Motoristas “curiosos para ver se Governo vai fraquejar” perante ANTRAM e petrolíferas
Patrões e camionistas já debatem serviços mínimos. Para ANTRAM, assegurar o "direito constitucional" a férias obrigará a pelo menos 75% de mínimos. "Isso são serviços máximos", diz sindicato.
Os representantes da ANTRAM e dos sindicatos de motoristas que convocaram greve por tempo indeterminado a partir de 12 de agosto encontram-se esta manhã a negociar que serviços mínimos terão de ser assegurados durante a paralisação, sendo que para os sindicatos estes não devem ir além dos 25%, tal como propõem, enquanto para a associação que representa as empresas de transporte deverá procurar-se garantir pelo menos 75% do trabalho que estes motoristas realizam diariamente.
“É preciso rever os serviços mínimos. Na última greve foram de 40% e a paralisação parou o país. Sugerir agora 25% não faz sentido. A ANTRAM vai propor ao Governo a definição de serviços mínimos superiores, para que se assegure o direito constitucional dos portugueses a irem de férias“, apontou André de Almeida, representante da ANTRAM nas negociações, à entrada das instalações do Ministério do Trabalho.
“Há que garantir que hospitais, aeroportos e outros serviços básicos para os portugueses estejam de alguma forma garantidos e que alguns destes serviços tenham 100% de trabalhadores”, reforçou.
Já do lado dos sindicatos, Pedro Pardal Henriques voltou a centrar baterias no Governo. “A nossa proposta é de 25%, mas estamos na expectativa de ver o que vai o Governo transmitir aos portugueses. Se forem definidos mais de 40% de mínimos significa que o Governo está a ser conivente com a ANTRAM e a transmitir aos portugueses que não está preocupado com os motoristas, mas sim em cumprir com a vontade das empresas e ANTRAM”, atirou à entrada para a reunião.
Sobre a proposta apresentada em conjunto com o pré-aviso de greve, de serviços mínimos de 25%, Pardal Henriques salientou que a sugestão é até mais alargada do que aconteceu na última greve, já que os 40% de serviços “foram assegurados apenas para Lisboa e Porto”, recordou. Admitiu, porém, que há serviços que devem ser assegurados a 100% durante a paralisação, como todos os relacionados com proteção civil, bombeiros ou ambulâncias.
Quanto à intenção manifestada pela ANTRAM de conseguir serviços mínimos na ordem dos 70%, Pardal Henriques disse que tal proposta “são serviços máximos”.
Caso as partes não cheguem a um entendimento, caberá aos ministérios do Trabalho e das Infraestruturas definir, através de despacho conjunto, os serviços mínimos que deverão ser assegurados durante a paralisação. E será neste ponto que os sindicatos irão retirar a interpretação da postura do Governo em todo este processo.
“Estamos curiosos para ver se o Governo vai fraquejar e mostrar se a sua aliança com a ANTRAM e as petrolíferas é mais forte do que aquilo que é a razão e a justiça”, disse Pardal Henriques.
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