Um Monstro. É assim o M5 da BMW
Há muitos M2, M3, M4 e até M6, mas o 5 é especial. É um carro de famílias com um motor de corridas em pista. Um monstro que faz as delicias de quem o conduz. E de quem o vê passar.
Há automóveis que nos enchem de adrenalina. Que fazem acelerar os nossos batimentos cardíacos. E nos levantam os pêlos do antebraço. Há uns quantos supercarros capazes de tudo isso, mas também há outros menos exuberantes capazes de fazer exatamente o mesmo. Os M, da BMW, são o exemplo perfeito disso mesmo. Mas entre eles, o M5 é claramente aquele que se destaca. É um monstro do asfalto.
Não é um Porsche, Ferrari ou Lamborghini. Não é um automóvel “rasteirinho” onde cabem apenas duas pessoas. É um BMW. É grande (tem 4,95 metros) e dá para levar a família toda. É um Série 5 como tantos que se veem nas estradas portuguesas, mas acaba por dar nas vistas. Tem pequenos detalhes, desde as entradas de ar no para-choques, às saias laterais, as jantes de grandes dimensões, mas principalmente aquelas duas saídas de escape duplas no difusor traseiro, que fazem toda a diferença.
É a diferença entre mais um Série 5 — sem desprimor — e ter todo uma plateia de entusiastas a olhar, a torcer pescoços, de cada vez que vamos entrar no carro ou em cada sinal vermelho. É normal que aconteça. Não é todos os dias que se vê um M5. Há muitos M2, M3, M4 e até M6, mas o 5 tem um carinho especial junto dos fãs. Muitas vezes fiz o mesmo que eles: fiquei a olhar, deslumbrado. E a questionar como seria conduzir aquela “bomba”. Felizmente, desta vez estou dentro de um. E que gozo dá poder carregar naquele botão Start para despertar os 600 CV.
Podia ser um carro silencioso, mas não teria tenta piada. Não o é. Especialmente quando se liga. É difícil descrever por palavras o ronco que sai daqueles escapes. Talvez um pequeno episódio durante o ensaio realizado possa dar a noção da loucura que está por debaixo daquele capot. 7h00, dia de trabalho. Chegar ao M5, destacar as portas, ajustar as generosas backets e ligar a bomba. Nesse instante, no prédio em frente ao qual o carro ficou estacionado vem uma pessoa à janela. Podia vir reclamar do barulho aquela hora, mas não. Simplesmente ficou a deliciar-se.
O ronco acalma assim que se engrenar uma mudança. Neste caso, foi a marcha-atrás, mas é nas outras mudanças que o motor de 4.395 cm3, twin-turbo, mostra o que vale. Apesar de ser um carro cheio de potência, o M5 conduz-se como qualquer outro carro em cidade. É suave quanto baste. E mesmo a suspensão, estando no modo normal, revela-se agradável para os trajetos do dia a dia. Mas quando se tem um carro destes nas mãos, tem de se sair da cidade para “esticar as pernas” aos cavalos.
Em cidade, um arranque mais vigoroso arranca sorrisos de quem vai a andar no passeio. Mas em estrada, são os outros condutores que mostram os dentes quando passamos por eles. Poucos tentam dar resposta, até porque sabem que este é um BMW especial. A maior parte aprecia o M5 a passar, vibrando quando se põe uma mudança abaixo para ganhar velocidade. É um deleite para quem vê, uma adrenalina pura para quem vai ao volante (e os restantes passageiros).
Curva, contra curva, tudo sempre com o pé direito a pisar o pedal. Mas sempre com aquela sensação de que vamos em cima de carris. O M5 não cede. Há uma sensação de estabilidade, de segurança, que poucos carros transmitem em velocidades um pouco além das regras do Código da Estrada. Ceder, só mesmo quando desligamos as ajudas à condução. Aí sim, podemos brincar, com conta, peso e medida. Traseira para um lado, volante virado para o outro, mas sempre a conquistar metros de asfalto. É a loucura.
É um carro grande, mas parece um “pocket rocket”. Não se percebe a dimensão do M5, tal a agilidade que demonstra nestas acrobacias. E o mesmo acontece quando vamos para estrada aberta. Retas atrás de retas pedem para deixar o conta-rotações subir, subir e subir. Com as mãos nas pastilhas, a configuração do M em “full power“, ou seja com a resposta do motor, a caixa e a suspensão em modo “Sport Race”, a resposta do M5 torna-se violenta. É quase um soco no estômago a cada mudança engrenada. E há oito…
Sem que se dê bem conta de como, o M5 passa rapidamente de todas as marcas permitidas por lei. Estamos a falar de um carro que faz dos 0 aos 100 km/h em 3,4 segundos, mas que não demora muito mais a duplicar essa velocidade. E pouco mais a chegar ao limite definido eletronicamente dos 250 km/h. É um foguete. E pará-lo? É quase tão rápido quanto a acelerar, ou não estejamos a falar de um carro que a BMW equipa com travões de cerâmica em carbono a pedido do cliente. É um extra de 7.400 euros, como tanto outros de milhares de euros que equipavam a unidade ensaiada. Tantos que o valor final do M5 chegou aos uns estonteantes 185 mil euros. Mas vale cada cêntimo.
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