CEO da Galp está confiante no papel de Moçambique no mercado global do gás
Gomes da Silva acredita que, na próxima década, será Moçambique a dar resposta ao aumento da procura por gás natural provocada pelo forte crescimento do consumo chinês.
Os próximos dez anos serão “a década de Moçambique”. Quem o diz é o líder executivo da Galp, Carlos Gomes da Silva, que acredita que esse país africano deverá assumir um papel estratégico no mercado global do gás natural. Apesar de confiante, em entrevista ao Financial Times, o CEO deixa um aviso: Moçambique tem de evitar ser engolido pelos custos de produção tal como aconteceu com projetos australianos semelhantes.
A Galp está presente nesse país através de uma participação de 10% na Coral Sul. “Estamos a trabalhar para otimizar e para ver se conseguimos ser mais competitivos”, salienta Gomes da Silva sobre esse projeto, que também é participado pela italiana Eni e pela sul-coreana Kogas.
O responsável explica ainda que, apesar da Coral Sul estar numa “boa posição”, é preciso assegurar que beneficia de uma boa execução, já que enfrenta como competidores os gigantes norte-africano, norte-americano e, é claro, do Médio Oriente. Por isso, Gomes da Silva defende que, mais do que cumprir um calendário a qualquer custo, o projeto quer manter os preços baixos da produção. A produção de gás natural liquefeito da Coral Sul deverá arrancar em 2022.
Moçambique saciará necessidades chinesas
Na próxima década, o forte crescimento das economias emergentes e do consumo chinês de gás natural deverão deixar, no mercado internacional, um vazio que os atuais produtores não serão capazes de saciar. Moçambique poderá vir a preencher essa procura, adianta Gomes da Silva.
“Haverá uma falha no mercado global de gás natural e o nosso projeto encaixa bem com essa lacuna”, afirma o gestor. A Coral Sul está entre os novos projetos da Galp, que permitiram à energética ser uma das melhores empresas do setor, a nível europeu.
No primeiro trimestre deste ano, a gigante portuguesa viu os seus lucros subirem 74% para 135 milhões de euros, sobretudo impulsionados pelos seus projetos brasileiros. Até março, a produção média de petróleo da Galp aumentou 18% e fixou-se acima dos 100 mil barris.
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