Nova ponte sobre o Douro vai custar à Câmara do Porto mais do dobro do previsto
A autarquia inscreveu no orçamento um total de 13,1 milhões de euros para a futura Ponte D. António Francisco do Santos, a distribuir pelos anos de 2020, 2021 e 2022.
A nova ponte sobre o Douro vai custar à Câmara do Porto cerca de 13 milhões de euros, mais do dobro do que estava inicialmente previsto aquando da apresentação pública do projeto em abril de 2018.
No mapa detalhado dos empreendimentos da empresa municipal Go Porto, que consta do anexo sexto do relatório do orçamento municipal para 2020, a autarquia inscreveu um total de 13,1 milhões de euros para a futura Ponte D. António Francisco do Santos, a distribuir pelos anos de 2020, 2021 e 2022.
Quando foi anunciada em abril de 2018, a nova travessia, cuja conclusão era apontada para 2022, tinha um custo estimado de 12 milhões de euros, integralmente assumidos pelos municípios de Porto e Gaia, em partes iguais. A Lusa questionou esta terça-feira, a câmara do Porto sobre o aumento dos custos do projeto, mas até ao momento sem sucesso.
A nova ponte a instalar entre Campanhã (Porto) e o Areínho de Oliveira do Douro (Gaia) foi apresentada, em 2018, como uma solução para “retirar trânsito automóvel dos dois centros históricos, desviando-o para zonas de expansão e diminuindo a pressão onde ela é mais evidente”, lia-se na proposta de protocolo a assinar entre os dois municípios e discutida em junho desse ano.
Mais de um ano e meio depois, o projeto ainda não avançou para o terreno, permanecendo a Câmara do Porto em silêncio sobre o avanço da nova travessia.
A Lusa continua ainda a aguardar desde o início de outubro, a resposta ao pedido de esclarecimento enviado à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) que foi acusada, em junho, pelo presidente da Câmara do Porto, de estar a “atrasar” a construção da ponte.
“A APA é aquela que nos está a levar a atrasar as questões da ponte com Gaia”, avançou o Rui Moreira, durante a Assembleia Municipal de 26 de junho deste ano. O autarca revelou que os técnicos da APA “entendem que a ponte não deve ter a mesma cota relativamente ao rio do tabuleiro inferior da Ponte Luís I”.
Também a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), em resposta à Lusa em outubro, escusou a adiantar pormenores sobre o projeto, referindo apenas que “no devido tempo e no âmbito das suas competências, a APDL foi consultada sobre esta matéria e deu o seu parecer técnico sobre o projeto”.
Já a Infraestruturas de Portugal esclareceu que disponibilizou apoio técnico às autarquias, mas disse não ter de se pronunciar ou emitir qualquer parecer sobre o projeto em questão.
No anúncio formal, a 12 de abril, os autarcas revelavam que a sétima travessia sobre o Douro seria construída à cota baixa, numa extensão de 250 metros, estando previstas a ligação para trânsito rodoviário e transporte público, uma passagem pedonal e ciclovia.
À data, os autarcas avançavam que seriam necessários dois concursos públicos, um para a conceção a lançar naquele ano (2018) e um segundo de caráter internacional para a construção.
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