Jerónimo Martins lucra 401 milhões. Corta dividendos
Após dois anos em que entregaram todos os lucros aos investidores, a retalhista volta à política habitual de dividendos. Vai distribuir metade dos lucros.
A Jerónimo Martins fechou 2018 com lucros de 401 milhões de euros, um aumento de 4,1% relativamente ao alcançado no ano anterior. Apesar da subida dos lucros, a retalhista vai baixar o valor do dividendo a distribuir pelos acionistas. Após dois anos em que entregaram todos os lucros aos investidores, a retalhista entregará apenas metade.
O aumento dos lucros de 385 milhões de euros, em 2017, para 401 milhões, em 2018, reflete “um desempenho operacional muito positivo”, segundo refere a empresa no comunicado enviado esta quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). No ano passado as vendas da Jerónimo Martins aumentaram 6,5%, passando de 16.276 milhões de euros, em 2017, para 17.337 milhões em 2018.
Esse resultado foi alcançado em grande medida devido à evolução do negócio da Polónia. As vendas da polaca Biedronka atingiram os 11,691 mil milhões de euros, um crescimento de 5,6% face a 2017. A Jerónimo Martins salienta que este resultado foi alcançado apesar dos menos 21 dias de vendas na Polónia, devido à obrigatoriedade de encerrar aos domingos. O mercado polaco tem um peso de 67,4% nas contas do grupo.
“2018 foi um ano de grandes concretizações. Apesar dos novos desafios trazidos pela proibição de operar aos domingos na Polónia, a Biedronka entregou crescimento LFL [like-for-like], margem EBITDA estável e ganhos de quota de mercado, provando a sua força, flexibilidade e resiliência”, nota precisamente Pedro Soares dos Santos no comunicado enviado ao mercado.
Já as receitas geradas pelo Pingo Doce, principal insígnia do grupo em Portugal, cresceram 4,6% para os 3,835 mil milhões de euros. A insígnia abriu dez novas localizações no ano. Também em Portugal, o Recheio registou um crescimento de 4% para os 980 milhões de euros.
Na Colômbia, a Ara viu as vendas aumentarem 47,9% para os 599 milhões de euros.
Esses resultados contribuíram para que o EBITDA [lucros antes de juros e impostos] do grupo tivesse crescido no ano passado 4,1%, para 960 milhões de euros.
Dividendos cortados para metade. Investimento sobe em 2019
Apesar da subida dos lucros, o grupo decidiu distribuir apenas metade do resultado alcançado. A Jerónimo Martins vai pagar 204,2 milhões de euros pelos seus acionistas, metade dos 401 milhões de euros dos lucros registados no ano passado.
A retalhista retoma assim a sua habitual política de dividendos, após dois anos em que distribuiu a totalidade dos lucros pelos acionistas.
Este valor que ainda irá ser proposto aos acionistas em assembleia-geral irá corresponder a um dividendo bruto de 32,5 cêntimos por ação, o que “representa um payout de 50% dos resultados consolidados ordinários”, como frisa a retalhista.
“A proposta de distribuição de dividendos deixa ao Grupo total flexibilidade para acelerar os seus planos de expansão e aproveitar qualquer potencial oportunidade de crescimento não orgânica“, diz a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos para explicar o corte nos dividendos, um sinal de que poderá estar interessada em eventuais oportunidades de aquisição.
Para além disso, a Jerónimo Martins prevê aumentar o seu investimento este ano. Em 2018, essa rubrica ascendeu a 658 milhões de euros, dos quais 41% foram destinados à expansão (novas lojas e centros de distribuição) e o restante alocado a projetos de remodelação e à normal manutenção das operações.
Em 2019, o objetivo do grupo passa por investir 700-750 milhões de euros em três áreas principais. Designadamente, a expansão da Biedronka, Hebe, Pingo Doce e Ara, o upgrade das lojas existentes e a melhoria da infraestrutura operacional e logística nos três mercados onde opera.
(Notícia atualizada às 18h15 com mais informação)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Jerónimo Martins lucra 401 milhões. Corta dividendos
{{ noCommentsLabel }}