Suspensa greve dos motoristas de matérias perigosas. SNMMP e Antram recuperam protocolo assinado em maio

Eram 2h00 quando o SNMMP desconvocou a greve ao trabalho extraordinário que deveria ter começado às zero horas deste sábado. Acordo que recupera protocolo de maio permitiu travar a paralisação.

Os motoristas de matérias perigosas cancelaram durante a madrugada a greve ao trabalho extraordinário que deveria ter tido início às 00h00 deste sábado e prolongar-se até 22 de setembro. Pela 1h00, o Sindicato Nacional dos Motoristas das Matérias Perigosas (SNMMP) assinou o acordo que previa desconvocar a paralisação e dava o primeiro passo para o reinício das negociações com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram).

Os patrões entrariam por essa hora no ministério das Infraestruturas, já com a garantia que os motoristas suspendiam a greve, algo que estava estipulado o documento fechado ao longo do dia de ontem.

Como o ECO avançou, este documento assinado entre as partes estipula que não haverá mediação por parte da Direção Geral das Relações do Trabalho e Empresa e que será recuperado o protocolo assinado a 17 de maio e que permitiu desconvocar uma segunda greve destes profissionais.

“O país está cansado destas greves, não temos dúvidas de que os motoristas também, as empresas também. Foram quatro pré-avisos de greve em pouco mais de quatro meses”, lembrou Pedro Nuno Santos, ministro das infraestruturas, citado pela Lusa, no final da reunião com o SNMMP e a Antram.

Os representantes dos motoristas e dos patrões confirmaram existir um “princípio de acordo”, com Francisco São Bento, presidente do SNMMP, a sublinhar que os motoristas saíam o encontro “com a garantia de que todo o trabalho realizado pelos profissionais será remunerado”.

Já o representante da Antram fala em “vitória comum” e de um acordo que “lança as bases para um reconciliação do setor”.

“Nunca desistimos de promover a via do diálogo como uma via de resolução do conflito”, disse ainda o ministro, destacando que “estão criadas todas as condições para que o SNMMP e a Antram possam trabalhar em conjunto” e em diálogo, que “é a via correta para se resolver estes conflitos”.

Uma greve, dois pré-avisos para voltar à estaca zero

Os motoristas de matérias perigosas avançaram a 21 de agosto com o aviso prévio para aquela que seria a terceira paralisação em cinco meses. A greve, anunciada para decorrer de 7 a 22 de setembro, ia afetar apenas o trabalho acima das oito horas em dias úteis e todo o trabalho aos fins de semana. Mas os contactos desenvolvidos com a mediação dos ministérios da Infraestruturas e do Trabalho e Segurança Social permitiram evitar a paralisação e recuperar o protocolo de maio.

Quando as partes em conflito, SNMMP e Antram, se reuniram para debater os serviços mínimos, e tal como o ECO deu conta, registou-se uma certa aproximação entre patrões e trabalhadores, não apenas ao nível do apaziguamento dos discursos públicos, como através da própria discussão tida então no Ministério do Trabalho. A reunião durou perto de sete horas não tanto à conta da discussão sobre os serviços mínimos a vigorar na paralisação de 7 de setembro, mas porque tanto o sindicato como a Antram aproveitaram a ocasião para voltar a abrir a porta à mediação, sobretudo o primeiro.

Esta sexta-feira, a poucas horas do início da paralisação, trabalhadores e patrões voltaram a aproximar-se para assinar um documento” trabalhado pelas partes” e que foi assinado primeiro pelo SNMMP e só depois – porque previa antes de mais desconvocar a greve – pelos patrões.

Ou seja, quatro meses e uma greve depois, Antram e motoristas voltam ao praticamente ao ponto de partida. A diferença estaria nas conquistas alcançadas nas negociações entre as empresas de transportes e a Fectrans, até porque o SNMMP pode aderir ao acordo já assinado entre a Antram e a federação.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Suspensa greve dos motoristas de matérias perigosas. SNMMP e Antram recuperam protocolo assinado em maio

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião