Orey Antunes avança com PER. Pede perdão de 50 milhões
Orey Antunes abriu um processo especial de revitalização (PER). Pede perdão de 90% a 95% sobre dívidas que ascendem a 50 milhões de euros.
A Orey Antunes avançou com um pedido de “abertura de processo especial de revitalização (“PER”) junto do Tribunal Judicial de Comarca de Lisboa,
Juízo de Comércio de Lisboa, com vista à sua recuperação”, de acordo com o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Pede, no âmbito do PER, perdão de 90% a 95% sobre dívidas que ascendem a 50 milhões de euros.
Este PER, que não abrange a Orey Gestão Imobiliária nem a Orey Financial, é apresentado na sequência do processo acelerado de desalavancagem e de aumento de rentabilidade que tem vindo a ser implementado ao longo dos últimos quatro anos, processo exigente e desafiante na medida em que tem sido levado a cabo em continuidade, com acesso limitado a liquidez para a gestão do dia-a-dia e com recurso ao empenho e disponibilidade das equipas, credores e demais stakeholders“, diz.
Apesar dos esforços recentes, “mantém-se ainda um desequilíbrio financeiro de curto prazo de cerca de 12 milhões de euros, o que representa um risco de liquidez”, diz a empresa, justificando assim a entrada em PER.
A Orey pretende com este processo “estabelecer negociações com os seus credores de modo a concluir um acordo conducente à sua revitalização, através da implementação de medidas de regularização do passivo que assegurem a viabilidade da sociedade a longo prazo”. Nesta negociação pede aos credores detentores de créditos não subordinados e créditos subordinados perdão de parte das dívidas.
"Mantém-se ainda um desequilíbrio financeiro de curto prazo de cerca de 12 milhões de euros, o que representa um risco de liquidez.”
Há créditos que serão pagos, como os créditos tributários, créditos privilegiados e os garantidos, que equivalem, em conjunto, a mais de 75 milhões, tanto a pronto como em prestações, mas há depois outros com um valor global de cerca de 50 milhões que ou não serão pagos de todo ou com um perdão entre 90% a 95% do montante em dívida e a totalidade dos juros.
Novos investidores. Nova Orey em seis a nove meses
A Orey diz que o “plano de recuperação proposto considera que a sociedade é suscetível de recuperação, considerando a sociedade ser esta a solução que melhor tutela os interesses dos credores”, mesmo tendo em conta o perdão de dívida que lhes é pedido. Além deste perdão, o PER “pressupõe também a entrada de investidores que possam contribuir para dotar a SCOA dos meios necessários para reembolsar os credores após a aprovação do mesmo”.
Este processo, acredita o Conselho de Administração, “decorrerá por um período de seis meses a nove meses, até ao seu término”. Após a conclusão do processo do PER, haverá uma nova Orey, focada “na gestão e administração de um conjunto de negócios associados ao setor de transportes e logística”, diz a empresa em comunicado enviado à CMVM.
“Tendo em consideração as perspetivas futuras, estima-se que as receitas da SCOA serão suficientes para assegurar as operações da sociedade e o reembolso da divida tributária, de acordo com os termos a aprovar no PER“. No cenário de aprovação e cumprimento do plano de revitalização, é expectativa do Conselho de Administração que a sustentabilidade e continuidade da SCOA se encontrarão asseguradas”, remata.
(Notícia atualizada às 00h05 com mais informação)
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