Sindicato quer melhorar condições de trabalho na Uber Eats e Glovo
Sindicato ligado à restauração vai reunir com distribuidoras da Uber Eats e da Glovo para aproximar as condições de trabalho às dos estafetas da Pizza Hut e Telepizza.
O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte irá reunir-se esta quinta-feira com distribuidores da Uber Eats e Glovo, para aproximar as suas condições de trabalho às dos concorrentes. Fonte sindical revelou à Lusa que o encontro, na sede do sindicato, pretende “comparar as condições de trabalho com aquelas que são oferecidas pelas empresas concorrentes de distribuidores de refeições, como a Pizza Hut e a Telepizza”.
A reunião irá ainda “eleger uma comissão e elaborar uma carta reivindicativa para melhorar as condições de vida e trabalho”, referiu a mesma fonte. O sindicato garantiu também que as multinacionais como a Uber Eats e a Glovo “não contratam diretamente os funcionários, que são contratados por outras empresas e isso está a criar polémica porque essas empresas estão a explorar desenfreadamente os trabalhadores”.
“Em geral são pessoas que formam empresas e contratam trabalhadores especificamente para esta atividade, mas os colaboradores estão todos a recibo verde. Questionamos a ACT [Autoridade para as Condições de Trabalho] há um ano sobre esta questão e ainda não recebemos resposta”, referiu a mesma fonte. Ainda assim, a reunião pretende “encontrar pontos de consenso para apresentar às empresas que têm estas plataformas”. O caderno reivindicativo a ser elaborado pelo sindicato pretende ainda “afastar situações de completa ilegalidade porque há trabalhadores que põem o pai ou outras pessoas a passar o recibo e isso é trabalho clandestino”.
Numa nota enviada à Lusa, o sindicato detalhou que “estes trabalhadores não têm contrato de trabalho, são todos contratados a recibo verde, não têm seguro contra acidentes de trabalho, ficam numa situação muito vulnerável em caso de doença ou desemprego, não têm direito a férias, subsídio de férias, subsídio de natal, alimentação em espécie ou subsídio noturno, salário mínimo”.
No mesmo comunicado, a estrutura sindical dá ainda conta de uma “campanha nos restaurantes, cafés, pastelarias e similares contra o trabalho clandestino”, que deverá rondar, de acordo com o organismo, os 90 mil trabalhadores a nível nacional.
O sindicato refere que “o trabalho não declarado, os recibos verdes ilegais, o abuso dos contratos a termo mal fundamentados, os ritmos de trabalho intensos, os horários longos, infindáveis e imprevisíveis e o incumprimento dos direitos da contratação coletiva” são “formas de precariedade” que acabam por afastar os trabalhadores do setor.
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