Ir de comboio ou autocarro? Portugueses são dos europeus que menos usam transportes coletivos
Os portugueses são dos europeus que menos recorrem à utilização de transportes públicos (comboios e autocarros). Também no que diz respeito ao investimento em I&D, Portugal está na cauda da UE.
Os portugueses são dos europeus que menos usam transportes públicos. De acordo com os dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Eurostat, Portugal está no fundo da tabela, no que diz respeito à utilização de comboios e autocarros. Atrás dos cidadãos lusos, ficam apenas os lituanos.
Em 2016, apenas 10,9% dos quilómetros viajados por terras lusitanas foram feitos com recurso a transportes coletivos, o que compara com os 17,1% fixados como média europeia. Atrás de Portugal, só fica mesmo um outro Estado-membro: a Lituânia com uma utilização de transportes coletivos de 10,1%. No extremo oposto, a liderar o ranking dos países que mais usam os transportes públicos nas suas deslocações, surgem a Hungria (31%), a República Checa (26%) e a Eslováquia (25,2%).
No que diz respeito à utilização de comboios, Portugal (4,2%) fica significativamente abaixo da média europeia (7,7%). De notar que, desde 2000, a Europa a 28 tem registado uma tendência de uso deste tipo de transportes (de 7,2% em 2000 passou para 7,7% em 2016), que não tem sido acompanhada pelos viajantes portugueses (de 4,6% em 2000 passou para 4,2% e 2016).
Quanto ao uso de autocarros, Portugal está também abaixo da média da Europa a 28: registou um uso de 6,7% que compara com a média europeia de 9,4%. E contraste, Hungria (21,7%), Chipre (18,6%) e Malta (17,4%) ficam significativamente acima da média do bloco e lideram esta tabela.
Portugal também na cauda da inovação
Os dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Eurostat dizem respeito não só à utilização dos transportes coletivos, mas também à inovação, à investigação e ao desenvolvimento (I&D). Todos estes pontos estão, aliás, agrupados na nona meta apontada pelas Nações Unidas, na sua lista de objetivos para o desenvolvimento sustentável.
À semelhança do que se regista nos transportes, também nas restantes matérias, Portugal tem ficado na cauda da Europa. Assim, no que diz respeito ao investimento em I&D, Portugal registou uma aposta de 1,27% do PIB, em 2016, que compara com os 2,03% fixados como média da Europa a 28 e com os 2,13% fixados como média da Zona Euro.
Entre os países europeus que mais investem em investigação estão, por outro lado, a Suécia (3,25% do PIB), a Áustria (3,09% do PIB), a Alemanha (2,94% do PIB) e a Dinamarca (2,87% do PIB).
Ainda no que diz respeito a esta matéria, importante notar que o número de portugueses que trabalham em I&D (1,03% da população a ativa) é inferior ao registado na União Europeia em geral (1,22%) e na Zona Euro (1,309%).
Estas discrepâncias ajudam também a explicar o grande fosso verificado entre o número de patentes registadas por cá face às verificadas nos demais países do bloco. Em 2017, foram registados 142 pedidos para registo de patentes, por terras lusitanas. No total da Europa a 28, foram registados 54.648 pedidos. Foi na Alemanha (18.881 pedidos), França (9.502 pedidos) e no Reino Unido (5.437 pedidos) que se verificaram os maiores valores.
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