Costa pediu pasta da Economia e Finanças para Elisa Ferreira na Comissão Europeia

  • ECO
  • 25 Agosto 2019

O jornal Público diz que colocar Elisa Ferreira com a pasta da Economia e Finanças é quase uma “missão impossível”. Logo, Pedro Marques deverá ser o favorito.

É já nesta segunda-feira que termina o processo para a escolha dos comissários europeus que vão sentar-se à mesa de Ursula von der Leyen, a nova presidente da Comissão Europeia.

Já se sabia que Elisa Ferreira e Pedro Marques foram dois dos nomes sugeridos por António Costa a Ursula von der Leyen. A edição deste domingo do jornal Público [acesso condicionado] escreve que o primeiro-ministro português terá pedido para a vice-governadora do Banco de Portugal a “super pasta” da Economia e das Finanças.

No entanto, conta o jornal que com Mário Centeno a presidir ao Eurogrupo, será quase uma “missão impossível” conseguir esta pasta para Portugal: “a improbabilidade de a nova presidente da Comissão colocar dois portugueses como interlocutores diretos em matérias estruturantes da União, como a economia e as finanças é grande”.

Como tal, a hipótese que ganha mais força é a de Pedro Marques, o desejado desde o início deste processo por António Costa para futuro comissário europeu, com o pelouro dos fundos estruturais.

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Economia alemã está a “parar” e pode afetar Portugal

  • Lusa
  • 25 Agosto 2019

Os economistas contactados pela agência Lusa consideram que existem sinais de que a economia alemã está a "parar", o que pode afetar a zona euro e Portugal.

“Há de facto um risco de recessão na Alemanha. E se for severa propagar-se-á quase de certeza à zona euro e a Portugal”, disse à Lusa João Borges de Assunção, professor da Universidade Católica. O Bundesbank, banco central alemão, alertou esta semana que a economia alemã, a maior da Europa, pode estar a recuar durante os meses de verão, depois da contração já registada no segundo trimestre, aumentando a possibilidade de entrar em recessão.

João Borges de Assunção considera que “a Alemanha tem alguma margem de manobra orçamental e pode estar disponível para fazer mais investimento público no próximo ano”, mas acrescenta que a preocupação com as dívidas italiana, grega e portuguesa, assim como a incerteza política em Espanha, “recomenda prudência na gestão orçamental alemã”.

No mesmo sentido, Pedro Lino, economista e administrador da Dif Broker e da Optimize, disse à Lusa que “existem sinais claros que o principal motor da economia europeia [a alemã] está a parar, com os investidores a esperarem taxas de juro zero ou negativas pelo menos na próxima década”.

No entender do economista, seria a altura certa para a zona euro lançar um programa de infraestruturas, “aproveitando a necessidade de implementação de novas tecnologias, como o 5G [quinta geração] que irá abrir portas para um novo mundo de aplicações”. “O financiamento está a níveis nunca vistos e a única forma de aproveitar é através do investimento produtivo, ou seja, que gera novas oportunidades de crescimento”, referiu Pedro Lino.

Esta semana a emissão de obrigações alemãs a 30 anos com um juro negativo fez manchetes em todo o mundo, depois de a procura ter atingido menos de metade do objetivo. Na prática, o juro negativo significa que o Governo alemão está a ser pago para emprestar a 30 anos.

“Penso que ninguém pode ficar muito confortável ao verificar que princípios básicos das finanças estão a ser desafiados diariamente”, afirmou à Lusa Filipe Garcia, economista da IMF – Informação de Mercados Financeiros.

O economista recordou que há cinco anos que as obrigações alemãs a dois anos estão com taxas negativas. Por isso, “já não se pode dizer que estamos perante apenas uma situação transitória”, defendeu.

“É um pouco como se a lei da gravidade deixasse de funcionar de repente e ficássemos sem saber como agir porque toda uma tecnologia assente nos efeitos da gravidade (praticamente toda a que existe) deixa de funcionar”, frisou Filipe Garcia, acrescentando que, “em finanças, ter as taxas de juro negativas de forma estrutural obriga a repensar praticamente tudo”.

O economista salientou ainda que “ter as taxas de juro de longo prazo muito baixas pode implicar receios de uma recessão” e explicou que as taxas de juro estão em “níveis incríveis” por duas razões: por um lado, pelo excesso de liquidez no mercado financeiro e falta de alternativas para investimento, e, por outro, pela expectativa de mais estímulos monetários que poderão ajudar a subir ainda mais os preços das obrigações. “Nesse sentido, é também um motivo para estar preocupado”, concluiu.

Na quinta-feira foram divulgadas as atas da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), em 25 de julho, que revelaram que a instituição debateu um pacote de medidas para estimular a economia, ponderando a combinação de descidas das taxas de juro e a compra de ativos.

Pedro Lino antecipou à Lusa que “o BCE deverá apresentar em setembro mais um plano de apoio, nomeadamente garantindo que os juros permanecem baixos e dando ainda mais liquidez à economia da zona euro”.

Contudo, o economista alertou que só haverá “resultados expressivos no crescimento económico se ambas as políticas orçamental e monetária estiverem alinhadas, caso contrário o BCE permanecerá o bombeiro de serviço”.

Relativamente à economia norte-americana, João Borges de Assunção afirmou que “os riscos de recessão nos Estados Unidos parecem ser baixos, por enquanto”, apesar de considerar que o facto de as taxas de juro nos prazos mais longos terem baixado muito e terem estado pontualmente abaixo das taxas nos prazos mais curtos, “é um sinal negativo e preocupante”.

O professor da Católica considera que “a governação económica mundial ficou ‘decapitada’ com o comportamento do atual Presidente norte-americano”, o que torna a resolução dos problemas económicos mundiais “mais complexa”.

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Buffett é arquiteto de uma das maiores seguradoras do mundo

  • ECO Seguros
  • 25 Agosto 2019

A Berkshire Hathaway, de Warren Buffet, vale sobretudo pela sua componente seguradora e não está suficientemente apreciada, diz Bill Ackman, presidente de uma das grandes gestoras de ‘hedge-funds’.

O principal ativo da Berkshire é ser o maior negócio de seguros do mundo, o que corresponde a metade do seu valor intrínseco, afirma Bill Ackman fundador e CEO da Pershing Square Capital Management, uma gestora de ‘hedge funds’, numa carta dirigida aos investidores. O negócio segurador da Berkshire, que inclui a seguradora Geico, uma sua subsidiária integral, vem beneficiando da sua escala, e tem sido capaz de crescer a uma taxa mais elevada e com menores custos do que os seus concorrentes.

“Se o senhor Buffett é mais conhecido como um grande investidor, também deve ser considerado o arquiteto e CEO da maior empresa seguradora do mundo, pois o retorno obtido pela Berkshire nos investimentos efetuados não teria sido o mesmo sem os benefícios materiais que conseguiu ao financiar esses investimentos beneficiando de um seguro de custo reduzido “, afirmou o gestor, citado pela Bloomberg.

Ackman afirma ter investido na Berkshire Hathaway Inc. por acreditar que esta vai continuar a gerar retornos significativos, mesmo após Warren Buffett deixar a empresa. Refere que os títulos da Berkshire estão a ser negociados com um grande desconto face ao seu valor intrínseco, num momento em que suas subsidiárias estão prestes a beneficiar de mudanças no plano da gestão e da organização.

“A Berkshire é muitas vezes descrita na comunicação social como sendo semelhante a um fundo de investimento, deixando muita gente com a impressão de que os retornos dos acionistas da Berkshire estão dependentes da extraordinária capacidade de fazer aquisições de Warren Buffett”, diz Ackman na carta. “Embora esta ideia sobre a Berkshire tenha refletido a sua realidade no passado, já não reflete o que é a empresa actualmente.”

Para Ackman, Buffett, projetou a empresa de modo a ela poder sobreviver à sua saída. Acredita que a Berkshire deve continuar a gerar retornos elevados aos acionistas.

“O Sr. Buffett tem sido um dos gestores que os investidores acompanham de perto em todo o mundo”, nota Ackman, mas a Berkshire Hathaway está subvalorizada, sendo pouco seguida e incompreendida.

A Pershing Square Capital Management detém 3,51 milhões de ações da classe B da Berkshire desde 30 de junho, uma posição avaliada em cerca de 696 milhões de dólares (619 milhões de euros).

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Há muito músculo debaixo do capot do Série 8

O Série 8 da década de 90 deslumbrava quando passava na estrada. O novo não lhe fica atrás. Não há faróis escondidos que se levantam quando se acendem, mas há muitos outros detalhes que brilham.

Há automóveis que nos ficam na memória pelo encanto que nos causaram da primeira vez que os vimos. Lembro-me quase como se fosse hoje quando em pequeno vi passar por mim um 850i. Comprido. Baixinho, num preto reluzente. Simplesmente brilhante.

Era novinho à data, acabado de sair do stand. E dava nas vistas como qualquer grande máquina. Aqueles faróis levantados a rasgar, o capot comprido e a traseira larga, equipada com um duplo escape de cada lado. Produzia uma sinfonia que só um valente V12 conseguia.

Fez-me sonhar com a sensação que seria conduzir aquele “bicho”. Há sonhos que não se tornam realidade… Nunca pus as mãos no volante de um Série 8 da década de 90. Acabei por só o conseguir fazer agora, depois de a BMW ter tido a brilhante ideia de relançar 8 como um grande desportivo que funciona como uma cereja no topo de toda uma gama.

O deslumbramento do original mantém-se com o novo. A lógica é a mesma: metros e metros de carro, um tejadilho que nos dá pouco acima da cintura e uma largura que abraça as faixas de um lado ao outro. Tem todas as medidas que qualquer desportivo deve ter. E aquele look agressivo também está lá.

Não há faróis escondidos que se levantam quando se acendem, mas há um par de óticas esguias que nos levam olhar para o enorme capot cujo comprimento só é interrompido pela ligeira bossa que alberga o habitáculo. Daí para trás, a linha de perfil mergulha até à traseira musculada. Quase nem se percebe bem onde acaba o tejadilho e começa o óculo traseiro.

Banda sonora (mesmo a diesel)

Todo o desenho do 8 nos diz que vamos dar um mergulho para entrar. E não engana. Os bancos em pele ao estilo backet amparam a descida até ao rés-do-chão do grande coupé — que agora ganhou um irmão sem teto, ideal para aqueles dias de sol. Dois cabem perfeitamente, mas quatro já é um desafio já que os lugares atrás não dão para dois adultos. E mesmo que se esforcem, não será um passeio simpático. Os pequenos vidros na traseira não ajudam a acalmar a sensação algo claustrofóbica.

E não ajuda aos aventureiros do banco traseiro toda a potencia que quem está ao volante consegue colocar no asfalto com um simples premir do pedal direito. Depois de carregar no Start faz o 8 respirar fundo pelos possantes escapes, há vários modos de condução à disposição. Mas com o Pack M na lista de extras incluídos, é impossível não usar o Sport Plus. Muda tudo. A resposta do acelerador, o ronco que sai da traseira, a rapidez da caixa automática, mas também a afinação da suspensão e da direção.

O 850i será, certamente, a máquina que maior sensação de potência transmitirá, mas é impressionante ver como um diesel também pode garantir uma boa dose de adrenalina. O 840d, com 320 cv, tem alma. É verdade que não nos leva as 7, quase 8 mil, rotações, mas mesmo assim mostra-se capaz de encostar todos os ocupantes ao banco. Isto ao mesmo tempo que deixa muitos dos outros condutores na estrada a ver apenas a traseira do 8.

Vitalidade a mais paga-se

O monstro diesel debaixo do capot é mesmo um… Monstro, no bom sentido da palavra. Estamos, no fim de contas, a falar de um desportivo, mas que pode e deve ser utilizado no dia-a-dia. Numa utilização mais vigorosa acaba por não ser apenas o ponteiro do velocímetro que impressiona. O computador de bordo, no ecrã gigante atrás do volante (aquele que agora também se vê no Série 3) mostra-nos números pouco agradáveis à carteira. Há consumos de dois dígitos.

No dia-a-dia, sem as loucuras do Sport Plus, o monstro mostra a outra face. Sem comprometer totalmente o espírito desportivo de um modelo que o é, conseguimos médias bem mais comedidas, embora consoantes com um motor de 3 litros. Permitem evitar tantas visitas ao posto de abastecimento, ainda que seja sempre uma boa desculpa para um passeio solitário daqueles em que as todas traseiras insistem em deslizar com mais vigor, deixando-nos sentir aquela força G lateral que tantos pelos da nuca é capaz de levantar.

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Douro inicia vindimas e estima aumento de produção de 30%

  • Lusa
  • 25 Agosto 2019

O Douro está a iniciar as vindimas e prevê um aumento de produção na ordem dos 30% nesta campanha, mas na região verificam-se cada vez mais dificuldades em recrutar mão-de-obra.

A vindima culmina um ano de trabalho e é considerada a época alta da mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo. As vinhas enchem-se de vindimadores e a região de turistas que querem ver e até participar no corte das uvas.

A Quinta do Vallado, no concelho de Peso da Régua, distrito de Vila Real, foi uma das primeiras da região a arrancar com a vindima. Primeiro cortam-se as uvas brancas, seguindo-se, dentro de dias, as uvas tintas. A propriedade possui uma equipa que trabalha o ano inteiro e, nesta altura, recorre também aos empreiteiros agrícolas e contrata diretamente pessoas das aldeias próximas.

Francisco Ferreira, responsável pela gestão agrícola e de produção do Vallado, assinalou a mão de obra como “uma dificuldade” e referiu que se nota que, de ano para ano, mais pessoas saem da região e menos querem trabalhar na agricultura.

Com o aumento estimado da colheita, na ordem dos 30% em toda a região demarcada, as carências de mão-de-obra poder-se-ão também intensificar.

Fátima Carvalho, com 63 anos, trabalha para a Agropenaguião, uma empresa que fornece mão-de-obra para as atividades agrícolas. É de Ancede, em Baião, e disse à agência Lusa que se levanta às 03:30 para se preparar, fazer a merenda e apanhar a carrinha para viajar para o Douro. “Fui sempre habituada na agricultura e já não me custa nada. Não consigo estar em casa”, contou.

António Costa tem 56 anos, é de Barrô, no concelho de Resende, levanta-se todos os dias às 05:00 e regressa a casa por volta das 19:00.

Este trabalhador coordena os vindimadores do empreiteiro na Quinta do Vallado e disse também que “é cada vez mais difícil arranjar mão-de-obra no Douro”, principalmente nestas alturas em que o trabalho se intensifica. “O pessoal novo não quer e são os mais antigos que aqui andam. Vê-se pouca juventude na vinha”, referiu.

Verónica Cardoso é trabalhadora afeta à Quinta do Vallado, tem 26 anos, é natural de Santo Xisto e uma das mais novas que estava nesta vindima, garantindo que gosta de “trabalhar na vinha e ao ar livre”. “Nasci no meio das vinhas e acabei por ficar por cá”, frisou.

Maria Lucília, 64 anos e natural de Loureiro, na Régua, faz vindimas desde que era pequena e sublinhou “que não custa nada” e que gosta do corte das uvas. Este é um trabalho sem teto e, por isso, é com naturalidade que estes vindimadores enfrentam o calor intenso que se sente por estes dias no Douro.

Segundo dados revelados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), no Douro espera-se uma produção na ordem dos 1,6 milhões de hectolitros de vinho, enquanto no ano passado foi de 1,3 milhões de hectolitros. O aumento será na ordem dos 30% face ao ano anterior e de 16% relativamente à média dos últimos cinco anos.

Francisco Ferreira disse que na Quinta do Vallado se prevê um aumento da produção de cerca de 10% comparativamente com 2018, no entanto ressalvou que, no ano passado, a quebra aqui também foi “pouco significativa”. O responsável referiu que em termos quantitativos, este será um “ano ligeiramente acima da média” e explicou que, por causa da pouca chuva, o bago está um pouco pequeno, no entanto esse fator poderá dar “alguma concentração e qualidade à uva”.

“Em termos sanitários foi um ano bom, praticamente sem problemas”, frisou. De acordo com o IVV, na região de produção de vinho do Porto e do Douro o “míldio manifestou-se de forma pouco intensa, não afetando de uma forma geral, a produção”.

O instituto referiu ainda que “as condições climáticas verificadas, com destaque para o mês de junho, com humidade relativa elevada e dias encobertos, contribuíram para a propagação do oídio, mas sem impactos significativos na produção”.

Em contrapartida, no ano passado verificaram-se situações de granizo, míldio e escaldão, o que se refletiu na produção final.

Em todo o país, de acordo com o IVV, estima-se que a produção de vinho na campanha 2019/2020 atinja um volume de 6,7 milhões de hectolitros, o que se traduz num aumento de 10% relativamente à campanha 2018/2019 e 4% em relação à média dos últimos cinco anos.

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Há 54 autarquias que levam mais de 60 dias a pagar aos fornecedores. Vila Real de Santo António leva 502

A Direção Geral das Autarquias atualizou os dados dados. No primeiro semestre do ano, 54 autarquias levavam mais de 60 a pagar as dívidas aos fornecedores. Há um ano era 74, houve uma redução de 27%.

As autarquias estão mais cumpridoras. A 30 de junho, 54 municípios levavam mais de 60 dias a pagar aos seus fornecedores, um desempenho que compara com as 74 câmaras registadas há um ano. O campeão do incumprimento foi Vila Real de Santo António com 502 dias, um desempenho que tem vindo a piorar há, pelo menos, quatro trimestre consecutivos.

Em segundo lugar, o pior pagador é a Nazaré que se mantém neste pódio pelas piores razões. Ainda assim esta autarquia liderada pelo socialista Walter Chicharro tem vindo a melhorar este desempenho desde 2016, altura em que os atrasos nos pagamentos aos fornecedores superavam os 1.200 dias. Nos últimos três trimestres a Nazaré foi mesmo a autarquia que mais tempo levou a pagar, tendo agora no segundo trimestre de 2019 descido para segundo lugar com 458 dias de atraso.

Há um ano, a autarquia com pior desempenho era de Portimão com um atraso de 1.290 dias nos pagamentos a fornecedores. Desde então, a câmara socialista corrigiu os maus comportamento e nem sequer consta da tabela elaborada pela Direção-Geral das Autarquias Locais onde apenas constam os municípios que demoram mais de 60 dias a pagar.

Freixe de Espada à Cinta (PSD), em contrapartida, tem vindo a piorar o desempenho. Enquanto no final de dezembro de 2018 estava em quarto lugar com 343 dias para regularizar as suas contas, dois trimestre depois está em terceiro lugar com uma demora de 352 dias, o que ainda assim consiste numa melhoria face ao trimestre anterior (364 dias).

Entre as melhorias mais significativas Celorico da Beira (PSD) que passou de um atraso de 1.255 dias a 31 de dezembro de 2015, para 556 dias no final de 2018 e 212 dias no final do primeiro trimestre deste ano.

Em sentido estão alguns agravamentos como por exemplo, em Sousel (PS) que passou de 42 dias no terceiro trimestre de 2018 para 171 dias a 30 de junho de 2019 (307%); Serpa (PCP) que passou de 41 para 104 dias no mesmo período (153,6%); Moimenta da Beira (PS) que passou de 76 para 140 dias (84,2%); ou o Sardoal (PSD) que passou de 73 para 102 dias (39%).

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Rio diz que críticas de António Costa ao BE refletem “medo” de perder votos à esquerda

  • Lusa
  • 24 Agosto 2019

O líder do PSD, Rui Rio, disse que as críticas de António Costa ao Bloco de Esquerda refletem "ingratidão" e o "medo" que o PS tem em "perder" votos para os bloquistas.

“O que eu pessoalmente não acho bonito – e isso eu não faço – é, por exemplo, o que está a fazer o Partido Socialista, que andou com o Bloco de Esquerda de braço dado durante quatro anos […] e agora que precisa está com medo de que os votos da esquerda fujam para o BE”, disse Rui Rio.

O líder socialista, António Costa, sugeriu hoje, em entrevista ao semanário Expresso, que o BE “vive na angústia de ter de ser notícia”, enquanto o outro parceiro da ‘geringonça’, o PCP, tem outra “maturidade institucional”.

“Não quero ser injusto, mas são partidos de natureza muito diferente. O PCP tem uma maturidade institucional muito grande. Já fez parte dos governos provisórios, já governou grandes câmaras, tem uma forte presença no mundo autárquico e sindical, não vive na angústia de ter de ser notícia todos os dias ao meio-dia… Isto permite uma estabilidade na sua ação política que lhe dá coerência, sustentabilidade, previsibilidade, e, portanto, é muito fácil trabalhar com ele”, disse.

Já sobre os bloquistas, o também primeiro-ministro referiu que, “hoje, a política tem não só novos movimentos inorgânicos do ponto de vista sindical, como também novas realidades partidárias que se expressam”.

“Há um amigo meu que compara o PCP ao Bloco de uma forma muito engraçada: é que o PCP é um verdadeiro partido de massas, o Bloco é um partido de mass media. E isto torna os estilos de atuação diferentes. Não me compete a mim dizer qual é melhor ou pior, não voto nem num nem no outro”, disse.

Em declarações aos jornalistas, durante a 40.ª edição da AGRIVAL – Feira Agrícola do Vale do Sousa, em Penafiel, Rui Rio afirmou que as críticas de António Costa ao Bloco de Esquerda são uma “tática política”.

“Nós não devemos andar na política à espera de gratidão, efetivamente não, mas a ingratidão não é uma coisa bonita. Aquilo que eu noto e leio naquela entrevista é efetivamente uma relação com quem o apoiou que mostra uma forma de estar”, referiu o líder do PSD, adiantando que este é “um divórcio violento”.

Apesar de o social-democrata considerar que as críticas de António Costa refletem o “medo” em perder votos à esquerda, acredita que o único partido de alternativa ao atual Governo é o PSD.

“Só dois partidos é que podem ter aspirações a ganhar as eleições, os outros aspiram naturalmente a ter o melhor resultado possível. Agora, alternativa ao atual Governo do Partido Socialista só há o PSD, isso não há por onde fugir […]. É assim há muitos anos e é assim que vai continuar a ser”, referiu.

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FC Porto vence na Luz e impõe primeira derrota ao Benfica

  • Lusa
  • 24 Agosto 2019

O FC Porto venceu o Benfica, por 2-0, e impôs a primeira derrota da época ao campeão nacional, em jogo da terceira jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio da Luz, em Lisboa.

Zé Luís, melhor marcador do campeonato, com quatro golos, fez o primeiro, aos 22 minutos, e Marega fixou o resultado, aos 86, confirmando a primeira derrota do treinador Bruno Lage no campeonato, depois de 20 vitórias e um empate desde que assumiu o comando da equipa na 16.ª jornada da época passada.

Os ‘dragões’, que arrancaram o campeonato com uma derrota no terreno do Gil Vicente (2-1) e golearam depois do Vitória de Setúbal (4-0), foram os primeiros a marcar ao Benfica, que goleou o Sporting na Supertaça (5-0) e bateu Paços de Ferreira (5-0) e Belenenses SAD (2-0) na Liga.

Com este triunfo, o FC Porto iguala o Benfica no topo da classificação, ambos com seis pontos, tanto quantos o recém-promovido Famalicão, que visita no domingo o Vitória de Guimarães.

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Investidores vão de férias, mas negócios na bolsa não param. E nem sempre correm bem

A última grande crise financeira começou a 9 de agosto de 2007. Mas não foi a única. Existiram outros verões conturbados nos mercados. Neste, a guerra comercial é a principal ameaça.

Fotomontagem: Lídia Leão / ECO

Verão, calor, praia… São estes os pensamentos da maioria das pessoas nesta altura do ano e os investidores não deverão ser exceção. As negociações nos mercados financeiros desaceleram, mas não param e são vários os problemas que surgiram exatamente durante o verão. Foi assim com a maior crise económica e financeira desde a viragem do século. A dúvida é se a espuma do mar estará a trazer novamente à costa uma surpresa negativa.

Há quase dois séculos e meio, em junho de 1772, os bancos do Reino Unido inundavam a economia com crédito barato quando os donos de uma prestigiada financeira fugiam para França por não conseguirem responder aos pagamentos que tinham a fazer. A situação lançou o pânico e a crise do crédito espalhou-se pela Europa e pelas colónias britânicas.

Não é, no entanto, preciso recuar tanto. O verão de 1982, há menos de quatro décadas, foi quente. Apesar de ser inverno na região, a crise aconteceu na América Latina, onde o México, Brasil e Argentina — que se financiavam a baixos custos para pagar o desenvolvimento e infraestruturas — se viram afogados em dívidas. A recessão mundial da década anterior revelou a incapacidade de reembolso e, em agosto de 1982, o México declarava oficialmente que não conseguia pagar aos credores.

Quinze anos depois, a crise das dívidas soberanas da América Latina viria a repetir-se na Ásia. Em julho de 1997, o governo tailandês decidiu desvincular a moeda local, o baht, do valor do dólar. A moeda afundou de tal forma que o país, que já tinha dificuldades em pagar a dívida a credores internacionais, teve de assumir que não conseguia fazê-lo. A história é semelhante: a crise espalhou-se pela região, com a Coreia do Sul, Indonésia, Laes, Hong Kong e Malásia a ser afetados.

9 de agosto e uma seca nos mercados

Uma década mais tarde, seria a vez da Zona Euro e dos EUA. “Umas das maiores crises financeiras da história, a crise do subprime, desencadeou-se no mês de agosto. Dia 9 de agosto de 2007 é a data consensual para o início da crise financeira que abalou o mundo nas últimas décadas”, lembra Nuno Caetano, analista da corretora Infinox.

"Umas das maiores crises financeiras da história, a crise do subprime, desencadeou-se no mês de agosto. Dia 9 de agosto de 2007 é a data consensual para o início da crise financeira que abalou o mundo nas últimas décadas.”

Nuno Caetano, analista da Infinox

Nesse dia, o Banco Central Europeu (BCE) injetou 96 mil milhões de euros para ajudar os mercados e tentar evitar uma crise financeira, já que a liquidez do mercado interbancário começou a secar. “À época, esta foi a maior injeção de liquidez de sempre, na história do banco central”, recorda Caetano.

Mas o BCE, então liderado por Jean-Claude Trichet, não estava sozinho. A Reserva Federal norte-americana lançou 24 mil milhões de dólares nas habituais operações de concessão de liquidez aos bancos, assim como o Banco do Japão injetou um bilião de ienes (o equivalente a 8,45 mil milhões de dólares). O Banco da Austrália e o Banco da Coreia também se mostraram prontos a intervir.

Apesar da tomada de posição dos bancos centrais, os problemas da banca não passaram e foram-se agravando ao longo de um ano. Chegado setembro de 2008, o banco norte-americano Lehman Brothers falhava um negócio para ser comprado e via-se obrigado a abrir falência. Foi a maior de sempre do setor financeiro e fez com os problemas da banca se tornassem numa crise profunda e global, cujas consequências ainda se sentem.

Quem fica é que mexe o mercado

Não só a nível macro, mas também nas cotações das bolsas ou nos juros das dívidas, a tendência é notória: no verão, o volume de transações baixa e os movimentos correm o risco de ter efeitos amplificados. “Em agosto há menos volume negocial porque grande parte dos analistas e dos investidores encontram-se de férias”, refere Carla Maia Santos, sales team leader da corretora XTB.

Com menos investidores, os que estão a negociar, acabam por influenciar mais as tendências e a volatilidade acaba por ser muito maior, com maiores variações intra-diárias”, sublinha. Este ano, o verão nos mercados voltou a ser especialmente quente, com dois grandes temas a criarem receios entre os investidores.

Ordens recebidas pelos intermediários financeiros em Portugal afundam em agosto

Fonte: Comissão do Mercado de Valores Mobiliários

Os analistas não têm dúvidas que a guerra comercial é o principal fator que está a afetar os mercados este verão, com as bolsas a serem atiradas para terreno negativo no acumulado do ano e os juros das dívidas a negociarem em mínimos históricos. A desaceleração das grandes economias globais, bem como as tensões sentidas em Itália e na Argentina têm também pesado. Resta saber se a guerra comercial terá impacto suficiente para aquecer este verão à semelhança de verões anteriores.

Mesmo num cenário de crise durante o verão, é possível ganhar com a turbulência das bolsas. “Os investidores podem proteger-se, investindo em ativos-refúgio, como o ouro, o iene japonês ou o franco suíço. O valor do ouro disparou e toca valores de 2013. Ou poderão shortar os índices acionistas, investir no movimento de desvalorização, através de derivados financeiros, como os CFD, por exemplo”, sublinhou Carla Maia Santos.

Nuno Caetano concorda que é possível “ganhar com a crise, através de especulação no mercado”, sugerindo ainda a possibilidade de “esperar por momentos em que os ativos estão em mínimos históricos para comprá-los nessa altura e ganhar com a correção de mercado”. Em alternativa lembra que “muitas vezes ativos reais como o mercado imobiliário são uma alternativa de proteção por parte dos investidores aos ativos mobiliários”.

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Johnson diz que União Europeia deve “deixar cair” rede de segurança irlandesa para evitar um não acordo

  • Lusa
  • 24 Agosto 2019

O primeiro-ministro britânico declarou que a União Europeia devia “deixar cair” o dispositivo para a fronteira irlandesa (‘backstop’) se quer evitar uma saída sem acordo do Reino Unido da UE.

“Eu não quero que não haja acordo. Digo aos nossos amigos na UE que se não querem um ‘Brexit’ sem acordo então é preciso deixar cair o ‘backstop’ (rede de segurança) do tratado”, disse Boris Johnson à imprensa pouco antes de aterrar em França para a cimeira do grupo dos sete países mais industrializados (G7).

O dispositivo previsto no tratado do ‘Brexit’ para a fronteira irlandesa, entre a parte da ilha que inclui o Reino Unido e a República da Irlanda que é membro da UE, constitui um dos principais pontos de desacordo entre Londres e Bruxelas.

Prevê que, à falta de melhor solução após um período transitório e para evitar o regresso de uma fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda, todo o Reino Unido permaneça num “território aduaneiro único” com a UE.

Boris Johnson considera que o dispositivo mina a “soberania do Estado britânico” e que o impedirá de conduzir uma política comercial independente das regras da União.

“Se Donald Tusk (presidente do Conselho Europeu) não quer ficar como o Sr. Não Acordo do ‘Brexit’ deve pensar nisto”, disse o primeiro-ministro britânico.

Antes, Tusk tinha dito aos jornalistas esperar que “(Boris) Johnson não queira passar à história como o Sr. Não Acordo”, depois de se ter declarado “disposto a ouvir” as propostas do primeiro-ministro britânico para um acordo acerca do ‘Brexit’, desde que sejam “realistas e aceitáveis para todos os Estados membros, incluindo a Irlanda”.

Johnson e Tusk vão reunir-se pela primeira vez, à margem da reunião do G7, que decorre entre hoje e domingo em Biarritz (sudoeste).

O primeiro-ministro britânico admitiu na sexta-feira que “não vai ser fácil” encontrar uma alternativa para o mecanismo de salvaguarda da fronteira irlandesa.

Johnson prometeu sair da UE a 31 de outubro, com ou sem acordo, mas pretende renegociar o ‘backstop’.

Nos encontros que manteve na quarta-feira com a chanceler alemã, Angela Merkel, e na quinta-feira com o presidente francês, Emmanuel Macron, os dois líderes europeus frisaram que o mecanismo “é indispensável” e colocaram o ónus no Governo de Londres, que terá de encontrar uma alternativa viável que possa substituir o ‘backstop’.

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Benfica vale mais e é o favorito. FC Porto desafia todas apostas do Clássico

"O Benfica tem o melhor plantel dos últimos anos", diz Sérgio Conceição. "Nos quatro jogos vejo coisas muito boas" no Porto, elogia Bruno Lage. Eternos rivais defrontam-se este sábado.

O que esperar do clássico deste sábado? O Benfica aparenta ter favoritismo que o FC Porto vai tentar contrariar quando se defrontarem ao final da tarde (19h00, Benfica TV). Os encarnados lideram a Liga portuguesa ao cabo de duas jornadas e jogam perante os seus adeptos num Estádio da Luz que tem provado ser um reduto impenetrável no último ano. Outro fator a favorecer as águias: têm um plantel mais valioso que os dragões.

Ainda que as saídas de Jonas e João Félix possam ter subtraído valor ao Benfica, o plantel ao dispor de Bruno Lage apresenta um valor de mercado de 312,7 milhões de euros, o que dá cerca de 10,8 milhões de euros de média por jogador, segundo o site especializado Transfermarkt. “O Benfica tem o melhor plantel dos últimos anos”, reconheceu o técnico portista na antevisão ao jogo.

O valor compara positivamente com uma avaliação de 260 milhões que é atribuída à equipa de Sérgio Conceição, uma média de 8,6 milhões de euros por atleta. A turma azul e branca também sofreu uma profunda remodelação no último defeso, perante a saída de jogadores como Militão, Brahimi e Herrera. E, ao contrário do adversário de hoje, teve um arranque de época para esquecer, algo que Bruno Lage desvaloriza: “Nunca analiso um jogo em função do adversário, nem vejo os golos. Nos 4 jogos [já realizados] vejo coisas muito boas”.

Ambas as equipas possuem avançados de referência, casos de Raul de Tomas (avaliado em 20 milhões de euros) e Rafa Silva (28 milhões) no lado do Benfica, e de Marega (30 milhões) e Corona (22 milhões), que poderão ser a chave da partida. Mas é no setor defensivo onde residem as principais estrelas de cada emblema: os defesas encarnados Grimaldo e Rúben Dias estão avaliados em 32 milhões; os portistas Alex Telles e Danilo Pereira têm um valor de 35 milhões e 30 milhões de euros, respetivamente.

Estes valores valem o que valem, é certo, e é dentro de campo onde tudo se vai decidir.

Apostas dão favoritismo ao Benfica. Golo? Seferovic

O FC Porto chega à Luz ainda a recuperar dos efeitos da saída precoce da Liga dos Campeões, depois da derrota na eliminatória com os russos do Krasnodar, o que vai afastar os dragões de um prémio monetário de, pelo menos, 44 milhões de euros. Após um arranque em falso na Liga, com a derrota diante do Gil Vicente, a equipa deu a volta à mini-crise que se instalou no Dragão com um categórico triunfo sobre o Vitória de Setúbal por 4-0 na última semana.

Num momento bem mais positivo, o Benfica iniciou a defesa do título com duas vitórias incontestáveis. Se os cinco golos marcados ao Paços de Ferreira (primeira jornada) e os dois marcados ao Belenenses (segunda jornada) não são suficientes para provar o bom arranque encarnado, a goleada imposta ao Sporting por 5-0 na Supertaça reforça a ideia de que as águias estão estão prontas para atacar novamente esta época.

É com este pano de fundo que as casas de apostas dão claro favoritismo à equipa da casa. Um euro apostado numa vitória do Benfica rende entre 1,85 euros e 2,00 euros, segundo uma consulta em vários sites de apostas como o Placard, Bet.pt, Betclic. Um triunfo do FC Porto é visto como menos provável pelos apostadores. As odds situam-se entre os 3,9 euros e 4,4 euros.

Quem marca? Melhor artilheiro do campeonato na época passada, Haris Seferovic é o principal candidato a fazer balançar as redes contrárias, com cada golo do ponta-de-lança suíço a dar um retorno de 2,42 euros na Betclic. Vinicius e Raul de Tomas também são ameaças do lado encarnado. No FC Porto, as atenções vão estar viradas para este trio: Tiquinho Soares, Marega e Zé Luís.

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Geringonça lança farpas na “aldeia do Astérix”: Da ingovernabilidade à paciência revolucionária

Três entrevistas: ao ECO, Expresso e Lusa. Líderes da geringonça tentam demarcar-se uns dos outros. Há elogios e também farpas no país que Costa descreveu como a “aldeia do Astérix da estabilidade”.


A pouco mais de um mês das eleições legislativas, aquece o debate político. António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa deram três entrevistas neste final de semana em que falam da atual solução governativa, — com elogios e críticas — mas também já esgrimem argumentos sobre cenários futuros de governação.

O primeiro a falar foi António Costa que, em entrevista ao Expresso [conteúdo pago] e que o jornal publicou uma parte esta sexta-feira, lançou uma farpa política ao Bloco de Esquerda: “Há um amigo meu que compara o PCP ao Bloco de uma forma muito engraçada: é que o PCP é um verdadeiro partido de massas, o Bloco é um partido de mass media. E isto torna os estilos de atuação diferentes.”

Em entrevista ao ECO, que será publicada na íntegra esta segunda-feira, a líder do Bloco respondeu, ainda assim num tom cauteloso: “os partidos políticos ganham em respeitar-se, em respeitar as diferenças que temos, em respeitar as pessoas que confiam em nós e que estão nos partidos. É bastante melhor do que fazer caracterizações mais ou menos caricaturais uns dos outros, que não ajuda ninguém”.

Este sábado, já depois de o Expresso publicar a entrevista ao primeiro-ministro na íntegra, Catarina Martins subiu o tom. António Costa fez a analogia com a situação política de Espanha para dizer que “com um PS fraco e o nosso Podemos forte”, significaria “a ingovernabilidade e a impossibilidade de haver uma solução governativa feliz”

Ao falar do “nosso Podemos” Costa referia-se ao Bloco de Esquerda que este sábado responde mais à letra: “o desejo de uma maioria absoluta pode levar à arrogância e à tentação de fazer caricatura”, diz Catarina Martins ao ECO.

Numa nota publicada este sábado no site do partido, a coordenadora do Bloco explica o que entende por maioria absoluta: “a maioria absoluta é o pântano onde a corrupção se esconde, os abusos fiscais se multiplicam, as cumplicidades se instalam e a democracia é atrofiada”.

Elogios ao PCP, uma angustia e uma paciência revolucionária

Na entrevista ao Expresso, António Costa faz elogios rasgados ao PCP — “o PCP tem uma maturidade institucional muito grande” — mas também lança algumas ferroadas políticas aos parceiros da geringonça: “Não dizemos como Catarina Martins que esta legislatura foi uma batalha da esquerda contra o PS, porque é uma descrição que manifestamente descola da realidade, nem temos de ter as angústias de Jerónimo de Sousa a dizer todos os dias: ‘Este não é o nosso Governo nem apoiamos este Governo‘”.

Jerónimo de Sousa não deixou António Costa sem troco. Em entrevista à agência Lusa [acesso pago], acusa o PS de se curvar em favor do “grande capital monopolista e da banca” e da “União Europeia e suas instituições”. Dá como exemplo a aprovação do Código de Trabalho que os socialistas aprovaram com a direita e à revelia da vontade dos parceiros da esquerda.

O líder do PCP vai mais longe: elogia “a grande franqueza” da relação com o PS”, embora “nalgumas matérias bastante renitente, onde, por vezes, quase era necessário uma paciência revolucionária – passe o termo -, fosse nas reformas, pensões ou manuais escolares, lá vinha sempre a preocupação em relação ao défice, à economia, com o Ministério das Finanças a ter ali um papel de negação ou de carimbo em relação àquelas medidas”.

Na entrevista ao semanário Expresso, o primeiro-ministro elogia o cenário de estabilidade no país e afirma que “um dos fatores distintivos de Portugal no conjunto da Europa é sermos praticamente uma espécie de aldeia do Astérix da estabilidade”. A pouco mais de um mês das eleições legislativas, os líderes que governam a “aldeia povoada por irredutíveis portugueses” vão trocando galhardetes e farpas políticas.

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