Finanças negam 80 milhões de euros a Cabrita para os polícias
Eduardo Cabrita pretende um aumento de 5% no orçamento do Ministério da Administração Interna, mas Mário Centeno tenciona limitar aumentos a 1% em todos os ministérios no próximo ano.
Os ministros Eduardo Cabrita e Mário Centeno não se entendem quanto ao aumento do orçamento do Ministério da Administração Interna para o próximo ano. Cabrita defende um aumento de 5%, em torno de 80 milhões de euros, para poder fazer face às reivindicações das forças de segurança. Mas Centeno tenciona aplicar a regra dos 1% a todos os ministérios, o que significará apenas mais 16 milhões de euros.
A notícia foi avançada esta quinta-feira pelo Público (acesso condicionado), que indica haver uma “tensão” entre os dois governantes. A avançar, a proposta de Mário Centeno dotará o ministério com a tutela das Forças de Segurança de 1.614 milhões de euros, mas Cabrita entende precisar de 1.678 milhões para, entre outras coisas, regularizar os salários dos agentes e pagar despesas extraordinárias, como suplementos remuneratórios nas férias e até a organização das eleições Presidenciais de 2021.
O Público aponta mesmo que, no início desta década, os agentes das forças de segurança ganhavam, em média, 60% mais do que o salário mínimo nacional. Atualmente, os salários continuam acima do salário mínimo, mas em apenas 24%.
Esta notícia surge pouco depois de se saber que continua por cumprir a promessa de Cabrita, feita em maio, de incorporar 200 novos militares no efetivo da GNR. Esta pretensão estará suspensa por falta de uma autorização do Ministério das Finanças.
As reivindicações dos polícias voltaram à ordem do dia depois da manifestação da semana passada, que foi usada pelo deputado do Chega, André Ventura, como palco para um discurso extremado à direita. O primeiro-ministro, António Costa, estará atento ao designado “Movimento Zero” e satisfazer estas reivindicações ajudaria a esvaziá-lo, de acordo com o mesmo jornal.
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