Auditoria ao colapso do Citius em segredo para “proteger” a Justiça
Inspetor-geral das Finanças decidiu classificar os documentos como “confidenciais” por considerar que as “vulnerabilidades do sistema” poderiam “prejudicar” o funcionamento da Justiça.
A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) fez uma auditoria ao processo de adaptação do Citius à nova organização dos tribunais, que teve início a 1 de setembro de 2014, mas os trabalhos só começaram em meados de 2015 e até agora não é conhecida qualquer conclusão. O inspetor-geral das Finanças decidiu classificar os documentos como “confidenciais” por considerar que as “vulnerabilidades do sistema” poderiam “prejudicar” o funcionamento da Justiça, avança o Público (acesso condicionado) esta segunda-feira.
Esta decisão do inspetor-geral das Finanças surge depois de uma decisão judicial que rejeitou os argumentos invocados pela Inspeção-Geral das Finanças para impedir que o Público tivesse acesso à auditoria que analisou o colapso do sistema informático Citius, que deixou os tribunais quase paralisados durante 44 dias em 2014.
“O acesso ao processo de auditoria permitiria o conhecimento antecipado a informações sobre as vulnerabilidades do sistema tecnológico e administrativo da Justiça (Citius), com os riscos de prejudicar, influenciar ou impedir o normal funcionamento das instituições públicas no domínio da Justiça”, defende o inspetor-geral, Vítor Braz, para justificar a sua decisão de classificar os documentos como confidenciais.
O jornal recorda que a casa e o gabinete de Vítor Braz foram alvo de buscas em dezembro passado, no âmbito de uma investigação à forma como o inspetor-geral terá travado uma fiscalização mais profunda à Cruz Vermelha.
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