Toys “R” Us quer abrir duas lojas no próximo ano. Olha para o franchising
A Green Swan está "a ponderar um modelo de franchising". "Queremos lojas mais pequenas e cada vez mais perto dos clientes", diz Paulo Sousa Marques.
A Toys “R” Us, que é agora detida, a nível ibérico, pela sociedade Green Swan, tem previsto investir oito milhões de euros em 2019 em novas lojas e na remodelação das atuais.
Em entrevista à Lusa, o presidente executivo e um dos sócios da portuguesa Green Swan, Paulo Sousa Marques, revelou que o grupo conta abrir duas lojas em Portugal para o ano e outras “três ou quatro” em Espanha. Desde agosto, quando a sociedade resgatou a marca de fundos americanos que a queriam liquidar, já foram investidos 4,5 milhões de euros na Toys “R” Us.
Este montante serviu para a reestruturação das lojas, bem como do sistema informático.
“Estamos a ponderar um modelo de franchising. Como queremos lojas mais pequenas e cada vez mais perto dos clientes, isso faz com que tenhamos que ir para dentro das cidades e não estar só em centros comerciais fora”, salientou o gestor.
O grupo, que está sediado em Madrid, tem planos para abrir 35 lojas em quatro anos na Península Ibérica, incluindo espaços mais pequenos do que o habitual.
Neste momento, a Toys “R” Us conta com 61 lojas na Península Ibérica, 10 em Portugal e 51 em Espanha, nas quais trabalham perto de 2.500 pessoas. Só no mercado nacional são à volta de 600 os funcionários, um número que irá crescer com as novas aberturas.
Pelo meio, a marca deverá encerrar algumas localizações que “há 20 anos eram espetaculares e hoje não são”, garantiu o gestor, nomeadamente em Espanha.
No entanto, garante o responsável, “quando mudamos de loja, levamos as pessoas. Temos uma permanência média dos empregados na empresa que excede os 10 anos”, salientou.
Entretanto, a Green Swan anda à procura de mais oportunidades para investir na área do retalho de brinquedos na Península Ibérica e em outras regiões, com o objetivo de juntar “mais valor” ao negócio. O objetivo é avançar com a aquisição de outras marcas, mas Paulo Sousa Marques não quis avançar detalhes sobre futuras operações.
Para já, a prioridade tem sido tornar as lojas “mais experimentais e menos armazém de brinquedos. Temos imensos brinquedos fora da caixa para que toda a gente possa mexer, brincar, experimentar e estamos a testar serviços novos, como, por exemplo, o papel de embrulho personalizado em várias lojas portuguesas. Estamos a evoluir para um conceito mais amigo da família e menos supermercado”, garantiu o presidente executivo da empresa.
A Toys “R” Us deverá fechar o ano com uma faturação que ronda os 170 milhões de euros, referiu o gestor.
A marca era inicialmente uma multinacional norte-americana, fundada em 1948, que chegou a ter uma rede internacional de 1.500 lojas de brinquedos.
A empresa entrou em processo de falência em 2017 nos Estados Unidos e em março deste ano anunciou o fecho das lojas na Europa.
Acabou por ser liquidada nos Estados Unidos, Reino Unido e Austrália, mas conseguiu sobreviver, pelo menos, em Portugal, Espanha, Canadá, Alemanha, Áustria e Suíça, através de diferentes soluções financeiras.
No mercado ibérico, a empresa paga direitos de imagem e pode utilizar a marca Toys “R” Us pelo menos nos próximos 20 anos.
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