Casa Décor em Madrid abre as portas a 38 empresas portuguesas
Portugal vai recriar na Casa Décor, no bairro de Chamberí, uma cozinha e uma sala. Pela primeira vez, 12 empresas do agro-alimentar vão enriquecer a cozinha para recriar um ambiente 100% português.
Numa das zonas mais emblemáticas de Madrid, no bairro de Chamberí, um edifício do início do século XX abre as suas portas para acolher as tendências da decoração. Portugal vai estar presente em mais uma edição da Casa Décor.
Pelas mãos da designer espanhola de interiores Beatriz Silveira, a participação portuguesa vai ganhar vida. Num espaço de 60 metros quadrados, 26 empresas portuguesas da fileira casa vão alimentar um espaço que será organizado sob o lema Portugal es tu casa. E “alimentar” é a palavra correta, já que, este ano, há uma novidade: 12 empresas do setor agroalimentar vão preencher a cozinha, tornando o espaço mais real.
Portugal vai recriar na Casa Décor uma cozinha e uma sala e, por isso, a organização considerou importante colocar na cozinha produtos agroalimentares para “recriar um ambiente mais fidedigno, onde os visitantes possam percecionar uma atmosfera mais realista do espaço”. “A mais-valia deste espaço é que se respira Portugal a 100%. Todo o produto exposto é de produção nacional”, sublinhou ao ECO fonte oficial da Aicep, a agência que organiza a participação nacional.
De 15 de fevereiro a 25 de março, vários milhares de visitantes vão passar pelas várias divisões deste imóvel em Madrid, que ganha nova vida com os produtos de mais de cem empresas de áreas tão distintas como revestimentos, mobiliário, eletrodomésticos, iluminação, domótica, cerâmica, torneiras, etc. Em 2017, foram registadas 43.477 entradas no evento (mais 10% do que no ano anterior) e estiveram presentes cerca de 800 jornalistas de 200 meios de comunicação social.
No caso português, são 38 empresas participantes de setores do mobiliário (cozinha e sala), utilidades domésticas (cerâmica de mesa e decorativa, cutelaria de mesa e cozinha, louça metálica, fogão), iluminação (decorativa e técnica), têxtil-lar (tapetes, tecidos de decoração, mesa), materiais de construção (pedra, mármore, torneiras de cozinha, azulejos decorativos, vidro), agroalimentar, entre outros, refere um comunicado da Aicep.
E como se processa tudo? “A Aicep define o espaço, as empresas registam o seu interesse em participar, a Beatriz Silveira seleciona as empresas inscritas, de acordo com o projeto que pretende desenvolver no espaço e que foi discutido em conjunto com a Aicep”, explica fonte oficial da agência. “Tentamos criar ambientes diferentes, em todas as participações, para dar a possibilidade de se integrarem diversos setores que compõem a Fileira Casa (iluminação, têxteis lar, mobiliário, utilidades domésticas). Também é nossa preocupação não repetir as mesmas empresas nas diversas participações”, acrescenta a mesma fonte.
A Aicep define o espaço, as empresas registam o seu interesse em participar, a Beatriz Silveira seleciona as empresas inscritas, de acordo com o projeto que pretende desenvolver no espaço e que foi discutido em conjunto com a Aicep.
Para este evento, a Aicep apresentou uma candidatura ao Portugal 2020, nomeadamente ao Programa Operacional Competitividade e Internacionalização 2014-2020 (POCI), mas não revelou o montante do apoio recebido, alegando que, “mais do que o esforço financeiro, o que está em causa é o patamar de posicionamento que se pretende imprimir à oferta nacional da Fileira Casa”.
A Aicep não consegue quantificar o retorno que a participação neste evento representa para as empresas nacionais, mas garante que se “verificou um aumento na procura, em particular do mercado espanhol, pelo mobiliário e artigos de decoração portugueses” e “um crescente interesse de empresas portuguesas a considerar a sua participação neste evento”.
“Na edição de 2017 participaram 19 empresas portuguesas e este ano contamos com 26 empresas da fileira casa. Excelente exemplo de parcerias entre empresas, pois algumas delas concorrem diretamente, não sendo esse um motivo de desinteresse, pelo contrário, cada uma pode mostrar a sua individualidade e posicionar-se com detalhes diferenciadores. Algumas empresas manifestam a sua surpresa com os contactos de arquitetos e decoradores, que antigamente não conseguiam contactar. Depois destas participações, é o mercado espanhol que nos procura”, revela fonte oficial.
A fileira casa tem um peso de 4,5% nas exportações nacionais totais e gera um volume de negócios anual de três mil milhões de euros, dos quais 2,26 mil milhões são provenientes da exportação de produtos para 173 países (dados de 2016), revelam os dados da Aicep. Este setor de atividade é constituído por 7.700 empresas que empregam 56.700 trabalhadores e, em 2016, as exportações cresceram 5,4% face ao ano anterior. Já os principais destinos das exportações portuguesas deste setor são França (23,51% do total), Espanha (21,2%), EUA (10,91%), Reino Unido (7,47%) e Alemanha (5,16%), precisa o mesmo comunicado.
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