Centeno: “O investimento não é como o ‘Anita vai às compras'”
O ministro das Finanças tem uma explicação para o facto de o investimento público não estar a crescer tanto quanto o previsto: há falta de propostas nos concursos públicos.
“O investimento não é como o Anita vai às compras. Não vamos com o Pantufa, com um cesto, comprar investimento.” A frase é do ministro das Finanças, Mário Centeno, em resposta ao facto de o crescimento do investimento público estar muito abaixo do previsto pelo Governo no Orçamento do Estado (OE).
O ministro defende-se, indicando que “o orçamento é uma autorização de despesa” e que “o Governo só pode gastar aquilo que o Parlamento autoriza”. “O investimento tem concursos e às vezes os concursos ficam desertos. Tem acontecido durante este ano, porque ninguém faz propostas abaixo do preço que a Administração Pública coloca como valor máximo de licitação”, remata Mário Centeno.
"O investimento não é como o Anita vai às compras. Não vamos com o Pantufa, com um certo, comprar investimento.”
As declarações surgem numa entrevista ao Público esta terça-feira (ligação indisponível). O jornal aponta que o investimento público não cresceu 40%, como estava previsto no OE, mas apenas perto de 10%. Face aos números, Centeno faz o contraponto: “Nesta legislatura, a percentagem de investimento que é executada face àquela que estava orçamentada tem sido, em média, da ordem dos 86,5%. Na legislatura anterior, o valor foi de 84%”, atira.
Na entrevista, o governante confirmou também que, no Programa de Estabilidade (PE) que vai ser apresentado pelo Governo dentro de duas semanas, a meta do défice vai-se manter em 0,2%.
Apesar de não revelar qual vai ser a previsão de crescimento da economia portuguesa este ano, o ECO avançou em primeira mão esta quarta-feira que a meta de crescimento do PIB vai ser revista, dos atuais 2,2% previstos no OE, para 1,9%.
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