Vendas de carros na Europa travam pelo terceiro mês. Setor automóvel arrasado em bolsa
É o terceiro mês consecutivo de quebra nas vendas de automóveis na Europa. Renault e Volkswagen lideram as quedas.
Não há duas sem três. E, no caso das vendas de automóveis, a expressão assenta que nem uma luva. Caíram pelo terceiro mês consecutivo na Europa, em resultado do travão na produção por causa dos testes mais exigentes às emissões de gases poluentes para a atmosfera. Renault lidera a queda.
De acordo com dados da Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA, na sigla inglesa), as vendas de automóveis derraparam 8% em novembro, face ao mesmo mês do ano anterior. Foram feitos 1,1 milhões de novos registos de automóveis na União Europeia, o que compara com os 1,2 milhões em novembro de 2017.
Esta quebra, para a qual contribuíram principalmente Espanha (-12,6%), Alemanha e Itália (descida de 9,9%, em termos homólogos), segue a descida de 7,3% em outubro, mas também a de 23,5% registada em setembro, mês em que entrou em vigor o novo sistema de mediação dos gases emitidos pelos veículos.
O WLTP (Worldwide Harmonised Light Vehicles Test Procedure), é o novo procedimento mundial de homologação de veículos. A adaptação dos fabricantes a esta nova norma, que levou a um forte aumento dos valores de emissões de CO2, ditou fortes constrangimentos na produção de veículos. Essa travagem na produção reduziu a oferta de veículos, o que pode ajudar a explicar a travagem nas vendas.
Entre as fabricantes, a Renault liderou as quebras nas vendas no Velho Continente. De acordo com a ACEA, a fabricante francesa, que recentemente viu Carlos Ghosn ser acusado de fraude fiscal no Japão, apresentou uma redução de 16% nas vendas, sendo seguida da Volkswagen (-10%), que produz, entre outros, o T-Roc na Autoeuropa. A fábrica portuguesa está a ser afetada pela greve dos estivadores.
As ações das fabricantes estão a ser fortemente pressionadas em bolsa perante estes números. O setor automóvel regista uma queda de 2%, penalizando os índices europeus que registam perdas em torno de 1% também afetados pelos maus indicadores económicos revelados na China. A Renault desliza 3,75% em Paris, para 54,95 euros por ação, enquanto a VW cai 2,3% em Frankfurt, para 146,24 euros.
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