Sete anos, três meses e dois dias depois, Portugal deixa de ser “lixo” nas três grandes agências de rating

Depois da Standard & Poor's e da Fitch, foi a vez de a Moody's atribuir uma classificação de investimento à dívida nacional. Saiu de "lixo" nas três grandes agências de rating.

Depois da Standard & Poor’s e da Fitch, foi a vez de a Moody’s atribuir uma classificação de investimento à dívida nacional. Subiu em um nível a notação do país, o suficiente para que o rating da dívida portuguesa abandonasse a categoria de “lixo” financeiro naquela que é a mais maldisposta das agências.

Foram precisos sete anos, três meses e dois dias para que o país voltasse a contar com rating de qualidade junto das três grandes agências de notação financeira, sendo que perante a DBRS os títulos de dívida nacional há muito que gozavam desse selo de garantia para os investidores.

Foi em julho de 2011 que a Moody’s retirou a Portugal o rating de qualidade, numa altura em que o país tinha já avançado com o pedido de assistência financeira. Foi em abril desse ano que José Sócrates, com Teixeira dos Santos a seu lado, anunciou que Portugal iria ser alvo de um resgate no valor de 78 mil milhões de euros.

Depois desse pedido, e perante sucessivos cortes de rating, que atiraram os juros da dívida nacional para níveis recorde — chegaram apresentar taxas de dois dígitos a dez anos –, foi a vez da Fitch atirar o país para o “lixo”, em novembro de 2011. A S&P só o fez já em janeiro de 2012.

A S&P foi a última a tirar a nota de qualidade a Portugal, mas foi a primeira a devolvê-la. Foi há mais de um ano, em setembro de 2017, que a agência surpreendeu ao elevar o rating sem antes colocar a perspetiva em “positivo”, movimento que acabou por ser seguido pela Fitch já em dezembro.

Se a S&P foi a última a baixar a notação, mas a primeira a subi-lo, a Moody’s surge no extremo oposto. Foi a primeira a atirar o país para o “lixo”, sendo agora a última a permitir que o país possa fazer o pleno entre as grandes agências, num contexto de crescimento económico, de défice baixo e de redução da dívida.

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Moody’s sobe rating. Tira dívida de Portugal de “lixo”

A dívida pública está a descer de forma sustentável e a economia parece mais resiliente, considera a Moody's. Rating de Portugal sobe um nível e dívida já não é considerada "especulativa".

A Moody’s melhorou a notação da dívida de Portugal em um nível para “Baa3”, retirando-a finalmente do nível considerado “investimento especulativo”, sendo a última das grandes agências de rating a fazê-lo.

São apontadas sobretudo duas razões para esta melhoria que já era amplamente esperada quer pelo Governo quer pelos analistas. Por um lado, a dívida pública encontrou uma “sustentável (embora gradual) tendência de descida, com riscos limitados de reversão”. Por outro, há um “crescimento abrangente da economia de Portugal e uma melhoria estrutural da posição externa”, fatores que “aumentaram a resiliência” económica do país, explica a agência.

Em relação à dívida pública, que atingiu 124,8% do Produto Interno Bruto em 2017, a Moody’s estima que venha a ceder para os 116% do PIB em 2021, “16 pontos percentuais abaixo do valor de 2016”, faz notar a agência. “Isto é cerca de quatro pontos percentuais abaixo das estimativas que a Moody’s tinha quando há um ano melhorou o outlook para positivo”, sublinha ainda.

A agência diz que a trajetória de descida da dívida pública continua “relativamente robusta face a eventuais choques negativos”, capaz de resistir a “uma modesta subida das taxas de juro”, isto apesar das perspetivas mais conservadores da Moody’s em relação àquilo que são as previsões do Governo — inscreveu uma meta de 107,2% do PIB para 2021 no Programa de Estabilidade apresentado em abril.

Destaca ainda os “progressos feitos na reestruturação de alguns dos bancos mais frágeis” que “reduziram materialmente os riscos orçamentais que o setor bancário colocava”. Os analistas dizem mesmo que o uso do mecanismo de capital contingente, que prevê injeções de capital pelo Fundo de Resolução no Novo Banco, “não deverá alterar materialmente a trajetória da dívida”.

Em relação ao segundo fator que pesou na decisão, a “resiliência da economia”, a Moody’s aponta para o crescimento amplo da atividade económica. Desde a melhoria das contas externas, ao boom do turismo, à confiança das das empresa e à recuperação do mercado de trabalho, tudo são boas notícias para a agência, que aponta para ritmos de expansão do PIB na ordem dos 1,9% este ano e no próximo.

A Moody’s não deixa, ainda assim, de anotar os riscos que continuam a persistir. Por exemplo, mesmo que a dívida pública recue para os níveis expectáveis, Portugal vai continuar bastante endividado nos próximos anos.

Esta é uma das razões que leva a agência a colocar o outlook (perspetivas de evolução) do rating “estável”. Outra razão: o Governo vai ter mais dificuldades em obter excedentes primários (saldo orçamental antes do pagamento dos juros da dívida) devido à pressão colocada pelo aumento dos salários públicos e pela recuperação do investimento público.

A Moody’s deixa ainda um alerta em relação às eleições do próximo ano, avisando que pode voltar a baixar o rating da dívida se “houver indicações de que o compromisso do governo relação à consolidação orçamental e à redução de dívida vai diminuir” ou se deixar de haver “o apoio político necessário para políticas orçamentais prudentes”. “Isto colocaria em risco a sustentabilidade da descida da dívida pública”, assinala.

Elenca ainda outros fatores que podem levar a que Portugal volte ao nível “lixo”, como um crescimento económico mais fraco do que o esperado, a necessidade de mais capital para apoiar o setor da banca ou a reversão da anteriores reformas, incluindo a reforma das pensões e do mercado de trabalho.

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Joana Marques Vidal defende mandato único de nove anos para a PGR

Em entrevista à SIC/Expresso, a ex-PGR admite que a Constituição prevê que o mandato de líder do Ministério Público é renovável.

Joana Marques Vidal diz que a Constituição da República Portuguesa (CRP) prevê a possibilidade de renovação do mandato de titular da investigação criminal. E assume que nunca esteve em cima da mesa a sua recondução para um mandato de mais seis anos.

“Sejamos claros: atualmente a nossa CRP prevê a possibilidade de renovação de mandato”, diz Joana Marques Vidal, em entrevista à SIC/Expresso, exibida parcialmente esta sexta-feira. “Basta estudar e ver o que esteve na origem desta redação atual da norma constitucional”.

A agora ex-PGR admitiu que “seria saudável dar uma maior liberdade ao exercício de funções de PGR”, acrescentando que “seria mais razoável ser um mandato mais longo: de nove anos”. E sublinhou: “o princípio é o do mandato único, tal como o senhor Presidente e o senhor Primeiro-ministro o sublinharam”.

A ministra da Justiça Francisca Van Dunem defendeu, a 9 de janeiro, que o mandato da PGR é “longo e único”, sinalizando a não recondução de Joana Marques Vidal à frente do Ministério Público. António Costa garantia na altura que esta era uma opinião pessoal da ministra. Até finais de setembro, a recondução de Joana Marques Vidal foi sendo uma hipótese. “Eu soube que não iria haver renovação duas horas antes do anúncio”, disse a ex PGR. “E foi-me comunicado uma hora antes do nome da nova PGR ser divulgado, quem era essa nova Procuradora-Geral pela senhora ministra da Justiça”.

Questionada sobre se estaria disponível para fazer mais um mandato de seis anos, Joana Marques Vidal responde: “seria uma arrogância dizer que estava disponível sem ter sido colocada essa questão. Não, nunca fui sondada para ser reconduzida nem dei sinais que estaria disponível”.

“Não me senti muito bem perante este cenário porque me senti num jogo no qual eu era totalmente alheia”, perante o cenário da sua recondução ou não no cargo. “A comunidade portuguesa compreendeu a importância que o MP tem na Justiça, mas estaria mais confortável se tivesse sido noutros moldes e não centrada na questão do nome”.

Ainda há dias, no Grémio Literário, a então ainda PGR admitiu que a audição pública no Parlamento da pessoa indicada para PGR poderia dar “uma maior transparência” ao processo de nomeação da figura máxima do Ministério Público.

Joana Marques Vidal foi substituída hoje no cargo por Lucília Gago que tomou hoje posse, no Palácio de Belém. “Tive uma conversa cordial com a minha sucessora mas não lhe disse qual seria o maior desafio”.

Sobre os elogios tecidos à sua pessoa, Joana Marques Vidal assume que ficou satisfeita “pelo senhor primeiro-ministro estar tão preocupado com a minha felicidade”. “Fiz o máximo que consegui fazer. E houve coisas que ficaram para trás”, diz. No que toca aos elogios: “o poder é muito efémero e os elogios também. Acredito que alguns são sinceros mas outros não são. E sei que muita gente que ficou calada, que não elogiou nem disse mal, não perderá a hipótese de dizer mal”.

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DBRS mantém rating de Portugal. Está dois níveis acima de “lixo”

A agência de notação financeira canadiana deixou inalterado o rating do país. Avalia-o em "BBB", dois níveis acima de "lixo".

A DBRS deixou inalterado o rating do país. Está em “BBB”, dois níveis acima de “lixo”, sendo que a perspetiva permaneceu “estável”, ou seja, não se prevê uma revisão positiva ou negativa nos próximos tempos. A agência de notação financeira canadiana explica esta perspetiva com os riscos moderados apresentados por Portugal.

“A confirmação desta perspetiva ‘estável’ reflete a visão da DBRS de que os riscos ao rating estão globalmente equilibrados“, diz a agência numa nota enviada esta sexta-feira, dia em que a Moody’s também se pronunciará sobre a notação atribuída à dívida pública portuguesa.

“Apesar de o crescimento ter moderado na primeira metade do ano, face ao 2017, deverá ser de 2,3% no total do ano, acima da média da Zona Euro. O défice e o rácio da dívida em função do PIB deverá continuar a cair e o malparado do bancos portugueses está a cair”, refere a DBRS.

Ainda assim, acrescenta a agência, “o ainda elevado endividamento público limita a margem orçamental e deixa as finanças públicas vulneráveis a choques”, refere. O malparado da banca, ainda que a encolher, “continua a ser elevado, especialmente no que respeita ao setor empresarial”.

(Notícia atualizada às 21h26 com mais informação)

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Wall Street de volta aos ganhos. Tecnológicas dão gás à bolsa

Depois de uma semana de fortes perdas, Wall Street conseguiu regressar a terreno negativo à boleia dos bons resultados apresentados pelos bancos norte-americanos e das tecnológicas.

A semana foi complicada em Wall Street, mas os bons resultados apresentados pelo JPMorgan, Wells Fargo e Citigroup, no terceiro trimestre do ano, conseguiram puxar a praça nova-iorquina para terreno positivo. Na última sessão da semana, a puxar pela bolsa estiveram também as tecnológicas. Ainda assim, as tensões comerciais dos Estados Unidos com a China travaram os ganhos.

O índice de referência, o S&P 500, valorizou 1,42%, esta sexta-feira. A acompanhar, o tecnológico Nasdaq subiu 2,29% e o Dow Jones somou 1,15%.

Esta recuperação da bolsa norte-americana — após seis sessões consecutivas de quedas — fica em parte, a dever-se aos bons resultados apresentados pelo JPMorgan, na primeira metade do segundo semestre, o que deu alguma confiança aos investidores.

De julho a setembro, o banco viu os seus resultados líquidos aumentarem para 8,38 mil milhões de dólares, valor que compara com os 6,73 mil milhões de dólares registados no período homólogo. Também os lucros por ação do banco levedaram para 2,34 dólares, ficando acima das estimativas dos analistas. As receitas, por sua vez, subiram 5,2% para 27,82 mil milhões de dólares e a margem financeira aumentou 7% para 14,1 mil milhões de dólares.

Apesar destes números acima do esperado, os títulos do JPMorgan fecharam em baixa. Abriram em alta 1,33%, mas encerraram a sessão a recuar 1,09% para 106,95 dólares.

No mesmo setor (e face à apresentação de resultados animadores), o Citigroup viu as suas ações subirem 2,14% para 69,84 dólares e o Wells Fargo viu os seus títulos valorizarem 1,30% para 52,11 dólares.

A puxar por Wall Street estiveram ainda as tecnológicas. As ações do Netflix subiram 5,75% para 339,56 dólares, as da Amazon valorizaram 4,03% para 1.788,61 dólares e as da Apple somaram 3,57% para 222,11 dólares.

“Os últimos dias serviram para despertar os investidores e criaram a oportunidade daqueles que têm estado de fora de investirem nestes grandes nomes tecnológicos”, explica Jason Browne, da FundX Investment Group, citado pela Reuters.

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Governo quer aumentar imposto sobre o tabaco. Maços podem ficar 20 cêntimos mais caros

  • ECO
  • 12 Outubro 2018

O Governo vai propor o aumento do imposto sobre os cigarros que pode levar o preço dos maços a subir em até 20 cêntimos.

O preço do tabaco vai aumentar em 2019, sendo que a subida pode chegar aos 20 cêntimos por cada maço, avançou o Dinheiro Vivo esta sexta-feira. No Orçamento do Estado para o próximo ano, o Governo propõe um incremento de um ponto percentual na componente ad valorem, que incide sobre o preço de mercado dos cigarros.

A taxa vai passar de 15% para 16%, enquanto o elemento específico do imposto deverá ser de 1,4%, o que implica que o Fisco cobre um imposto de 96,21 euros por cada 1.000 cigarros vendidos. Atualmente, cobra 94,38 euros. Segundo o Dinheiro Vivo, na maioria dos casos, os maços de cigarros vão ficar entre 11 e 14 cêntimos mais caros, mas a subida poderá chegar aos 20 cêntimos.

O jornal indica que a subida do imposto foi apresentado às empresas do setor do tabaco esta sexta-feira de manhã, pela voz do secretário dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes. A proposta terá apanhado de surpresa os responsáveis destas empresas e terá ido contra as negociações que terão ocorrido com o Governo durante os últimos seis meses.

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Hackers acederam a 29 milhões de contas do Facebook

  • Lusa
  • 12 Outubro 2018

O Facebook revela que os piratas informáticos tiveram acesso ao nome e contactos de cerca de 15 milhões de utilizadores e a outros dados de cerca de 14 milhões de utilizadores.

Uma falha de segurança descoberta em setembro na maior rede social do mundo permitiu a piratas informáticos terem acesso a dados pessoais de cerca de 29 milhões de utilizadores, indicou o Facebook num comunicado.

O Facebook precisou que os piratas informáticos tiveram acesso ao nome e contactos de cerca de 15 milhões de utilizadores e a outros dados de cerca de 14 milhões de utilizadores.

Quando anunciou a falha de segurança, em 28 de setembro, o Facebook avançou que cerca de 50 milhões de contas tinham sido violadas.

Para o conjunto das 29 milhões de contas, os piratas – cuja identidade ou origem não foi revelada até agora – acederam ao nome do utilizador, ao email e ou ao número de telefone, se este estivesse associado ao perfil.

Potencialmente mais danosos foram os dados a que os piratas tiveram acesso das outras 14 milhões de contas.

Além do nome e dos contactos, os piratas informáticos acederam ao sexo, estatuto que indica a situação amorosa do utilizador, nível de escolaridade, bem como a data de nascimento, residência, emprego e páginas da internet e pessoas que seguia.

Num milhão de casos, os piratas não acederam a qualquer informação.

O Facebook indicou ainda que a polícia federal norte-americana continuava a investigar e pediu para nada revelar.

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Vista Alegre aprova aumento de capital. Vêm aí mais ações

  • Lusa
  • 12 Outubro 2018

A Visabeira anunciou que pretende aumentar o capital da VAA através da emissão de 21,77 milhões de novas ações, de forma a reforçar o capital disperso em bolsa para os 25%.

Os acionistas da Vista Alegre Atlantis (VAA) aprovaram um aumento de capital até 17,4 milhões de euros, avançou a empresa em comunicado ao mercado.

Em cima da mesa da assembleia-geral (AG) do grupo esteve uma “alteração dos estatutos da Sociedade no sentido de conferir autorização ao Conselho de Administração para aumentar o capital social da Vista Alegre, num montante global máximo de 17.418.188,00 euros”, segundo o mesmo documento.

Esta operação ocorrerá “no âmbito de oferta pública e/ou institucional de subscrição de ações ordinárias com vista ao incremento da dispersão do capital da Sociedade e à otimização de fontes de financiamento da sua estratégia” e corresponde “à oferta de até 21.772.735 ações ordinárias, com o valor nominal de 0,80 euros cada, que representarão até 12,5% do capital social”, detalhou o comunicado.

A AG da VAA, que teve lugar em Ílhavo, estabeleceu ainda “a supressão do direito de preferência dos acionistas na subscrição do eventual aumento de capital da Vista Alegre, por entradas em dinheiro”, de acordo com o comunicado.

Os acionistas aprovaram também a nomeação de um novo elemento para o Conselho de Administração da sociedade, Teodorico Figueiredo Pais, “passando este órgão a ser constituído por onze membros”, detalhou a empresa.

No início deste mês, a Visabeira anunciou que pretende aumentar o capital da VAA através da emissão de 21,77 milhões de novas ações, de forma a reforçar o capital disperso em bolsa (‘free float‘) para os 25%.

O grupo Visabeira verá, com esta operação, a sua participação diminuir para 70% (dos atuais 94,14%), mas, conforme explicou em comunicado ao mercado, beneficiará deste reforço de dispersão, com o alargamento da sua base acionista e, consequentemente, de uma maior liquidez das ações da Vista Alegre, “reforçando a sua atratividade perante potenciais investidores”.

O ‘free float‘ da Vista Alegre ronda, atualmente, os 2,5%, de acordo com a informação disponível no site da empresa.

Segundo as contas divulgadas pela empresa no final de agosto, o lucro da Vista Alegre subiu 41% no primeiro semestre, face a igual período de 2017, para 1,9 milhões de euros.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceu 11% para sete milhões de euros.

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Orçamento vai trazer redução de 5% a 6% na fatura da eletricidade

Os portugueses vão poder contar com um alívio da fatura da eletricidade em torno dos 6% com o conjunto de medidas que o PCP diz que vão estar inscritas no Orçamento do Estado para 2019.

A descida do IVA da potência contratada, a extensão da Contribuição Extraordinária Sobre o Setor da Energia às energias renováveis e um abatimento no défice tarifário através das contribuições das empresas para o fundo de sustentabilidade do sistema energético vão permitir baixar a fatura da eletricidade dos portugueses cerca de cinco ou 6%. Estas são as contas que estão na base do anúncio feito quinta-feira pelo líder da bancada parlamentar do PCP.

O número não está completamente fechado porque depende da modulação da medida de redução do IVA da potencia contratada. Ou seja, qual o grau da potencia afetado e a partir de que altura será aplicada a medida, explicou ao ECO fonte oficial do PCP.

Já de acordo com os valores avançados pela deputada do Bloco de Esquerda, só a descida do IVA ao nível da potência contratada pouparia à fatura da luz, em média nove euros anuais. “A medida que não seria para todos [os portugueses], só para os que têm uma baixa potência ou pouca potência contratada, representaria em média, uma descida de nove euros ao ano. Cerca de 60/70 cêntimos da fatura mensal”, disse Mariana Mortágua, no seu espaço de comentário às quintas-feiras na Sic Notícias. “Não é suficiente para baixar a fatura da luz, até porque o custo da eletricidade está a subir muito”, lembrou a deputada bloquista.

A descida do IVA da eletricidade e do gás é uma das medidas que foi colocada em cima da mesa pelos partidos mais à esquerda desde o início das negociações do Orçamento do Estado para 2019, já que é uma das únicas medidas que subsistem do período da troika — a medida entrou em vigor a 1 de outubro de 2011. Mas o primeiro-ministro fechou a porta à possibilidade de o IVA descer de 23% para 6% porque seria uma medida com um custo muito elevado — cerca de 500 milhões de euros. Desde então a aposta foi colocada na aplicação de uma taxa às renováveis, uma hipótese levantada pela primeira vez pelo líder da bancada parlamentar do PS, Carlos César.

Ontem à noite foi confirmado o alargamento da Contribuição Extraordinária às renováveis e a utilização de parte da receita desta contribuição para abater o défice tarifário. De acordo com o Observador, em causa estaria a utilização de cerca de 150 milhões de euros, mas o Expresso avançou que seriam 200 milhões de receita usados para abater este défice. Para além da decida do IVA na potência contratada.

Mas as negociações ainda não estão fechadas como sublinhou Mariana Mortágua na Sic Notícias. A deputada frisou que o Bloco ainda não desistiu da ideia de “aplicar uma taxa que incida apenas sobre o sobrecusto (a parte da renda) e que pode dar uma receita muito considerável e abater o défice tarifário”, explicou Mortágua recordando que esta foi uma medida já proposta nas negociações do Orçamento do Estado para 2018 e que não avançou.

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OIT: Portugal impulsionou emprego no pós-crise com apoio do diálogo social

  • Marta Santos Silva
  • 12 Outubro 2018

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) considera que o que se passou em Portugal mostra que uma recuperação económica rápida não depende só da liberalização do mercado de trabalho.

A recuperação económica em Portugal, especialmente nas áreas do emprego e do crescimento económico, foi impulsionada por políticas de diálogo social, algumas das quais já estavam a agir antes da crise.

Um novo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que será apresentado esta terça-feira mostra que “a experiência portuguesa não corrobora a noção convencional de que a recuperação económica pode ser acelerada e a competitividade internacional rapidamente recuperada simplesmente através da redução dos custos do trabalho e tornando o mercado de trabalho mais flexível”, lê-se no comunicado enviado às redações.

O estudo intitulado Trabalho digno em Portugal 2008-18: da crise à recuperação mostra que o emprego em Portugal recuperou, com o desemprego a regressar a níveis anteriores à crise, em grande parte devido ao diálogo. “O diálogo social entre o Governo e os parceiros sociais antes, durante e depois da crise, embora nem sempre resultando num consenso, foi fundamental para os resultados alcançados ao longo da última década”, lê-se no relatório.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, espera que este estudo possa servir de base para decisões futuras em situações semelhantes noutros países ou em Portugal. O país é “um exemplo importante da superação das políticas de austeridade, ao mesmo tempo que continua a prosseguir um compromisso realista para a necessária consolidação orçamental”, referiu Ryder.

O relatório tem, no entanto, críticas a fazer, principalmente ao facto de o mercado de trabalho estar muito segmentado, com uma taxa elevada de contratos com termo certo que são indesejados pelo trabalhador — e este tipo de contrato tem diferenças significativas nos direitos relativamente ao contrato sem termo.

No entanto, destaca ainda que “a extensão dos contratos coletivos de trabalho foi fundamental para promover a negociação coletiva, reduzindo as desigualdades e promovendo a inclusão. O Estudo recomenda portanto manter este sistema de extensões”.

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Greve da Função Pública pode juntar UGT e CGTP no dia 26

  • Marta Santos Silva
  • 12 Outubro 2018

Saindo desiludidos da reunião com o Ministério das Finanças, onde não houve notícia sobre aumentos, os sindicatos da Administração Pública confirmaram ter pré-avisos de greve para o fim do mês.

As três principais forças sindicais da Administração Pública, a Fesap (UGT), o STE (UGT) e a Frente Comum (CGTP) poderão juntar forças a 26 de outubro para exigir aumentos salariais para todos os trabalhadores do Estado, entre outras reivindicações.

Os pré-avisos de greve já terão sido entregues, confirmaram os dirigentes sindicais José Abraão e Helena Rodrigues aos jornalistas à saída da reunião, esta sexta-feira, com Mário Centeno, onde não terá havido propostas concretas nem desenvolvimentos no âmbito de aumentos salariais.

Ana Avoila, dirigente da Frente Comum, acrescentou que a sua greve já estava convocada há muito tempo. Aproveitou ainda para sublinhar que não existe concertação entre os sindicatos mas apenas greves convocadas para o mesmo dia pela mesma revolta. “Cada sindicato vai fazer a sua greve. Não houve discussões conjuntas”, acrescentou. “A greve de dia 26 é muito importante e toda a gente se deve juntar”.

Sem novidades na que foi já a quarta reunião entre os sindicatos do setor e a tutela, Helena Rodrigues, dirigente do STE, mostrou-se desiludida e garantiu que o STE já entregara um pré-aviso de greve para se associar à mobilização de dia 26 de outubro, caso continuem sem haver propostas satisfatórias para as exigências dos trabalhadores.

Também a Fesap, membro da UGT, entregou um pré-aviso de greve para o mesmo dia. O dirigente sindical José Abraão afirmou que o Governo deveria procurar responder aos pedidos de normalidade e atualização salarial do Estado agora que as contas públicas parecem permiti-lo.

Todos os sindicatos confirmaram ainda que deverá haver novas reuniões na próxima semana, após a apresentação do texto da proposta do Orçamento do Estado para 2019 na segunda-feira. O avanço da greve dependerá, também, das propostas que surjam nesse documento e nas reuniões subsequentes.

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Ministro da Defesa justifica demissão para evitar desgaste das Forças Armadas perante “ataques políticos”

  • ECO e Lusa
  • 12 Outubro 2018

Azeredo Lopes apresentou a demissão do cargo de Ministro da Defesa no seguimento de Tancos. O primeiro-ministro, António Costa, aceitou.

Azeredo Lopes apresentou esta sexta-feira ao primeiro-ministro a demissão do cargo de Ministro da Defesa no seguimento do caso de Tancos. O primeiro-ministro, António Costa, bem como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já aceitaram a decisão.

O ministro da Defesa justificou a saída para evitar que as Forças Armadas continuem a ser “desgastadas pelo ataque político” e pelas “acusações” de que disse estar a ser alvo por causa do caso do assalto às Forças Armadas em Tancos. “Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela”, referiu Azeredo Lopes, na carta enviada ao primeiro-ministro, a que a agência Lusa teve acesso.

Contactada pelo ECO, fonte oficial da Procuradoria-Geral da República esclareceu que, até ao momento, os arguidos no caso de Tancos continuam a ser apenas nove. O que implica que o ex-ministro não foi constituído arguido. O ministro cessante voltou a negar que tenha tido conhecimento, “direto ou indireto, sobre uma operação em que o encobrimento se terá destinado a proteger o, ou um dos, autores do furto”. Quanto ao momento em que decidiu sair, Azeredo Lopes explicou que quis aguardar pela finalização da proposta de Orçamento do Estado para 2019 para “não perturbar” esse processo com a sua saída.

O ministro da Defesa estava sob grande pressão depois das acusações de Vasco de Brazão que implicava o chefe de gabinete do ministro no esquema de encobrimento da recuperação das armas roubadas em Tancos. O primeiro-ministro desde então segurou sempre o seu ministro sublinhando que lhe merecia toda a confiança política. Durante o debate quinzenal desta semana, António Costa, frisou mesmo com ironia que se não tivesse confiança no ministro ele não estaria sentado na bancada do Governo. “O senhor ministro da Defesa não estaria aqui se não tivesse a confiança para estar aqui. E se está é porque tem toda a confiança como já tive ocasião de dizer”, frisou António Costa.

No entanto, quando questionado pelo PSD sobre se tinha conhecimento do documento onde alegadamente estaria a descrição da operação montada para a recuperação das armas de Tancos de Vasco Brazão terá entregue ao chefe de Gabinete de Azeredo Lopes, que em seguida terá informado o ministro sobre o mesmo, António Costa garantiu: “Não não tenho conhecimento”. E quando questionado se o ministro da Defesa tinha conhecimento, o primeiro-ministro disse: “A informação que tenho é que o ministro da Defesa não tinha conhecimento”.

Azeredo Lopes é o 15.ª elemento a sair da equipa inicial de António Costa, mas o terceiro ministro. Até aqui só o ministro da Cultura, João Soares, e a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

O Público já dava conta esta sexta-feira que havia vozes dentro do governo a defender a saída de Azeredo Lopes. Mas, de acordo com o Observador, a carta de demissão entregue esta sexta-feira apanhou o Executivo de surpresa, tendo em conta que Costa tinha até aqui segurado o seu ministro. Uma posição diferente da assumida pela oposição.

Num comunicado, o primeiro-ministro referiu que não poder “recusar, em respeito pela sua dignidade, honra e bom nome, e para preservação da importância fundamental das Forças Armadas como traves mestras” da soberania e da identidade portuguesas. “Quero publicamente agradecer ao Professor Doutor José Alberto de Azeredo Lopes a dedicação e emprenho com que serviu o país no desempenho das suas funções”, lê-se na mesma nota.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou também a exoneração de José Azeredo Lopes de ministro da Defesa e diz que aguarda a proposta por parte do primeiro-ministro, António Costa, de nomeação de um sucessor. Segundo uma nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, “o primeiro-ministro informou esta tarde o Presidente da República do pedido de demissão do ministro da Defesa Nacional”, nos termos da Constituição, “mais tendo acrescentado que oportunamente proporia o nome de um substituto”. O chefe de Estado e Comandante Supremo das Forças Armadas “aceitou a proposta de exoneração e aguarda a proposta de nomeação de um sucessor”, lê-se na mesma nota.

Não podia, e digo-o de forma sentida, deixar que, no que de mim dependesse, as mesmas Forças Armadas fossem desgastadas pelo ataque político ao ministro que as tutela.

Azeredo Lopes

Ex-ministro da Defesa

Rui Rio: “Mais vale tarde do que nunca”

Numa conferência de imprensa ao início da noite, Rui Rio, presidente do PSD, disse que “mais vale tarde do que nunca”. Para o social-democrata, esta situação poderia ter sido evitada “se houvesse um pouco mais de sentido de Estado”. “É como aquele provérbio: mais vale tarde do que nunca. Isto, repito, sem fazer juízo de valor sobre se [Azeredo Lopes] sabia ou não sabia” do alegado encobrimento em torno da recuperação do armamento de Tancos. “O professor Azeredo Lopes teve sentido de Estado mais cedo, aparentemente, do que o primeiro-ministro”, indicou.

BE regista consequências políticas

“O Governo retirou consequências políticas de um caso que é grave, muito bem”, reagiu Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, à saída de Azeredo Lopes. No entanto, a bloquista acrescentou que “uma demissão não e a única resposta”, já que ainda “há muitas perguntas”. “Não há ninguém que não perceba a enorme gravidade do caso”, disse Catarina Martins. “O país merece saber o que se passou”, concluiu.

Demissão “inevitável e muito reveladora”, diz CDS

João Almeida, deputado do CDS, considerou que a demissão “é tardia”. “Achamos que é inevitável e é também muito reveladora”, acrescentou. “Era impossível que um ministro, perante um ataque tão grave, tenha tido uma reação tão despropositada”, disse, em declarações a partir do Parlamento e transmitidas pela RTP. Para o centrista, “é de gravidade extrema” a que as Forças Armadas estiveram sujeitas na sequência do caso de Tancos e do alegado encobrimento em torno da recuperação do material furtado. “O senhor ministro há de saber porque é que se demitiu”, concluiu, reforçando a “necessidade” de se apurar a verdade em torno deste caso.

PCP quer apuramento da responsabilidade criminal

O PCP também reagiu, pela voz do deputado António Filipe. Os comunistas esperam também que “o processo que está em curso” prossiga “do ponto de vista de apuramento da responsabilidade criminal”. “Está agendado um inquérito parlamentar que seguirá os seus trâmites”, afirmou, lembrando que, no que toca à Justiça, “a Assembleia da República não pode nem deve intrometer-se”. “Compete à Justiça averiguar aquilo que for do âmbito criminal”, frisou o deputado, em declarações transmitidas pela estação pública de televisão.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h16)

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