Amaral que defendeu que “o desastre do sistema elétrico teve origem em 2007, quando o governo de José Sócrates decidiu instalar 8.000 megawatt de potência eólica remunerada”.

O antigo secretário de Estado do Ambiente, atualmente ligado a várias empresas do setor das energias renováveis, questiona “como é que se pode dizer que há rendas excessivas” nos processos de atribuição de potência eólica quando “foi tudo feito de forma legal, transparente, com concurso” e “estando em linha com as remunerações pagas na União Europeia”.

Carlos Pimenta sublinhou ainda que as tarifas são sempre decrescentes, coincidentes com a maior maturidade tecnológica, destacando que a opção pela eólica “foi boa”. O antigo secretário de Estado considerou ainda que, em termos de alternativa, o nuclear “não era opção para Portugal e seria uma desgraça”, orgulhando-se de ter pertencido ao Governo que tomou a decisão política de rejeitar o nuclear.

Recusando ser “treinador de bancada” sobre CAE e CMEC, uma vez que não conhece estes contratos, Carlos Pimenta recorreu a um parecer da Comissão Europeia para concluir que “as eólicas passam bem na comparação com os CAE e com os CMEC“.

Carlos Pimenta destacou ainda a “criação de vários milhares de empregos diretos” associados aos concursos eólicos e o forte impacto nas exportações nacionais que tem este setor.

Carlos Pimenta foi secretário de Estado do Ambiente em dois governos, primeiro, entre 1983 e 1984, no conhecido governo de bloco central, liderado por Mário Soares, e, depois, entre 1985 e 1987, no X Governo Constitucional chefiado por Cavaco Silva. Carlos Pimenta lidera o fundo de capital de risco NovEnergia, dono de vários projetos de renováveis.

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