Vistos gold. Investimento recua 3,4% em 2017 para 844 milhões de euros

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2018

No ano passado, foram atribuídos 1.351 vistos dourados, o que representa uma diminuição de 3,4% relativamente a 2016. Requisito de aquisição de imóveis foi a principal fonte do investimento captado.

O investimento captado através dos vistos ‘gold’ recuou 3,4% em 2017, face a 2016, para 844 milhões de euros, tendo sido atribuídos 1.351 vistos dourados, de acordo com os dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

No total do ano passado, o investimento resultante das Autorizações de Residência para a atividade de Investimento (ARI) atingiu 844.088.897,77 euros, menos 3,4% que os 874.444.320,10 euros de 2016, tendo sido atribuídos 1.351 vistos ‘gold’.

Do total do investimento captado em 2017, o requisito da aquisição de bens imóveis continua a ser a grande fonte, com 770.640.332,93 euros. Deste montante, 743.699.901,22 euros corresponde à compra de imóveis no valor igual ou superior a 500 mil euros e 26.940.431,71 euros por via da aquisição de bens imóveis para reabilitação urbana, no montante global igual ou superior a 350 mil euros.

O critério de transferência de capitais angariou 73.448.564,84 euros no ano passado. Em 2017, foram concedidos 1.351 vistos dourados, 70 pela transferência de capitais e dois pela criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho. Por via do requisito de compra de imóveis, foram atribuídos 1.279 vistos, dos quais 75 para a reabilitação urbana.

O critério de atribuição de vistos para a reabilitação urbana, cujo o montante investido deve ser igual ou superior a 350 mil euros, entrou em vigor em 03 de setembro de 2015.

Só no mês de dezembro, o investimento realizado foi de 30.403.224,21 euros, menos 44% do que em novembro (54.589.213,55 euros) e uma quebra de 65% relativamente a igual mês de 2016 (87.482.100,72 euros).

Do montante total angariado em dezembro, 1.000.000 euros resultou da transferência de capitais e 29.403.224,21 euros pela compra de imóveis. Do total obtido na compra de imóveis, 2.612.766,71 euros foi obtido pelo critério de reabilitação urbana.

Em dezembro foram atribuídos 48 vistos, um por transferência de capital e 47 pela compra de bens imóveis, dos quais sete para reabilitação urbana. O primeiro visto ‘gold’ para reabilitação urbana foi concedido em julho de 2016.

Em termos acumulados – desde que os vistos dourados começaram a ser atribuídos, de 08 de outubro de 2012 até dezembro último -, o investimento total captado com as ARI atingiu os 3.411.265.842,39 euros, dos quais 324.898.160,46 euros por transferência de capital e 3.086.367.681,93 euros pela compra de bens imóveis.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento, foram atribuídos 5.553 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016 e 1.351 em 2017.

Em termos acumulados, desde a sua criação até final de 2017, foram concedidos 5.243 vistos pelo requisito da aquisição de bens imóveis, dos quais 84 para reabilitação urbana, 302 por transferência de capital, e oito pela criação de, pelo menos, 10 postos de trabalho.

A China lidera a lista de ARI atribuídas (3.588 até dezembro), seguida do Brasil (473), África do Sul (218), Rússia (195) e Líbano (108).

Desde 2013 foram atribuídas 9.315 autorizações de residência a familiares reagrupados: 576 em 2013; 2.395 em 2014; 1.322 em 2015; 2.344 em 2016 e 2.678 em 2017.

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Corticeira Amorim compra 70% da sueca Elfverson

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2018

A corticeira portuguesa revela que o acordo foi celebrado através da sua participada Amorim Bartop. A compra de 70% da sueca Elfverson custou 5,5 milhões de euros à Corticeira Amorim.

A Corticeira Amorim acordou a compra de 70% da sueca Elfverson & Co AB por 5,5, milhões de euros, segundo comunicou a empresa à Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM).

Numa nota hoje divulgada esta quarta-feira, a corticeira portuguesa revela que o acordo foi celebrado através da sua participada Amorim Bartop – Investimentos e Participações, S.A., que integra a Unidade de Negócios (UN) Rolhas, desenvolvendo e produzindo rolhas capsuladas para o segmento de bebidas espirituosas.

"Nos termos do acordo celebrado, são adquiridos 70% do capital social da Elfverson & Co AB, pelo montante de cerca de 5,5 milhões de euros.”

Corticeira Amorim

“Nos termos do acordo celebrado, são adquiridos 70% do capital social da Elfverson & Co AB, pelo montante de cerca de 5,5 milhões de euros”, refere a comunicação da Amorim à CMVM. A empresa explica ainda que “sobre os restantes 30% recai uma opção de venda por parte da vendedora (a sociedade sueca Vätterledens Invest AB) e uma opção de compra por parte da Amorim Bartop – Investimentos e Participações, S.A., exercíveis a partir de 2020”, por um preço que dependerá da evolução da performance da empresa sueca nos próximos anos.

“Através desta operação, a UN Rolhas adquire uma participação relevante numa empresa com um portefólio de produtos premium e uma carteira de clientes de relevo que pretende desenvolver, reforçando também as fontes de abastecimento de tops de madeira de reconhecida qualidade, o que permitirá acompanhar o crescimento das necessidades dos seus clientes no segmento das rolhas capsuladas”, refere a comunicação enviada à CMVM.

A Elfverson & Co AB produz tops de madeira para rolhas capsuladas (bartops), os quais são utilizados pelos grandes grupos da indústria de bebidas espirituosas.

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Fundo de Resolução admite perda de 489 milhões no Banif

  • ECO
  • 10 Janeiro 2018

A entidade liderada por Luís Máximo dos Santos emprestou 489 milhões para limpar o Banif na resolução. Mas o fundo admite não vir a receber qualquer montante.

O Fundo de Resolução admite não vir a receber nada na liquidação do Banif. A entidade liderada por Luís Máximo dos Santos emprestou 489 milhões de euros para limpar o banco, para absorver as perdas associadas à medida de resolução aplicada à instituição financeira. Isto depois de o Fundo ter dado como perdido o montante que injetou no Novo Banco em 2014. O valor, que ascende a 4,9 mil milhões de euros, foi reconhecido mesmo antes de ter sido formalizada a venda do banco que resultou da resolução do Banco Espírito Santo.

“Nos termos da deliberação do Conselho de Administração do Banco de Portugal, de 20 de dezembro de 2015, que determinou a aplicação de medidas de resolução ao BANIF, o Fundo disponibilizou o montante de 489.000 milhares de euros a título de apoio financeiro na parte relativa à absorção de prejuízos“, no relatório e contas referente a 2016 do Fundo de Resolução, citado pelo Jornal de Negócios (acesso pago).

"O Fundo de Resolução considera que a probabilidade de recuperação do referido direito de crédito é remota, tendo sido reconhecida uma imparidade total sobre essa exposição, por contrapartida de uma redução de recursos próprios.”

Fundo de Resolução

Um montante que a entidade admite não recuperar. “O Fundo de Resolução considera que a probabilidade de recuperação do referido direito de crédito é remota, tendo sido reconhecida uma imparidade total sobre essa exposição, por contrapartida de uma redução de recursos próprios”, refere o Fundo de Resolução no documento publicado no site.

A injeção de 489 milhões — utilizada para absorver perdas impostas ao Banif na resolução — foi integrada no Santander Totta que comprou a maioria da carteira do Banif. Em contrapartida, o Fundo recebeu um direito de crédito sobre o Banif.

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ADSE pode chegar a mais 118 mil portugueses

  • ECO
  • 10 Janeiro 2018

O estudo aponta para a inclusão de 174 mil novos trabalhadores, no cenário otimista, e 118 no cenário realista.

Um estudo sobre o impacto do alargamento do número de beneficiários da ADSE considera um “cenário realista” englobar mais 118 mil portugueses. Este número abrange todos os contratos a prazo e contratos individuais de trabalho, avançou o Diário de Notícias.

O Conselho Geral de Supervisão ainda não reuniu consenso acerca das alterações necessárias ao decreto-lei que regula os benefícios da ADSE. O referido estudo aponta para a inclusão de 174 mil novos trabalhadores, no cenário otimista, e 118 no cenário realista.

O verdadeiro número, no entanto, deverá ser mais reduzido, uma vez que a extensão aos contratos individuais de trabalho deverá visar preferencialmente os que estão nos Hospitais EPE e situações semelhantes. Neste cenário, serão visadas 40 mil pessoas, às quais se juntam os 30 mil precários em análise no âmbito do programa de regularização e aqueles que renunciaram previamente, cerca de 3.000.

A primeira proposta, aprovada por unanimidade no passado novembro, propõe que se criem condições para incluir no rol de beneficiários os trabalhadores permanentes da administração pública com contrato individual de trabalho. Para já, é também previsível que os benefícios abarquem aqueles que anularam a inscrição na ADSE assim como todos os que, apesar do direito a este subsistema de saúde, falharam os prazos de inscrição.

Há uma nova reunião, marcada para esta quinta-feira, na qual embora o ponto principal seja outro — a revisão da tabela de preços das consultas de clínica geral e de especialidade — se poderá dar continuidade à discussão.

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Instalação da rede de bicicletas partilhadas deve estar concluída no final de março

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2018

Conclusão da instalação da rede de bicicletas partilhadas de Lisboa deve acontecer no final do primeiro trimestre de 2018. Até ao momento, já foram vendidos três mil passes para a Gira.

A instalação da rede de bicicletas partilhadas da capital deve estar concluída no “final do primeiro trimestre” deste ano, anunciou na terça-feira o vereador da Mobilidade e Segurança da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Gaspar.

Perante os deputados das Comissões Permanentes de Finanças e Transportes da Assembleia Municipal de Lisboa, Miguel Gaspar apontou que o objetivo do município é implementar “o plano original” da rede Gira “no final do primeiro trimestre”. No total, o sistema será composto por 140 estações e 1.410 bicicletas.

Das 140 estações, 92 ficarão localizadas no planalto central da cidade, 27 na baixa e frente ribeirinha, 15 no Parque das Nações e seis no eixo entre as avenidas Fontes Pereira de Melo e da Liberdade.

Segundo o responsável, já estão a ser feitas “obras em Telheiras, no Marquês e na Avenida da Liberdade” para a colocação de mais estações, pelo que o objetivo será ligar “o planalto até Belém e Algés”.

A Assembleia Municipal está a ouvir a vereação no âmbito do orçamento municipal, Grandes Opções do Plano e planos de atividades das empresas municipais, como é o caso da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento (EMEL) e da rodoviária Carris.

Foram várias as forças políticas que pediram um balanço desta rede que foi implementada em setembro, e que contava há um mês com 43 estações distribuídas por algumas das principais artérias da cidade, bem como 409 bicicletas disponíveis nas freguesias de Alvalade, Avenidas Novas e Parque das Nações, segundo a EMEL, responsável pela rede. Em resposta, o vereador responsável pela Mobilidade afirmou que já foram vendidos “três mil passes” para a Gira.

Falando na rede ciclável da cidade, Miguel Gaspar deixou o compromisso de “chegar aos 200 quilómetros neste mandato”, sendo que atualmente a cidade conta com “80 quilómetros” de ciclovias já instaladas.

O autarca salientou também que a “EMEL será cada vez menos uma empresa de estacionamento e cada vez mais uma empresa de mobilidade”, sendo que a rede Gira é um exemplo desse caminho.

O vereador anunciou também o reforço da “equipa com 60 novos colaboradores”, bem como a criação de “cinco mil novos lugares de estacionamento”.

Já no que toca à Carris, Miguel Gaspar apontou um “investimento entre 35 e 40 milhões de euros em 2018 em autocarros”, que devem começar a ser entregues no “segundo semestre” do ano.

Elencando que a maioria dos autocarros serão movidos a gás natural, o vereador socialista salientou que os novos equipamentos “têm de chegar primeiro à Avenida da Liberdade, que é onde existem maiores problemas de poluição”. Assim, no “segundo semestre” haverá “condições para aumentar a oferta”, dado que “para crescer de forma significativa são precisos mais meios e mais recursos”. “A partir daí vamos atender às carreiras de bairro. A partir daí vamos atender onde é mais prioritário, como Alcântara, Ajuda e Belém”, acrescentou.

Fazendo um balanço desde que a Carris passou para gestão municipal, há quase um ano, o autarca explicou que a empresa “entrou a perder passageiros, algures no verão estabilizou e em novembro recuperou e a oferta aumentou 4%”.

Miguel Gaspar disse aos deputados que, “em 2017, já entraram 164 trabalhadores para a Carris e está prevista a contratação de mais 250”.

Questionado sobre avarias nos painéis que indicam o tempo de espera entre autocarros, o autarca afirmou que “de 79 avariados, 25 deles já estão corrigidos, e os outros estão em fase de resolução”, sendo que os “problemas habituais são cortes de energia e vandalismo”.

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Provedor da Santa Casa vai ao Parlamento explicar eventual entrada no Montepio

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2018

CDP-PP pediu a audição que se realiza, esta quarta-feira, no Parlamento, ao provedor da Santa Casa da Misericórdia. O partido quer saber se instituição vai ou não entrar no capital do Montepio.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Edmundo Martinho, vai esta quarta-feira ao Parlamento prestar esclarecimentos sobre os contornos que envolvem a hipótese de a instituição entrar no capital do Montepio Geral.

O pedido de audição ao provedor foi feito pelo CDS-PP, partido que também chamou o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, à Comissão de Trabalho e Segurança Social para prestar explicações sobre o mesmo assunto. As audições foram aprovadas por unanimidade entre todos os grupos parlamentares.

Edmundo Martinho, que era vice-provedor da SCML, tomou posse como provedor há cerca de um mês, em 06 de dezembro de 2017, para um mandato de três anos, substituindo Pedro Santana Lopes que deixou o cargo para se candidatar à liderança do PSD.

Em entrevista à Antena 1 no domingo, o ministro do Trabalho disse ter sido ideia de Pedro Santana Lopes o envolvimento da Santa Casa no setor financeiro, enquanto a hipótese de investimento no Montepio foi colocada pelo Governo. Vieira da Silva precisou que a “ideia de que a Santa Casa podia ter um papel [no setor financeiro] é uma ideia avançada pelo dr. Santana Lopes [então provedor da SCML]”.

“A colocação do Montepio nesse leque de hipóteses foi colocada pelo Governo, não pelo Dr. Santana Lopes”, acrescentou ainda o governante, precisando que a possibilidade de a Santa Casa se envolver na área financeira surgiu “há quase dois anos, numa altura que se vivia o momento mais difícil” no setor.

Quanto a críticas feitas ao envolvimento do setor social no financeiro, Vieira da Silva falou em “profundo desconhecimento da realidade”, porque em “toda a Europa existem instituições financeiras do setor social”.

A eventual tomada de participação da SCML na Caixa Económica Montepio Geral (CEMG) tem sido muito falada nas últimas semanas e motivou as exigências de esclarecimentos pela parte de PSD e CDS-PP.

Quanto aos democratas-cristãos, que fizeram o pedido de audições, estes querem saber, especificamente, se a Santa Casa vai ou não entrar no capital do Montepio, a que valor e adquirindo que participação e onde está o estudo de avaliação da operação.

A imprensa tem adiantado que a SCML poderá entrar com 200 milhões de euros em troca de uma participação de 10% na CEMG, o que valoriza o banco em cerca de 2.000 milhões de euros.

A CEMG está num período de mudança dos estatutos e mesmo da sua equipa de gestão, tendo a Associação Mutualista Montepio Geral (até agora o seu único acionista) anunciado a entrada de Nuno Mota Pinto para presidente do banco, lugar ainda ocupado por Félix Morgado.

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Kodak entra no mercado das criptomoedas

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2018

A empresa, mais conhecida pela fotografia, fez uma parceria com a WENN Digital para entrar no mercado de licenciamento digital e das criptomoedas.

A Kodak, cujas raízes são a fotografia, está a entrar no mercado de licenciamento digital e das criptomoedas, através de uma parceria com a WENN Digital.

As empresas estão a lançar a tecnologia ‘blockchain’ – uma lista contínua crescente de gravações, denominados blocos, que estão associados e seguros através de criptopgrafia, com a KodakOne e a KodakCoin.

Os sistemas Kodak permitirão aos fotógrafos registarem trabalhos que podem licenciar e posteriormente receber. A moeda inicial a ser oferecida vai abrir em 31 de janeiro.

Depois do anúncio, as ações da Eastman Kodak Co. subiram hoje 42%, para 4,40 dólares, na bolsa de Nova Iorque.

A entrada da Kodak, bem como de outras empresas, no mercado das moedas virtuais surge quando crescem os avisos para o risco das moedas virtuais e da criação de uma ‘bolha’. Atualmente, não há qualquer regulamentação para a criação e utilização de moedas virtuais.

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5 coisas que vão marcar o dia

Mário Centeno vai ao Parlamento explicar o processo de venda do Novo Banco, no mesmo dia em que o provedor da SCML é ouvido pelos deputados sobre a possível entrada no capital do Montepio.

É dia de falar de bancos no Parlamento. Mário Centeno vai prestar novos esclarecimentos sobre o processo de venda do Novo Banco, enquanto o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) vai explicar a possível entrada da instituição de solidariedade no capital do Montepio. É também dia de negociações laborais: os professores reúnem-se com o ministro da Educação para discutir o descongelamento das carreiras e os trabalhadores da Autoeuropa falam publicamente sobre o resultado da reunião que tiveram com a administração na terça-feira. A fechar, Santana Lopes e Rui Rio voltam a sentar-se frente a frente.

Centeno explica venda do Novo Banco…

Mário Centeno volta ao Parlamento para prestar declarações sobre a venda do Novo Banco. O ministro das Finanças vai ser ouvido, esta manhã, na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), a pedido do PCP, que quer que Mário Centeno explique o acordo-quadro estabelecido entre o Estado e o Fundo de Resolução, para viabilizar a venda do Novo Banco. É este acordo que prevê que, se for necessário para que o Fundo de Resolução cumpra as suas obrigações, o Estado financia este fundo, preservando a “estabilidade financeira”.

… Provedor da SCML explica entrada no Montepio

Também esta manhã, há outro banco a ser discutido no Parlamento. Edmundo Martinho, provedor da SCML, vai à Comissão de Trabalho e Segurança Social para “prestar esclarecimentos sobre os contornos que envolvem a hipótese de a SCML entrar no capital do Montepio Geral”, a requerimento do CDS-PP. A audição surge depois da polémica em torno desta entrada da instituição de solidariedade no capital de um banco, uma ideia que, segundo o antigo provedor Pedro Santana Lopes, terá partido do Governo. Já o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, continua a negar essa hipótese.

Professores reúnem-se com Governo

A Federação Nacional de Professores (Fenprof) reúne-se com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, para discutir o processo de reposicionamento dos docentes retidos no primeiro escalão desde 2011. Em cima da mesa das negociações entre professores e Governo tem estado também o acesso ao quinto e ao sétimo escalões da carreira docente. Esta segunda-feira, Tiago Brandão Rodrigues disse que a definição do número de docentes que vai progredir para estes escalões é “um trabalho subsequente” à negociação do diploma.

Trabalhadores da Autoeuropa falam sobre última reunião

A Comissão de Trabalhadores e a administração da Autoeuropa reuniram-se, esta terça-feira, para discutir os novos horários que a administração impôs. Esta tarde, o SITE-SUL, o sindicato com maior representação na Autoeuropa, vai falar sobre os resultados alcançados nesta reunião. As negociações decorrem depois de a administração ter imposto um horário transitório, para vigorar no primeiro semestre deste ano, na sequência de rejeição de dois pré-acordos sobre os novos horários.

Santana e Rio voltam ao frente a frente

A três dias das eleições internas do PSD, os dois candidatos à liderança do partido voltam a um frente a frente. Santana Lopes e Rui Rio voltam a debater, desta vez na TVI, depois de cada um dos candidatos já ter concedido várias entrevistas. O apoio ou não a um bloco central e as prioridades económicas para o país deverão ser os temas em cima da mesa.

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Pensões já estão a ser pagas com aumento mas sem duodécimo do subsídio de Natal

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 10 Janeiro 2018

As reformas são atualizadas mas, com o fim dos duodécimos, o valor pode surpreender. A Segurança Social já tinha avisado os reformados. No final do ano ninguém sai a perder.

As pensões que chegam por estes dias à conta dos pensionistas já abrangem a atualização de janeiro, mas isso não impede que o valor mensal possa descer face a 2017. No entanto, o montante será recuperado mais tarde e ninguém sai a perder no conjunto do ano, pelo contrário.

A portaria que atualiza as pensões ainda não foi publicada mas as reformas aumentam à mesma já este mês, confirmou o ECO junto do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. No caso de transferência bancária, e de acordo com o calendário da Segurança Social, as pensões costumam ser pagas no dia 10 (o prazo varia no caso de vale de correio), mas este mês começaram a chegar um pouco mais cedo às contas dos reformados — e com o respetivo aumento. Na Caixa Geral de Aposentações (CGA) o pagamento ocorre mais tarde no mês.

Este ano, as pensões ganham um empurrão mais significativo em janeiro, à boleia do PIB e da inflação, e o aumento chega a mais pessoas. As subidas oscilam entre 1,05% e 1,8%, neste caso para reformas até 857,8 euros.

Mas apesar dos aumentos, os pensionistas podem ser confrontados com uma redução do valor mensal da pensão, e a Segurança Social já tinha deixado o alerta numa carta enviada em dezembro e noticiada pelo ECO. Em causa está o subsídio de Natal, que este ano volta a ser pago por inteiro no final do ano (novembro no caso da CGA ou dezembro no caso da Segurança Social). Em 2017, porém, metade da prestação foi paga em duodécimos, aumentando assim o valor da pensão ao longo dos meses e reduzindo o montante a pagar no final do ano. Agora acontece o contrário.

É ainda preciso contar com as novas tabelas de retenção na fonte do IRS, mas estas só serão aplicadas nas pensões pagas em fevereiro, com os respetivos acertos, adiantou a mesma fonte. Isto porque as tabelas já foram publicadas depois do processamento das pensões de janeiro.

Em agosto, há pensionistas que voltam a ter direito a um aumento extra. O objetivo é garantir que, em conjunto com a atualização de janeiro, os reformados ficam a ganhar mais seis euros — caso tenham uma ou mais pensões atualizadas entre 2011 e 2015 — ou dez euros — nos restantes casos. Este aumento em concreto é feito por pensionista (olhando para o conjunto das pensões recebida pela mesma pessoa) ao contrário da atualização de janeiro, que é feita por pensão.

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Banco Mundial revê em alta crescimento global para 3,1% em 2018

  • ECO e Lusa
  • 10 Janeiro 2018

O relatório do Banco Mundial defende que 2018 está a caminho de ser o primeiro ano desde a crise financeira no qual a economia global está a operar "em plena capacidade".

O Banco Mundial (BM) reviu esta terça-feira em alta as previsões de crescimento global para 3,1% em 2018. A revisão face à estimativa de crescimento de 2,8% em 2018 calculada anteriormente é impulsionada por uma atividade económica superior à prevista em 2017, que cresceu 3% contra 2,7% antecipado há seis meses, indicou o relatório semestral “Perspetivas Económicas Globais” do BM, hoje divulgado.

Segundo as novas estimativas, em 2018 os Estados Unidos deverão acelerar o crescimento económico para 2,5%, contra os 2,2% estimados em junho, e o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro deverá crescer 2,1% e o do Japão 1,3%. A China vai continuar a sua “desaceleração estrutural”, mas a crescer mais de 6%, com um aumento estimado de 6,4% em 2018 e de 6,3% em 2019, adianta o documento.

Os dois grandes países emergentes Brasil e Rússia, que em 2017 retomaram o crescimento (1,7% e 1%) depois de dois anos de recessão, deverão continuar a recuperar com estimativas de aumentos do PIB de 1,7% e 2% em 2018, respetivamente.

Por outro lado, a América Latina vai acelerar o crescimento para 2% em 2018, depois de ter atingido 0,9% em 2017, graças ao impulso do Brasil, à Argentina, que crescerá 3%, e ao México, que avançará 2,1%, todas estas economias com crescimentos acima dos verificados em 2017.

O relatório da principal instituição de desenvolvimento global sustentou que 2018 está a caminho de ser o primeiro ano desde a crise financeira no qual a economia global está a operar “em plena capacidade”. Assim, o BM sublinha que as autoridades devem olhar “mais além” das políticas monetária e orçamental para estimular o crescimento de curto prazo e adotar medidas que impulsionem o potencial de longo prazo. Reformas que impulsionem a produtividade são um exemplo, sendo que o Banco Mundial recomendou as reformas destinadas a melhorar a educação e a saúde de qualidade, e a rede de infraestruturas nos países em desenvolvimento.

O abrandamento em termos de crescimento potencial é o resultado de um abrandamento do crescimento da produtividade, baixos níveis de investimento e de um envelhecimento da população ativa. A desaceleração é geral e afeta economias que representam mais de 65% do PIB mundial. Se os países não levarem a cabo esforços para revitalizar o crescimento potencial, o declínio poderá estender-se pela próxima década, alerta o Banco Mundial no relatório. A consequência será o corte de 0,25% no crescimento médio mundial, mas nos mercados emergentes e economias em desenvolvimento o custo pode ascender a 0,5% nesse período.

O Banco Mundial considera que uma “mudança abrupta” das condições financeiras mundiais pode comprometer o crescimento e defende por outro lado que “a intensificação das restrições comerciais e o aumento das tensões geopolíticas poderia minar a confiança e a atividade” económica. Um reparo que visa implicitamente a política comercial da Administração Trump face à China nomeadamente bem como as tensões exacerbadas entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte

“A retoma generalizada no crescimento mundial é encorajadora, mas não é tempo para complacência”, concluiu o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

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Acordo entre o Estado e o Fundo de Resolução chegou ao Parlamento. Fundo protegido no caso de não conseguir reembolsar

O acordo-quadro assinado entre o Estado e o Fundo de Resolução, para viabilizar a venda do Novo Banco, protege sempre o fundo no caso de este não ter capacidade financeira para reembolsar o Estado.

Se tiver outras obrigações financeiras por cumprir, o Fundo de Resolução está isento de reembolsar o Estado pelos empréstimos que receba, até que as restantes obrigações estejam cumpridas. Ao mesmo tempo, o Estado só pode reclamar contra o Fundo de Resolução, a quem irá disponibilizar os “meios financeiros necessários” ao longo dos próximos anos para que este se mantenha como acionista do Novo Banco, se isso não prejudicar a capacidade do fundo de cumprir com as suas obrigações financeiras. Estas são duas das cláusulas que constam do acordo-quadro, assinado em outubro do ano passado, que define as regras de financiamento por parte do Estado ao Fundo de Resolução.

A aprovação deste acordo-quadro foi publicada em Diário da República a 2 de outubro de 2017, mas o acordo em si nunca chegou a ser divulgado. O PCP requereu, por isso, uma audição a Mário Centeno, que irá decorrer esta quarta-feira, para que o ministro das Finanças explique os termos em que o Estado vai disponibilizar meios ao Fundo de Resolução. Entretanto, ainda em outubro, o CDS-PP apresentou um requerimento para que o Ministério das Finanças lhe remetesse com urgência este acordo. A resposta do Ministério chegou esta semana, com a divulgação do documento pedido.

Em causa estão dois documentos que foram agora tornados públicos: o “Acordo Quadro quanto à disponibilização de meios financeiros para a satisfação das obrigações do Fundo de Resolução”, que vigora por um prazo máximo de 11 anos, e o “Contrato de abertura de crédito” entre o Estado e o Fundo de Resolução.

No primeiro são explicadas as situações em que o Fundo de Resolução poderá ser financiado pelo Estado, e em que termos. Tal como já era conhecido, define-se que “caso os meios financeiros ao dispor do Fundo de Resolução não sejam suficientes para assegurar o cumprimento das suas obrigações, o Estado português irá disponibilizar ao Fundo de Resolução os meios financeiros necessários para que o Fundo de Resolução seja dotado de recursos que lhe permitam cumprir tempestivamente, de acordo com o seu objeto e mandato, os seus compromissos financeiros”.

Entre estes compromissos, está, por exemplo, o mecanismo de capital contingente, no valor de 3,89 mil milhões de euros, que serve como uma garantia que entra em ação se os rácios de capital do banco caírem para um valor inferior a 12,5% e se, cumulativamente, os ativos considerados tóxicos do Novo Banco sofrerem uma desvalorização face ao seu valor de referência.

O acordo-quadro detalha ainda que o Estado só poderá emprestar um máximo de 850 milhões de euros por ano ao Fundo de Resolução. “Caso as obrigações do Fundo de Resolução excedam 850 milhões de euros num determinado ano civil, o Estado português irá disponibilizar ao Fundo de Resolução, no ano ou nos anos imediatamente seguintes, os montantes adicionais em excesso, desde que o Fundo de Resolução não tenha meios financeiros subsequentes nos anos seguintes e sem prejuízo do limite máximo anual de 850 milhões de euros”, pode ler-se no documento.

O documento acaba a definir as condições em que o Estado poderá reclamar contra o Fundo de Resolução e as situações em que o fundo está isento de reembolsos.

“Caso o Fundo de Resolução tenha alguma obrigação financeira por cumprir ao abrigo do Contrato de Compra e Venda, da Adenda Contratual e/ou do Acordo de Capitalização Contingente, não deverá ser interpelado a fazer qualquer pagamento ao abrigo deste Acordo Quadro ou qualquer Documento de Financiamento (incluindo o reembolso dos montantes ao abrigo deste Acordo Quadro ou qualquer Documento de Financiamento) a menos e até que qualquer obrigação financeira ao abrigo do Contrato de Compra e Venda, da Adenda Contratual e/ou do Acordo de Capitalização Contingente seja totalmente satisfeita, ou seja decidido definitivamente, por decisão transitada em julgado por tribunal ou tribunal arbitral (conforme aplicável) de jurisdição competente, que não corresponde a uma obrigação do Fundo de Resolução”, pode ler-se no documento.

E acrescenta-se: “O Estado Português acorda que qualquer reclamação que tenha contra o Fundo de Resolução ao abrigo deste Acordo Quadro ou de qualquer Documento de Financiamento (incluindo o reembolso dos montantes desembolsados ao abrigo de um Documento de Financiamento) não prejudicará a capacidade do Fundo de Resolução de satisfazer as obrigações financeiras assumidas no Contrato de Compra e Venda, na Adenda Contratual e/ou no Acordo de Capitalização Contingente”.

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Santana Lopes: “Tenho a certeza que estou em condições de ganhar a António Costa”

O candidato à liderança do PSD defende que o equilíbrio orçamental deve ser alcançado através do crescimento económico e da contenção da despesa e diz que o seu adversário copia a sua estratégia.

Pedro Santana Lopes está seguro não só de que vai ganhar as eleições internas para a liderança do PSD, como de que vai levar o partido a vencer as próximas eleições legislativas. Na última entrevista que concedeu, transmitida esta terça-feira na SIC, o candidato à presidência do PSD volta a criticar o seu adversário, Rui Rio, que acusa de “copiar” as suas ideias, e volta a recusar pedir desculpas por várias das polémicas que lhe são apontadas durante o curto mandato enquanto primeiro-ministro. Se ganhar as eleições internas e as legislativas, a estratégia é clara: equilíbrio orçamental alcançado através do crescimento económico e da contenção da despesa. Fica por dizer onde cortaria para controlar a despesa.

O antigo primeiro-ministro começou por ser confrontado com um vídeo, datado de 2013, que começou a circular esta semana nas redes sociais. Num excerto de declarações que fez enquanto comentador da CMTV, Pedro Santana Lopes diz que “nem que o vento mudasse dez vezes” conseguiria ser eleito primeiro-ministro. Mas, desde então, diz agora Santana Lopes, houve “alterações climáticas” e “o vento mudou mais uma vez”.

“Tenho a certeza que estou em condições de disputar as próximas eleições e de as ganhar a António Costa”. Para isso, aponta, essencialmente, três razões, nenhuma delas relativa à sua capacidade política: “O Governo perdeu o estado de graça, o PCP está com um pé dentro e outro fora e o Bloco de Esquerda quer ir para o Governo“.

Tenho a certeza que estou em condições de disputar as próximas eleições e de as ganhar a António Costa.

Pedro Santana Lopes

Candidato à presidência do PPD-PSD

Mais uma vez, o candidato aproveitou para frisar que a grande diferença entre si e o seu adversário é a posição que ambos assumem relativamente a um bloco central. “Nunca tive uma palavra de proximidade política para com [António Costa]. Apenas procuro reconhecer o que é bem feito e o que não é bem feito”.

Sobre as várias polémicas lembradas pela jornalista Clara de Sousa, Santana Lopes recusou sempre pedir desculpa, incluindo pelo momento, em outubro de 2004, em que decretou o fim do “período de austeridade”, numa altura em que as contas nacionais ainda não estavam consolidadas — é este mesmo “fim da austeridade” que agora é anunciado pelo atual Governo e criticado pela oposição. Seja como for, Santana Lopes garante: “Não fiz um Orçamento expansionista. Não prevíamos redução de impostos, prevíamos uma ligeira mexida dos escalões, como aconteceu agora. Dei muita importância, como continuo a dar, ao crescimento económico”.

Ainda assim, admite que não voltaria a fazer tudo da mesma forma. “Pouco inteligente é quem não tira lições da vida”, reconhece.

Quanto à estratégia a seguir, caso saia vencedor das eleições que decorrem no sábado, Santana Lopes apresenta propostas semelhantes às de Rui Rio, mas diz que foi o seu opositor quem o copiou. “Cada vez que me ouve dizer uma coisa, vai dizer isso na entrevista seguinte“. Está a copiá-lo? “É evidente”.

A estratégia passa por “criar riqueza para termos e crescermos mais de 3%, acima da média europeia”. “Do que precisamos como de pão para a boca é de dar estímulos salariais”, defende também. E “uma política fiscal ousada para trazer para cá talentos”, acrescenta, detalhando que “a carga fiscal deve baixar, nomeadamente o IRC”, frisou Santana Lopes.

Em suma: “Defendo que o equilíbrio orçamental seja alcançado pelo crescimento, com contenção da despesa“.

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