Sindicato dos bancários pede ao BCP para devolver este ano salários cortados durante a crise
Banco cortou salários entre 2014 e 2017 e prometeu devolver as remunerações retidas assim que a situação de crise estivesse ultrapassada. Sindicatos pretendem que devolução seja feita este ano.
O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) pretende que o BCP devolva já este ano os cortes salariais que afetaram os trabalhadores entre 2014 e 2017 e enviou uma carta ao presidente Miguel Maya a lembrar-lhe desse compromisso assumido pelo banco há quatro anos.
O BCP cortou salários aos trabalhadores que recebiam mais de 1.000 euros, uma medida que vigorou entre 2014 e junho do ano passado, e com os cortes a atingirem um máximo de 11% do salário bruto, isto por causa da crise que o banco atravessava. Na altura, a instituição disse que a medida permitiria salvar 400 postos de trabalho, tendo deixado a promessa junto dos sindicatos de devolver as remunerações retidas assim que as dificuldades estivessem superadas.
Agora, o banco vai a caminho de “lucros belíssimos” e o CEO Miguel Maya diz que está a fazer “tudo para que seja possível” voltar a remunerar os acionistas em 2019, algo que não acontece desde 2010. Na primeira metade do ano, o BCP registou lucros de 150,6 milhões de euros.
Neste cenário, o sindicato dos bancários dirigiu uma missiva ao banco “alertando e relembrando para a necessidade de devolução, ainda no decurso do ano de 2018, das prestações remuneratórias retidas aos trabalhadores entre 2014 e junho de 2017”.
“De facto, em 2018, estamos perante a notável recuperação do BCP, resultado do contributo emergente da lealdade dos clientes, competência da equipa de gestão, paciência e resiliência dos acionistas, mas também, e especialmente, da dedicação, entrega e sentido de compromisso dos quadros e técnicos bancários e dos trabalhadores do banco, em geral”, lê-se na carta a que o ECO teve acesso.
O SNQTB lembra o acordo firmado entre o banco e os sindicatos, onde ficou consignado “um compromisso com vista à reposição aos trabalhadores do valor retributivo que seria retido nesse período transitório, uma vez se encontrasse ultrapassada a situação que a tinha originado”.
“A justiça desta reposição é inquestionável. O tempo é o correto“, frisa ainda o sindicato liderado por Paulo Gonçalves Marcos.
Questionado pelo ECO sobre esta devolução dos cortes aos trabalhadores, o BCP não esteve disponível para responder a tempo da publicação do artigo.
Ainda assim, na primeira carta enviada aos trabalhadores, Miguel Maya fez questão de dizer que o assunto não está esquecido, afirmando que iria “defender com determinação o compromisso assumido com os colaboradores relativo ao valor não recebido durante o período em que vigorou a redução salarial”. Além disso, também revelou que quer voltar a pagar bónus aos trabalhadores em função dos resultados.
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