Venda da Naturgas puxa lucros da EDP para 1.113 milhões. Dividendo não mexe
O resultado líquido da EDP foi de 1.113 milhões de euros, um aumento de 16% face a 2016. EDP vai manter dividendo nos 0,19 euros por ação.
A EDP fechou o ano de 2017 com lucros de 1.113 milhões de euros, um crescimento de 16% face ao ano de 2016. Esta subida dos lucros é explicada pela venda da Naturgas e Portgas, operação que permitiu à empresa liderada por António Mexia reduzir a dívida. Os dividendos vão manter-se. A elétrica quer pagar 19 cêntimos por ação.
Os lucros registados em 2017 ficam abaixo das estimativas dos analistas do CaixaBI que apontavam para um crescimento de 40% para os 1.343 milhões de euros. Ainda assim, comparam positivamente com os 961 milhões obtidos pela elétrica um ano antes. Sem ganhos não recorrentes, o lucro da EDP desceu 8% dos 919 milhões para os 845 milhões.
O EBITDA ajustado, ou seja, sem ganhos extraordinários, caiu 5%, ou menos 175 milhões de euros, para os 3.523 milhões de euros em 2017, penalizado pela “seca extrema em 2017, um dos quatro anos mais secos em Portugal desde 1931, com um impacto negativo a rondar os 300 milhões (face a um ano médio; a exclusão de consolidação da atividade de distribuição de gás na Península Ibérica (83 milhões em 2016 para 128 milhões em 2017); e a alteração de enquadramento regulatório, com o fim dos ajustamentos anuais nos CMEC, em julho de 2017, e com as novas regras aplicáveis ao clawback em Portugal (desde agosto de 2017) e tarifa social (2016)”.
A EDP frisa no entanto que estes “impactos foram apenas parcialmente compensados pela expansão de capacidade (aumento de 7% em média) e por uma evolução cambial favorável: 34 milhões de euros”.
Já o EBITDA consolidado cresceu 6% para os 3.990 milhões de euros para o período em análise, impactado pelos recorrentes (61 milhões em 206, resultante da venda de centrais hídricas em Pantanal, no Brasil e mais 467 milhões de euros em 2017, efeito líquido da venda do negócio de distribuição de gás em Portugal e Espanha (574 milhões de euros) e ainda das provisões associadas a riscos regulatórios na produção e comercialização (-35 milhões de eros) e nas redes reguladas (-42 milhões de euros) e custos de restruturação (-30 milhões de euros).
A dívida líquida da EDP caiu 13% para os 13,9 mil milhões de euros em dezembro de 2017. Para esta redução contribuiu o encaixe de 2,4 mil milhões de euros resultante da venda do negócio de distribuição de gás na Península Ibérica e o reforço da posição da EDP Renováveis.
(Notícia atualizada às 18h17 com mais informação)
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