TCE diz que pagamento de base na agricultura tem “impacto limitado”
Tribunal de Contas Europeu considera que regime de pagamento de base para os agricultores está no bom caminho, mas tem impacto limitado na simplificação dos níveis de ajuda.
O Tribunal de Contas Europeu (TCE) considerou, esta quinta-feira, que o regime de pagamento de base (RPB) para os agricultores tem “um impacto limitado” em termos de simplificação e convergência das ajudas.
Num relatório divulgado esta quinta-feira, o TCE salientou que “o regime está, operacionalmente, no bom caminho, mas o seu impacto na simplificação, na orientação e na convergência dos níveis de ajuda é limitado”.
Considerando que a simplificação foi uma das bandeiras da reforma da Política Agrícola Comum (PAC) de 2013, que introduziu o RPB, os auditores do TCE concluíram que “as regras escolhidas pelos Estados-membros aumentaram por vezes a complexidade e os encargos que recaem sobre as administrações nacionais, além de terem permitido que alguns agricultores realizassem ganhos excecionais”.
Para o TCE, “as escolhas dos Estados-membros tiveram igualmente um impacto significativo no grau de redistribuição do apoio e os agricultores puderam, em alguns casos, manter níveis de apoio particularmente elevados resultantes de níveis anteriores de subsídios”.
“Enquanto regime essencialmente relacionado com superfícies e não com rendimentos, o apoio a título do RPB tende a favorecer as explorações de maior dimensão”, lê-se no relatório.
“O regime de pagamento de base é uma importante fonte de rendimentos de muitos agricultores, mas tem limitações intrínsecas”, afirmou, em comunicado, o membro do TCE responsável pelo relatório, João Figueiredo.
Para o membro português, o RPB “não tem em conta as condições de mercado, a utilização de terras agrícolas ou as circunstâncias específicas da exploração e não se baseia numa análise da situação global dos rendimentos dos agricultores”.
O RPB foi introduzido em 2015 no âmbito da reforma da PAC para apoiar os agricultores e contribuir para a produção alimentar viável na União Europeia (UE) e vigora até 2020.
Para o período posterior a 2020, recomendam que a Comissão analise os fatores que afetam o rendimento de todos os grupos de agricultores, as suas necessidades de apoio ao rendimento e o valor dos bens públicos fornecidos pelos agricultores. A Comissão deve associar, desde o início, as medidas propostas a objetivos operacionais e valores de referência adequados que permitam comparar o desempenho.
Com uma despesa anual de cerca de 18 mil milhões de euros concedidos a cerca de quatro milhões de agricultores, o RPB é o maior regime de apoio ao rendimento dos agricultores da UE.
O regime vigora na Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Croácia, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Áustria, Portugal, Eslovénia, Finlândia, Suécia e Reino Unido.
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