Facebook quer esclarecer todas as dúvidas sobre a Libra em cerca de seis meses
O líder da Libra tinha dito que a moeda não seria lançada sem que as dúvidas dos reguladores fossem esclarecidas. Mas a data de lançamento mantém-se: é para avançar já em 2020.
O Facebook diz que é “categoricamente falso” que tenha suspendido o desenvolvimento da sua criptomoeda. Mas reitera o compromisso de responder a todas as dúvidas dos reguladores, ao mesmo tempo que mantém o primeiro semestre de 2020 como período previsto para o lançamento da Libra.
A empresa emitiu um comunicado em Portugal onde nega “os relatos” de que a empresa esteja a “interromper o desenvolvimento” da criptomoeda, que espera que se torne um novo meio de pagamento de produtos e serviços na internet.
“Os relatos de que estamos a cancelar a Libra ou interromper o desenvolvimento do Calibra é categoricamente falso. Esperamos trabalhar com decisores políticos à medida que este processo avança, e esta semana vamos responder inclusive às perguntas da House Financial Services e do Senate Banking Committee“, lê-se na nota enviada ao ECO.
Em causa está uma notícia avançada pela Bloomberg (acesso condicionado), que dava conta de que o Facebook não vai lançar a Libra enquanto todas as preocupações dos reguladores forem devidamente endereçadas. “O tempo entre o agora e o lançamento foi desenhado para ser um processo aberto e sujeito ao escrutínio e análise dos reguladores”, disse David Marcus, líder do projeto.
As declarações suscitaram a interpretação de que a empresa admitiria suspender o desenvolvimento do projeto. Pelo menos, enquanto as preocupações não estivessem totalmente resolvidas. Algo que a empresa vem agora negar de forma categórica.
Ora, como a empresa planeia lançar a Libra no primeiro semestre de 2020, significa que o Facebook está convencido de que as preocupações das autoridades — incluindo da Comissão Europeia e da própria Reserva Federal norte-americana — irão estar totalmente solucionadas em pouco mais de seis meses. Uma hipótese que poderá sair ao lado nos planos de Mark Zuckerberg, tendo em conta que um dos aspetos que têm sido apontados pelas autoridades é o próprio conceito de moeda global. Especialmente se for desenvolvida pela maior rede social do mundo.
O Facebook tem, atualmente, mais de dois mil milhões de utilizadores mensais. Além do mais, o projeto Libra está a ser desenvolvido em parceria com grandes tecnológicas como a Uber e até a luso-britânica Farfetch. E no rol de parceiros está ainda um duopólio bem conhecido: a Visa e a MasterCard. Estes factos têm levado vários especialistas a apontarem para a hipótese de que o Facebook vá enfrentar oposição regulatória séria neste projeto de criação de uma divisa global para a nova era da internet.
Os próximos meses serão essenciais para responder a todas as questões que se levantam acerca do projeto. O ECO também já fez algumas — há algumas semanas –, mas todas as perguntas enviadas ficaram sem resposta.
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