Marcelo aplaude pagamento da dívida ao FMI. “É bom para os portugueses”, afirma

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

"Primeiro, porque é uma dívida muito cara, tem taxas de juro muito elevadas para a média da dívida pública mais recente em Portugal. Portanto, é bom para os portugueses", disse Marcelo.

O Presidente da República saudou esta sexta-feira o pagamento da totalidade da dívida de Portugal ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até ao final deste ano, considerando que “se vira uma página”, e também a desaceleração da inflação.

Em declarações aos jornalistas, durante uma visita ao Bazar Diplomático, no Centro de Congressos de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse ter visto “muito bem” o anúncio do pagamento da dívida ao FMI feito pelo primeiro-ministro no final do debate do Orçamento do Estado para 2019, na quinta-feira. “Vi muito bem, por várias razões. Primeiro, porque é uma dívida muito cara, tem taxas de juro muito elevadas para a média da dívida pública mais recente em Portugal. Portanto, é bom para os portugueses. Segundo, porque é simbólico, quer dizer que se vira uma página de um período que vivemos todos, que tivemos de viver”, justificou.

Esse “período da crise”, segundo o Chefe de Estado, “perde uma das componentes mais preocupantes, que era a dívida mais pesada em termos de juro”. Em seguida, destacou a desaceleração da inflação neste mês de novembro, apontando-a como “a boa notícia de hoje”. “E é boa porque estava a acelerar, e acelerar a inflação significava ir ao bolso dos portugueses, quer dizer que o nível médio dos preços estava a subir e, depois, tinha consequências, naturalmente, no rendimento disponível. A desaceleração, a verificar-se até ao fim do ano, é uma boa notícia”, acrescentou.

De acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgada esta sexta-feira, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) aumentou 0,9% em novembro, em relação ao mesmo mês de 2017, o que significa uma desaceleração face à variação de 1,0% registada em outubro.

Na quinta-feira, momentos antes da votação final global do OE2019 na Assembleia da República, o primeiro-ministro anunciou que até ao final do ano Portugal irá pagar “a totalidade da dívida ao FMI, de 4,6 mil milhões de euros, com todo o significado que comporta mais este virar de página”. Perante os deputados, o líder do executivo defendeu que este passo para o pagamento antecipado da dívida ao FMI “reforçará a credibilidade internacional” de Portugal no plano externo.

CDS ataca Costa com anúncio ilusório de pagamento de dívida ao FMI

A presidente do CDS-PP criticou esta sexta-feira o anúncio ilusório, feito pelo primeiro-ministro, do pagamento do total da dívida de Portugal ao FMI, alertando que o empréstimo será substituído por outro com taxa mais baixa. “Para quem tivesse ouvido aquele fortíssimo aplauso [no Parlamento] até parecia que, de repente, tínhamos conseguido reduzir a dívida pública”, afirmou Assunção Cristas, um dia depois de António Costa ter anunciado, no fim do debate do Orçamento do Estado de 2019, que Portugal pagará até ao final do ano a totalidade da sua dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

Mas o que aconteceu é que “vai ser substituída por outra dívida, que hoje felizmente é mais barata”, disse, afirmando ser este um exemplo do “logro e ilusão” do Governo com o Orçamento do Estado. “Porque a saída limpa” do programa de assistência da “troika”, em 2014, permitiu ao país “regressar aos mercados e ir buscar dinheiro emprestado a juro mais baixo do que o FMI” estava a emprestar, explicou a líder centrista, após um encontro com a direção nacional da Polícia Judiciária (PJ), em Lisboa.

Para Assunção Cristas, trocar um empréstimo por outro, mais barato, “é uma boa opção”, já seguida pelo anterior Governo PSD/CDS, “de reembolsar um empréstimo que é mais caro”. “Mas não significa que essa dívida, de repente, desapareça”, afirmou ainda. A líder dos centristas argumentou que, “em termos absolutos, a dívida publica continuou e continua a subir”.

No encerramento do debate do OE2019, no Parlamento, o primeiro-ministro anunciou que Portugal vai pagar até ao final do ano a totalidade da sua dívida ao Fundo Monetário Internacional (FMI), num discurso em que salientou a importância de se reduzirem encargos para futuro. “Com a mesma determinação com que temos governado e que me permite hoje anunciar que até ao final deste ano pagaremos a totalidade da dívida ao FMI, de 4,6 mil milhões de euros, com todo o significado que comporta mais este virar de página”, declarou António Costa, momentos antes da aprovação do orçamento pelos partidos de esquerda e PAN.

Perante os deputados, o líder do executivo defendeu que este passo para o pagamento antecipado da dívida ao FMI “reforçará a credibilidade internacional” de Portugal no plano externo.

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Governo quer melhorar valores dos fundos de Coesão e PAC

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

A proposta de orçamento plurianual da Comissão Europeia para 2021-2027 prevê para Portugal cerca de 21,2 mil milhões de euros,ao abrigo da política de coesão. Um corte de 7% face ao quadro atual.

O ministro Pedro Marques declarou, esta sexta-feira, que Portugal continuou a bater-se por uma melhoria dos valores alocados à política de coesão e à Política Agrícola Comum (PAC) no próximo orçamento comunitário, na primeira “discussão aprofundada” da proposta de Bruxelas.

“Tivemos a primeira oportunidade de fazer uma discussão aprofundada da proposta da Comissão Europeia relativamente ao próximo quadro financeiro plurianual e julgo que, neste momento, temos todos ainda muitos desafios pela frente. Relativamente a Portugal, apresentei uma posição muito clara”, revelou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas.

Pedro Marques, que falava aos jornalistas no final do Conselho de Assuntos Gerais da União Europeia, dedicado à política de coesão, disse reconhecer que a proposta do executivo comunitário “atendeu a algumas especificidades de Portugal” e representou um avanço “relativamente a um primeiro documento que circulou a nível europeu” e que prejudicava o país.

“Conseguimos uma boa evolução na fase inicial, mas há desafios que permanecem. A proposta continua a ser uma proposta que reconhece novos desafios da política europeia, como as migrações, a tecnologia, as alterações climáticas, convoca-nos a enfrentar esses desafios como europeus, o que é muito correto, mas depois faltam-nos os recursos financeiros para responder a todas essas políticas”, admitiu.

Apesar do avanço da proposta inicial, Pedro Marques considera que a política de coesão e a PAC continuam a ser “variáveis de ajustamento nesse orçamento global”, e revelou que Portugal continua a bater-se por “uma melhoria global” dos valores alocados nessa proposta.

“Recentemente, tivemos uma proposta do Parlamento Europeu (PE) que vai nesse sentido, por isso continuaremos a fazer esse trabalho e a garantir que os recursos são os adequados”, asseverou.

Em 14 de novembro, o PE defendeu a manutenção do financiamento da política de coesão e da PAC no Quadro Financeiro Plurianual da União Europeia (UE) para 2021-2027, contrariando os cortes previstos na proposta orçamental da Comissão Europeia.

Os eurodeputados, reunidos em sessão plenária em Estrasburgo, aprovaram uma resolução na qual defendem a manutenção do financiamento da política de coesão e da PAC na UE a 27, pelo menos, ao nível do orçamento de 2014-2020 em termos reais.

Na resolução, a assembleia europeia contraria a proposta da Comissão Europeia, que prevê, face ao atual Quadro Financeiro Plurianual (QFP), um corte global de cerca de 10% na política de coesão e um de 5% na PAC para 2021-2027.

A proposta de orçamento plurianual da Comissão Europeia para 2021-2027 prevê para Portugal cerca de 21,2 mil milhões de euros ao abrigo da política de coesão, o que representa um corte de 7% face ao quadro atual, enquanto para a PAC o executivo comunitário avançou uma verba de cerca de 7,6 mil milhões de euros, a preços correntes, abaixo dos 8,1 mil milhões do orçamento anterior.

 

Esta proposta engloba uma ligeira subida nos pagamentos diretos e cortes no desenvolvimento rural: a preços correntes, para o QFP 2021-2027 está prevista uma verba de 4,2 mil milhões de euros no primeiro pilar (pagamentos diretos aos agricultores) e de 3,4 no segundo (desenvolvimento rural).

Os cortes inscritos na proposta da Comissão Europeia atingem também o setor das pescas, com Portugal a receber 378,5 milhões de euros, menos 14 milhões do que a verba inscrita no orçamento em vigor.

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Pedro Marques espera aprovação da reprogramação do PT2020 em “poucos dias”

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

“Sobre essa matéria mantenho uma excelente perspetiva de uma aprovação em poucos dias, numa semana talvez, por parte da Comissão Europeia da nossa reprogramação”, disse Pedro Marques.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas disse esta sexta-feira em Bruxelas que mantém “uma excelente perspetiva” da aprovação da reprogramação do Portugal 2020 por parte da Comissão Europeia no prazo de “poucos dias, uma semana talvez”.

Em declarações aos jornalistas, após a conclusão do Conselho de Assuntos Gerais da União Europeia, dedicado à política de coesão, Pedro Marques revelou que “naturalmente” houve uma troca de impressões “breve” com os serviços da Comissão Europeia sobre a reprogramação do Portugal 2020. “Sobre essa matéria mantenho uma excelente perspetiva de uma aprovação em poucos dias, numa semana talvez, por parte da Comissão Europeia da nossa reprogramação”, declarou.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas sublinhou a importância daquela reprogramação para o Governo português, considerando que esta é “verdadeiramente uma revisão intercalar de todo o quadro comunitário”. “Nós encontrámos um quadro comunitário que, do nosso ponto de vista, não se ajustava plenamente às principais prioridades do país. Precisávamos de mais recursos para apoiar a criação de emprego e o investimento das empresas, e a qualificação dos portugueses, para combater as alterações climáticas, para o investimento territorial, que reforça a coesão territorial em todo o país”, enumerou.

Pedro Marques explicou que a maneira como tinha sido programado inicialmente o quadro comunitário pela Comissão Europeia e pelo Governo anterior faria com que Portugal estivesse agora “com um esgotamento desses recursos”. “Fizemos uma reprogramação muito significativa, e muito difícil, porque estamos a pegar nos mesmos recursos e a realocá-los. É sempre difícil fazer essa alteração, mas penso que conseguimos e agora tenho uma confiança muito grande de que vamos ter uma aprovação final por parte da Comissão Europeia”, rematou.

Em 12 de novembro, Pedro Marques informou que Bruxelas deveria aprovar a reprogramação do Portugal 2020 no prazo de um mês, o que permitiria abrir concursos para novo investimento de 460 milhões de euros. Em audição conjunta com três comissões parlamentares para debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), Pedro Marques anunciou terem sido “concluídas com sucesso as negociações técnicas com a Comissão Europeia relativamente à reprogramação do Portugal 2020”.

“A submissão formal que é obrigatória depois dessa discussão técnica ser concluída foi feita na última sexta-feira e temos agora a expectativa de que a aprovação formal final das instâncias europeias ocorra num prazo máximo de um mês”, acrescentou então. O ministro indicou que, depois dessa aprovação, e entre outros, deverão ser “lançados imediatamente avisos de abertura de concursos para um total de investimento de 460 milhões de euros” em áreas como desenvolvimento urbano, património cultural, infraestruturas escolares e de saúde, “incluindo o Hospital Central do Alentejo”.

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Tribunal fixa em três anos de prisão efetiva cúmulo de Manuel Godinho

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

A defesa do arguido, que não compareceu na audiência por se encontrar doente, já anunciou que vai recorrer da decisão para o Tribunal da Relação do Porto.

O Tribunal de Aveiro fixou esta sexta-feira em três anos de prisão efetiva o cúmulo jurídico das penas aplicadas a Manuel Godinho, em dois processos que resultaram de certidões extraídas do caso “Face Oculta”.

Durante a leitura do acórdão, a juíza presidente explicou que o tribunal decidiu não suspender a pena, por não ser possível fazer um juízo de prognose favorável.

A defesa do arguido, que não compareceu na audiência por se encontrar doente, já anunciou que vai recorrer da decisão para o Tribunal da Relação do Porto.

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Movimento “coletes amarelos” chega a Bruxelas em confronto com polícia

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

Cerca de 300 a 500 manifestantes lançaram pedras, bolas de bilhar e latas, viraram um carro da polícia e incendiaram outro. As autoridades belgas ripostaram com canhões de água.

Manifestantes dos “coletes amarelos” entraram esta sexta-feira em confronto com a polícia, em Bruxelas, com lançamento de projéteis e pelo menos um carro incendiado de um lado e canhões de água do outro, segundo fonte oficial.

De acordo com declarações da porta-voz da polícia de Bruxelas-Ixelles, Ilse Van de Kerre, os manifestantes — entre 300 e 500 –, conforme a polícia ou a imprensa belga — entraram em confronto com as autoridades numa zona não longe da sede do Governo federal belga. Os manifestantes lançaram pedras, bolas de bilhar e latas, viraram um carro da polícia e incendiaram outro, sendo a coluna de fumo visível na zona de Schuman, o centro do “bairro europeu”.

As autoridades belgas ripostaram com canhões de água para fazer dispersar os manifestantes e interpelaram cerca de 60 pessoas que transportavam objetos proibidos, como facas e petardos. Os confrontos ocorreram cerca das 13h30 (12h30 de Lisboa) e a manifestação, que começou duas horas antes, paralisou o tráfego no centro de Bruxelas.

Os “coletes amarelos” tentaram por diversas vezes aproximarem-se de edifícios públicos, que estavam defendidos por cordões policiais e gritaram palavras de ordem contra o Governo liderado pelo liberal Charles Michel. A manifestação desta sexta-feira em Bruxelas terá sido convocada através das redes sociais.

O movimento dos “coletes amarelos” surgiu há duas semanas em França como protesto contra a subida dos impostos nos combustíveis e tinha já alastrado à região francófona belga da Valónia.

Governo francês falha tentativa de negociação

O Governo francês falhou esta sexta-feira uma tentativa de negociar com o movimento popular dos “coletes amarelos”, na véspera de mais um fim de semana de protesto contra as tarifas de combustíveis. A reunião do primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, com uma delegação de “coletes amarelos” resultou num fiasco, depois de apenas terem aparecido dois elementos daquele movimento popular, um dos quais saiu logo no início do encontro.

A tentativa surgiu numa altura em que várias forças políticas apelam a que o Governo francês dê um sinal de aproximação aos “coletes amarelos”. “Eu queria e repetidamente pedi para que esta conversa fosse filmada e transmitida em direto pelas televisões, mas isso foi recusado”, explicou hoje Jason Herbert, um dos oito representantes do movimento nomeados para o encontro, para justificar o falhanço da tentativa.

“Hoje, somos apenas dois, estamos debaixo de enorme pressão. E estou a falar de ameaças de agressão, verbal ou física. As nossas vidas estão em jogo”, disse Herbert, um dos líderes do movimento em Charente, que se deslocou para a reunião com o governo francês, em Paris. Herbert esclareceu que as pressões que tem sentido partem de outros “coletes amarelos” com atitudes radicais.

François de Rugy, o outro representante do movimento recebido por Édouard Philippe, entrou pela porta traseira do edifício governamental, sem passar pela Imprensa. O movimento de “coletes amarelos” nasceu espontaneamente num sinal de protesto contra a taxação de combustíveis em França.

As ações de contestação estão a causar grande embaraço ao Governo francês, tendo corrido mundo as imagens de confrontos entre manifestantes vestindo coletes amarelos e a polícia, no passado sábado, na emblemática avenida dos Campos Elíseos, em Paris. Este sábado, o perímetro da avenida ficará sob alta vigilância, aguardando-se novas manifestações, que serão controladas por um forte dispositivo policial.

(Notícia atualizada às 17h04 com falhanço das negociações em França)

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Deslocalização de aviões da Força Aérea da base do Montijo custará cerca de 200 milhões de euros

  • Lusa
  • 30 Novembro 2018

João Gomes Cravinho afirmou que ainda não há data prevista para o início da deslocalização das aeronaves e que "vão ser necessários pelo menos dois, três anos".

A deslocalização das aeronaves da Força Aérea que estão na base do Montijo custará perto dos 200 milhões de euros e demorará pelo menos dois a três anos, disse esta sexta-feira o ministro da Defesa Nacional.

“O financiamento é assegurado através da contratualização com a ANA e a Vinci e isto é assegurado com o Ministério do Planeamento e Infraestruturas. Em termos de custos, não temos contas finais, mas será na ordem dos 200 milhões de euros”, explicou João Gomes Cravinho. O governante falava aos jornalistas no final da sua primeira visita à Força Aérea Portuguesa, que começou no Comando Aéreo e terminou na base aérea n.º 6, Montijo, onde o Governo prevê construir um aeroporto complementar ao de Lisboa.

O ministro adiantou que “ainda ontem” [quinta-feira] teve uma reunião com o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, “para tratar destas matérias”, havendo “um conjunto de questões que estão ainda em aberto mas que, daqui a uns meses, ficarão definidos e fechados para possibilitar que esta base sirva de aeroporto complementar”.

João Gomes Cravinho afirmou que ainda não há data prevista para o início da deslocalização das aeronaves, sublinhando que o plano da FAP “é rigoroso” e serão acauteladas as necessidades operacionais, não pondo em causa as missões. O início da deslocalização “vai depender naturalmente da disponibilização de verbas e isso por sua vez vai depender de se fecharem todos os pormenores da contratualização”, processo na responsabilidade do Ministério do Planeamento, frisou.

“Os hangares que viram no Montijo terão de ser construídos em outras bases para acomodar as necessidades. Um trabalho que requer algum tempo, vão ser necessários pelo menos dois, três anos para concretizar toda essa deslocalização”, disse. A operação militar e civil na base da FAP é compatível, defendeu o ministro, referindo que as futuras aeronaves da FAP, KC-390, irão operar a partir do Montijo. Parte do AT1, aeródromo militar em Figo Maduro, na Portela, será transferido também para o Montijo. Os aviões C-295 e os C-130 serão deslocalizados para outras bases, Sintra e Beja.

Durante a visita à base, o ministro elogiou o trabalho da Força Aérea nas missões de interesse público, especialmente na busca e salvamento, destacando que o ano passado foram realizadas mais de 590 evacuações médicas. “Houve cerca de 61 casos de órgãos transportados, significa 61 portugueses que hoje vivem por causa da Força Aérea”, reforçou o ministro, lembrando que em 2016 a FAP foi reconhecida como “a melhor do mundo em termos de busca e salvamento”.

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QSP Summit, a maior conferência ibérica de marketing, vai duplicar

Evento estende-se por dois dias e leva até ao Porto alguns dos maiores especialistas de marketing de todo o mundo. Ao todo são esperadas mais de 2.300 pessoas.

Depois de no ano passado, o CEO da QSP Summit ter pedido um maior envolvimento do Estado, a exemplo do que acontece com o Web Summit, eis que o evento vai duplicar de tamanho na próxima edição, que se realizará a 21 e 22 de março, na Exponor.

Esta será a 13ª edição daquela que é considerada a maior conferência de marketing e será a primeira vez que o evento vai decorrer ao longo de dois dias.

Rui Ribeiro, CEO e fundador da QSP Summit, adianta que “a edição de 2019 vai absorver um grande incremento quer na qualidade — que já é uma marca do evento — quer na dimensão”.

O CEO da QSP Summit refere que “vamos ocupar 19.000 metros quadrados e receber um número recorde de participantes e expositores”. Na edição de 2018 passaram pelo evento mais de 1800 pessoas, sendo que para 2019 são esperados mais de 2.300 participantes e mais de 100 stands.

A exemplo dos anos anteriores, “o tema será transversal e do interesse de todo o tecido empresarial e de todos os profissionais de topo”, adianta Rui Ribeiro.

Sob o tema “Convergence”, mais de 46 oradores oriundos de todo o mundo, irão abordar vários vértices dos tempos de transformação que as empresas e profissionais enfrentam: convergência online-offline; voz-dados; humanos-robots, pessoas-cultura; tecnologia-marketing; produto-marca; criatividade-management; entre outros.

Entre os cabeças de cartaz destaque para o norte-americano Daniel Pink, autor de seis livros sobre temas como trabalho, negócios e comportamento humano; Spencer Harrison, professor em comportamento das organizações no Insead; Stanley Hainsworth, founder e Chief Creative Officer da Tether e ex-diretor criativo da Nike, Lego e Starbucks; Lara Balazs, executiva de marketing e até muito recentemente vice-presidente da Amazon; Jerry Storch atual ceo da Storch Advisror e ex-vice-presidente da Target.

Ao longo dos dois dias haverá lugar para vários debates onde participam oradores nacionais e internacionais, como seja, Michael Aakkermen (Pinterest); Jaime Del Valle (L’Oreal); Ana Lehman (FEP); Gomes da Silva (Galp Energia), entre tantos outros.

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Wall Street em queda antes da reunião entre Trump e Xi Jinping

Os índices norte-americanos estão a desvalorizar, com os investidores preocupados com o que sairá da reunião entre Donald Trump e o presidente chinês na cúpula do G20.

As bolsas norte-americanas estão em queda, com os investidores preocupados com a cúpula do G20, que vai juntar as 20 maiores economias do mundo esta sexta-feira e sábado. A impedir mais quedas estiveram as declarações do representante do Comércio dos EUA, que se mostrou otimista quanto ao jantar entre Donald Trump e Xi Jinping, este sábado. As tensões comerciais vão ser o ponto alto deste encontro.

O S&P 500 está a cair 0,17% para 2.733,03 pontos, assim como o tecnológico Nasdaq que está a desvalorizar 0,22% para 7.257,23 pontos. Por sua vez, o industrial Dow Jones segue a perder 0,19% para 25.291,45 pontos.

Os investidores estão à espera do que sairá da cúpula do G20, que começou esta sexta-feira em Buenos Aires, e de onde já resultou a assinatura do recente acordo do comércio entre os EUA, o México e o Canadá. Ao fim de um ano de negociações, os três países assinaram o tratado que regulará o comércio na América do Norte, substituindo o Tratado de Comércio Livre da América do Norte, conhecido como NAFTA, que vigorou durante 24 anos.

Apesar disso, os mercados estão em queda, com as tensões comerciais entre a China e os EUA a levantarem preocupações. E nem as declarações do representante do Comércio norte-americano foram suficientes para animar as bolsas. Robert Lighthizer disse que espera que o jantar entre Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping seja um “sucesso”, de acordo com a CNBC (conteúdo em inglês).

Os dois países têm um jantar agendado para sábado, mas Peter Navarro, assessor comercial da Casa Branca, vai estar presente, o que levanta sérias dúvidas sobre a possibilidade de um acordo. Navarro é visto como uma pessoa conflituosa relativamente às relações comerciais entre os Estados Unidos e a China. Recentemente, entrou em confrontos com Larry Kudlow, conselheiro económico da Casa Branca, ao afirmar que qualquer acordo com a China seria “segundo os termos de Trump e não de Wall Street”.

“As pessoas não querem ficar muito otimistas sobre o G20, porque Donald Trump é uma espécie de joker [muda de humor constantemente]”, diz Robert Pavlik, da SlateStone Wealth LLC, citado pela Reuters. “As pessoas não sabem o quão duro ele será com esta reunião e com estas negociações.”

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Há progressos no malparado. Mas FMI diz que a banca está demasiado exposta ao imobiliário

O FMI elogia o esforço dos bancos portugueses na redução do malparado. Diz, no entanto, que é preciso continuar. E mostra-se preocupado com a exposição ao imobiliário.

O malparado é um fardo para a banca, mas está menos pesado. Nos últimos anos, tem sido feito um esforço por parte do sistema financeiro nacional para reduzir o peso dos créditos não produtivos, algo que o Fundo Monetário Internacional (FMI) reconhece. Defende que é preciso manter o ritmo de redução destes NPL, mas também mostra preocupação com a significativa exposição do setor ao imobiliário, numa altura de subida dos preços das casas.

“Foram feitos progressos relevantes no balanço dos bancos”, com a redução do malparado, diz o FMI na 7.º avaliação pós-programa, salientando que “os rácios de NPL encolheram de 13,3% no final de 2017 para 11,7% em junho deste ano, ao mesmo tempo que os rácios de capital se mantiveram estáveis, acima de 15%”.

“Mas é preciso manter os esforços para reduzir as vulnerabilidades” do setor, remata o fundo. O FMI diz que os bancos continuam a ser penalizados pelo elevado nível de NPL e pela baixa rentabilidade, salientando que irão “sentir pressões adicionais em termos de custos” assim que os bancos necessitarem de começar a cumprir com os novos requisitos relativos a capitais próprios e ativos elegíveis no âmbito do enquadramento relativo à resolução bancária, o MREL.

Mas as vulnerabilidades da banca nacional não se ficam por aqui. E o FMI vê a exposição ao imobiliário como um risco. “Outra vulnerabilidade é a significativa concentração de exposição ao imobiliário”, representando 38% dos ativos totais no final de 2017, com os imóveis habitacionais a representarem 28% do total dos ativos imobiliários.

O FMI defende que os supervisores devem “garantir que os bancos prosseguem os planos de redução de NPL”, mas também que “continuem a monitorizar a evolução dos preços do imobiliário que têm aumentado a um ritmo acelerado nos últimos anos, bem como garantir que os bancos têm almofadas de capital suficientes para enfrentarem choques adversos nos seus balanços”.

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Portugal paga dívida ao FMI. Fundo elogia “poupança na fatura com juros”

Após a visita a Portugal esta semana, a instituição liderada por Christine Lagarde sublinhou que Portugal irá poupar com juros, melhorar o perfil da dívida e enviar um sinal positivo aos investidores.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou o anúncio do Governo português de que irá pagar antecipadamente a totalidade da dívida em falta, ainda este ano. Num comunicado sobre a sétima avaliação pós-programa, que decorreu esta semana, a instituição liderada por Christine Lagarde confirmou que Portugal irá sair do estatuto de Monitorização Pós-Programa, assim que o pagamento for efetivado, o que ainda não se sabe quando irá acontecer.

“Estas operações são financeiramente vantajosas porque melhoram o perfil de maturidade da dívida pública e geram poupança na fatura com juros. Associado à política de manter fortes reservas cambiais, contribui para uma maior acumulação de defesas financeiras contra futuros eventos adversos. Assim que o pagamento anunciado ocorrer, Portugal irá sair do estatuto de Monitorização Pós-Programa”, explicou o FMI.

Dos 78 mil milhões de euros concedidos a Portugal no âmbito do resgate financeiro, 26,3 mil milhões foram emprestados pelo FMI. Depois de sair do programa em 2014, Portugal começou logo no ano seguinte uma política de reembolsos antecipados. De acordo com dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, faltava liquidar 4,7 mil milhões de euros (17% do total), no final de outubro. O objetivo do Governo é que este montante fique liquidado até ao final do ano, segundo garantiu António Costa.

“Os reembolsos antecipados de Portugal, iniciados desde 2015, já reduziram acentuadamente a dívida pendente ao Fundo. Os reembolsos antecipados ao FMI refletem as condições favoráveis de acesso ao mercado de Portugal e enviam um sinal positivo aos investidores e mercados“, explica o comunicado, que começa por apontar para o comunicado do primeiro-ministro, António Costa, esta quinta-feira no Parlamento.

Este ano, Portugal já pagou 831 milhões de euros ao FMI, que se seguem aos 10 mil milhões de dívida recomprada pelo Tesouro em 2017. A estratégia das Finanças de amortizar antecipadamente o empréstimo ao FMI tem levado a uma redução dos custos da dívida portuguesa. Portugal paga uma taxa de juro de referência de cerca de 1,7% pelo empréstimo do FMI, a que se soma um spread (prémio de risco) superior a 100 pontos base, dado o elevado montante da dívida face à quota do país no fundo.

Assim, o juro pago por esta tranche da dívida — que chegou a ser superior a 4% e foi baixando com a política de reembolsos — situa-se próximo de 3%. Nos mercados, o país tem-se financiado com um juro abaixo de 2% ao longo de todo o ano.

O Governo antecipa que os gastos com juros totalizem 6.968,1 milhões de euros em 2018, o que representa 3,5% do PIB português e uma diminuição de 6,3% face ao ano anterior. Para 2019, o Orçamento do Estado determina 6.867,2 milhões de euros, ou seja, 3,3% do PIB e menos 1,4% que em 2018. O Governo não explicou, no entanto, se esta quebra já prevê o pagamento da totalidade do empréstimo ao FMI.

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FMI mais pessimista que o Governo no défice, mas menos que Bruxelas

Fundo prevê défice de 0,4% em 2019. Na sétima avaliação pós-programa, o FMI aponta para menos crescimento que Governo e, por isso, mais défice.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um défice de 0,4% para 2019, o dobro da projeção apresentada pelo Executivo no Orçamento do Estado aprovado esta quinta-feira, mas duas décimas abaixo da previsão da Comissão Europeia.

A nova previsão do FMI — a anterior apontava para um défice de 0,3% do PIB — faz parte da sétima avaliação pós-programa, cujas conclusões foram divulgadas esta sexta-feira, e depois de o Fundo ter estado em Lisboa para trabalhos técnicos.

A visita aconteceu numa altura em que o Parlamento aprovava o último Orçamento da legislatura e na mesma semana em que o Governo anunciou que até final do ano pagará o resto da dívida ao Fundo.

No OE2019, o Governo aponta para um défice de 0,2%. Bruxelas espera que chegue aos 0,6%.

A previsão do Fundo “reflete um crescimento económico mais moderado” do que o previsto pelo Governo. O Executivo acredita num défice de 0,2% com um crescimento económico de 2,2%, mas o Fundo aponta para uma subida do PIB de apenas 1,8%. As previsões têm em conta também as políticas já incluídas no OE de descongelamento de carreiras para os trabalhadores da Função Pública e em linha com o que ficou previsto no documento orçamental.

Para 2018, a previsão do Fundo para o défice coincide com a do Governo (0,7%).

O rigor da gestão das contas públicas e o compromisso do Governo com o cumprimento das metas orçamentais reflete-se no alinhamento das previsões do FMI para o défice de 2018 e as respetivas previsões nacionais“, sublinhou o Ministério das Finanças, em comunicado enviado às redações depois de conhecidas as avaliações do FMI e da Comissão Europeia. De sublinhar que o gabinete de Mário Centeno optou por não comentar a divergência de valores com o Fundo face a 2019.

Apesar da melhoria no défice nominal, o Fundo acredita que o saldo estrutural primário terá uma deterioração de 0,1% do PIB.

Além dos riscos externos — relacionados com a conjuntura externa como a tensão protecionista –, o Fundo encontra riscos internos para a economia portuguesa, nomeadamente, o risco de “o Governo poder adotar políticas mais fracas que podem minar a confiança dos investidores, e possivelmente resultar em mais rigidez na despesa e redução na qualidade das despesas do Estado”.

O Orçamento prevê a contagem de mais dois anos, nove meses e 18 dias de tempo de serviço na carreira dos professores, mas o Parlamento aumentou a pressão para que o Governo reflita nas carreiras especiais mais tempo de serviço, chegando a mais de nove anos.

(Artigo atualizado às 18h45 com a reação do Ministério das Finanças)

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Despesa rígida, políticas fracas, Brexit, protecionismo e abrandamento. Os cinco alertas do FMI para Portugal

São cinco os alertas que o FMI deixa a Portugal. Uns de natureza interna, outros externa. Ao Governo recomenda cuidado com despesa rígida e com políticas fracas que possam minar a confiança.

Os principais riscos para Portugal vêm do exterior, mas também há elementos internos que podem comprometer o desempenho da economia nacional, de acordo com a avaliação do Fundo Monetário Internacional, que publica esta sexta-feira a sua 7.ª avaliação pós-programa de ajustamento financeiro. Brexit, protecionismo e abrandamento do crescimento da Zona Euro são os ingredientes externos para a receita azarada, aos quais acrescem políticas fracas que podem minar a confiança dos investidores ou despesa rígida.

O FMI prevê que Portugal cresça este ano 2,2%, menos uma décima do que previa anteriormente. E que a economia volte a desacelerar para 1,8% no ano seguinte, um abrandamento que terá necessariamente consequências ao nível da projeção do défice orçamental que, segundo o Fundo, será de 0,4%, um valor mais elevado do que os 0,2% previstos pelo Governo no Orçamento do Estado, mas menor face aos 0,6% apontados pela Comissão Europeia.

“Na vertente interna, há o risco de que o Governo poderá possa adotar políticas fracas que podem minar a confiança dos investidores e o ambiente de negócios”, escreve o FMI no comunicado resultando da conclusão da missão do Fundo a Portugal, que decorreu esta semana. Estas políticas mais fracas também podem resultar num aumento da rigidez orçamental e uma redução da qualidade da despesa pública”, acrescenta o mesmo documento.

É um aviso à navegação em vésperas de ano eleitoral para que não seja adotadas medidas que representem um aumento permanente da despesa pública, como o descongelamento das carreiras da Função Pública ou a contagem do tempo de serviço dos professores.

Na vertente interna, há o risco de que o Governo poderá possa adotar políticas fracas que podem minar a confiança dos investidores e o ambiente de negócios

Comunicado do FMI

No relatório publicado em setembro, no âmbito do Artigo IV, o FMI alertava precisamente para as pressões na despesa. “As autoridades comprometeram-se com o descongelamento das progressões nas carreiras (com um custo líquido estimado de 200 milhões de euros em 2018, ou seja, 0,1% do PIB, mas sujeito a um risco de revisão e alta) e a continuar a transição gradual para o horário das 35 horas no setor público”, dizia o relatório. Passagem para as 35 horas, descongelamento em curso das progressões nas carreiras, a não penalização das reformas antecipadas nos regimes de carreiras mais longas ou ainda as contas na saúde eram os vários capítulos já elencados pelo Fundo.

Portugal vai sentir diretamente as consequências negativas de um crescimento mais baixo da Zona Euro.

Avaliação do FMI

Na vertente externa, o FMI é taxativo ao defender que “Portugal vai sentir diretamente as consequências negativas de um crescimento mais baixo da Zona Euro”. No Regional Economic Outlook, publicado no início de novembro, o Fundo prevê que a Europa cresça este ano 2,3% e 1,9% no próximo. Estas foram as mesmas previsões que o FMI fez em outubro quando divulgou o World Economic Outlook. “A procura interna, suportada pelo emprego robusto e pelos salários, permanece como o principal motor do crescimento. Porém, o ambiente externo tornou-se menos favorável e é expectável que abrande em 2019 devido ao abrandamento da procura global, às tensões comerciais e a preços da energia mais altos”.

Mas há mais. “A turbulência provocada pelo Brexit e trocas comerciais mais fracas na sequência do aumento do protecionismo” são outros dos impactos negativos que podem fazer a economia descarrilar. De acordo com a análise feita pela London School of Economics (LSE), o King’s College de Londres e o Instituto de Estudos Fiscais, o PIB do Reino Unido pode recuar 5,5% numa década com o atual acordo do Brexit negociado entre Londres e Bruxelas e 8,7% com uma saída da União Europeia sem acordo, segundo um estudo divulgado esta terça-feira.

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