Fiat propõe fusão com a Renault. Meta é criar terceiro maior grupo automóvel do mundo
O novo grupo seria detido em 50% pelos acionistas da fabricante ítalo-americana e em 50% pelos da Renault.
A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) propôs esta segunda-feira um plano de fusão com a empresa francesa Renault, com o objetivo de criar o terceiro maior grupo global do setor. De acordo com a proposta feita pela FCA divulgada pela Renault, o novo grupo seria detido em 50% pelos acionistas da fabricante ítalo-americana e em 50% pelos da Renault.
Segundo a Fiat Chrysler, a proposta prevê ainda que o grupo seja cotado nas bolsas de Paris, Nova Iorque e Milão, lê-se no comunicado.
Um eventual casamento da FCA com a Renault criaria a terceira maior fabricante do mundo, com vendas anuais de 87 milhões de veículos e uma “forte presença em regiões e segmentos importantes”, diz a Fiat Chrysler. O portfólio de marcas dos dois grupos é “amplo e complementar e forneceria cobertura total do mercado, do luxo ao segmento de consumo”, afirma.
De acordo com a FCS, a fusão não resultará em qualquer encerramento de fábricas de produção. Já o conselho de administração do novo grupo seria composto, sobretudo, por membros independentes.
Entretanto, o conselho de administração da Renault anunciou — poucos minutos depois de receber a proposta — que vai reunir-se ainda esta segunda-feira para estudar esta oferta de fusão. “Será emitido um comunicado de imprensa após esta reunião”, esclareceu a Renault.
Em bolsa, os investidores estão a celebrar a proposta. Às 10h30, as ações da Fiat valorizam 10,32% para 12,63 euros por ação, tendo já ultrapassado os 13 dólares. Já a Renault dispara 14,71% para 57,33 euros por ação.
As negociações para as fabricantes de automóveis unirem forças foram avançadas, pela primeira vez, pelo Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês), durante o fim de semana. Um acordo ajudaria as empresas a resistir às barreiras de uma indústria fortemente afetada pela queda das vendas. De acordo com fontes próximas das negociações, num eventual acordo, as empresas iriam colaborar em diversas áreas, incluindo conectividade e tecnologia de veículos elétricos.
Para já, a FCA e a Renault estão a considerar uma fusão de forma igualitária, entre outras opções de aliança. Ainda que possam não conseguir um acordo, salientam fontes próximas, as discussões entre as empresas estão em andamento. As empresas envolvidas — Renault, FCA e Nissan — não avançaram qualquer comentário para além do comunicado emitido.
A aliança que a Renault tem com a Nissan Motor e a Mitsubishi foi moldada em 1999 e um de seus arquitetos foi Carlos Ghosn, ex-presidente da Renault, Nissan e Mitsubishi, agora processado pela Justiça nipónica por alegadas irregularidades financeiras.
A Renault expressou anteriormente o seu desejo de alcançar uma fusão com a Nissan Motor, mas o novo presidente da empresa, Jean-Dominique Senard, que substituiu Ghosn à frente da empresa francesa, acredita que a ideia não é uma prioridade.
A Nissan Motor, que controla a Mitsubishi, não é favorável a uma fusão com a Renault. Em 14 de maio, o presidente executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, argumentou que uma possível fusão poderia “minar a força da Nissan”. A Renault, cujo maior acionista é o Estado francês, com 15,1% do capital, possui 43,4% das ações da Nissan Motor. A empresa japonesa tem, por sua vez, 15% do capital francês.
(Notícia atualizada às 10h30)
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