Vieira Monteiro diz deixar Santander Portugal “preparado para enfrentar o futuro”
O presidente executivo do Santander Totta em Portugal, António Vieira Monteiro, considera que deixa o cargo com o banco "preparado para continuar a enfrentar o futuro".
O presidente executivo do Santander Totta em Portugal, António Vieira Monteiro, considerou hoje que deixa o cargo com o banco “preparado para continuar a enfrentar o futuro” e que quando assumiu a liderança a instituição “não era quase nada”.
Em declarações, em Braga, à margem da iniciativa BOX Santander Advance Empresas, o responsável, que vai deixar aquele cargo executivo depois de sete anos, passando a ser presidente do Conselho de Administração, apontou a “aposta calculada” nas empresas como um dos fatores do sucesso da instituição.
“Ao fim de sete anos, vou continuar no banco, vou ser presidente do Conselho de Administração e, portanto, vou continuar no banco, acho que já tenho idade de deixar a parte executiva, já que vou fazer 73 anos, (…) mas aquilo que hei de dizer é que há sete anos quando entrei o banco não era quase nada”, afirmou.
Segundo lembrou, no que respeitava às empresas, o Santander tinha “8% de mercado, ou coisa assim parecida, hoje tem 19%, na área de recursos tinha 10, 11%, hoje tem perto de 16%“, enumerou.
“E o mais importante disso tudo é que ao longo destes sete anos nós distribuímos mais de dois ‘bi’ de dividendos aos acionistas e isto passou pela época da crise, isso tudo. Isto significa que o banco não teve ajuda de ninguém, teve a capacidade de poder comprar duas instituições de crédito, o que resultou do banco ter capitais próprios suficientemente fortes que permitiram fazer essas operações sem ajuda de ninguém”, salientou.
Para Vieira Monteiro, o balanço do seu mandato é satisfatório: “Podemos dizer que o resultado foi positivo, acho que o banco que temos hoje é totalmente diferente daquilo que tínhamos e que o banco fica preparado para continuar a enfrentar o futuro e eu cá estarei para o acompanhar”, disse.
Sobre o crescimento da influência do banco junto das empresas, o responsável referiu que “foi uma aposta calculada”.
“Naquela época, as empresas representavam qualquer coisa como 10% no balanço do banco e os particulares 80 e tal por cento. Hoje as empresas representam 45% do nosso balanço, isso significa uma inversão daquela que foi a nossa política”, explicou.
Vieira Monteiro salientou ainda que a aposta nas empresas teve uma base sustentável: “Nós crescemos no crédito às empresas qualquer coisa como 35 mil milhões de euros e com qualidade porque nunca abandonamos os nossos princípios e os nossos critérios de apreciação de crédito, mostra que qualidade e crescimento podem andar de mãos dadas”, referiu.
Para o ainda presidente executivo do Santander em Portugal, o crescimento da instituição deve-se também à forma como se veio a posicionar no mercado.
“Estamos cada vez mais próximos das empresas, somos cada vez mais um banco de empresas, de retalho no seu sentido amplo da palavra (…), estamos presentes em todos os segmentos de mercado, o que faz com que nós tenhamos hoje uma posição extremamente forte no mercado e pensamos continuar a ter, e continuar a crescer”, analisou.
Sobre a situação das empresas em Portugal, Vieira Monteiro mostrou otimismo e considerou mesmo que foram as empresas que “alavancaram o crescimento” do país.
“A grande saída da crise deve-se às empresas, não se deve a mais ninguém, as empresas é que foram o motor desse desenvolvimento (…), tiveram que se reestruturar, que se capitalizar, tiveram que passar por todo este sistema e depois lançar-se para isso. Hoje temos empresas em muito melhor situação do que antigamente e isso é extremamente positivo. O país mudou mas as empresas privadas foram o grande motor dessa mudança”, concluiu.
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