Robyn Denholm vai substituir Elon Musk na Tesla

Depois de Elon Musk ser obrigado a deixar o cargo de chairman da Tesla devido a uma investigação por fraude, Robyn Denholm vai ser a sua substituta.

Depois de Elon Musk ser afastado do cargo de chairman da Tesla devido a uma investigação, a empresa anunciou esta quinta-feira que já encontrou um substituto, “com efeitos imediatos”. Robyn Denholm, atualmente responsável pela australiana Telstra, vai sentar-se na cadeira ocupada anteriormente por Musk, passando a ser a nova Presidente do Conselho de Administração da Tesla.

Membro do Conselho de Administração da Tesla desde 2014, de acordo com o seu perfil de Linkedin, Robyn Denholm é atualmente diretora financeira da Telstra Corp. “Para poder dedicar toda a sua atenção ao cargo de presidente da Tesla, Robyn deixará o cargo de diretora financeira e de estratégia na Telstra, a maior empresa de telecomunicações da Austrália, quando o período de seis meses de aviso prévio com a Telstra estiver concluído. Robyn vai desempenhar as funções de Presidente da Tesla a tempo inteiro“, lê-se no comunicado emitido pela Tesla.

A experiência de Robyn na Austrália e em Silicon Valley engloba funções de liderança em várias tecnológicas, como a Telstra, Juniper Networks e a Sun Microsystems. Ao longo da sua carreira também esteve ligada à gestão financeira na indústria automóvel, enquanto esteve na Toyota.

“Eu acredito nesta empresa, acredito na sua missão e estou ansiosa para ajudar Elon Musk e a equipa da Tesla a alcançar lucros sustentáveis e a gerar valor para os acionista de longo prazo”, disse Robyn, citada no comunicado. No mesmo documento, Musk salienta a “vasta experiência em indústria de tecnologia e automóveis” da sua substituta. “Estou ansioso por trabalhar ainda mais de perto com Robyn enquanto continuamos a acelerar a chegada da energia sustentável“.

Elon Musk e as acusações de fraude

Em setembro, Musk chegou a um acordo com a Securities and Exchange Commission (SEC), organismo homólogo da CMVM, que o tinha processado por fraude. Em causa estava um tweet do ex-CEO no qual este admitia tirar a Tesla de bolsa com um prémio de mais de 20%. Esse acordo implicou o pagamento de uma coima de 40 milhões de dólares (cerca de 35 milhões de euros) e ainda um conjunto de sucessões para este cumprir a lei.

Contudo, a autoridade bolsista dos Estados Unidos pediu a um tribunal federal para destituir Musk da presidência e gestão da Tesla, acusando-o de fraude por declarações falsas. Na queixa apresentada no Tribunal do Distrito de Manhattan afirma-se que Musk não discutiu, nem confirmou os termos da operação com qualquer instituição que o pudesse financiar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Partidos de esquerda assinalam progressos alcançados com a atual solução de Governo

  • Lusa
  • 8 Novembro 2018

Passados três anos desde a celebração dos acordos bilaterais do PS com o PCP, BE e PEV, os partidos de esquerda sublinham os progressos alcançados com a "Geringonça".

A um ano das eleições legislativas, PS, PCP, BE e PEV assinalam os progressos alcançados com a atual solução de Governo, mas recusam abrir o jogo sobre a sua renovação ou fórmula a adotar na próxima legislatura.

Volvidos três anos sobre a celebração dos acordos bilaterais do PS com o PCP, BE e PEV (10 de novembro de 2015) que levaram à queda do Governo PSD/CDS-PP, chefiado por Pedro Passos Coelho, e permitiram a constituição de um executivo minoritário socialista apoiado pela esquerda parlamentar, apelidado depois de “Geringonça”, os protagonistas reagem com cautela à possibilidade da sua renovação na próxima legislatura, numa atitude de expectativa quanto ao resultado das próximas legislativas.

A Geringonça está não só no nosso coração, como também na nossa cabeça“, assumiu o primeiro-ministro e líder socialista, António Costa, em julho deste ano, num debate quinzenal no Parlamento, em resposta à bloquista Mariana Mortágua. O primeiro-ministro foi mais longe, numas jornadas parlamentares do PS, realizadas em julho, em Moura, ao abordar a perspetiva de continuidade da atual solução de Governo para lá da legislatura.

“Porque o mundo não acaba com esta legislatura e continua desde logo com uma nova legislatura, é preciso que todos provem bem sobre esta solução nesta legislatura para que haja continuidade desta solução de Governo na próxima legislatura”, sustentou, num discurso em que caracterizou o PS como “a força de equilíbrio essencial ao sucesso da atual solução governativa”.

Mas, apesar do mote dado por Costa para o início de uma nova era na colaboração dos socialistas com os partidos à sua esquerda, e de o PCP, BE e PEV admitirem continuar a colaborar numa solução governativa, ninguém faz previsões sobre os contornos daquela que poderá ser a fórmula, designadamente sobre os moldes em que admitem integrar o executivo ou simplesmente as exigências para o estabelecimento de novos acordos, bilaterais ou de conjunto.

A “geometria eleitoral” deverá ditar as regras e, em caso de maioria absoluta socialista, a questão pode nem se colocar. Mas o “acordo histórico” do PS com a esquerda, que já permitiu a aprovação de quatro Orçamentos do Estado (o OE para 2019 já foi aprovado na generalidade) e possibilitará pela segunda vez a um governo minoritário cumprir a legislatura, depois do primeiro executivo de António Guterres (1995-1999).

A secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, em entrevista à agência Lusa, deixa tudo em aberto quanto à renovação dos acordos, alegando que “a democracia se reforça com a voz dos cidadãos — e são os cidadãos que vão dizer que Governo querem nas próximas eleições”. Ana Catarina Mendes recusa-se a encarar a atual solução de Governo a partir de uma “perspetiva minimalista”, sustentando que trouxe ao país “um reforço da democracia”.

Um reforço da democracia nas opções de formação de Governo, mas também quando foram repostos rendimentos às pessoas, quando se criaram empregos às pessoas — e são 330 mil novos postos de trabalho –, ou quando se tem rigor nas contas públicas. Acho que se tratou de um acordo histórico, com resultados históricos para o país“, sustenta.

Apesar de se recusar a afirmar que a esquerda parlamentar se rendeu à meta do défice de 0,2%, a secretária-geral adjunta do PS considera que PCP, BE e PEV “se renderam também àquilo que foi o rigor que se imprimiu nas contas públicas por parte deste Governo”.

Pedro Filipe Soares, líder do Grupo Parlamentar do BE, admite que “a definição das soluções está na mão das pessoas”, mas assume desde já que o partido “vai pedir o reforço da sua capacidade interventiva”. “O BE nunca negou qualquer responsabilidade, diz sempre é que depende das relações de forças. Não seremos penacho de um qualquer Governo“, assegura o líder da bancada bloquista.

Pedro Filipe Soares também não enjeita que o BE integre uma solução governativa, embora frisando que isso só acontecerá se tiver a possibilidade de conduzir a ação política. “Estamos disponíveis para ir para o Governo para determinar políticas. Agora, com uma responsabilidade diferente de há quatro anos porque as pessoas agora já compreendem melhor que as nossas propostas, afinal, fazem a diferença positivamente na vida delas e são possíveis porque equilibram também as contas públicas.

O PCP, através do vice-presidente do grupo parlamentar António Filipe, reiterou a ideia de que o seu partido nem precisará de acordo escrito para manter a posição de compromisso. Mas também não revelou os contornos ou exigências dos comunistas para dar corpo a essa solução. “Sempre dissemos, pela nossa parte, a nossa palavra bastaria, portanto, nem sequer, para nós, nunca houve qualquer necessidade de um qualquer documento escrito. Os compromissos que o PCP assume são claros e sempre para assumir, portanto é essa a posição que iremos manter”, disse, também em entrevista à agência Lusa.

António Filipe recordou os avanços alcançados para “conseguir travar o processo de empobrecimento”, acentuado com a Troika e o executivo do PSD-CDS, mas alertou que isso “não teria sido possível caso o PS tivesse uma maioria absoluta como já teve no passado“. Em jeito de conclusão, o líder parlamentar deixou também a ideia de que será o resultado das legislativas a ditar a próxima solução de governo: “o que nos norteia é um compromisso com o povo português, que será sempre mantido, sejam quais forem as circunstâncias que se abram em futuras legislaturas”.

Pelo Partido Ecologista “Os Verdes”, Heloísa Apolónia também não faz previsões. “Nunca poderemos fazer futurologia certa relativamente a essa matéria. Os Verdes estarão sempre disponíveis para encontrar soluções positivas para o país”, afirmou a deputada à Lusa. “Tudo aquilo que considerarmos que é negativo, evidentemente nunca poderemos dar o nosso voto favorável, seja qual for a solução que estiver encontrada”, concluiu Heloísa Apolónia.

Como os analistas políticos repetiram diversas vezes, a saída de cena de Passos Coelho afastou o “espectro do neo-liberalismo”, na perspetiva da esquerda, e tornou a polarização menos urgente. Até porque o atual líder do PSD, Rui Rio, recentrou o partido. Contudo, o êxito da atual solução de Governo, em que quase ninguém acreditava no início, fez com que a sua continuidade seja muito mais previsível.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empréstimos com garantia mútua no superior disponíveis na próxima semana em todo o país

  • Lusa
  • 8 Novembro 2018

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior indica que nenhuma região do país será excluída do sistema de empréstimos, e que este se manterá como complemento à ação social escolar.

“Posso aqui anunciar que conseguimos concretizar a revitalização dos sistema de empréstimos que estará disponível nos bancos a partir da próxima semana, mais uma vez como complemento da ação social, e posso tranquilizar o deputado Cristóvão Norte que não está restringido a nenhuma região, porque, obviamente, temos que cumprir as regras dos programas operacionais desenhados ainda em 2014 – não interessa lembrar por quem – que, de facto, não permitem que este tipo de apoios sejam feitos nalgumas regiões. Conseguimos garantir um sistema aberto a todas as regiões“, disse o ministro esta quarta-feira em resposta ao deputado do PSD.

A pergunta foi feita no debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), que decorreu no parlamento, e tinha por base acusações de discriminação dos alunos da Universidade do Algarve, impedidos de aceder à linha de crédito com juros bonificados criada para financiar os cursos de ensino superior por se encontrarem numa zona fora das regiões de convergência com a União Europeia, ou seja, não elegível para fundos comunitários, no caso através do Programa Operacional Capital Humano (POCH).

O ministro Manuel Heitor insistiu que nenhuma região do país será excluída do sistema de empréstimos, e que este se manterá como complemento à ação social escolar, “nunca como um substituto”.

“Hoje podemos orgulhar-nos, no contexto europeu, que o nosso sistema é pequeno e que não gerou nenhum sobre-endividamento das famílias, ao contrário de muitos outros países europeus que optaram por substituir o sistema de ação social por um sistema de empréstimos”, defendeu.

Manuel Heitor manifestou ainda abertura para rever o estatuto do estudante-atleta, ainda que tenha declarado ter “as maiores dúvidas sobre a necessidade deste regime”. “Assumi a responsabilidade de não acelerar este processo, porque é um sistema particularmente delicado no que diz respeito ao acesso superior […] Em boa hora, sem pressas e sem preconceito sobre o que deve ser o estatuto do atleta, iremos revê-lo com serenidade e pragmatismo”, disse o ministro.

Anunciou ainda que até ao final do ano pretende completar a proposta de novo regime legal de ensino à distância, que está a ser trabalhada com a Universidade Aberta – que ministra em Portugal cursos superiores por este tipo de ensino – e com a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), e discutida com as instituições de ensino superior.

O objectivo, referiu, é facilitar o acesso ao ensino superior numa altura em que os cursos perdem candidatos pelas vias tradicionais, consequência da natalidade e da maior facilidade de acesso ao mercado de trabalho, e “modernizar” esta via de ensino no país. “Complementaremos até ao final do ano essa proposta que, certamente, poderá em 2019 ser alvo da acreditação e avaliação de novos cursos“, adiantou Manuel Heitor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salários de políticos e gestores são os que mais sobem

  • ECO
  • 8 Novembro 2018

De acordo com os dados do INE, no terceiro trimestre do ano, salários dos políticos e gestores portugueses aumentaram 7,1%, o dobro da evolução média nacional.

Os salários dos políticos e gestores nacionais são os que mais sobem no país, revelaram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pelo Diário de Notícias. No terceiro trimestre, os ordenados deste grupo aumentaram para 1.630 euros mensais, cerca do dobro da média nacional, que aumentou para 891 euros por mês. De acordo com o Governo, isto está relacionado com o descongelamento de todas as carreiras da administração pública e com a eliminação gradual da sobretaxa do IRS.

O salário médio líquido dos “representantes do poder legislativo e de órgãos executivos, diretores e gestores executivos” é o que mais está a subir a nível nacional. Comparando com o terceiro trimestre do ano passado, os ordenados aumentaram 7,1%, o dobro do ritmo da evolução da média nacional.

De acordo com o Ministério das Finanças, este avanço salarial está relacionado com, pelo menos, dois fatores: “a 1 de janeiro iniciou-se o processo de descongelamento de todas as carreiras da administração pública (…) que vem permitir alterações obrigatórias de posicionamento remuneratório, progressões e mudanças de nível ou escalão”, escreve o DN.

Os acréscimos remuneratórios decorrentes dos direitos acumulados serão repostos de forma faseada em 2018 e 2019“, continuou o ministério. Isto é, no próximo ano, os salários dos funcionários públicos, sobretudo os mais elevados, ainda podem influenciar pela positiva a média salarial de topo. O segundo fator está relacionado com a eliminação gradual da sobretaxa de IRS, cuja última fase acontece nos salários mais altos.

De acordo com os dados do INE, existem cerca de 950 mil pessoas a receber 600 euros líquidos ou menos por mês, o equivalente a 23% da população que trabalha por conta de outrem. Contudo, esta fatia está mais pequena, uma vez que se reduziu em 13%. A classe dos que recebem entre 600 e 900 euros mensais, que representa a maior fatia, são quase 1,3 milhões de pessoas.

Analisando as zonas do país, a maior progressão salarial acontece no centro, onde os salários aumentaram 4,6% para 850 euros, e a norte, onde as subidas foram de 3,5% para 827 euros líquidos. Na grande Lisboa, o aumento foi de 3,4% para 1.032 euros, abaixo da média nacional. Já no Algarve foi de 3,3% para 837 euros. A subida menos acentuada observou-se no Alentejo, onde o salário médio aumentou 1,8% para 838 euros líquidos mensais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolsa em alta. BCP põe Lisboa na rota dos ganhos da Europa

Lisboa está a valorizar. Beneficia da subida do BCP, num dia que está a ser negativo para os títulos da EDP e EDP Renováveis.

A bolsa nacional está a valorizar. Acompanha a tendência positiva das restantes praças europeias, numa sessão em que o destaque vai para o BCP que acentua os ganhos recentes antes da apresentação dos resultados dos primeiros nove meses. EDP e EDP Renováveis impedem uma subida mais expressiva do PSI-20.

O índice de referência nacional arrancou a negociação com uma subida de 0,23%, mas está a acentuar os ganhos. Soma 0,27% para os 5.028,67 pontos, desempenho que fica em linha com as restantes praças europeias. Ibex-35, em Espanha, e CAC-40, em França, avançam 0,2%, enquanto o Stoxx 600 soma 0,1%.

Mantém-se a tendência positiva da última sessão, depois das intercalares nos EUA. E em Lisboa, o BCP volta a destacar-se pela positiva, dando um forte impulso ao PSI-20. As ações do banco liderado por Miguel Maya somam 0,85% para 25,06 cêntimos no dia em que serão conhecidas as contas dos primeiros nove meses. A expectativa é de um crescimento que abra a porta aos dividendos.

Também em destaque continua a Mota-Engil, que já tinha disparado na sessão anterior. A construtora soma 1% para 1,796 euros, enquanto, a Pharol lidera as subidas com uma valorização de 3,03% para 17 cêntimos.

Altri e Navigator também estão em “terreno” positivo, enquanto do lado das quedas o destaque vai para a EDP e EDP Renováveis, enquanto a Galp Energia está inalterada. A EDP Renováveis desvaloriza 0,45% para 7,82 euros depois de revelar uma quebra de 30% nos lucros.

(Notícia atualizada às 8h09 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CMVM aplica coimas de mais de 700 mil euros

  • Lusa
  • 8 Novembro 2018

A maioria dos processos dizia respeito à violação dos deveres de intermediação financeira, seguidos por aqueles relativos à atividade dos organismos de investimento coletivo.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) proferiu decisão em 17 processos de contraordenação, no terceiro trimestre de 2018, o que levou à aplicação de coimas no valor de 725.000 euros, foi divulgado esta quarta-feira.

De acordo com a informação estatística publicada na página da internet da CMVM, as decisões tomadas entre julho e setembro respeitam a 15 processos de contraordenação muito graves, um processo grave e um menos grave, tendo sido aplicadas coimas no total de 725.000 euros e dez admoestações.

Neste período, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários proferiu decisão em 17 processos de contraordenação, sete dos quais por violação dos deveres de intermediação financeira, cinco relativos à atividade dos organismos de investimento coletivo, quatro por violação de deveres de informação ao mercado e um relativo aos deveres de negociação em mercado.

Nos primeiros nove meses do ano foram decididos 38 processos de contraordenação.

No trimestre em análise, foram instaurados 14 processos de contraordenação, quatro por violação dos deveres relativos à atividade dos organismos de investimento coletivo, três por violação dos deveres de intermediação financeira, três referentes à violação dos deveres de informação ao mercado, dois relativos à atuação dos auditores e dois visaram o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.

No terceiro trimestre deste ano foi proferida uma decisão em tribunal relativa à negociação em mercado, encontrando-se pendentes de decisão nos tribunais quatro processos no final de setembro. Em setembro estavam em curso 98 processos de contraordenação na CMVM.

Destes, 29 respeitam a violações de deveres de intermediação financeira, 24 são referentes à atividade dos organismos de investimento coletivo, 16 à violação de deveres de negociação em mercado, 14 respeitam a violações de deveres de informação, 12 referentes à atuação dos auditores, dois referentes a deveres de combate ao branqueamento de capital e financiamento do terrorismo e um relativo à atuação dos peritos avaliadores de imóveis.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Salários, OPA e residências estudantis

  • ECO
  • 8 Novembro 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Numa altura em que se discute o aumento do salário mínimo nacional, o INE revela que os salários dos políticos e dos gestores são os que mais sobem no país, estando atualmente numa média líquida de 1.630 euros. E por falar em dinheiro, o Governo pretende usar as verbas da reabilitação urbana para financiar residências universitárias, numa altura em que muitos estudantes se queixam dos preços elevados dos quartos. Na Europa, os chineses interessados na EDP já contactaram a Comissão Europeia, anunciou Margrethe Vestager, enquanto Carlos Moedas se mostra mais preocupado com Itália do que com o Brexit.

Salários de políticos e gestores são os que mais crescem

Os salários dos políticos e gestores nacionais são os que mais sobem no país, revelam os dados do INE. O salário médio líquido destes profissionais está, atualmente, em 1.630 euros, cerca do dobro da média nacional, que subiu para os 891 euros mensais. Contudo, comparando com o terceiro trimestre do ano passado, esse aumento foi de 7,1%, o dobro do ritmo da evolução média nacional. Leia a notícia completa no Diário de Notícias

Dinheiro da reabilitação urbana vai financiar residências universitárias

O Governo pretende usar o Instrumento Financeiro Reabilitação e Revitalização Urbana (IFFRU), um programa financiado por fundos comunitários destinado à reabilitação urbana, para acelerar o plano de aumento da oferta de alojamento a estudantes do ensino superior, anunciou Manuel Heitor. O ministro deixou ainda a promessa de apresentar no Parlamento as metas e os prazos de aplicação do Plano Nacional de Alojamento para o ensino superior “até ao final do ano”. Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Bruxelas já foi contactada pelos chineses sobre OPA à EDP

Os chineses da China Three Gorges (CTG) já contactaram a Comissão Europeia sobre a OPA à EDP, anunciou Margrethe Vestager, comissário europeia da concorrência. “Já houve contactos no sentido de uma pré-notificação do negócio”, disse, durante o Web Summit. Como explicou, esta pré-notificação tem como objetivo perceber as regras dos procedimentos necessário e prazos do processo para quando for realmente a altura de avançar com uma notificação. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

“Preocupa-me mais a Itália do que o Brexit”, disse Carlos Moedas

O comissário europeu Carlos Moedas diz estar mais preocupado com a recusa de Itália em seguir as regras orçamentais do que com a saída do Reino Unido da União Europeia. Em entrevista à Renascença, falando sobre o Brexit, Moedas disse que “neste momento, não se pode dizer se vai haver ou não acordo”. “Não temos a certeza”, afirmou. Sobre Itália, disse: “estamos a entrar num jogo muito perigoso porque obviamente não podemos aceitar aquilo que era o orçamento italiano”. Leia a notícia completa na Renascença

Juiz Carlos Alexandre não vai ser testemunha de Sócrates

Ivo Rosa, o juiz que ficou encarregue do processo de José Sócrates, chumbou a pretensão do ex-primeiro ministro e de Armando Vara, que pediram para que Carlos Alexandre fosse ouvido na fase de instrução da Operação Marquês. No mesmo processo, a justiça portuguesa vai pedir informação a Angola para apurar se Hélder Bataglia foi ou não investigado naquele país, como o próprio garante. Leia a notícia completa no Jornal I (acesso condicionado)

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Geringonça faz três anos. Acordo ditou queda do Governo PSD/PP

  • Lusa
  • 8 Novembro 2018

O PS assinou há três anos acordos distintos com PCP, BE e PEV. Ao entendimento com o BE, acresciam mais três páginas de anexos e no documento assinado com "Os Verdes" constavam mais sete páginas.

O PS assinou há três anos, em 10 de novembro de 2015, acordos distintos com PCP, BE e PEV, formando uma solução política inédita que levou à queda do Governo PSD/CDS-PP, nesse mesmo dia, no parlamento.

Os acordos políticos – designados de posições conjuntas – entre a esquerda parlamentar foram assinados pelos respetivos líderes nacionais partidários (António Costa, PS, Catarina Martins, BE, Jerónimo de Sousa, PCP, e Heloísa Apolónia, PEV) a meio do dia 10 de novembro no edifício novo da Assembleia da República, num gabinete do PS, e sem a presença da comunicação social.

Horas depois, a moção de rejeição apresentada pelo PS ao Programa do XX Governo Constitucional foi aprovada com 123 votos favoráveis do PS, BE, PCP, PEV e PAN, o que implicou a demissão do executivo PSD/CDS-PP, liderado por Pedro Passos Coelho (primeiro-ministro) e Paulo Portas (vice-primeiro-ministro). A moção teve 107 votos contra provenientes das bancadas do PSD e do CDS-PP.

Ao Governo PSD/CDS sucedeu assim um executivo minoritário do PS apoiado no parlamento pelos restantes partidos da esquerda: BE, PCP e PEV.

Os textos dos acordos sobre a solução política inédita na democracia portuguesa tinham três páginas e cinco pontos praticamente idênticos. Ao entendimento com o BE, acresciam mais três páginas de anexos e no documento assinado com o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) constavam mais sete páginas de anexos.

Pontos Comuns

  • Nos três acordos são elencadas as medidas em que foi possível convergir (e que tiveram tradução na proposta de Programa de Governo do PS, aprovada na Comissão Nacional do partido), como o descongelamento das pensões, a reposição dos quatro feriados suspensos, a redução para 13% do IVA da restauração, a revogação das alterações à Lei de Interrupção Voluntária da Gravidez ou a não admissão de qualquer novo processo de privatização, entre outras.
  • Os três partidos comprometem-se, “não escondendo do povo português diferenças quanto a aspetos estruturantes da visão de cada partido”, a “virar a página das políticas que traduziram a estratégia de empobrecimento seguida por PSD e CDS”, defender as funções sociais do Estado e “conduzir uma nova estratégia económica assente no crescimento e emprego, no aumento do rendimento das famílias e na criação de condições para o investimento público e privado”.
  • PCP, BE e PEV reconhecem que seria mais exigente construir “um acordo sobre um governo e um programa de governo” único entre os quatro partidos. No entanto, salientaram haver convergência necessária para se comprometerem com o PS a rejeitar “qualquer solução que proponha um governo PSD/CDS” e a derrotar “qualquer iniciativa que vise impedir a solução governativa alternativa”.
  • Os três partidos comprometem-se a fazer com o PS “o exame comum quanto à expressão que as matérias convergentes identificadas devem ter nos Orçamentos do Estado, na generalidade e na especialidade” e a examinar medidas e soluções que podem, fora do âmbito do Orçamento do Estado, ter concretização mais imediata”.
  • Os três partidos irão examinar com o PS, em reuniões bilaterais, outras matérias relacionadas com “legislação com impacto orçamental, moções de censura ao Governo, iniciativas legislativas oriundas de outros grupos parlamentares, iniciativas legislativas que, não tendo impacto orçamental, constituam aspetos fundamentais da governação e funcionamento da Assembleia da República”.
  • Nos três textos é referido que as posições bilaterais assinadas não limitam outras soluções alargadas aos partidos de esquerda.

Pontos que constam no acordo do PS com o BE

  • No anexo do acordo firmado entre PS e BE, assinado pelo secretário-geral do PS, António Costa, e pela coordenadora nacional do BE, Catarina Martins, estava prevista a criação de grupos de trabalho, compostos por representantes dos partidos signatários e pelo membro do governo que tutela a área respetiva, e que deverão elaborar relatórios semestrais, sobre “áreas fundamentais” da governação.

O acordo prevê a criação de grupos de trabalho para a elaboração de um Plano Nacional Contra a Precariedade, para o estudo sobre pensões não contributivas e estrutura da proteção social, para a avaliação da sustentabilidade da dívida externa, para a avaliação dos custos energéticos com incidência sobre as famílias e propostas para sua redução e um último sobre a política de habitação, crédito imobiliário e tributação do património imobiliário.

  • O BE sublinha no anexo ao acordo com o PS algumas das medidas que não constam da proposta de Programa de Governo do PS e que constavam do programa eleitoral socialista, como o regime conciliatório ou a redução da Taxa Social Única, bem como a inclusão de medidas que não estavam inicialmente no programa dos socialistas, como a reposição até ao final de 2016 dos salários dos funcionários públicas ou a reposição da norma que determina a atualização anual das pensões.
  • Ainda no anexo ao acordo é referido que “o Salário Mínimo Nacional atingirá os 600 euros durante a presente legislatura”.
  • PS e BE acordaram também “retirar da fatura da energia elétrica a Contribuição do Audiovisual e incorporá-la no universo das comunicações sem perda de receita para a RTP”.

Pontos que constam apenas nos acordos do PS com PCP e PEV

  • PCP e PEV sublinham outras matérias, em que não houve acordo com o PS, mas nas quais “se regista uma convergência quanto ao enunciado dos objetivos a alcançar”, incluindo neste âmbito a reposição dos salários dos funcionários públicos em 2016, a reposição do horário de trabalho de 35 horas, a eliminação da sobretaxa do IRS ou a eliminação do “obstáculo que as taxas moderadoras constituem no acesso ao Serviço Nacional de Saúde.

Pontos que constam no acordo do PS com o PEV

  • O Partido Ecologista “Os Verdes” inclui nos pontos em que foi possível chegar a acordo com o PS duas medidas que não constam nos textos de PCP e BE: “A não privatização do setor da água em alta e o desenvolvimento da rede ferroviária nacional nomeadamente de passageiros“.
  • “Os Verdes” salientam, nos anexos do acordo, as questões apenas levantadas por este partido e que ficaram consagradas no programa do PS, como a reversão da fusão das empresas de água, a travagem da expansão do eucalipto e o apoio às fileiras florestais autóctones, a reavaliação do Programa Nacional de Barragens e a revisão da Convenção de Albufeira.
  • “Os Verdes” destacam ainda no anexo do acordo político medidas para “garantir a mobilidade das pessoas” e o desenvolvimento de um plano estratégico para a mobilidade “centrado no transporte ferroviário”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

No dia em que o Orçamento do Estado volta a ser discutido na especialidade, três grandes empresas prestam contas do terceiro trimestre. Lá fora, a Fed termina mais uma reunião.

Esta quinta-feira é dia de apresentação de resultados trimestrais, com o BCP, EDP e a Nos a prestarem as contas relativas ao terceiro trimestre. É também dia de discussão do Orçamento do Estado na especialidade e de conhecer as mais recentes previsões económicas da Comissão Europeia, enquanto a terceira edição do Web Summit em Lisboa chega ao fim. Lá fora, a Reserva Federal norte-americana termina uma reunião de dois dias e fará uma nova avaliação sobre a economia do país.

Orçamento é discutido na especialidade

A discussão do Orçamento do Estado para 2019 na especialidade continua esta quinta-feira. Pela manhã, as comissões de Orçamento e Finanças e a de Ambiente, Ordenamento do Território, Descentralização, Poder Local e Habitação vão ouvir a Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP). Da parte da tarde, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, vai apresentar a “valorização das forças e serviços de segurança” e o investimento em segurança e proteção civil como prioridades deste Orçamento do Estado.

Bruxelas divulga novas previsões económicas

Ainda de manhã, a Comissão Europeia publica as Previsões Económicas de Outono, seguindo-se uma conferência de imprensa com os comissários Pierre Moscovici, responsável pelos Assuntos Económicos e Financeiros, e Valdis Dombrovskis, responsável pelo Euro, Estabilidade Financeira e Serviços Financeiros. Nas últimas previsões, divulgadas na primavera, Bruxelas antecipava que a economia portuguesa cresça 2,3% este ano, valor que fica em linha com o objetivo do Governo. Também a economia da Zona Euro e da União Europeia deverão crescer 2,3% este ano, desacelerando para os 2% em 2019, previu Bruxelas em maio.

Grandes empresas prestam contas

Já da parte da tarde, depois do fecho da bolsa, BCP, EDP e Nos vão apresentar os resultados do terceiro trimestre. O banco liderado por Miguel Maya fechou o primeiro semestre com uma subida de 67,5% dos lucros, para 150,6 milhões de euros, enquanto a Nos aumentou os resultados líquidos em 9% no conjunto dos seis primeiros meses do ano, para um total de 78,9 milhões. Já a EDP revelou, no final de setembro, que a reavaliação dos custos de manutenção do equilíbrio contratual (os chamados CMEC) levou a uma revisão em baixa da estimativa de lucros para este ano. A elétrica espera agora alcançar lucros de 500 a 600 milhões no conjunto deste ano (abaixo da estimativa inicial de 800 milhões), uma quebra que deverá começar a sentir-se já nos resultados do terceiro trimestre.

Fed dá novas pistas sobre a economia

A Reserva Federal norte-americana termina, esta quinta-feira, mais uma reunião do Comité do Mercado Aberto. Não é esperado que o banco central anuncie um aumento dos juros, mas os investidores aguardam por uma avaliação sobre a evolução da economia, bem como sobre quais os impactos que a guerra comercial com alguns dos principais parceiros internacionais já tem sobre os Estados Unidos. A Fed deverá ainda confirmar a política monetária a ser seguida nos próximos tempos.

Web Summit chega ao fim

É o último dia da terceira edição portuguesa da maior conferência de empreendedorismo e tecnologia da Europa. Neste último dia, na parte da tarde, será anunciada a startup vencedora do concurso de pitch do Web Summit: as startups Wayve, lvl5 e FactMata são as finalistas deste concurso. A edição deste ano contou com 70 mil participantes, entre startups, investidores e outros players do ecossistema. Estima-se que tenha gerado uma atividade económica de 300 milhões de euros, dos quais 30 milhões em receita fiscal.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas recusa dar mais dinheiro para estradas em Portugal

O Governo estava a contar com o exercício de reprogramação do Portugal 2020 para conseguir financiar obras nas estradas nacionais. Mas Bruxelas está irredutível.

O Governo está a tentar negociar com Bruxelas a possibilidade de financiar mais estradas com apoios comunitários, para além dos pequenos troços de ligação dos parques industriais e portos às autoestradas já previstos no Portugal 2020. No entanto, Bruxelas está a fazer finca-pé e voltou a dizer não a essa possibilidade, apurou o ECO junto de várias fontes.

No âmbito da reprogramação do Portugal 2020, que vai reafetar 2,93 mil milhões de euros, o Governo pediu uma flexibilidade adicional para financiar alguns troços de estradas. No entanto, o ECO sabe que a Comissão tem “uma preferência” por manter o financiamento de estradas limitado aos casos “excecionais e concretos” que já estão previstos no Acordo de Parceria que enquadra o Portugal 2020.

“Os investimentos em infraestruturas rodoviárias não são cofinanciados no âmbito dos Programas cobertos pelo Acordo de Parceria, no período 2014-2020”, pode ler-se no Acordo de Parceria. “A título excecional poderão ser financiadas estradas de acesso local, com caráter acessório, de acesso a portos ou como parte integrante de novos investimentos (a efetuar no período 2014-2020) em plataformas logísticas ou parques empresariais. Poderão também ser financiadas nas Regiões Autónomas da Madeira e Açores, a título exclusivo, a Ligação Câmara de Lobos/Estreito Câmara de Lobos na Madeira, e um conjunto de intervenções em estradas nos Açores, a identificar no respetivo Programa Operacional, infraestruturas estas que se destinam a mitigar o isolamento de PME e comunidades nestas regiões ultraperiféricas”, acrescenta ainda o mesmo documento.

Em causa estão, por exemplo, no máximo 45 milhões de euros para “completar a ligação rodoviária Câmara de Lobos/Estreito Câmara de Lobos, na Madeira, e 16 milhões de euros também do Feder para intervenções nas estradas dos Açores.

O Governo queria mais, mas Bruxelas não cede. No entanto, o ECO sabe que o Executivo ainda tem a esperança de que até ao último minuto a Comissão mude de posição. “O que está sobre a mesa é uma proposta de alargamento” das elegibilidades “e como uma negociação tem muitas vertentes até haver uma resposta final” há esperança, explicou ao ECO uma fonte conhecedora do processo.

A Comissão sempre teve a posição de ‘nem mais um euro para estradas’ nas negociações do Acordo de Parceria“, recordou ao ECO o antigo ministro do Desenvolvimento Regional. Miguel Poiares Maduro lembra que as chamadas last miles ficaram, mas foram “dos últimos temas a serem fechados” e foi “necessário intervenção a nível político”, já que se tratavam de ligações “instrumentais ao serviço da competitividade”.

O ECO sabe que Portugal já enviou resposta para Bruxelas aos reparos que a Comissão Europeia tinha feito ao exercício de reprogramação. No entanto, ainda falta as autoridades nacionais enviarem os “pedidos formais de reprogramação”. O ministro do Planeamento garantiu na passada sexta-feira, num discurso na Ordem dos Economistas, que o exercício de reprogramação, entregue oficialmente em Bruxelas a 20 de julho, deverá estar concluído nas primeiras semanas de novembro.

O ECO contactou oficialmente o gabinete de Pedro Marques, mas não obteve resposta até à hora de publicação deste artigo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O que vai acontecer no último dia do Web Summit? Estes são os oradores que não pode perder

Do líder da Lime ao líder da Taxify, do fundador do Medium ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. No último dia do Web Summit, estes são os oradores que não vai poder perder.

A maior feira de tecnologia do mundo está a chegar ao fim, mas ainda há muitos pitches para fazer e tantos outros temas quentes para discutir. Depois de Sophia, Margrethe Vestager e Tony Blair, aos palcos do Web Summit sobem o CEO da Shell, a CTO da Cisco e até o Presidente da República.

Para que não perca nenhum dos momentos chaves deste último dia do evento de Paddy Cosgrave, o ECO selecionou as vozes que não pode deixar de ouvir: da mobilidade urbana a essa ideia inovadora que é fazer da criatividade um negócio de milhões ou mesmo quiçá milhares de milhões.

A trotinete como meio de transporte

Quem? Caen Contee, cofundador da Lime.

Quando? Às 16h10, no palco principal.

O quê e porquê? A Lime entrou este ano no mercado português, oferecendo centenas de trotinetes elétricas em Lisboa numa tentativa de melhorar a mobilidade das pessoas que estão na cidade. Lá fora, em grandes cidades europeias como Paris, a tendência tem crescido a grande velocidade. O cofundador da empresa, Caen Contee, que tem a Uber como acionista, vai falar sobre sobre o potencial deste novo meio de transporte.

Depois da lei, o aí vem para a Taxify?

Quem? Markus Villing, cofundador da Taxify.

Quando? Às 16h10, no palco principal.

O quê e porquê? A lei que regula as plataformas eletrónicas acabou de entrar em vigor em Portugal e o cofundador de uma dessas empresas, a Taxify, vai estar com o cofundador da Lime no mesmo painel. O empreendedor poderá partilhar qual o próximo passo para a empresa que entrou em Portugal no início deste ano.

Os dados são o novo petróleo?

Quem? Ben van Beurden, CEO da Shell.

Quando? Às 10h50, no palco principal.

O quê e porquê? Numa altura em que o mercado petrolífero está em polvorosa com as sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irão, o CEO da Shell vem ao palco principal da Web Summit. Como pode a tecnologia evitar os erros da indústria do “ouro negro”? É essa a questão a que Ben van Beurden tentará dar resposta, passando a pente fino a história desse setor, de modo a extrair lições.

A carreira de influenciador digital

Quem? Caspar Lee.

Quando? Às 15h45, no palco Content Makers.

O quê e porquê? Em 2011, Caspar Lee estreou-se no YouTube e conquistou os internautas com a sua personalidade divertida e sarcástica. Quase sete anos depois, o sul-africano já conta com mais de 7,5 milhões de subscritores, tendo também experimentado as indústrias do cinema e da música. Em agosto do último ano, Lee conheceu Ben Jeffries e juntos fundaram a influencer.com, uma plataforma de marketing para influenciadores digitais com base em Inteligência Artificial. Numa altura em que a indústria dos influenciadores digitais estar ganhar notoriedade e grandes patrocínios das gigantes de todo o mundo, da L’Oréal ao Skype, não pode perder esta perspetiva.

A criatividade como negócio

Quem? Sam Yam, cofundador e presidente do Patreon.

Quando? Às 14h40, no palco principal.

O quê e porquê? Há quem garanta que as indústrias criativas serão as únicas a sobreviver ao assalto de empregos que será levado a cabo pelos robôs, mas Sam Yam vem responder a uma questão menos otimista: Quanto tempo falta até que esses setores também sejam apanhados pela avalanche da Inteligência Artificial? Recorde-se que o Patreon é uma plataforma norte-americana de financiamento coletivo de criadores de conteúdo digital, que tem servido como fonte de rendimento alternativa à publicidade.

Como salvar a imprensa

Quem: Ev Williams, fundador do Medium.
Quando: Às 16h35, no palco principal.

O quê e porquê? O Medium é atualmente uma grande plataforma de partilha de conteúdos, que praticamente tornou obsoletos os blogues tradicionais. Junta uma comunidade de leitores ávidos por artigos dos mais diversificados temas, e alguns jornais já a usam para publicar textos. A novidade é que, não há muito tempo, o Medium passou a aceitar subscrições, que custam uma mensalidade inferior a dez euros. O dinheiro é distribuído por quem publicou determinado conteúdo, consoante a popularidade que atingiu. O painel em que o fundador, Ev Williams, vai participar tem como título “como salvar os media”.

Presidente da República encerra o evento

Quem? Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República de Portugal.

Quando? Às 17h00, no palco principal.

O quê e porquê? O chefe de Estado português vai estar com o fundador do Web Summit, Paddy Cosgrave, na cerimónia de encerramento da terceira edição do evento em Lisboa.

Diversidade de género e lucros de mão dada

Quem? Susie Wee, CTO da Cisco Systems.

Quando? Às 11h10, no palco Fórum.

O quê e porquê? Equivale a aposta na diversidade de género a uma subida dos lucros? Susiee Wee, CTO da Cisco Systems, vai ao palco Fórum abordar esse tema. Em Portugal, por ano, as mulheres trabalham 61 dias sem renumeração. Isto se se comparar os seus salários com os dos homens em posições equivalentes. No Reino Unido, esse fosso equivale a 67 dias.

ECO vai estar presente num painel

Uma nota final para o painel das 14h03, no palco Growth, acerca do crescimento do comércio eletrónico. O painel conta com Mark Cummins, CEO da Pointy, Aneeqa Khan, fundadora da eporta e Alex Louziou, cofundador da Trouva. Conta com a moderação de Mariana de Araújo Barbosa, editora do ECO e autora de O Livro dos Fazedores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PGR analisa caso das faltas de José Silvano no Parlamento

  • Lusa
  • 7 Novembro 2018

A PGR vai decidir "se há algum procedimento a desencadear" no caso das falsas presenças em plenários no Parlamento do deputado e secretário-geral do PSD.

A Procuradoria-Geral da República anunciou, esta quarta-feira, que está a analisar o caso do deputado e secretário-geral do PSD José Silvano, envolvido na polémica sobre falsas presenças em plenários do parlamento, para decidir “se há algum procedimento a desencadear”.

“A Procuradoria-Geral da República encontra-se a analisar os elementos que têm vindo a público com vista a decidir se há algum procedimento a desencadear no âmbito das competências do Ministério Público”, refere em resposta enviada à agência Lusa.

No sábado, o semanário Expresso noticiou que José Silvano não faltou a qualquer das 13 reuniões plenárias realizadas em outubro, apesar de em pelo menos um dos dias ter estado ausente.

Uma informação falsa, conforme o próprio admitiu ao Expresso, dado que na tarde de 18 de outubro esteve no distrito de Vila Real ao lado de Rui Rio, líder do partido, cumprindo um programa de reuniões que teve início às 15:30.

Apesar disso, alguém registou a presença do secretário-geral social-democrata logo no início da sessão plenária, quando passavam poucos minutos das 15:00.

Já esta quinta-feira, José Silvano assinou a folha de presença da comissão eventual para a Transparência, mas não assistiu à reunião.

O parlamentar chegou à hora do início da reunião, 14:00, assinou a lista de presenças e deixou a sala onde decorreu a reunião, que se prolongou até cerca das 16:00, sem sequer chegar a sentar-se, e não mais voltou.

Questionado pelas 16:30, pela Lusa e pela Sábado, nos corredores da Assembleia da República, sobre os motivos da sua ausência da reunião, Silvano disse apenas que esteve a fazer trabalho político, sem querer especificar qual.

Instado a explicar como pode ter sido usada a sua password para registar presenças em plenário em dias em que esteve ausente, José Silvano considerou “não ter mais nada a explicar” e disse estar “de consciência tranquila e com energia para continuar”.

Na terça-feira, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, informou que pediu explicações aos serviços do parlamento sobre alegadas discrepâncias nos registos de presenças do deputado José Silvano, que concluem que outra pessoa terá utilizado a sua palavra-passe.

No mesmo dia, o próprio deputado e secretário-geral do PSD rejeitou que se tenha aproveitado de dinheiros públicos, sem explicar como existe uma falsa presença sua em plenário registada no parlamento, nem como a sua ‘password’ foi usada por terceiros.

Esta quarta-feira, o líder do PSD, Rui Rio, reiterou que a sua posição sobre o secretário-geral do partido permanece inalterada, dois dias depois de assegurar que mantém a confiança política em José Silvano, admitindo tratar-se de um caso que “não é agradável” e qualificando-o como “pequenas questiúnculas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.