Moscovici: Portugal está numa posição mais forte, mas ainda enfrenta desafios

  • ECO
  • 12 Junho 2018

O comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros defende que Portugal deve reforçar "o seu sucesso através do combate às vulnerabilidades que ainda mantém".

“Portugal está hoje numa posição muito mais forte do que há dez anos, quando a crise financeira estava a começar”, mas o país ainda enfrenta desafios. Quem o diz é o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici.

O Jornal de Negócios quis saber, junto do comissário, se Portugal estaria hoje mais bem preparado para enfrentar uma crise económica global. Moscovici indica, no seu comentário, que as “decisões difíceis” tomadas desde os anos da crise “ajudaram a tornar as finanças públicas sustentáveis, a reparar o setor bancário e a tornar a economia mais competitiva”. “Hoje, a economia portuguesa cresce de forma robusta, as suas finanças públicas estão a melhorar e o desemprego está a cair rapidamente”, diz ainda.

Recordando que a Bruxelas reconhece Portugal já não apresenta desequilíbrios macroeconómicos excessivos, as recomendações recentes “focam-se nos desafios que o país ainda enfrenta”. “Queremos que Portugal reforce o seu sucesso através do combate às vulnerabilidades que ainda mantém: reduzindo a sua ainda elevada dívida, fortalecendo mais partes do setor bancário, tornando o mercado de trabalho mais inclusivo. Mas o facto de que Portugal ainda enfrenta desafios – que país não os tem? – não nos deve desviar das importantes conquistas dos anos recentes, que tornaram a economia portuguesa muito mais resistente a choques potenciais”, sublinha Moscovici.

Para o comissário europeu, também há “mais trabalho a fazer para tornar a zona euro como um todo mais resistente, bem como mais justa e mais democrática”. Pierre Moscovici lembra que o Euro Summit, no final de junho, “precisa de tomar ações decisivas credíveis” no sentido do reforço da zona euro. “Esta vai ser a última oportunidade para fazer progressos significativos nesta frente durante um longo período de tempo – é vital que os façamos”, conclui.

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Lisboa sobe à boleia do BCP e da Galp

A bolsa de Lisboa arrancou a subir 0,40%, com 12 cotadas em terreno positivo. Os maiores contributos são dos títulos do BCP e da Galp.

A bolsa de Lisboa voltou a abrir em alta, pela segunda sessão consecutiva. A puxar pelo PSI-20 estão os títulos do BCP, que sobem depois de a agência de notação DBRS ter anunciado que se prepara para subir o rating do banco. A ajudar esteve ainda a Galp e a EDP. A valorização da bolsa nacional acompanha, assim, a tendência do resto da Europa.

O principal índice bolsista nacional abriu a avançar 0,40% para 5.666,92 pontos, com 12 cotadas em terreno positivo, três em queda e três inalteradas. A contribuir para este desempenho está o banco liderado por Nuno Amado, cujos títulos sobem 1,39% para 0,278 euros, um dia depois de a agência de rating canadiana DBRS ter anunciado que se prepara para subir a notação do banco, podendo tirá-lo de “lixo”, ou seja, passar para nível de investimento.

Outra das cotadas a sustentar esta subida do PSI-20 foi a Galp Energia, que abriu a valorizar 1,29% para 16,46 euros, numa sessão em que o barril de Brent está a cotar nos 76,78 dólares. Estas valorizações surgem um dia depois de a Arábia Saudita ter informado a OPEP de que aumentou a produção de petróleo para pouco mais de dez milhões de barris por dia (bpd) em maio, de acordo com a Reuters (conteúdo em inglês).

Destaque ainda para os títulos da EDP, que avançam 0,30% para 3,38 euros, assim como os da REN, que sobem 0,43% para 2,35 euros. Por sua vez, a Pharol, apesar de ter aberto a subir 1,15% para 0,263 euros, mantém-se, neste momento, inalterada. Isto um dia depois de a telecom brasileira, participada da Pharol, ter visto o seu plano de recuperação judicial — que prevê a conversão de dívida em capital –, ser validado pela justiça holandesa.

A travar uma maior subida da bolsa de Lisboa estão os títulos dos CTT, que caem 0,21% para 2,79 euros, e da EDP Renováveis, que desvalorizam 0,36% para 8,22 euros.

Nas restantes praças europeias o cenário é positivo, com as principais bolsas a cotarem no verde: o Stoxx 600 avança 0,23% para 388,85 pontos, assim como o espanhol Ibex-35 que cresce 0,21% para 9.919 pontos. O italiano FTSE sobe 0,24% para 22.139,58 pontos, numa altura em que começam a aliviar as tensões políticas vividas no país.

(Notícia atualizada às 8h31 com novas cotações)

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Hoje nas notícias: Moscovici, professores e jogo online

  • ECO
  • 12 Junho 2018

De Pierre Moscovici às medidas para combater os efeitos da greve dos professores às avaliações, passando pela Cimeira EUA-Coreia do Norte. Veja as notícias em destaque.

Além da cimeira histórica entre EUA e Coreia do Norte, há outras notícias em destaque esta terça-feira. O comissário Pierre Moscovici diz que Portugal está hoje numa posição mais forte, mas nota que ainda há desafios. O Ministério da Educação vai obrigar os professores a dar notas e as licenças para jogo online estão perto de duplicar. Conheça as notícias que marcam o dia.

Moscovici: “Portugal ainda tem desafios – que país não os tem?”

O comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros entende que Portugal “está hoje numa posição muito mais forte do que há dez anos”, mas salienta que ainda há desafios. “Queremos que Portugal reforce o seu sucesso através do combate às vulnerabilidades que ainda mantém: reduzindo a sua ainda elevada dívida, fortalecendo mais partes do setor bancário, tornando o mercado de trabalho mais inclusivo”, diz Pierre Moscovici. Leia mais no Jornal de Negócios.

Bancos: Nova lei das rendas pode aumentar prestação da casa

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) contesta a medida que permite arrendar casas hipotecadas, apontando para um “inegável agravamento do risco dos contratos” de crédito à habitação. O parecer da Associação já chegou à Assembleia da República. Leia mais no Diário de Notícias.

Ministério da Educação vai obrigar os professores a dar notas

O Governo anunciou um conjunto de medidas para combater os efeitos da greve dos professores às avaliações. Uma delas prevê que a avaliação dos alunos fique fechada à terceira reunião, mesmo que faltem docentes. Outra garante o acesso de todos os estudantes aos exames mesmo que ainda não tenham notas. Veja mais no Jornal de Notícias [acesso pago].

Estado já concedeu 12 licenças de jogo online, há outros 11 pedidos em análise

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa recebeu autorização para explorar as apostas desportivas oline, ao lado da Fundação Montepio, União das Misericórdias, Cáritas e Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO). O Estado já concedeu 12 licenças de jogo online, mas há outros 11 pedidos em análise pelos Serviços de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ). Veja a notícia no Público [acesso condicionado].

Trump e Kim Jong-un assinaram acordo

A Cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte é destaque um pouco por todos os órgãos de comunicação social. O presidente norte-americano, Donald Trump, disse que a cimeira “correu melhor do que alguém poderia imaginar”. O documento conjunto já foi assinado. Veja mais na TSF.

 

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Orçamento do Benfica aprovado com 79,25% dos votos

  • Lusa
  • 12 Junho 2018

Orçamento do Benfica aprovado em Assembleia Geral por uma maioria de 79,25% dos votos.

O orçamento do Benfica foi esta segunda-feira aprovado em Assembleia Geral ordinária do clube por uma maioria de 79,25% dos votos (18.082), indicou o clube de Lisboa.

O orçamento de exploração, de investimentos e o plano de atividades da direção liderada por Luís Filipe Vieira para a época 2018/19 mereceram os votos contra de 12,52% (2.857), registando-se uma abstenção de 8,23%.

Há um ano, o orçamento ordinário de exploração, o orçamento de investimentos e o plano de atividades elaborados pela direção para o exercício de 2017/18 foram aprovados com 95,24% de votos.

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Trump e Kim assinam acordo. Tudo vai mudar, prometem

Trump disse "não ter dúvidas" de que vai ter um "ótimo relacionamento" com o líder norte-coreano Kim Jong-un frisou "decidiram deixar o passado para trás". "O mundo vai assistir a uma grande mudança"

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, assinaram esta terça-feira um acordo, um documento “abrangente” depois de um encontro histórico que tinha como principal objetivo desnuclearizar a península coreana. No início da cimeira Trump disse “não ter dúvidas” de que vai ter um “ótimo relacionamento” com o líder norte-coreano Kim Jong-un.

“Antigos preconceitos e velhos hábitos têm sido obstáculos, mas superámos todos para nos encontrarmos aqui hoje”, disse por sua vez vez o líder norte-coreano. Kim frisou ainda que os dois líderes “decidiram deixar o passado para trás”. “O mundo vai assistir a uma grande mudança”, acrescentou

A cimeira histórica entre o Presidente dos Estados Unidos e o líder da Coreia do Norte teve início hoje, em Singapura, com um histórico aperto de mão entre Donald Trump Kim Jong-un. Trump disse esperar que a desnuclearização da península aconteça “muito, muito rapidamente”, segundo a Reuters. Os mercados aplaudem o resultado: o dólar atingiu um máximo de três semanas e as ações nos mercados asiáticos revelaram alguma volatilidade com a notícia.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump (direita) e o líder norte-coreano, Kim Jong-un (esquerda) apertaram a mão durante o primeiro encontro histórico entre os dois líderes no Hotel Capella na ilha de Sentosa, em Singapura. EPA/KEVIN LIM

No acordo assinado, os dois países comprometem-se a estabelecer uma nova relação de acordo com o desejo de paz e prosperidade dos povos de ambos os países. Mas há mais pontos: unir esforços para criar um regime pacífico estável e duradouro na península coreana; reafirmar a declaração de 27 abril na qual a Coreia do Norte se compromete a trabalhar para uma total desnuclearização da península e, finalmente os dois países comprometem-se a recuperar os prisioneiros de guerra remanescentes, incluindo a repatriação imediata daqueles que já foram identificados.

Este é o primeiro encontro entre os líderes dos dois países depois de quase 70 anos de confrontos políticos no seguimento da Guerra da Coreia e de 25 anos de tensão sobre o programa nuclear de Pyongyang. Este encontro histórico ocorre depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), face aos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.

A cimeira começou pelas 9h00 de terça-feira (2h00 em Lisboa), no hotel Capella em Singapura, e resulta de uma corrida contra o tempo — com uma frenética atividade diplomática em Washington, Singapura, Pyongyang e na fronteira entre as duas Coreias –, em que houve anúncios, ameaças, cancelamentos e retratações surpreendentes.

As equipas do Presidente dos Estados Unidos e do líder norte-coreano iniciaram uma reunião alargada, após um primeiro encontro de cerca 40 minutos entre os dois líderes, sem conselheiros e apenas com os tradutores.

Já os líderes foram dar um passeio pelos jardins do hotel, após o almoço, e Trump garantiu uma vez mais que a cimeira correu “melhor do alguém poderia esperar”.

À chegada à sala onde o encontro está a decorrer, Trump mostrou-se confiante de que ele e Kim Jong-un vão “resolver um grande problema, um grande dilema”.

(Notícia atualizada com detalhes do acordo)

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5 coisas que vão marcar o dia

O dia 12 de junho vai ficar na história: é o dia em que Donald Trump conhece Kim Jong-Un em pessoa, numa cimeira inédita. Mas há mais pontos que vão marcar a agenda do dia.

O dia 12 de junho vai ficar na história: é o dia em que Donald Trump conhece Kim Jong-Un em pessoa, numa cimeira inédita entre os líderes dos EUA e Coreia do Norte, em Singapura. Mas há mais pontos que vão marcar a agenda do dia: inflação, crédito, alojamento local e CMEC são temas que se destacam no plano nacional.

Trump conhece Kim

É o encontro mais aguardado do ano na agenda internacional. Donald Trump encontra-se com Kim Jong-un em Singapura, numa reunião histórica e decisiva para o evoluir das relações dos EUA com a Coreia do Norte, nomeadamente no que toca ao programa nuclear norte-coreano.

Preços cresceram 1% em maio?

O INE revela a evolução da taxa de inflação em maio, isto depois de os preços no consumidor terem desacelerado para 0,4% no mês anterior. Na primeira estimativa, o gabinete de estatísticas apontava para uma aceleração dos preços em Portugal, com a inflação a ficar nos 1% em maio.

Como evoluiu o crédito para a casa?

Os bancos concederam perto de 2,2 mil milhões de euros em crédito para a casa no primeiro trimestre do ano, o valor mais elevado desde 2010. Isto corresponde a um crescimento de mais de 21% face ao mesmo período do ano passado. Numa altura em que o Banco de Portugal renova alertas no que toca à concessão de crédito, como evoluíram os novos montantes em abril?

Alojamento local vai ao Parlamento

A secretária de Estado da Habitação, Ana Pinho, é ouvida esta tarde no Parlamento, por causa da discussão em torno das propostas para as alterações à lei do Alojamento Local. Será uma das últimas audições junto de governantes e entidades neste âmbito.

Quem vai à comissão dos CMEC?

É o último dia para os partidos apresentarem os nomes de personalidades e especialistas que pretendem chamar ao Parlamento no âmbito da comissão de inquérito às rendas excessivas no setor elétrico, os chamados CMEC. Entre os nomes convocados pelos deputados estão Ricardo Salgado, José Sócrates, Passos Coelho, entre outros.

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Novo Banco engorda lucros do setor. Imparidades emagrecem

  • Rita Atalaia
  • 12 Junho 2018

É a primeira vez em muitos trimestres que os maiores bancos conseguem, todos, resultados positivos. O Novo Banco foi a surpresa, permitindo que os lucros do setor superassem a fasquia dos 500 milhões.

A banca está de regresso aos lucros. Depois de a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Santander Totta terem apresentado resultados positivos no arranque do ano, o Novo Banco vem agora engordar estes lucros, levando-os a superar os 500 milhões de euros. As maiores instituições financeiras colhem assim os frutos dos esforços para regressarem à rentabilidade, beneficiando da quebra das imparidades, mas também do aumento das margens.

O Novo Banco passou de prejuízos a lucros nos primeiros três meses do ano. Registou um resultado positivo de 60,9 milhões de euros, em comparação com um prejuízo de 130,9 milhões de euros no período homólogo. Uma recuperação que, segundo a instituição financeira liderada por António Ramalho, se deve sobretudo à venda do ramo segurador GNB Vida.

Cinco maiores bancos estão de regresso aos lucros

Estes lucros vêm aumentar o “bolo” do setor para 554,9 milhões de euros, no qual o BPI é o responsável pela maior “fatia”: sozinho lucrou 210 milhões de euros. Isto depois de ter sido também o banco liderado por Pablo Forero um dos principais “culpados” pelos lucros de apenas 55,6 milhões registados no setor nos primeiros três meses de 2017. Enquanto o Novo Banco perdeu 130 milhões, o BPI teve prejuízos de 122 milhões.

Em segundo lugar neste top dos lucros surge o Santander Totta, com um resultado positivo de 130,5 milhões de euros — já com a integração total do Banco Popular Portugal, seguida do BCP, que ganhou 85,6 milhões de euros. A CGD foi a “mais pequena” em termos de lucros, mas quando comparado com o mesmo período do ano passado, é das instituições financeiras que mais recuperou: deixou para trás prejuízos de 39 milhões de euros.

Novo Banco contribui para queda das imparidades

Se o banco liderado por António Ramalho contribuiu para que os cinco maiores bancos registassem lucros de mais de 500 milhões de euros, os seus resultados também não penalizaram muito as imparidades.

O total das imparidades reconhecidas nas contas dos primeiros três meses deste ano passou de 380,8 milhões para apenas 142,5 milhões de euros, segundo cálculos do ECO, com base nas contas dos bancos. Isto com o “contributo” de 37,8 milhões de euros da entidade que foi comprada em outubro pelo fundo norte-americano Lone Star.

No caso do BPI e do Santander Totta, houve mesmo uma reversão das imparidades. Ou seja, os bancos, depois de terem reconhecido imparidades significativas nas suas contas, acabaram por conseguir recuperar mais do que o previsto destes créditos em incumprimento. Isto traduziu-se num impacto positivo nos resultados. No BCP, apesar de o montante para provisões ainda ser elevado, também caiu para 106, enquanto a CGD registou menos 95 milhões em imparidades — assumiu uma perda de 13 milhões de euros.

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Bruno de Carvalho: “Se os jogadores voltarem, demito-me”

  • ECO
  • 11 Junho 2018

O presidente do Sporting garante que se os seis atletas que rescindiram apresentarem uma carta a pedir a demissão do conselho diretivo, então Bruno de Carvalho abandona o cargo.

O presidente do Sporting garante que se os seis atletas que rescindiram apresentarem uma carta a pedir a demissão do conselho diretivo, então Bruno de Carvalho abandona o cargo. Contudo, os jogadores terão de garantir que voltam atrás nas rescisões. E que se depois a direção se voltar a candidatar e ganhar, eles continuam no clube.

Bruno de Carvalho começou por lamentar mais uma saída, confirmando a rescisão de Bas Dost. O avançado seguiu o exemplo de William Carvalho, Gelson Martins e Bruno Fernandes, mas também de Rui Patrício e Podence, apresentando a sua carta de rescisão por justa causa, algo que o presidente do Sporting considera não ter fundamento legal.

“Tenho aqui três cartas. Tenho de vos dizer que o que está aqui nestas rescisões não tem qualquer fundamento a nível de justa causa“, afirmou o dirigente numa conferência de imprensa realizada em Alvalade. A argumentação é tão fraca nas cartas, tão fraca que já se percebeu que estes processos não vão ser levados ate ao fim”. Isto “não vai dar em nada”.

"Se o problema é este Conselho Diretivo, basta que os atletas escrevam uma carta ao clube dizendo que se esta direção se demitir voltam atrás com as rescisões.”

Bruno de Carvalho

Presidente do Sporting

Ainda assim, notando que a SAD está a ser alvo de uma “chantagem”, e mesmo considerando que não têm razão nos argumentos para a saída, o presidente do clube verde e branco desafiou os jogadores demissionários a voltarem atrás.

“Se o problema é este Conselho Diretivo, basta que os atletas escrevam uma carta ao clube dizendo que se esta direção se demitir voltam atrás com as rescisões”, disse Bruno de Carvalho, assumindo o compromisso de se demitir caso isso aconteça.

No entanto, o presidente do clube quer garantia de que ao voltarem atrás, os jogadores ficam no Sporting” em qualquer caso. “Se nos voltarmos a candidatar e ganharmos, continuam a valer estas premissas”, salientou.Basta haver essa carta dos seis e nos na mesma hora demitimo-nos”, rematou.

“Se escreverem a carta, apresentamos a demissão no imediato. Mas, a partir daí, quem fica a mandar no clube não são os associados, são os agentes” desportivos, alerta Bruno de Carvalho. Aí, o “Sporting perderá a sua força negocial, a sua face. Espero que os sportinguistas percebam o quanto o clube irá retroceder”.

“O que teria de bom para o SCP a nossa saída agora? Não conseguimos entender o que traria de bom, o que travaria”, rematou o presidente da SAD que tem sido alvo de grande contestação, estando mesmo marcada uma assembleia geral destitutiva para 23 de junho que Bruno de Carvalho diz que não se irá realizar.

(Notícia atualizada às 22h06 com mais informação)

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Depois do stress com G7, Wall Street olha com esperança para Singapura

  • Rita Atalaia
  • 11 Junho 2018

As bolsas norte-americanas terminaram a primeira sessão da semana no verde. Isto depois de os receios em torno do G7 terem aliviado. Foco vira-se agora para a cimeira entre EUA e Coreia do Norte.

As bolsas norte-americanas terminaram a primeira sessão da semana no verde. Depois de um arranque pouco auspicioso perante os receios dos investidores em torno da tensão na cimeira do G7, os índices acabaram por reforçar os ganhos com o foco a virar-se para a cimeira entre os EUA e a Coreia do Norte, em Singapura.

A sessão arrancou com alguma cautela por parte dos investidores, depois de a Alemanha ter acusado Donald Trump de “destruir” uma grande parte da confiança entre os Estados Unidos e a Europa, ao retirar, com um tweet, o apoio ao acordo final da cimeira de G7. “Trump não se importa com as convenções. Por isso, cria uma imprevisibilidade que os mercados não gostam”, afirmou Maris Ogg, presidente da Tower Bridge Advisors, à CNBC.

Mas esta tensão acabou por aliviar, o que se refletiu positivamente no desenrolar da negociação nas bolsas. O Dow Jones acabou por encerrar a sessão a valorizar 0,19% para 25.363,71 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 0,11% para 2.782,1 pontos. Já o índice tecnológico Nasdaq ganhou 0,19% para 7.659,92 pontos.

O foco dos investidores virou-se para a cimeira entre os EUA e a Coreia do Norte. Donald Trump e Kim Jong Un vão estar frente a frente na madrugada desta segunda-feira (hora de Lisboa) em Singapura, num primeiro encontro que se prevê um dos mais tensos da história dos primeiros encontros.

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Toma lá, dá cá. Conheça as cedências de Trump e Kim no primeiro encontro

  • Juliana Nogueira Santos
  • 11 Junho 2018

Como num primeiro encontro a valer, os dois líderes levam presentes para trocar. A questão é quem vai ficar mais contente.

Será a primeira vez que os dois líderes estarão frente a frente.Fotomontagem: Lídia Leão

Primeiro ia acontecer. Depois foi desmarcado. Afinal vai mesmo acontecer. Donald Trump e Kim Jong Un vão estar frente a frente na madrugada desta segunda-feira (hora de Lisboa) em Singapura, num primeiro encontro que se prevê um dos mais tensos da história dos primeiros encontros.

Após a entrada de Trump, a Casa Branca mudou drasticamente a abordagem relativamente à Coreia do Norte. Enquanto Barack Obama seguiu um caminho de “paciência estratégica”, o republicano entrou com “fogo e fúria” caso o “little rocket man” não largasse mão da sua estratégia nuclear.

As ameaças foram sendo trocadas e custaram muitos sustos aos países vizinhos, que estiveram várias vezes em risco de um ataque nuclear, e até as bolsas mundiais, que nas semanas mais tensas perderam milhares de milhões de dólares. Este encontro teve de ser preparado com o maior do rigor.

Mike Pompeo, secretário de Estado de Trump, esteve duas vezes em Pyongyang para garantir que tudo estava a decorrer como previsto, enquanto Kim Yong Chol, oficial norte-coreano, deslocou-se uma vez a Washington para limar arestas. Cenário final: Hotel Capella, na ilha paradisíaca de Sentosa, na costa sul de Singapura.

Armas nucleares em troca de paz

Se num primeiro encontro o sítio escolhido é muito importante — e vê-se que os dois líderes não se pouparam a luxos –, as prendas também fazem a diferença. Assim, Trump levará um ramo de promessas de melhorias para a economia norte-coreana, enquanto Kim porá as suas armas nucleares numa bandeja de prata. Isto se tudo correr bem.

O grande assunto a discutir vai ser então a desnuclearização da Coreia do Norte, que está fortemente armada desde a Guerra das Coreias. Este confronto entre norte e sul acabou nos anos 50, com os EUA a serem os aliados da Coreia do Sul, mas nunca foi assinado um tratado de paz. Assim, Kim Jong Un continua preparado para qualquer eventualidade, quer seja em relação aos vizinhos de baixo ou aos seus aliados.

Os Estados Unidos querem que este clima de paz armada acabe e que comece assim a reconciliação entre os dois países. As conversações entre Kim e Moon Jae-in, presidente da Coreia do Sul, já começaram, tendo estes estado reunidos pela primeira vez em uma década. Ainda assim, o aperto de mão só pode ser dado quando a confiança for o único sentimento a unir os líderes.

Trump já esteve em conversações com o primeiro-ministro de Singapura, antes do encontro com Kim Jong Un.Shealah Craighead/The White House

E para que tudo isto aconteça, o presidente dos Estados Unidos promete cancelar todas as sanções económicas aplicadas ao país e contribuir para que este deixe de ser visto como uma pária para o resto do mundo, mas como um aliado nas políticas e nos negócios. Algo que a economia norte-coreana bem precisa.

O PIB per capita do país é um dos mais baixos do mundo, ficando abaixo dos dois mil dólares. Com 80% das exportações do país a irem diretamente para a China, o problema da dependência comercial é também um dos mais graves. Em 2017 a Coreia do Norte registou exportações de perto de dois mil milhões de dólares, uma queda de mais de 60% face ao máximo deste século.

Assim, caso as sanções sejam levantadas e o país passe a ser visto como um bom parceiro comercial, a Coreia do Norte pode passar a ser uma das economias mais importantes do planeta, algo que Kim vê com muito bons olhos.

Trump diz que é uma questão de “atitude”

Ainda que esta reunião seja um passo positivo em direção a um grande objetivo, é impossível falar já de sucesso. Este está dependente de todo e qualquer movimento dos dois líderes. E a imprevisibilidade é muito alta.

Os cenários prováveis são três: o encontro corre bem e começa assim o caminho para paz transpacífica, composto por mais reuniões e cedências, o encontro segue sem problemas, mas não nenhuma das partes se compromete a aplicar medidas imediatas, ou, no pior caso, este encontro servirá apenas para adensar a tensão entre os países. Trump já provou este fim de semana na reunião dos G7 que a última opção é mais provável do que se poderia pensar.

Donald Trump já garantiu que está seguro de que as coisas vão correr bem. Aos jornalistas afirmou: “Acho que estou muito bem preparado. Acho que não tenho de me preparar muito. É uma questão de atitude. É uma questão de vontade de fazer as coisas. Mas acho que me tenho estado a preparar há muito tempo”.

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Holdimo manifesta “profundo desagrado” com nova vaga de rescisões no Sporting

  • Lusa
  • 11 Junho 2018

A empresa detentora de 29,8 por cento do capital do Sporting diz estar a aguardar a decisão do tribunal em relação a Bruno de Carvalho.

A Holdimo, segundo maior acionista da SAD do Sporting, manifestou o seu “profundo desagrado” com a rescisão de mais três jogadores da equipa de futebol do clube, lembrando que aguarda por uma decisão do tribunal.

“A Holdimo manifesta o seu profundo desagrado pelas rescisões apresentadas por mais três jogadores da equipa principal da Sporting SAD. É mais um momento triste para um calvário que tem assolado o dia-a-dia dos sportinguistas. Mas, o lamento não chega, é preciso reagir e agir”, refere em comunicado.

O Sporting confirmou hoje as rescisões de contrato dos futebolistas portugueses Gelson Martins, William Carvalho e Bruno Fernandes, que invocaram justa causa, na sequência das agressões a jogadores na Academia de Alcochete.

"É mais um momento triste para um calvário que tem assolado o dia-a-dia dos sportinguistas.”

Holdimo

Em informações enviadas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a SAD ‘leonina’ diz que recebeu esta segunda-feira, por email, documentos assinados pelos três internacionais portugueses a comunicarem “a resolução do seu contrato de trabalho desportivo, com invocação de justa causa”.

A Holdimo, detentora de 29,8 por cento do capital do Sporting, salienta que o tempo “não resolve o problema”, apenas o agrava, referindo que reconhece a “gravidade do problema e a urgência de uma solução” e que está empenhada em “virar a página do pesadelo” que o clube atravessa.

“Apresentámos, há cerca de duas semanas, uma ação para destituição do Conselho executivo da SAD. Evocámos o caráter de urgência, porque sabemos que cada dia que passa é mais um dia a acrescentar problemas e menos um dia a construir solução”, frisa o documento.

A Holdimo deu entrada nos tribunais com uma ação especial para destituir a administração liderada por Bruno de Carvalho, segundo foi anunciado por Álvaro Sobrinho, líder do grupo angolano. “Pela reserva a que nos obriga a ação que apresentámos, remetemos para momento posterior uma posição mais detalhada”, conclui o documento da Holdimo.

 

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CMEC: PSD quer ouvir Costa e Centeno e mais 60 personalidades

  • Lusa
  • 11 Junho 2018

No requerimento surgem primeiros-ministros, ministros da tutela, presidentes de bancos e de empresas energéticas, entre outros.

O PSD quer ouvir mais de 60 personalidades na comissão de inquérito às rendas da energia, entre as quais todos os primeiros-ministros entre 2004 e 2018, incluindo o atual, António Costa, e o ministro das Finanças, Mário Centeno. No requerimento das audições, a que a agência Lusa teve acesso, no âmbito da comissão parlamentar de inquérito, proposta pelo BE, ao pagamento de rendas excessivas aos produtores elétricos, o PSD requer ainda o depoimento de 15 empresas e entidades.

A encabeçar o requerimento surgem “todos os primeiros-ministros que exerceram funções no período objeto desta comissão”, que foi fixado entre 2004 e 2018, querendo assim o PSD ouvir Durão Barroso, Pedro Santana Lopes, José Sócrates, Pedro Passos Coelho e António Costa.

Os sociais-democratas pretendem ainda que prestem depoimento na comissão de inquérito “todos os ministros com a tutela da área da Energia que exerceram funções no período objeto desta comissão”, incluindo, entre outros, o antigo titular da pasta Manuel Pinho e o atual, Manuel Caldeira Cabral. O atual responsável pelas Finanças, Mário Centeno, é outra das personalidades que o PSD quer chamar.

Armando Vara é o nome que surge em primeiro lugar na alínea do requerimento referente a “presidentes dos Bancos, ou seus representantes em Portugal no caso de se tratar de algum banco estrangeiro, que participaram nas operações das várias fases de privatização da EDP e os administradores responsáveis de concessão de crédito aos projetos de energias renováveis de maior dimensão que exerceram funções no período objeto desta comissão”.

Paulo Macedo (CGD), Ricardo Salgado (BES), José Maria Ricciardi (BESI), Jardim Gonçalves (BCP) e Paulo Teixeira Pinto (BCP) são outros dos nomes que surgem neste grupo referente aos bancos.

Os sociais-democratas requerem ainda a audição de “todos os presidentes das principais empresas do setor energético que exerceram funções” entre 2004 e 2018, nos quais se incluem António Mexia (CEO EDP – 2006 até à data), João Manso Neto (CEO EDP Renováveis- 2006 até à data) , Rodrigo Costa (CEO REN), Rui Cartaxo (CEO REN), José Penedos (CEO REN 2001-2009), Joaquim Pina Moura (CEO Iberdrola), Nuno Ribeiro da Silva (CEO Endesa) e Aníbal Fernandes (ENEOP).

Todos os secretários de Estado com a pasta da Energia, todos os presidentes da ERSE e todos os presidentes da Autoridade da Concorrência entre 2004 e 2018 são igualmente chamados pelo PSD.

A Assembleia da República aprovou em 11 de maio, por unanimidade, a proposta do BE para constituir esta comissão parlamentar de inquérito, que vai abranger todos os governos entre 2004 e 2018. Um dos objetos da comissão de inquérito é a “existência de atos de corrupção ou enriquecimento sem causa de responsáveis administrativos ou titulares de cargos políticos com influência ou poder na definição das rendas no setor energético”.

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