“Big Four” concentram 45% das receitas de auditoria em Portugal
Deloitte, PwC, EY e KPMG acentuaram domínio no mercado de auditoria em Portugal no último ano, concentrando 45% das receitas relativas aos serviços de fiscalização das contas de empresas e bancos.
As “Big Four” acentuaram o seu domínio no mercado de auditoria em Portugal no último ano, tendo concentrado 45% do total dos honorários relativos aos serviços de acompanhamento e fiscalização das contas de empresas e bancos.
No total, Deloitte, PwC, EY e KPMG receberam no ano passado honorários de auditoria no valor de 72,1 milhões de euros em 2018. Isto significa um aumento de cerca de 10% face ao ano anterior, o que contribuiu para o acentuar do grau de concentração do mercado de auditoria nacional, de acordo com os dados revelados esta quinta-feira pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que desde 2016 passou a supervisionar o setor.
Em 2017, as quatro principais auditoras representavam 42% das receitas de auditoria, um grau de concentração já de si elevado e que não é exclusivo no mercado nacional. Ainda assim, a tendência agravou-se em três pontos percentuais em 2018.
Segundo a CMVM, que publicou as estatísticas sobre o setor das auditoras em Portugal no relatório sobre os resultados do sistema de controlo de qualidade da auditora no ciclo 2018/2019, o valor global dos honorários pagos a todas as auditoras a trabalhar em Portugal aumentou 2% face a 2017, tendo ascendido a 160,2 milhões de euros.
Apesar do aumento da concentração nas chamadas “Big Four”, o regulador liderado por Gabriela Figueiredo Dias nota em comunicado que “não existiram alterações na repartição dos honorários entre as maiores firmas de auditoria nos exercícios de 2017 e 2018”.
Estavam registados na CMVM 1.404 auditores em maio de 2019 (-0,5% face a 2018), dos quais 1.218 revisores oficiais de contas e 186 sociedades de revisores oficiais de contas. Por sua vez, o número de entidades de interesse público (emitentes de valores mobiliários, bancos, seguradoras, empresas do Estado com faturação anual superior a 50 milhões de euros e ativos de 300 milhões e cujos auditores são da responsabilidade exclusiva da CMVM) manteve-se nos 1.095 em maio, com o número de auditores destas entidades a manter-se nos 58.
Em 2018, foram produzidos mais de 29 mil relatórios de auditoria, sendo que apenas 5% destes relatórios foram relativos a entidades de interesse público. Os restantes foram de entidades que não são de interesse público e cujas auditoras são alvo da fiscalização da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, com ajuda da CMVM.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
“Big Four” concentram 45% das receitas de auditoria em Portugal
{{ noCommentsLabel }}