5 coisas que vão marcar o dia

A semana arranca com uma descida dos preços dos combustíveis e com a apresentação do Centro de Inovação do Turismo.

A semana arranca com uma descida ligeira dos preços dos combustíveis, tanto da gasolina como do gasóleo. Esta segunda-feira, será também o dia para conhecer o Centro de Inovação do Turismo, projeto que visa promover a inovação neste setor, bem como os indicadores mais recentes relativos ao clima de confiança vivido na economia alemã.

Combustíveis ficam mais baratos

Os preços dos combustíveis descem a partir desta segunda-feira. O custo do gasóleo vai cair em meio cêntimo por litro, para uma média de 1,380 euros por litro em Portugal Continental. A queda é mais acentuada na gasolina, que desce em 1,5 cêntimos, para uma média de 1,581 euros por litro, igualando o valor registado em meados de julho.

Farfetch continua a disparar em bolsa?

Na estreia na bolsa de Nova Iorque, a Farfetch viu as ações dispararem mais de 40%, para atingirem os 28,60 dólares logo nos primeiros minutos de negociação. Esta segunda-feira será o segundo dia de negociação da retalhista online de luxo, fundada e liderada pelo português José Neves, e o mercado estará atento ao desempenho das ações. Por esta altura, a Farfetch vale, em bolsa, quase o mesmo do que, por exemplo, a EDP Renováveis.

Governo apresenta Centro de Inovação do Turismo

O Governo apresenta, esta manhã, o novo Centro de Inovação do Turismo, um projeto dinamizado pelo Turismo de Portugal, em parceria com outras entidades, que visa promover a inovação no setor. O centro vai apoiar o desenvolvimento de novas ideias de negócio, o desenvolvimento e experimentação de projetos e a capacitação das empresas no domínio da inovação e da economia digital. A apresentação será feita pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, no Ministério da Economia.

Como está a confiança do motor da Europa?

O instituto de estatísticas da Alemanha publica, esta segunda-feira, os mais recentes dados relativos a confiança empresarial na maior economia da Europa. Em agosto, este indicador melhorou acima das expectativas dos analistas, aumentando “notavelmente”.

Marcelo em Nova Iorque para a Cimeira da Paz

Marcelo Rebelo de Sousa está em Nova Iorque, nos Estados Unidos, para participar na Cimeira da Paz Nelson Mandela, promovida pela Organização das Nações Unidas. O Presidente da República iniciou a visita no domingo e ficará em Nova Iorque até quarta-feira. No dia 25, fará uma intervenção, na sessão de abertura da cimeira.

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Como é que a Farfetch ganha terreno num mundo dominado pela Amazon

A Amazon tem muitas ramificações por diferentes setores, e partilha com a Farfetch a intenção de explorar ao máximo o potencial do e-commerce. Mas a empresa de José Neves tem alguns trunfos na manga.

A Farfetch, fundada pelo português José Neves, chegou à bolsa de Nova Iorque na última sexta-feira. Estreou-se com um disparo que a avalia agora em oito mil milhões de dólares.EPA/JUSTIN LANE

A Farfetch está nas bocas do mundo. Na passada sexta-feira, a tecnológica fundada pelo português José Neves estreou-se na bolsa de Nova Iorque, com um disparo de 50% nas primeiras horas de negociação. Já vale mais de oito mil milhões de dólares, o equivalente a uma EDP Renováveis, ou duas vezes o BCP. Números que, para além de mostrarem que os investidores estão confiantes no sucesso da plataforma de venda de artigos de luxo online, dão à Farfetch um novo fôlego para perseguir uma estratégia ousada num segmento onde também estão presentes alguns gigantes — como a Net-a-Porter… ou a Amazon (a segunda empresa, atrás da Apple, com um valor em bolsa de um bilião).

Fundada em 2008, as opções de José Neves, que tem um papel preponderante na Farfetch, têm conduzido a empresa por uma estrada de sucesso. Mas o futuro é sempre incerto. A Amazon não é uma concorrente direta, mas têm expandido o negócio de tal forma que, quando entra num novo mercado, é capaz de gerar ondas de choque que afetam negativamente as empresas do mesmo setor. Veja-se um exemplo recente: em janeiro, no dia em que se soube da suposta entrada da Amazon em Portugal, que meses depois ainda nem sequer foi oficialmente confirmada, a Sonae, dona dos hipermercados Continente recuou na bolsa portuguesa.

No entanto, a Farfetch pode ter alguns trunfos que lhe permitirão conviver no mercado do comércio eletrónico com um colosso como a Amazon. E, nesse campo, o facto de operar com foco no mercado do luxo não é despiciente. É uma das grandes diferenças: a Farfetch vende produtos de luxo; a Amazon vende tudo e mais alguma coisa, desde os eletrónicos a livros, até, mais recentemente, aos micro-ondas.

Ou seja, a Amazon tem alargado o foco a outros segmentos, enquanto a Farfetch está bem mais focada no “nicho” de mercado dos produtos de luxo… que de “nicho” tem pouco: era avaliado em 300 mil milhões de dólares em 2017, segundo estimativas da consultora Bain, citadas pela própria Farfetch nos documentos da oferta pública inicial (IPO).

Isso dá à nova cotada um importante fator diferenciador. As marcas de luxo, muito sensíveis às questões da imagem, preferem não estar associadas a uma plataforma que vende (quase) tudo. Aliás, esse é um dos fatores associados ao luxo: a exclusividade. Com a existência de uma plataforma de comércio eletrónico como a Farfetch, muitas viram uma nova oportunidade de fazer novos negócios num mercado global assente na internet. Em causa, cerca de um milhão de clientes em 190 países, que já atraíram para junto da empresa fundada por José Neves mais de 600 retalhistas de luxo e 375 marcas, de acordo o canal online Cheddar.

Há ainda outra vantagem: as estimativas apontam para que “só cerca de 9% da indústria” do luxo esteja presente online, como disse à Bloomberg José Neves, numa curta entrevista em direto a partir da bolsa de Nova Iorque. O empreendedor português fala, por isso, num potencial de crescimento na ordem dos mil milhões de dólares nos próximos anos, com a Farfetch a ambicionar ficar com uma “fatia” generosa de todo esse mercado adicional.

É certo que, para a Amazon, só o céu é o limite: com ramificações em vários mercados distantes uns dos outros, a garantia de solidez é sempre maior para a empresa fundada por Jeff Bezos — não tem os ovos todos no mesmo cesto. Mas também é possível contrapor com um detalhe: a Farfetch é apenas um intermediário.

Isso mesmo. Ao contrário da Amazon, construir grandes armazéns para despachar encomendas não faz parte da estratégia de José Neves. Nem precisa. Porque a plataforma apenas liga os clientes aos retalhistas e às marcas. Por isso, pode empenhar-se mais em desenvolver tecnologia nova do que estar preocupada em levar os pacotes às casas dos consumidores. Toda a parte da entrega é tratada pelos parceiros da Farfetch, como nota a Forbes, num extenso artigo em que chama a José Neves “o Jeff Bezos da moda”.

Mas engana-se quem pensa que, por esse motivo, a Farfetch bem pode esquecer o mundo físico. José Neves sabe que não pode descorar esse fator e está a firmar parcerias para dar aos consumidores a experiência de comércio em lojas físicas. E, em meados do ano passado, apresentou o conceito de “loja do futuro”, equipada com sensores que recolhem dados dos clientes. Tudo para que as retalhistas parceiras possam descobrir em que produtos os clientes vão estar interessados amanhã, tendo em conta as escolhas feitas hoje. “As lojas físicas vão sobreviver. Mas não vão ser lojas físicas como as que existem hoje em dia”, salientou José Neves na altura, numa entrevista à Business of Fashion.

Com o IPO desta sexta-feira, José Neves recebe carta-branca dos investidores para perseguir todos estes objetivos, mesmo com a ameaça de gigantes como a Amazon no horizonte. À semelhança de outras empresas nesta fase, como por exemplo a Uber, a Farfetch deverá aproveitar os próximos tempos para crescer, crescer, crescer — isto é, expandir-se o máximo possível sem a preocupação e a pressão dos lucros, que serão outro objetivo… mas a longo prazo. E como conseguir isto? Para já, as miras estão bem apontadas à China, de onde é originário um dos principais acionistas da Farfetch, a JD.com.

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Caixa prevê lucro “significativo” este ano. E Paulo Macedo quer voltar a pagar dividendos ao Estado

A CGD vai voltar a dar lucro este ano. E Paulo Macedo aponta para "resultados positivos significativos". Quanto a dividendos para o Estado, diz que vai discutir com o acionista.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) antecipou-se no regresso aos lucros. Já apresentou resultados positivos no ano passado, sendo que este ano vai voltar fazê-lo. E Paulo Macedo vê “resultados significativos” na CGD, neste exercício. São lucros que podem ir parar aos cofres do Estado. O presidente do banco público diz que está a “ver com o acionista” o regresso da instituição à distribuição de dividendos que ajudará a instituição a cumprir a missão de devolver o dinheiro que recebeu nos últimos anos aos contribuintes.

Depois dos 52 milhões em 2017, na primeira metade do ano a CGD conseguiu apresentar 194 milhões de euros de resultados positivos. Ao ECO, à margem da 31.ª edição dos Investor Relations & Governance Awards, da Deloitte, Paulo Macedo diz que “a Caixa irá cumprir o plano estratégico” em termos de resultados. “Irá apresentar resultados positivos significativos como previa o plano”, afirma o presidente do banco.

Com estes resultados, abre-se a porta dos dividendos. “Os dividendos não estão previstos no plano estratégico, mas claramente a Caixa tem como intuito pagar a ajuda que recebeu do Estado e devolver o dinheiro aos contribuintes“, diz Macedo, reiterando uma posição que tem vindo a defender desde que assumiu a liderança do banco público que foi alvo de um processo de recapitalização de cerca de cinco mil milhões de euros.

E pode haver dividendos já com as contas de 2018? “Iremos ver com o acionista”, diz Paulo Macedo, que sempre se tem mostrado apologista dessa retribuição. E o ECO sabe que o Ministério das Finanças está a avaliar a possibilidade de contar com dividendos da CGD como receita para o Orçamento do Estado (OE) para 2019. No entanto, será preciso luz verde também do exterior.

É preciso convencer a Comissão Europeia, que validou uma recapitalização pública sem a considerar uma ajuda de Estado, de que o programa estratégico está a correr melhor do que o previsto, garantindo que a CGD não precisará, a seguir, de qualquer nova ajuda. E também terá de haver o aval do BCE que, como supervisor da banca europeia, tem igualmente de validar a opção da gestão do banco público.

Paulo Macedo salienta esse mesmo ponto, o da solidez, que será a chave para o ‘ok’ de Bruxelas e de Mario Draghi. “O pagamento de dividendos tem de ter em conta também a solidez da CGD. Iremos ver [a questão do pagamento dos dividendos] com os rácios da CGD. É que a Caixa tem de ser prudente. Tem de ter uma prudência adicional porque em caso de dificuldades não pode ir ao mercado buscar dinheiro”, diz. “Mas os resultados positivos levarão a que se possa pagar ao Estado o que o Estado pôs na Caixa”, remata.

"Haverá algum tipo de contributo [das vendas das operações da CGD no exterior] para os resultados líquidos, mas não é isso que fará os resultados da CGD.”

Paulo Macedo

Presidente da CGD

A ajudar a essa solidez estará a venda das instituições no estrangeiro da CGD, nomeadamente o banco em Espanha. Essas vendas vêm “ajudar a parte do capital”, explica Paulo Macedo. “As operações, o valor delas, já está refletido nas contas”, acrescenta, salientando que “haverá algum tipo de contributo para os resultados líquidos, mas não é isso que fará os resultados da CGD”, remata o presidente do banco ao ECO.

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Uma a uma, marcas estão a dizer adeus aos plásticos

  • Rita Frade
  • 23 Setembro 2018

Marcas e fabricantes de plástico unidos na redução de poluição nos mares e oceanos. Estão a apostar em alternativas mais sustentáveis, como palhinhas de papel ou cotonetes biodegradáveis.

Primeiro uma, depois outra e outra. Aos poucos, as marcas têm vindo a insurgir-se contra os plásticos, sobretudo depois de a Comissão Europeia ter anunciado que iria propor a proibição de objetos de utilização única e que facilmente podem ser substituídos por materiais mais sustentáveis, como é o caso das palhinhas, dos cotonetes, dos talheres de plástico ou dos suportes plásticos para balões.

McDonald’s, Starbucks, Lidl, IKEA, Adidas, Marriott, Intermarché e PepsiCo são algumas das marcas que já anunciaram que iriam contribuir para a redução do plástico, encontrando alternativas mais amigas do ambiente, como palhinhas de papel ou copos de vidro ou de porcelana.

Adeus palhinhas de plástico. Olá palhinhas de papel!

Pôr fim às palhinhas de plástico foi uma decisão tomada pela McDonald’s, pelo Starbucks e pela cadeia de hotéis Marriott. Aos poucos vão ser substituídas por palhinhas feitas de material biodegradável, como o papel.

A McDonald’s está, ainda, em fase de testes, em alguns países, mas o Starbucks e os hotéis Marriott esperam eliminar as palhinhas de plástico, definitivamente, dos seus estabelecimentos no prazo de um a dois anos.

Cotonetes biodegradáveis e compostáveis são outra das novidades

O Intermarché também já declarou guerra aos objetos de utilização única. Através da sua marca Labell, desenvolveu cotonetes biodegradáveis e compostáveis, para substituir os outros, menos amigos do ambiente.

O lançamento destes novos cotonetes é “o anunciar de uma batalha contra o plástico e contra as embalagens e produtos que ficam de forma vitalícia na terra ou no mar“, diz o Administrador Responsável de Marketing do Intermarché, Michel Silva, em comunicado.

Pratos, copos, sacos de congelação e de lixo também têm os dias contados

A IKEA e o Lidl também já se comprometeram a reduzir o consumo de plástico, inclusive em Portugal. Como? Retirando das suas lojas todos os produtos de uso único e descartável, como palhinhas, pratos, copos, sacos de congelação ou de lixo.

Triplicar conteúdo de plástico reciclado. Palavra de PepsiCo!

A empresa detentora de marcas como a Pepsi, 7UP, Lay’s ou Cheetos também já se comprometeu a utilizar “mais do triplo de plástico reciclado nas suas garrafas, comparativamente à atualidade“, diz a PepsiCo em comunicado. O objetivo é “atingir a quota de 50% de plástico reciclado (PET) nas suas garrafas em 2030, na União Europeia (UE)“.

Roupas e sapatos feitos a partir de poliéster reciclado a caminho

A Adidas foi outra das marcas a anunciar que iria juntar-se à lista das empresas que estão a substituir o plástico, por materiais mais sustentáveis. O objetivo é, a partir de 2024, utilizar apenas poliéster reciclado nas suas roupas e sapatos.

Lisboa mais amiga do ambiente

Entre outras medidas, a Câmara Municipal de Lisboa quer proibir a utilização de copos de plástico na capital até 2020, ano em que será Capital Verde Europeia. Com esta iniciativa, a autarquia pretende mostrar aos restantes países do sul da Europa que é possível alterar hábitos.

E quem fabrica produtos de plástico? É preciso adaptar

A Tetra Pak é uma das empresas que apoia a estratégia de redução de plástico da Comissão Europeia, tendo já assinado, aliás, um acordo voluntário com a mesma, em janeiro de 2018.

As questões relacionadas com a problemática dos plásticos são levadas muito a sério pela companhia e todos os esforços estão reunidos de forma a conseguirmos contribuir para a resolução deste problema“, diz Ingrid Falcão, Environment Executive da Tetra Pak Ibéria.

A fabricante de embalagens para alimentos e também de palhinhas tem, inclusive, uma equipa de desenvolvimento de produto, que “explora e investiga soluções para melhorar o perfil ambiental” dos seus produtos, onde estão incluídas as palhinhas feitas à base de papel.

Os próprios clientes da Tetra Pakjá demonstraram interesse em se encontrar alternativas às palhinhas de plástico“. Contudo, “a conceção de uma palhinha de papel compatível com as embalagens individuais apresenta vários desafios” e, por isso, a “disponibilidade a nível comercial irá demorar mais algum tempo“, admite Ingrid Falcão.

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Procura de petróleo deve subir até 2020. Desce a longo prazo

  • Lusa
  • 23 Setembro 2018

A OPEP estima que a procura de petróleo se vai manter forte até ao final da década, mas que recuará entre 2035 e 2040. Transporte rodoviário é dos principais responsáveis pela procura.

A procura de petróleo deve manter-se forte nos próximos anos, até 2020, com uma média anual de 1,6 milhões de barris diários, recuando depois para 0,2 milhões entre 2035 e 2040, estimou a OPEP este domingo, em Argel.

“Com uma população mundial em expansão e a necessidade crucial de reduzir a pobreza energética”, prevê-se que “a procura de energia aumente cerca de 33% entre 2015 e 2040”, destacou o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), Mohamed Barkindo, no boletim Previsões mundiais de Petróleo 2018. Neste contexto, recordou que no mundo existem “quase mil milhões de pessoas sem acesso à eletricidade e três mil milhões sem acesso a combustíveis limpos e tecnologias eficientes para cozinhar”.

A organização prevê ainda que, a longo prazo, o crescimento demográfico e da economia mundial irá potenciar o aumento da procura de petróleo para 111,7 milhões de barris diários em 2040, mais 15% que em 2017 (97,2 milhões de barris). No entanto, é nos países em desenvolvimento, especialmente na China e na Índia, que se irá verificar uma maior subida, enquanto na Europa a procura deverá cair cerca de 18,8% em 2040 para os 11,6 milhões de barris diários em cada ano.

Por sua vez, o transporte rodoviário, que em 2017 representou 45% da procura total, alcançará, em 2040, 47,8 milhões de barris diários por ano, caso o número de veículos em circulação em todo o mundo ascenda a 2.400 milhões de unidades. Este setor ficará assim como um dos principais responsáveis pela procura de petróleo, seguido pelo petroquímico e pela aviação.

De acordo com o documento, a OPEP estimou também “um aumento significativo” dos veículos elétricos para 320 milhões em 2040. “É esperado que as renováveis apresentem a maior taxa de crescimento anual [e que] o petróleo continue a ser o combustível com maior participação” no setor energético, acrescentou a organização.

Até 2023, oferta de petróleo vai aumentar para 66,1 milhões de barris diários por ano

Do lado da oferta, é estimado que até 2023, sobretudo os Estados Unidos, aumentem os seus fornecimentos para 66,1 milhões de barris diários em cada ano. No entanto, esta oferta cairá, nos anos seguintes e até 2040, para 62,6 milhões de barris diários.

O ministro da Energia da Arábia Saudita, Khalid Al-Falih, assegurou este domingo que um possível aumento da produção de petróleo ocorrerá no momento oportuno. “Se o equilíbrio entre a oferta e a procura continuar satisfatório, vamos prosseguir com a monitorização e dar uma resposta adequada e no momento apropriado, dentro das necessidades”, disse, citado pela agência France-Presse, Khalid Al-Falih.

A posição de Al-Falih surge após o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter pedido à OPEP o aumento da produção de petróleo e a redução de preços. “É essencial continuarmos a prever e antecipar as alterações ao equilíbrio entre a oferta e a procura”, concluiu.

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EUA prometem manter guerra comercial contra a China

  • Lusa
  • 23 Setembro 2018

“Queremos chamar a isto guerra comercial e estamos determinados a vencê-la", disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo. As tensões entre os EUA e a China voltam a escalar.

O secretário de estado norte-americano Mike Pompeo prometeu este domingo que a administração Trump irá manter as políticas comerciais agressivas em relação à China, mostrando-se convencido de que os americanos vão vencer esta guerra comercial. Em entrevista à estação de televisão Fox News, Pompeo disse que o governo norte-americano olha para as relações comerciais entre os dois países como uma “guerra comercial (…) que durou anos”.

“Queremos chamar a isto guerra comercial e estamos determinados a vencê-la”, disse o secretário de Estado, salientando que Donald Trump está disposto a aumentar a pressão sobre a China até considerar que atingiu o resultado desejado.

“Nós vamos ganhar, vamos conseguir um resultado que force a China a comportar-se de uma forma que, se quiser ser uma potência global, um Estado de Direito, não irá roubar propriedade intelectual. São princípios fundamentais em todo o mundo e isso é o que o povo americano exige e o que os trabalhadores americanos merecem”, sublinhou.

As autoridades chinesas cancelaram no sábado as negociações comerciais que estavam agendadas com responsáveis dos Estados Unidos, na sequência do anúncio feito pelo governo de Trump de um novo pacote de tarifas alfandegárias sobre produtos chineses no valor de 200 mil milhões de dólares, que entraram em vigor à meia-noite. Em resposta, a China decidiu também aplicar tarifas sobre 60 mil milhões de importações norte-americanas.

Apesar dos avisos dos republicanos e democratas de que as tarifas poderiam prejudicar os consumidores e trabalhadores americanos, Donald Trump mantêm a mesma tática, justificando que é necessário garantir melhores acordos comerciais.

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Grande em Tudo. É o Série 6 GT da BMW

Quer o espaço de um SUV, mas não dispensa o estilo coupé? O GT é a resposta. É um automóvel para quem procura o conforto mas na dispensa o feel de um BMW.

Um coupé? Um SUV? Bem, na realidade, não é nem uma coisa nem outra. O Série 6 Grand Touring, que veio substituir o 5 GT, é um grande familiar com linhas que fazem lembrar as de um coupé, mas generoso o suficiente para envergonhar qualquer SUV. É o BMW ideal para uma família grande que não dispense nem estilo, nem espaço e, claro, o luxo. E que adore devorar quilómetros de asfalto.

Quando falamos do Série 6, automaticamente lembramo-nos do grande coupé que a marca introduziu há alguns anos. Mas este tem pouco ou nada a ver com esse modelo. O 6 GT é mais um 5, mas muito maior. Para começar, em vez de uma frente esguia estamos perante uma dianteira imponente, larga e alta, mas é quando o vemos de perfil que percebemos a verdadeira dimensão deste premium.

É comprido até dizer chega, o que o torna pouco prático quando se quer estacionar na cidade — embora quem compra estes modelos certamente tem garagem para o guardar. E alto. Mas a curva descendente até à traseira acaba por disfarçar um pouco essa forma menos comum. E o spoiler a rematar o porta-bagagens ajuda em muito nessa ilusão de ótica.

Espaço, espaço e mais espaço

Todo este desenho mais peculiar dos Grand Touring — já o 5 GT era assim — encontra explicação quando se abre a porta. É gigante. Seja o condutor e o passageiro do lado, sejam as três pessoas que vão no banco de trás, ninguém tem razões para se queixar de falta de espaço para pernas, ombros ou cabeça. Há espaço e conforto para os cinco.

Da vontade de agarrar no 6 GT e arrancar para um périplo pela Europa. É que não só os ocupantes têm as comodidades necessárias para essa viagem, como há espaço para levar o guarda-roupas atrás. A bagageira leva 640 litros. É um número que impõe respeito, mas só mesmo vendo se percebe a verdadeira dimensão do compartimento de carga.

Que motor!

Cinco pessoas, bagageira carregada. E motor para carregar isto tudo mais o peso do próprio carro? Não há problema. Mesmo. A BMW sabe que tem aqui um carro e tanto. Por isso, também soube colocar debaixo do capot algumas das suas melhores unidades, tanto a gasolina como a gasóleo.

Há o 630i e o 640i, a gasolina, mas no mercado nacional continua a reinar o diesel. Daí que depois do 30d e 40d, recentemente tenha sido colocado o 20d como entrada de gama. Mas quanto mais potência, melhor — embora isso se pague bem: 98 mil euros ou 120 mil com extras imprescindíveis. Daí que o ECO tenha ensaiado o 640d X Drive, um bloco que debita 320 CV. São muitos e fazem-se ouvir (e ver no conta quilómetros).

Se o ronco da gasolina é música para os ouvidos de muitos, o ronronar deste diesel é suficiente para dar um arrepiozinho no braço. Com as duas mãos no volante, é ouvir o motor subir de regime e as mudanças discretamente a passarem. É uma máquina de devorar asfalto com o feel da BMW, mas sempre fiel ao conforto que se pede a um automóvel destes.

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André Ventura recolhe assinaturas para tentar destituir liderança de Rui Rio no PSD

  • Lusa
  • 23 Setembro 2018

O vereador da Câmara Municipal de Loures, André Ventura, está a recolher as 2.500 assinaturas necessárias para convocar um congresso extraordinário e contestar a liderança de Rui Rio.

O autarca do PSD André Ventura vai utilizar o movimento Chega, a formalizar na próxima semana, para recolher as assinaturas necessárias à convocação de um congresso extraordinário do partido para destituir a liderança de Rui Rio.

André Ventura disse à Lusa que já está a recolher as 2.500 assinaturas necessárias e espera ter “o envolvimento de estruturas do PSD que decidam aderir” a este movimento que tem por objetivo destituir a liderança de Rio. “Como disse desde o início, o congresso extraordinário é a última hipótese, caso não se verifique nenhuma inflexão na estratégia política que tem sido adotada”, acrescentou, dizendo também que pediu uma reunião a Rui Rio.

O vereador e candidato à câmara de Loures anunciou no sábado que vai lançar o movimento que pretende substituir o líder e colocar o partido no “espetro ideológico do centro-direita português”. Em comunicado, no sábado, André Ventura afirma que o movimento “tem como grande objetivo a eleição de uma nova liderança do PSD e a apresentação, a todas as distritais do partido, de um documento global de compromisso com os valores da social-democracia portuguesa, ao arrepio do que tem promovido a direção” de Rui Rio, presidente eleito em janeiro.

Em seis frases, tipo palavra de ordem, André Ventura afirma ser necessário dizer “chega” de “compromissos e servilismo com a esquerda e com a extrema-esquerda” ou ainda de “guerrilha constante contra os militantes, candidatos e dirigentes do PSD”, que atribui à direção de Rio. O movimento proposto por André Ventura defende ainda que “chega de neutralidade ideológica em temas fundamentais como as minorias, o casamento homossexual ou a eutanásia” ou ainda a de “dar a mão ao Bloco de Esquerda no aumento de impostos, alguns deles completamente disparatados” como a taxa para travar a especulação imobiliária, batizada pelo CDS como “taxa Robles”.

O anuncio do movimento pela substituição de Rio surgiu no final de uma semana em que a direção do PSD recolheu assinaturas entre as distritais, à exceção da de Lisboa, para um documento de apoio ao presidente do partido. Fontes contactadas pela Lusa na quinta-feira confirmaram que, apesar de vários presidentes de distritais sociais-democratas terem expressado dúvidas quanto à forma e conteúdo do texto, ele será assinado por todos, à exceção do PSD-Lisboa.

O texto, noticiado quinta-feira pelo Público e Observador e a que a Lusa teve acesso, foi enviado na véspera pelo vice-presidente do PSD Salvador Malheiro aos presidentes das distritais como proposta de comunicado, e começa por apelar à serenidade e sentido de responsabilidade dos militantes, defendendo que todos têm de contribuir para que a “unicidade da mensagem” não seja deteriorada perante a opinião pública.

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Viajar sem gastar dinheiro? Sim, é possível. Saiba como

A resposta é: trabalhar e viajar simultaneamente. Ser influenciador digital nas redes sociais ou dar aulas de inglês são alguns exemplos, que se juntam ao trabalho como freelancer.

Viajar e ganhar dinheiro podem ser verbos que, à partida, não são muito usados na mesma frase. No entanto, graças a plataformas de partilha de casa, como o Airbnb e o CouchSurfing, visitar outras cidades e países tornou-se mais barato. Pode conseguir poupar algum dinheiro, mas então como se ganha dinheiro a viajar?

A resposta é: a trabalhar simultaneamente. Hoje em dia, é possível conhecer novas culturas ao mesmo tempo que se trabalha por um “ordenado”. O ECO reuniu sete formas de viajar, por duas semanas ou até por anos, enquanto se recebe dinheiro.

1. Hello. I’m the new english teacher

Para quem domina o inglês, esta pode ser uma das formas mais fáceis e económicas de viajar. A Ásia, o Médio Oriente e a América Latina são as regiões onde é mais fácil encontrar um trabalho como professor de inglês, sem ser necessário saber falar o idioma local.

As escolas de línguas mais tradicionais, espalhadas por todo o mundo, também procuram professores de inglês, nativos ou com formação. Neste caso, ainda que nem todas as escolas o peçam, um certificado como o Teaching English as a Foreign Language (em português, ensinar inglês como língua estrangeira) pode ser uma mais-valia.

De acordo com o Business Insider (acesso livre, conteúdo em espanhol), no Japão, o salário pode chegar aos 36.000 dólares, o equivalente a cerca de 31.000 euros, por ano. Já nos Emiratos Árabes Unidos, o vencimento poderá atingir os 45.000 dólares por ano, cerca de 39.000 euros.

Se o inglês não for o seu forte, pode procurar escolas onde também ensinem português.

2. Trocar seguidores por voos

O Instagram, em especial, está atualmente cheio de influencers. Têm milhares de seguidores e ganham centenas de euros por cada publicação que fazem nas redes sociais. Publicidade a produtos e hashtags com marcas fazem parte de um novo tipo de marketing, que utiliza os “famosos” das redes sociais para difundir mensagens.

Ora, com um número considerável de seguidores, é possível transformar essa “influência” em bilhetes de avião, jantares ou estadias em hotéis. Jack Morris e Lauren Bullen são um exemplo disso. O casal viaja pelo mundo e mostra-o através do Instagram, onde cada fotografia que publica rende entre 2.800 e 8.500 euros, graças aos quase três milhões de seguidores.

No ano passado, Morris contou à Cosmopolitan (acesso livre, conteúdo em inglês) que chegou a ganhar 9.000 dólares (o equivalente a 7.750 euros) por uma única publicação. Normalmente, o casal cobra por promover marcas e locais nas suas redes sociais.

3. Escrever um guia de viagens ou um livro

Viver a cultura, conhecer a gastronomia ou experienciar um hotel são tarefas que parecem diversão, mas neste caso fariam parte do seu trabalho. No entanto, pode não parecer, mas os investigadores e escritores de guias sobre viagens dizem que pode ser, também, um trabalho bastante duro. Há que cumprir prazos e, muitas vezes, trabalhar 12 a 14 horas diárias.

Produzir relatórios e artigos, elaborar mapas dos sítios que visitam e adicionar dados estatísticos são algumas das tarefas destes profissionais. Num artigo do New York Times (acesso livre, conteúdo em inglês), sobre a vida dos escritores de guias de viagens, Warren St. John disse que a chave neste trabalho é que “escrever guias de viagem não é ir de férias“.

4. Em busca de peças únicas

Esta opção requer algum capital inicial, de modo a poder entrar no comércio de importações e exportações. A ideia é dirigir-se a países mais exóticos em busca de produtos locais, diferentes e feitos à mão, que possam atrair os apreciadores de viagens do seu país de origem. O ideal é que sejam produtos característicos de certas localidades, peças únicas que não se podem comprar noutros sítios.

Posteriormente, a venda pode ser feita a lojas, colecionadores ou em plataformas de comércio eletrónico, como eBay ou Amazon.

5. Au pair por uns meses

Uma au pair é uma espécie de babysitter, mas que vive com uma família durante um período determinado e cuida dos seus filhos. Em troca, recebe alojamento, comida e também um salário. A maioria são estudantes ou recém-graduados e muitas das famílias não requerem o idioma nativo, preferem, aliás, que as au pairs falem inglês com as crianças.

Au Pair World é um dos vários sites onde pode dar início ao processo. Na Austrália, por exemplo, o número de famílias que recorrem a au pairs duplicou nos últimos dois anos, consequência das vidas cada vez mais ocupadas e modernas das famílias, avança o The Australian (acesso livre, conteúdo em inglês).

6. Tudo o que faz cá… Mas à distância

É uma das características que mais atrai os freelancers, o facto de puderem trabalhar em qualquer sítio. Hoje em Portugal, amanhã na Índia e depois na Argentina. Basta ter um computador portátil consigo e internet. Fiverr e Upwork são alguns sites direcionados para freelancers à procura de novas oportunidades de trabalho.

Será mas fácil se o candidato já tiver experiência com tarefas semelhantes, nomeadamente programação, desenho gráfico, escrita, tradução ou edição, competências geralmente pedidas. Depois de selecionado, pode começar a trabalhar ainda antes de começar a viagem e, futuramente, estará a ganhar dinheiro sentado num café de praia, num país a largos quilómetros.

7. Ser agricultor pelo mundo

Normalmente são voluntários e estão durante um período determinado numa quinta com outros viajantes. Trabalham na colheita de várias espécies frutícolas, consoante a altura do ano, e, em troca, dão-lhes alojamento e comida. As condições são, geralmente, flexíveis, o que faz com que sejam os voluntários a decidir quanto tempo querem ficar a trabalhar ali. Depois de terminar uma das colheitas, será mais fácil de encontrar a seguinte.

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Matosinhos rende-se às bicicletas partilhadas. Testes arrancam no final de outubro

  • Lusa
  • 23 Setembro 2018

A Câmara Municipal de Matosinhos aliou-se ao CEiiA para testar, já no final de outubro, uma rede de bicicletas partilhadas no concelho.

A Câmara Municipal de Matosinhos e o Centro de Excelência para a Inovação da Indústria Automóvel (CEiiA) vão testar, no final de outubro, um sistema de partilha de biciletas (bike-sharing) para incutir uma nova “mentalidade urbana”. “O objetivo é alertar as pessoas para a necessidade de descarbonizar o território, de as libertar da dependência dos carros e de lhes incutir um novo paradigma de mobilidade”, disse hoje à Lusa o responsável pela área de Cidades do CEiiA, Vladimiro Feliz, na apresentação do projeto.

O novo sistema de partilha de bicicletas será testado no bairro dedicado ao Living Lab, bairro inteligente com tecnologias de descarbonização desta cidade, no distrito do Porto. O Living Lab é um bairro “inteligente, de baixo carbono, resiliente, acessível, participado e conectado” onde serão testadas e postas em prática, em contexto real, soluções tecnológicas orientadas para a descarbonização da cidade.

O município de Matosinhos está a desenvolver, em conjunto com o CEiiA e com outras entidades, a implementação deste Living Lab que foi submetida ao Fundo Ambiental, do Ministério do Ambiente. O projeto, que entrará em fase de testes já no próximo mês, arrancará com três estações piloto — uma na zona da Câmara Municipal, outra nas instalações do CEiiA e uma terceira na envolvente do Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões -, sendo que os utilizadores deste projeto-piloto terão ao seu dispor oito docas por estação, perfazendo um total de 24 docas, dois totens e 20 bicicletas elétricas.

A gestão e monitorização do sistema é efetuada pela plataforma de mobilidade do CEiiA, o mobi.me, onde, para além da contabilização em tempo real das emissões de dióxido de carbono poupadas, irá permitir ainda a gestão da operação em tempo real, a deteção de vandalismo e uso indevido, permitindo também o planeamento de manutenções em função do uso das bicicletas.

Vladimiro Feliz disse que este “conceito inovador” quer criar soluções de mobilidade inteligente, proporcionar melhores decisões a quem decide e iniciar um processo de transformação de mentalidades. Este conceito, explicou, será refinado em função dos utilizadores.

“Queremos que Matosinhos se assuma como um laboratório para novas formas de mobilidade urbana, uma vez que já não é possível que as cidades continuem a crescer assentes no uso do automóvel individual. Simplesmente não temos espaço para mais carros. Este sistema de bike-sharing pode, assim, ser o ponto de partida para que sejamos capazes de criar uma nova mentalidade urbana” esclareceu a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro.

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Comcast vai ficar com a Sky. Oferece 39 mil milhões de dólares

A Comcast venceu o leilão pela compra da Sky, tendo feito uma proposta superior à da Fox em dois dólares por ação. Dá 39 mil milhões de dólares pela empresa.

A gigante norte-americana Comcast vai comprar a cadeia britânica Sky por 39 mil milhões de dólares, depois de ter vencido a Fox no leilão que decorreu este sábado. Há meses que a Comcast e a Fox estavam num braço de ferro pela compra da empresa, levando os reguladores a decidirem avançar para o método das licitações, que não é comum neste tipo de negócios.

A proposta multimilionária da Comcast superou a da Fox em dois dólares por ação, de acordo com a rádio NPR. A administração da Sky já recomendou aos acionistas que aceitem a proposta vendedora e que vendam imediatamente as ações que detenham.

A Comcast, presidida por Brian L. Roberts, e a Fox, do magnata Rupert Murdoch, viram na Sky uma oportunidade de competir com o Netflix e a Amazon. A cadeia Sky conta com 23 milhões de subscritores e detém os direitos de transmissão da Premier League e vai permitir à Comcast uma expansão para o mercado dos conteúdos desportivos na Europa, tornando a empresa menos dependente do mercado norte-americano.

O leilão representa uma derrota para Rupert Murdoch, que sempre quis comprar a totalidade da Sky. Contudo, os reguladores tinham receio de que a compra da Sky desse a Murdoch demasiado poder sobre a comunicação social, tendo estabelecido que, caso a Fox conseguisse o direito de comprar a Sky, Murdoch teria de vender a Sky News.

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Estas são as sociedades de advogados nos bastidores do milionário negócio do mercado de transferências

Por detrás de algumas das transferências mais mediáticas no mundo do futebol português estão as sociedades de advogados. O ECO foi conhecer os bastidores destas operações milionárias.

As sociedades de advogados portuguesas estão a ganhar com a expansão da indústria do futebol. A MLGTS ajudou a transferir Ronaldo do Real Madrid para a Juventus por 100 milhões, na maior transferência deste defeso. A Abreu Associados intermediou o regresso de Nani a Alvalade. Mas houve mais negócios com mão portuguesa.

A Morais Leitão assessorou a transferência de Cristiano Ronaldo do Real Madrid para a Juventus, por 100 milhões de euros.Filippo Venezia / EPA

Quando Cristiano Ronaldo assinou pela Juventus, no passado dia 10 de julho, o advogado Paulo Rendeiro era um homem feliz. Depois de dias e dias de rumores, especulações, informação e contrainformação e muitas páginas de jornais, concretizava-se aquela que era a transferência mais badalada do mercado do futebol mundial do último defeso. A operação foi complexa, ou não se tratasse do melhor jogador do mundo, e contou com a assessoria jurídica da Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados (MLGTS), sociedade de advogados de Paulo Rendeiro que ajudou a desbloquear o impasse com o Real Madrid e o seu presidente Florentino Peres.

Mas a sensacional transferência do internacional português para a Vecchia Signora por 100 milhões de euros não foi a única em que a MLGTS interveio enquanto assessora jurídica. A sociedade trabalha com a Gestifute, do conhecido empresário português Jorge Mendes. E tudo o que é negócio envolvendo atletas representados pelo super agente do futebol passa geralmente pelas mãos dos advogados da MLGTS, como também foi o caso da milionária transferência de João Cancelo, que em junho trocou o Valência pela Juventus por 40 milhões de euros.

A relação com a agência Gestifute tem dado frutos à MLGTS, onde há muito o verão deixou de ser sinónimo de descanso para os seus advogados de direito desportivo, como Paulo Rendeiro – que, juntamente com Carlos Osório de Castro, ajudou mudar Cristiano Ronaldo de Madrid para Turim. “Entre junho e agosto existe um maior volume de trabalho, pois acabam as principais ligas profissionais e abre a janela de transferências mais importante”, conta Rendeiro. “Trabalhar neste mercado implica estarmos sempre preparados para longas jornadas de trabalho e de negociações em qualquer altura do ano e em qualquer lugar do mundo”, acrescenta.

Também na Abreu Advogados estes dias que costumam ser de férias para a maioria dos portugueses são mais atribulados por causa do mercado de transferências. Uma das operações mais mediáticas onde o interveio o sócio Fernando Veiga Gomes foi protagonizada por Nani, que em julho saiu do Valência para rumar ao Sporting a custo zero.

Veiga Gomes conta como nenhuma parte quis ficar a perder. E eram muitos os interessados no negócio, o que veio a complicar a transação. “Havia a Lazio, onde o jogador estava emprestado, havia o Valência e, naturalmente, o Sporting. Ou seja, havia que coordenar a rescisão do contrato do jogador com o Valência e acordar os termos e condições, como os pagamentos. Ao mesmo tempo, haveria que acordar a transferência do jogador para o Sporting”, diz Veiga Gomes.

Principalmente na última década, o mercado evoluiu significativamente e apresenta-se hoje em dia com uma robustez e vigor muito interessantes.

Paulo Rendeiro

Advogado da MLGTS

“O Nani tinha mais um ano de contrato com o Valência. Houve ali uma negociação que é sempre complicada, em que todos querem ficar a ganhar e todos querem o melhor acordo possível”, relata o advogado. Contrato assinado e nem houve tempo para celebrar o desfecho do negócio, como sucede tantas vezes noutros casos: Nani meteu-se imediatamente num avião até à Suíça, onde a equipa leonina já realizava a pré-época.

Sociedades à boleia da expansão da indústria

Portugal é exemplo internacional no que toca ao futebol, sendo um dos maiores exportadores de talento para as principais ligas europeias. Casos concretos da última janela de transferências: o jovem Diogo Dalot saiu do FC Porto para o Manchester United de José Mourinho, por 24 milhões de euros; o nigeriano Peter Etebo proporcionou ao Feirense a maior das suas transferências ao ingressar no Stoke City, de Inglaterra, por sete milhões de euros.

Estas duas operações também passaram pelos escritórios da Abreu Advogados e por Fernando Veiga Gomes. De acordo com os dados compilados pelo siteTransfermarket, os clubes portugueses exportaram 200 milhões de euros no verão passado, aproveitando o enorme crescimento que o mercado de transferências tem vindo a protagonizar nas últimas décadas.

E as firmas de advocacia portuguesas também vão à boleia da expansão da indústria nos últimos anos, ganhando não só pelos serviços que prestam pela assessoria jurídica mas também pela maior notoriedade pública e mediática que os negócios do futebol conseguem promover atualmente.

Paulo Rendeiro lembra como há 14 anos o trabalho e as solicitações eram tão residuais que poucos arriscariam trabalhar numa área nada “apetecível” como era o direito desportivo quando ele se iniciou. Muito mudou desde então. “Principalmente na última década, o mercado evoluiu significativamente e apresenta-se hoje em dia com uma robustez e vigor muito interessantes”, sublinha o advogado da MLGTS.

Hoje em dia, uma transferência envolve mais pessoas. Podem chegar a estar 15 pessoas sentadas a uma mesa para negociar a transferência de um jogador. E aí o advogado tem um papel muito importante de mediador.

Fernando Veiga Gomes

Advogado da Abreu Advogados

Para Fernando Veiga Gomes, a nova realidade do mercado de futebol e todos os milhões que a indústria movimenta anualmente vieram evidenciar o papel dos advogados nas transferências de jogadores. “Há 20 anos, tínhamos à mesa apenas o agente que representava o jogador e os representantes dos clubes. Hoje em dia, uma transferência envolve mais pessoas. Podem estar à mesma mesa os representantes do jogador, os representantes do clube, o representante da empresa que detém os direitos de imagem, patrocinadores, consultores fiscais…”, conta.

“Podem chegar a estar 15 pessoas sentadas a uma mesa para negociar a transferência de um jogador. E aí o advogado tem um papel muito importante de mediador”, concretiza.

Falhanços, negócios de última hora e pedidos excêntricos

Nem sempre as boas intenções e diligências dos advogados chegam para desobstruir as negociações entre clubes. Muitas vezes uma transferência pode arrastar-se até ao último minuto do último dia da janela de transferências, deixando os advogados à beira de um ataque de nervos.

Muitas vezes os negócios estão encravados durante dias e chega o último dia e a necessidade de vender ou de comprar desbloqueia a transação e lá nos vemos a terminar a digitalizar documentos para o TMS [Transfer Matching System, a plataforma online através da qual a FIFA monitoriza todas as transferências mundiais] às 23h59 do dia 31 de agosto ou a enviar contratos segundos antes de o avião deslocar”, indica Paulo Rendeiro. “São situações de extrema pressão, com o tempo contadíssimo e onde, não obstante todas as condicionantes, não podemos errar”, acrescenta.

Noutros casos, o falhanço é mesmo inevitável, principalmente quando vai contra a vontade do jogador. “Nunca vi nenhum negócio concretizar-se contra a vontade do jogador. Sobretudo a este nível, em que falamos de jogadores com craveira internacional e que sabem muito bem o que querem”, revela Fernando Veiga Gomes.

E há pedidos excêntricos da parte dos jogadores de futebol? “Alguns exigem casa, outros pedem passagens de aviões em executiva, passagens para as suas famílias ou carros”, confidencia o sócio da Abreu Advogados. O advogado frisa, porém, que os jogadores de futebol “são extremamente humildes e acessíveis”. “Querem é jogar, querem o melhor para eles e para as suas famílias. São pessoas que não têm nada a ver com a imagem que às vezes se passa”, destaca Veiga Gomes.

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