Fim do financiamento do BEI ao gás será grande desafio para as petrolíferas

  • Lusa
  • 17 Novembro 2019

A Woodmackenzie considera que as novas regras do Banco Europeu de Investimento (BEI) que excluem financiamentos a projetos de gás vão abrandar a procura por esta fonte de energia.

A consultora Woodmackenzie considera que as novas regras do Banco Europeu de Investimento (BEI) que excluem financiamentos a projetos de gás vão ser um grande desafio para as empresas e abrandar a procura desta fonte de energia.

“O novo critério de financiamento do BEI vai tornar muito difícil o financiamento de projetos de gás, e sublinha que o gás está cada vez mais nos holofotes do debate sobre o clima”, disse o diretor de pesquisa da Woodmackenzie, Nicholas Browne.

Numa nota enviada aos clientes, a que a Lusa teve acesso, Browne escreve que “as notícias e o escrutínio político sobre os efeitos do gás na poluição vão intensificar-se” e acrescenta que “isso pode aumentar o risco de a opinião pública se virar para o gás natural da mesma forma que se focou no carvão, na maioria dos países”.

Se isto acontecer, aponta, “a taxa de crescimento da procura de gás natural liquefeito e de gás pode abrandar, o que seria um grande desafio estratégico para as empresas que identificaram o gás como o principal motor do crescimento”.

Moçambique será um dos países mais atentos à evolução do debate político sobre este tema, já que conta com as reservas de gás natural para potenciar o crescimento económico, que pode aumentar a dois dígitos já na próxima década, segundo as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), devido aos grandes investimentos neste setor no centro e norte do país.

Não há um consenso na indústria petrolífera sobre como ou se as empresas devem agir para mitigar este risco; há alguns organismos, como a Iniciativa do Clima no Gás e Petróleo que procura reduções voluntárias entre os seus membros, e há outras entidades governamentais que estão a procurar introduzir mais transparência”, acrescentou o analista.

No entanto, concluiu, “se as medidas voluntárias não forem suficientes, medidas mais restritivas do ponto de vista ambiental, como esta do BEI, podem ser introduzidas por pressões dos acionistas”.

O BEI anunciou na quinta-feira que vai deixar de financiar os projetos ligados aos combustíveis fósseis, incluindo o gás, a começar em 2022. “Depois de uma longa discussão, chegámos a um compromisso para acabar com o financiamento pelo banco de projetos ligados às energias fósseis (…), incluindo o gás, a partir do fim de 20121””, indicou o BEI, em comunicado.

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5G já é mais popular do que o 4G em Portugal

Os portugueses já pesquisam mais por 5G do que 4G no Google. A inversão deu-se em outubro, segundo dados do Google Trends, consultados pelo ECO.

Os portugueses já se interessam mais pelo 5G do que pelo 4G. Este é um sinal de que a tecnologia continua a ganhar popularidade no país, à medida que as operadoras e o Estado se preparam para a nova geração de rede de comunicações.

Dados do Google Trends, consultados pelo ECO, mostram que a inversão na popularidade das duas tecnologias deu-se no mês de outubro, altura em que o motor de busca passou a registar mais pesquisas por 5G do que por 4G em Portugal. Este fenómeno fica evidente ao analisar os dados dos últimos cinco anos, como mostra o gráfico acima.

O gráfico permite medir o pulso ao interesse dos utilizadores do motor de busca em determinados termos ou assuntos. Não mostra a quantidade exata de pesquisas, mas o interesse em cada um dos dois termos. E o 5G já ganha.

Esta informação pública permite também saber quais as regiões de Portugal em que mais se pesquisa por 5G no Google. Analisando por cidade, Lisboa e Porto é onde há mais interesse, também por serem as cidades do país com o maior número de pessoas. Mas olhando para as sub-regiões, o cenário é diferente: o pódio é ocupado, respetivamente, pelos distritos de Évora, Aveiro e pela Madeira, seguidos de Setúbal e Castelo Branco.

Entre os principais termos pesquisados está “tecnologia 5G” e “o que é o 5G”. Este é um indício de que, apesar da popularidade do 5G, muitos portugueses ainda não sabem exatamente o que significa e qual o impacto desta tecnologia nas suas vidas.

O país caminha em direção à quinta geração de rede de comunicações, sendo intenção da Comissão Europeia que haja, pelo menos, uma cidade com cobertura 5G em cada Estado-membro da União Europeia em 2020. Gradualmente, espera-se que o 5G substitua o 4G e que permita velocidades de acesso à internet muito mais rápidas do que as atuais, bem como um número sobejamente maior de dispositivos conectados.

Em Portugal, a Anacom pretende começar a leiloar as licenças a partir de abril de 2020, de forma a permitir que as operadoras lancem o 5G em Portugal. Contudo, o processo está a causa polémica, devido a desentendimentos entre o regulador e as empresas de telecomunicações.

As aplicações do 5G são diversas e estendem-se da medicina à arquitetura e ao entretenimento. Espera-se ainda que seja ainda um desbloqueador da nova era da indústria, com máquinas de alta precisão automáticas ou controladas remotamente, por exemplo.

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Secretário de Estado do Desporto quer construir Pavilhão do Gelo em Lisboa ainda “nesta legislatura”

  • Lusa
  • 17 Novembro 2019

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto acredita que ainda nesta legislatura vai ser construído um Pavilhão do Gelo, em Lisboa, para a prática de desportos.

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto manifestou a convicção de que ainda nesta legislatura vai ser construído um Pavilhão do Gelo para a prática de desportos.

“O Pavilhão do Gelo tenho a certeza que vai acontecer nesta legislatura”, disse João Paulo Rebelo, na gala da Federação de Desportos de Inverno de Portugal (FDIP). Segundo o governante, as negociações têm em vista a localização em Lisboa e o seu papel tem sido o “de intermediação, nomeadamente entre a FDIP e o município de Lisboa”, no que toca à “negociação dos espaços e ultrapassagem de alguns constrangimentos, para que essa possa ser uma realidade o mais breve possível”.

De acordo com o governante, a infraestrutura será apoiada “com financiamento público também”, embora sublinhe que a FDIP “hoje tem alguma receita acrescida”, na sequência da decisão do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) de atribuir à federação receitas provenientes de apostas em modalidades como o hóquei no gelo. O presidente da FDIP, Pedro Farromba, espera que o primeiro pavilhão em Portugal com estas características “seja possível no próximo ano”.

Na gala anual, onde a federação premiou os campeões nacionais da última temporada, Pedro Farromba anunciou a candidatura a um outro equipamento para desportos no gelo: uma pista amovível, a instalar por cima das piscinas das Penhas da Saúde, Covilhã, que FDIP passou a explorar no último verão. A candidatura, que contempla também uma cobertura, foi feita ao Turismo de Portugal, no âmbito da Linha Apoio à Valorização Turística do Interior, e está orçada em cerca de 400 mil euros.

O presidente da federação considera a estrutura “uma valência diferenciadora” na Serra da Estrela, que permite a quem está na zona, nomeadamente aos turistas, “experimentar outras coisas”. No local está projetada a prática de hóquei, patinagem artística, curling, apoio à patinagem de pessoas com deficiência e também a realização de espetáculos, por exemplo para as escolas, “para dinamizar o espaço”.

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Governo “deve retribuir ao turismo” o que setor tem feito por Portugal

  • Lusa
  • 17 Novembro 2019

"Sem turismo forte e competitivo não vamos ter crescimento económico, não vai haver redução do desemprego e não há criação de riqueza", disse o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP).

O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) disse este domingo que o Governo “deve retribuir ao turismo” o que o setor tem feito pelo país, acatando, nomeadamente, algumas das reivindicações ao nível fiscal.

Sem turismo forte e competitivo não vamos ter crescimento económico, não vai haver redução do desemprego e não há criação de riqueza como tivemos nestes últimos quatro anos com a grande participação do turismo”, afirmou Francisco Calheiros, durante o 45.º Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), que decorre este fim de semana no Funchal.

A CTP foi uma das confederações setoriais que entregou aos candidatos às eleições legislativas, e depois ao Governo eleito, um documento com várias reivindicações, nomeadamente a nível fiscal. “E nesse sentido, a nossa opinião é que o Governo deve retribuir ao turismo aquilo que ele tem feito por Portugal. Por duas razões muito simples: a primeira, porque o turismo merece e a segunda, porque o país agradece”, reforçou Francisco Calheiros.

O presidente da CTP reiterou, perante os cerca de 750 participantes do congresso da APAVT, que Portugal vive “uma fadiga fiscal”. À Lusa, Francisco Calheiros também tinha considerado no congresso que a “fadiga fiscal, de uma forma geral, acontece em tudo, quer sejam nos impostos indiretos como diretos”, mas que no turismo “existem algumas questões muito específicas como a dedutibilidade do IVA”.

“Um evento em Vigo [Espanha] custa menos 23% do quem Elvas. Estamos num mundo global, mas depois no que toca à fiscalidade não há globalidade. Sendo só atravessar uma fronteira não posso ter uma vantagem menos competitiva de 23%. Essa é uma questão determinante”, referiu, acrescentando: “Depois há a questão do IVA no golfe. Não são os portugueses que pagam esse IVA, são os estrangeiros que escolhem e temos defendido muito uma fiscalidade mais friendly [amiga] do turismo”.

O responsável pela CTP adiantou que a confederação está “totalmente disponível” para se “sentar com a tutela e lhe apresentar” as suas ideias nesta matéria. “Mas há uma ideia que tem de ficar e não se pode estar sempre a afunilar só para o turismo: a carga fiscal em Portugal é grande“, sublinhou.

Na quinta-feira, a secretária de Estado do Turismo disse que um desafio do setor que tutela é a capacidade de investimento, admitindo que “as empresas agudizam a nível fiscal” e garantindo que obter um sistema mais justo será agarrado “com assertividade”. “[Um] grande desafio prende-se com a capacidade de investimento. Falamos das empresas, das parcerias público-privadas, mas é mais do que notório que as empresas agudizam a nível fiscal“, afirmou Rita Marques, observando que “o ministro da Economia tem referido a necessidade, que está no Programa do Governo, de procedermos ao alívio fiscal”.

“Isto é especialmente importante quer para as famílias, quer para os empresários, termos um sistema fiscal mais justo que possa potenciar maior investimento também no Turismo”, concluiu a governante.

Agências de viagens apelam para que setor se una “como um todo” e trace um caminho

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) apelou para que as associações dos vários segmentos do turismo se “unam como um todo” e se “empenhem num trabalho de matriz comum”. “O setor [turístico] soube reagir como mais ninguém no último ciclo de crescimento, mas não é tão óbvio que esteja a saber agir com igual capacidade e efetividade, em direção a uma estratégia vencedora”, começou por dizer Pedro Costa Ferreira, no encerramento dos painéis de trabalho do Congresso da APAVT.

Por isso, Pedro Costa Ferreira, que há muito admite que o setor vive “um fim de ciclo”, defendeu que o turismo, “como um todo, tem de se unir e fazer, em lugar de se desculpar nos erros dos outros, na inabilidade da gestão pública ou nas circunstâncias de todos”.

O presidente da APAVT considera que este é um dos grandes desafios que o setor vai enfrentar na escolha de uma estratégia comum para os próximos anos. “Este é o espírito da nossa associação e este é, também, o grande desafio que se ergue perante todos nós. APAVT, AHRESP [Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal], APECATE [Associação Portuguesa de Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos], ALEP [Associação do Alojamento Local em Portugal], AHP [Associação da Hotelaria de Portugal], CTP [Confederação do Turismo de Portugal], entre tantas outras, não bastará mais focarmo-nos no que não está bem e nos penaliza“, reforçou.

A obrigação e o dever destas associações é organizarem-se e “empenharem-se numa visão de conjunto e, sobretudo, num trabalho de matriz comum”, declarou. “O setor das agências de viagens tem de encontrar novos modelos de associação e interação, que garantam maior produtividade e competitividade”, acrescentou perante os cerca de 750 participantes do congresso de todos as áreas do turismo.

Pedro Costa Ferreira referiu que as agências de viagens precisam “de mais capacidade de acumulação de capital e de investimento”, lembrando que são empresas, “maioritariamente, pequenas e médias”, e que terão “possibilidade de atenuar este constrangimento em modelos de associação e partilha” nos quais possam implementar estratégias com maior efetividade.

Precisamos de pensar a oferta turística em lugar de nos focarmos apenas na sua promoção. Mas tal só será possível, numa lógica de cooperação entre stackholders e numa lógica de partilha de territórios”, referiu.

Tal como no seu discurso de abertura, o presidente da APAVT voltou a apontar a importância de “trazer o turismo para a centralidade da economia e espalhar os benefícios do turismo por todo o país”. Um objetivo que só será “atingível numa lógica de conjunto, em oposição aos egoísmos que proliferam nas quintas associativas e empresariais que abundam” em Portugal, concluiu.

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Governo quer ter a primeira refinaria de lítio da Europa… no Porto de Leixões

  • ECO
  • 17 Novembro 2019

João Galamba não garante que Portugal venha a ter mais minas de lítio, mas acredita que poderá convencer empresas europeias a trazer para cá uma refinaria.

O secretário de Estado da Energia não garante que Portugal venha a ter mais minas de lítio, mas acredita que o estudo ambiental venha a ser aprovado e, nessa altura, poderá convencer empresas europeias a trazer para território nacional uma refinaria. Isto porque, atualmente, não há na Europa nenhuma refinaria para a produção deste material.

“Queremos dar um passo em frente, instalar a refinação e isso também nos posiciona para atrair investimentos em fábricas de baterias, ou de cátodos, ou de powerwalls. Se já se sabe que quem vai ficar com as fábricas de baterias para carros elétricos é o centro da Europa, isso não me preocupa muito. Só temos de garantir que na cadeia do lítio temos cá o elemento com maior valor acrescentado e que é a produção de hidróxido de lítio“, disse João Galamba, em entrevista ao Público (acesso pago).

Para o governante, a ideia passa por apostar no Porto de Leixões, devido à proximidade com as zonas onde poderá ser feita a extração, mas também porque faz sentido instalar a refinaria onde esta também possa receber concentrados de lítio de outros projetos mineiros internacionais. “Este é que é o nosso projeto e a dimensão extrativa da nossa estratégia está diretamente relacionada com isso”, explica.

De acordo com o secretário de Estado, a Comissão Europeia está a discutir a criação dos critérios europeus que irão definir quem pode ser fornecedor nesta cadeia. “Quando as pessoas dizem que o nosso lítio é mais caro do que o chileno, por exemplo, isso não interessa para nada. Na China, na Austrália ou na América do Sul até podem produzir lítio a um terço do valor em Portugal, mas, se não cumprirem os standards, não podem ser fornecedores da União Europeia“, justificou.

No futuro concurso para prospeção e pesquisa nas nove áreas identificadas pelo Governo, ficará também expresso que a valorização do lítio é feita em território nacional, cumprindo uma de três hipóteses: ou constrói uma refinaria, ou se associa a um consórcio para construir, ou fornece a uma que já existe. “Nós não podemos exigir nem à Savannah nem à Lusorecursos que construam uma refinaria. Os contratos de exploração que eles têm são contratos mineiros”, disse.

“Mas podemos garantir que todos os pedidos de prospeção e pesquisa que nos chegaram, e os que vamos lançar em concurso, vão cumprir esses critérios”, rematou.

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Situação da zona euro é “mais sólida que em 2008”, diz Trichet

  • Lusa
  • 17 Novembro 2019

Para o ex-presidente do BCE, "é inegável o facto de estarmos numa posição mais sólida do que em 2008". Contudo, "devemos manter-nos vigilantes".

O antigo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, considera que “é inegável” que a zona euro está numa “posição mais sólida que em 2008”, quando estalou a última grande crise financeira, mas é preciso manter a “vigilância”.

É inegável o facto de estarmos numa posição mais sólida do que em 2008, quando tive de enfrentar o colapso do Lehman Brothers”, afirmou Trichet, em entrevista à Lusa, defendendo, no entanto, que isso não permite ser complacente.

“Devemos manter-nos vigilantes porque mesmo numa situação mais forte, podemos ter de lidar com choques vindos do resto do mundo”, disse o antigo presidente do Banco Central Europeu (BCE).

O economista francês referiu que existe hoje o “choque decorrente da redução no comércio internacional”, com impacto no abrandamento do crescimento económico global que afeta o crescimento económico da zona euro. E referiu também que a zona euro pode ter de lidar com outros fenómenos, como “um drama nas economias emergentes ou uma grande recessão nos Estados Unidos”. “Isso seria certamente um choque para nós. E a resiliência é absolutamente essencial nessas circunstâncias”, salientou.

“Podemos ter surpresas vindas de vários pontos da economia e do sistema financeiro à escala global e devemos continuar o trabalho árduo ao nível da Europa e de cada país individualmente”, frisou o antigo presidente do BCE.

Questionado sobre o que pode a zona euro fazer para estar melhor preparada para enfrentar potenciais choques, Trichet apontou a união bancária e a união do mercado de capitais como pontos “muito importantes para reforçar a solidariedade e a coesão na zona euro”.

O economista frisou também que são necessárias “boas decisões para reforçar a resiliência”, quer ao nível da zona euro, quer ao nível interno de cada país, destacando a importância de um procedimento de equilíbrio económico, que monitorize a competitividade de cada economia da zona euro. Na entrevista à Lusa, defendeu ainda que as posições do Parlamento Europeu sejam “a última palavra em caso de decisões muito difíceis na zona euro porque isso iria reforçar a responsabilidade democrática da zona euro”.

Questionado sobre se considera que o poder de artilharia do BCE diminuiu, depois das medidas de política monetária não convencionais que têm vindo a ser aplicadas, Trichet respondeu que “pensa que não”, apesar de admitir que “muitas decisões foram tomadas” e muitas com caráter acomodatício. “É óbvio que muito já foi feito e que não se pode contar apenas com os bancos centrais como o único parceiro ativo”, frisou, salientando que é necessário no futuro “muita participação ativa de Governos, poderes executivos de modo geral, deputados” ao nível das medidas orçamentais e reformas estruturais.

“E também precisamos que todos os outros parceiros, incluindo o setor privado, preparem o caminho para sairmos de uma situação que é anormal”, com uma inflação anormalmente baixa, referiu.

O antigo presidente do BCE disse ainda acreditar que, se for necessário tomar decisões extraordinárias para enfrentar “circunstâncias muito difíceis”, os bancos centrais assim o farão, referindo-se tanto ao BCE, como ao Banco do Japão ou à Reserva Federal norte-americana (Fed).

Sobre uma possível descida do objetivo do BCE para a inflação na zona euro, atualmente “abaixo mas próximo de 2%”, como sugeriu recentemente o governador do banco central austríaco, Robert Holzmann, Trichet respondeu não gostar de mudanças na definição da estabilidade de preços, por um lado, pelo facto de os bancos centrais serem “pilares da estabilidade a médio e longo prazo” e existirem para “ancorar expectativas”.

Por outro lado, o economista francês realçou que, antes da última grande crise financeira, apenas o BCE tinha esta meta para a inflação, mas, “desde a crise e por causa da crise”, também a Fed e o Banco do Japão decidiram juntar-se ao grupo que considera os 2% como a definição da estabilidade de preços. “Considero que foi uma muito importante demonstração de convergência conceptual dos principais bancos centrais como consequência da crise”, declarou.

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“Europa não pode deixar que sejam EUA e China a tomar as decisões”, diz Trichet

  • Lusa
  • 17 Novembro 2019

"Somos a economia aberta mais importante do ponto de vista do comércio global (...) e devemos defender ferozmente o nosso interesse", disse o ex-presidente do BCE.

O antigo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, considera que a Europa deve defender “ferozmente” os seus interesses no comércio global e não pode deixar que as decisões sejam tomadas apenas pelos Estados Unidos e China.

Não podemos deixar que as decisões sejam tomadas pelos Estados Unidos e pela China sozinhos. Somos a economia aberta mais importante do ponto de vista do comércio global, somos o mercado mais importante do mundo no que diz respeito ao comércio global, e devemos defender ferozmente o nosso interesse”, afirmou o antigo presidente do BCE, em entrevista à Lusa.

Questionado sobre como pode uma economia como a portuguesa, muito aberta ao exterior, proteger-se de riscos internacionais, o economista francês disse que é importante “ser flexível” e parte de um “conjunto mais amplo e coeso de países e economias”, frisando que Portugal é uma pequena economia, mas integrada na zona euro.

Trichet disse ainda que se trata, na verdade, de um problema da União Europeia (UE) no seu conjunto. “A UE no seu conjunto e a zona euro são mais abertas ao comércio internacional do que os Estados Unidos da América. Posso até dizer que somos duas vezes mais abertos ao comércio internacional em termos de volume de exportações e importações tendo em conta o PIB”.

Trichet acrescentou que a UE está também duas vezes mais integrada nas cadeias globais de valor que os Estados Unidos, o que faz com que o protecionismo norte-americano contra a China, mas também contra a Europa, “constitua um perigo muito importante” para os europeus. “Porque somos duas vezes mais vulneráveis que os Estados Unidos a uma diminuição do comércio global, a uma diminuição das nossas exportações”, salientou.

Questionado sobre o Brexit, Trichet manifestou-se convicto de que “foi um erro”. “Não é do interesse do Reino Unido e creio que também não é do interesse da Europa”, afirmou, admitindo que alguns franceses pensam que, uma vez que o Reino Unido não embarcou verdadeiramente no processo de integração da UE, não partilhando totalmente a visão histórica de longo prazo, talvez fosse melhor sair.

Contudo, o antigo presidente do BCE frisou não pensar dessa forma e considerou ser “realmente uma pena” a saída do Reino Unido da UE, com impacto na “influência da Europa como um todo e também na sua capacidade de ser uma voz forte no cenário global”.

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BCE salvou o euro em 2010 e “Portugal sabe bem disso”, diz Trichet

  • Lusa
  • 17 Novembro 2019

"Salvei o euro em 2010 e Portugal sabe bem disso, porque comprei títulos de dívida portuguesa na altura, quando houve uma especulação devastadora", disse o ex-presidente do BCE.

Jean-Claude Trichet, antigo presidente do BCE, afirma que, juntamente com a sua equipa, salvou o euro em 2010, quando comprou títulos de dívida de Portugal, Grécia e Irlanda, na altura alvos de uma “especulação devastadora” nos mercados.

“Salvei o euro [juntamente com a minha equipa], em 2010, e Portugal sabe bem disso, porque comprei títulos de dívida portuguesa na altura, quando houve uma especulação devastadora” contra Portugal, a Grécia e a Irlanda, afirmou o antigo presidente do BCE em entrevista à Lusa, à margem da conferência “O euro 20 anos depois: a estreia, o presente e as aspirações para o futuro”, que decorreu no Museu do Dinheiro, em Lisboa, na sexta-feira.

Naquela altura, Portugal era um dos países da zona euro que estava na mira dos mercados financeiros, com os juros das obrigações portuguesas a registar máximos históricos, reflexo do risco percecionado em relação ao país.

Em novembro de 2010, os juros da dívida portuguesa a dez anos superaram os 7% no mercado secundário, um máximo histórico, e o nível a partir do qual o então ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, tinha apontado, numa entrevista ao Expresso, como a barreira com a qual se começava a colocar a hipótese de recorrer ao resgate do fundo europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em abril de 2011, Portugal pediu ajuda financeira externa.

Na entrevista à Lusa, o antigo presidente do BCE recordou que, na altura, “o mercado de Nova Iorque estava convencido de que o euro iria desaparecer e que a zona euro seria desmantelada”.

“Tivemos de lidar com a grande crise desencadeada pela falência do Lehman Brothers nos Estados Unidos e tomar uma série de decisões extraordinárias”, que passaram pela compra de obrigações do Tesouro de Portugal, da Grécia e da Irlanda, recordou o economista francês, adiantando que foram, naquela altura, “decisões muito ousadas” e “muito criticadas”.

Trichet respondia quando questionado sobre os oito anos do mandato do seu sucessor, Mario Draghi, considerado por muitos o “salvador do euro” pelo conjunto de medidas que tomou, e que cedeu lugar na liderança do BCE a Christine Lagarde, que tomou posse a 1 de novembro. O antigo presidente do BCE disse que “vê uma grande continuidade nos esforços” empreendidos por si e por Draghi “para manter o empreendimento histórico do euro e da Europa no seu conjunto”. “Porque o euro está na vanguarda da construção europeia”, disse.

Questionado sobre se Draghi deixou uma herança pesada a Christine Lagarde, perante as divergências no seio do BCE sobre as medidas de estímulo à economia da zona euro, Trichet considerou que “não”. “Na altura em que eu era presidente do BCE tive a demissão de dois colegas que não estavam satisfeitos com as decisões que tomámos”, recordou, acrescentando que “é normal nem todos os membros do Conselho de Governadores estarem de acordo” e que é algo que acontece “em todos os bancos centrais”.

“É muito frequente haver diferentes pontos de vista na Reserva Federal ou no Banco de Inglaterra ou no Banco do Japão”, acrescentou, frisando que, apesar do presidente do BCE ser aquele que “apresenta as decisões a todos os cidadãos, aos mercados e à opinião pública”, tendo, por isso, maior visibilidade, as decisões são tomadas pela maioria dos membros do conselho de governadores.

Sobre a nova presidente do BCE, Christine Lagarde, o economista francês sublinhou que “a continuidade é muito importante”. “Tenho a certeza que Christine Lagarde manterá a continuidade das decisões que foram tomadas no tempo de Mario Draghi, da mesma forma que existiu uma continuidade entre o meu mandato e o de Draghi”, defendeu.

Questionado sobre se acredita que Lagarde conseguirá aquilo que nem ele nem Mario Draghi conseguiram — convencer os Governos da zona euro de que é preciso atuarem a favor da economia da zona euro e não apenas o BCE –, Trichet manifestou-se convicto de que existe um consenso nesse sentido, que inclui Lagarde.

O antigo presidente do BCE disse ser “óbvio” que o banco central não pode ser a única entidade sempre disponível para agir, mas que “também é óbvio que não é fácil para os outros parceiros, incluindo governos, deputados e outros poderes executivos tomar decisões neste domínio”.

Jean-Claude Trichet foi o segundo presidente do BCE, entre 2003 e 2011, depois do holandês Wim Duisenberg, que foi o primeiro presidente da instituição, e é atualmente presidente do Conselho de Administração do Bruegel, um ‘think tank’ europeu especializado em economia.

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Trabalhadores da TSF exigem explicações e admitem greve

  • Lusa
  • 16 Novembro 2019

Os trabalhadores da TSF reuniram em plenário e exigem esclarecimentos da administração da Global Media em dez dias. Se não as receberem, avançam para a greve.

Os trabalhadores da rádio TSF ameaçam recorrer à greve se a administração da Global Media não esclarecer, no prazo de dez dias, questões relacionadas com a anunciada reestruturação do grupo. “Os trabalhadores da TSF decidiram conceder um prazo de dez dias para obter uma resposta – por escrito – por parte dos destinatários, findo o qual se reservam o direito de utilizar todas as formas de luta ao seu dispor, incluindo o recurso à greve”, lê-se num comunicado divulgado este sábado.

Segundo o comunicado, “desde o anúncio da nova reestruturação [do Global Media Group], a instabilidade na TSF tem sido grande, agravada por atrasos no pagamento de salários a trabalhadores efetivos e colaboradores”.

Reunidos em plenário na sexta-feira, os trabalhadores da TSF decidiram, “com o apoio do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação Audiovisual”, exigir ao presidente do Global Media Group, Daniel Proença de Carvalho, e aos acionistas Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Rolando Oliveira um esclarecimento, por escrito e no prazo de dez dias, a várias questões que querem ver clarificadas.

Desde logo, os trabalhadores daquela rádio querem “um esclarecimento claro e cabal de quem tem poder de decisão dentro da empresa sobre a reestruturação anunciada, incluindo rescisões por mútuo acordo e um eventual despedimento coletivo, número de trabalhadores a dispensar, critérios para esses despedimentos e datas para que esta reestruturação avance”.

Exigem também a divulgação imediata das contas de 2018, “com as devidas explicações sobre as opções de gestão que levaram ao atual estado do Global Media Group, nomeadamente investimentos feitos em áreas que não tiveram o retorno esperado, prejudicando todo o grupo”.

Também a demissão do diretor da TSF, Arsénio Reis, anunciada em 7 de novembro e contestada pelos trabalhadores, é alvo de um pedido de clarificação, uma vez que as explicações avançadas pela empresa para esta saída “não convenceram os trabalhadores”.

Ainda é pedido “um esclarecimento cabal sobre o futuro do grupo, nomeadamente em termos editoriais, e em especial daquilo que se pretende para a TSF – Rádio Notícias”, o cumprimento do pagamento de salários aos trabalhadores, “efetivos e colaboradores”, e o “cumprimento do pagamento de subsídio de Natal”.

Na quinta-feira, dia 7, a Global Media anunciou que o jornalista Arsénio Reis ia deixar a direção editorial da rádio TSF para exercer novas funções relacionadas com a internacionalização do grupo. “No contexto da reestruturação do Global Media Group e das estratégias em curso para as suas várias marcas, Arsénio Reis foi convidado a aceitar um novo desafio, estratégico, ligado à internacionalização do grupo e a uma nova visão de futuro”, indicava o comunicado interno a que a Lusa teve acesso.

Arsénio Reis, na direção da rádio desde julho de 2016, vai ser substituído interinamente por Pedro Pinheiro, atualmente diretor-adjunto. Rosália Amorim, diretora do suplemento de economia da Global Media, o Dinheiro Vivo, foi apontada como futura diretora da TSF, mas não há qualquer confirmação oficial.

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Investir, apostar ou vender. Sete fintech para ganhar dinheiro através do smartphone

Criptomoedas, crowdfunding imobiliário ou apostas desportivas. O ECO andou pelo Web Summit à procura de novas soluções que permitem investir e gerar retornos a partir do telemóvel.

Não, não se trata exclusivamente de criptomoedas (apesar de haver muitas) nem daqueles sites duvidosos em que se tem de assistir a publicidades sucessivas para receber alguns cêntimos. A ideia de fazer dinheiro online não é nova, mas está a tornar-se cada vez mais real. As fintech estão em força nos mercados financeiros, tornando os investimentos mais acessíveis e reduzindo os custos.

As empresas tecnológicas do setor financeira foram um dos grandes temas do Web Summit 2019. Tal como acontece em quase todos os setores, a digitalização da economia está a mudar a relação das pessoas com as suas finanças e a dos bancos com os seus clientes. Há cada vez mais serviços que podem fazer-se a partir do telemóvel ou do computador e proliferam os bancos e corretoras digitais.

Por um lado, os supervisores financeiros europeus têm alertado para os riscos e desafios de novas soluções que, nalguns casos, ainda não são reguladas, o que até já levou as fintech portuguesas a pedirem regulação específica. Por outro, as principais vantagens — maior conveniência, simplicidade e rapidez, a par de menores custos — desta tendência têm aumentado o interesse dos utilizadores portugueses.

Plataformas de negociação multi-ativos (com produtos para todos os gostos e perfis de risco), investimento em projetos de imobiliário ou clubes de futebol e até mesmo uma bolsa de valores para ténis. O ECO andou pela Web Summit à procura dos bancos e corretoras digitais com solução inovadoras disponíveis para os investidores em Portugal. Conheça-as aqui:

1. eToro

É uma fintech israelita, está presente em 140 países e tem 12 milhões de utilizadores. A eToro é uma plataforma digital de investimento multi-ativos, sendo que a principal característica é permitir “copiar” a estratégia de investimento de outros utilizadores e, mais recentemente, de portefólios de sucesso. Para atrair mais pessoas em Portugal, eliminou as comissões da negociação de ações e ETF (em outros ativos tem comissões que dependem do produto) e incluiu na carteira títulos de três cotadas do PSI-20: BCP, EDP e Jerónimo Martins.

2. Revolut

É mais conhecida pelos depósitos em várias divisas diferentes — tendo anunciado recentemente que vai começar a conceder crédito já em dezembro –, mas não é a única funcionalidade da Revolut. A app permite a compra e venda de ações, bem como de moedas digitais como bitcoin, Litecoin ou Ethereum. No casos das ações, são norte-americanas (o objetivo é alargar a títulos dos mercados europeu e britânico, tal como a ETF) e a negociação é gratuita. Já as criptomoedas, são 25 divisas diferentes, sendo que cobra uma comissão de 1,5% por cada transação. Caso o utilizador não tenha dinheiro na sua conta na Revolut, a aplicação é ainda capaz de converter qualquer criptomoeda, em dinheiro.

3. Bitwala

Apresenta-se como a primeira plataforma tudo em um. A alemã Bitwala combina uma conta bancária, com uma carteira digital de bitcoin e transações desta criptomoeda. É regulada pela autoridade financeira da Alemanha e a conta está, na prática, alojada num banco alemão. A vantagem é que depósitos até 100 mil euros estão protegidos pela garantia de depósitos no país e oferece ainda um cartão de débito Mastercard. É possível negociar 24 horas por dia e todos os dias da semana, sendo que até à transação de 15.000 euros em bitcoins, a comissão fixa é de 1%.

4. Profitus

Das criptomoedas, para ativos mais tradicionais, mas igualmente na moda. A Profitus é uma plataforma lituana de investimento em projetos de imobiliário, em que é possível colocar desde 50 euros. O investimento médio é, no entanto, de quase 10.000 euros. Todos os meses, os investidores recebem na sua conta os juros — a taxa média é de 10,86% — até ao projeto atingir a maturidade. Há uma comissão de 1,5% sobre todos os fundos (valor do investimento e dos juros).

5. Globatalent

Do mesmo género é a Globatalent, mas para o desporto. Há campanhas (que duram três a seis meses) relacionadas com atletas e clubes em que se pode investir, através da compra de tokens. Na prática, clubes e atletas cedem ao Globatalent uma percentagem das bilheteiras ou direitos televisivos (em antecipação) em troca deste financiamento que é distribuído pelos investidores. Os ganhos — pagos anualmente — têm por base as conquistas desportivas e há um simulador de rendimentos. Assim que a campanha termina é listada na “bolsa” da plataforma, onde pode ser vendida e antecipar o pagamento dos retornos. Um pormenor: tem o apoio do tenista português João Sousa.

6. Betmarkets

Ainda se lembra de como funciona a eToro? É semelhante, mas para apostas desportivas. A portuguesa Betmarkets, criada em 2017, permite a utilizadores em 50 países apostarem em resultados de jogos. Mas tem um pormenor. Podem-se “copiar” apostas de um dos 25 “especialistas”. Não tem custos fixos associados, mas se os “especialistas” derem ganhos, também recebem retornos. Se a aposta não for certeira, não se paga nada a quem se copiou. Mas cuidado: como ainda está em versão Beta, os ganhos ainda não podem ser retirados da conta e são usados para novas apostas.

7. StockX

Funciona como uma bolsa de valores, mas o que se transaciona são ténis ou carteiras de luxo. Na StockX há um único preço para um produto (mesmo que esteja a ser revendido por centenas de vendedores diferentes) e todos os produtos são autenticados. As comissões pagas variam entre os 9,5% e os 8% (baixando quanto maior o número de produtos do vendedor) e o envio fica a cargo também do vendedor. Se tem uma coleção em bom estado guardada no sótão a ganhar pó, a StockX pode ser uma hipótese. O risco é querer comprar em vez de vender.

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Bloco de Esquerda defende englobamento no IRS para criar mais justiça fiscal

  • Lusa
  • 16 Novembro 2019

"O que nós queremos é simultaneamente alivio fiscal para quem trabalha e mais justiça fiscal no nosso país, cobrando a quem ganha muito e não tem pago a sua devida parte", afirmou Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) defendeu este sábado o englobamento de rendimentos no IRS como forma de aliviar a carga fiscal para quem trabalha e criar mais justiça fiscal, cobrando a quem ganha rendimentos de capital.

“O que nós queremos é, simultaneamente, alivio fiscal para quem trabalha e mais justiça fiscal no nosso país, cobrando a quem ganha muito e não tem pago a sua devida parte”, afirmou Catarina Martins.

A líder do BE, que falava à margem de uma visita que fez ao Festival dos Míscaros, que decorre no Fundão, explicou que o seu partido colocou em cima da mesa de negociações com o Governo que estão em curso, esta medida dupla sobre o IRS. “É preciso aliviar o IRS de quem trabalha. Quem trabalha em Portugal paga muitos impostos sobre o seu salário e sobre a sua pensão. E nós temos há muito uma discussão com o ministro Mário Centeno sobre a necessidade de criar mais escalões [IRS]”, frisou.

Catarina Martins sublinhou ainda que o Governo acabou por criar, na última legislatura, mais escalões de IRS, mas entende que é possível no próximo Orçamento de Estado, continuar esse caminho de alivio fiscal para quem vive do seu salário ou da sua pensão, criando mais escalões de IRS.

“Ao mesmo tempo, propomos uma medida de justiça fiscal que é o englobamento no IRS para que aquelas pessoas cujo rendimento não vem do trabalho, mas vem por exemplo de ações, paguem de impostos o mesmo que paga quem vive do seu salário ou da sua pensão. Porque, um país em que o salário e a pensão pagam mais impostos do que os rendimentos do capital é um país injusto”, afirmou.

A líder do BE entende que a forma certa de construir alivio fiscal para quem vive do seu trabalho, salário ou pensão e pagarem menos impostos, passa por fazer, ao mesmo tempo, um caminho de englobamento do IRS. “Isso faz que quem ganhe milhões com rendimentos de capital e rendimentos prediais passe a pagar taxas de IRS iguais às pessoas que pagam a taxa sobre o seu salário e a sua pensão”, concluiu.

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5 regras para garantir os seus direitos nas compras online

A quadra natalícia é propícia às compras online, já que estas permitem evitar filas e aproveitar promoções à medida em campanhas como o Black Friday ou a Cyber Monday. Mas faça valer os seus direitos.

Com a quadra natalícia a aproximar-se, são muitos portugueses que optam por fazer compras online para evitar as enchentes e as filas nos centros comerciais. À distância de um clique e sem sair do sofá têm ao dispor uma grande variedade de produtos, com a ajuda de eventos à medida da quadra como o Black Friday ou a Cyber Monday, que se realizam dentro de poucos dias. Mas nem sempre as coisas correm bem no processo de compra à distância.

Para evitar “dores de cabeça” neste Natal, mas também noutras ocasiões, fique a conhecer cinco alertas que devem ser tidos em conta de modo a fazer valer os seus direitos nas compras online.

1. Preparar e pesquisar preços

Não é por estar ao alcance de um clique que devo ver, não refletir e avançar” para a compra de um determinado artigo, diz Rita Rodrigues, responsável pela comunicação da Deco Proteste. Neste âmbito, a expressão “comparar” é um importante aliado na hora de ir às compras online. Ou seja, sempre que alguém esteja a ponderar adquirir um determinado produto através da internet deve, antes de mais, fazer uma pesquisa sobre o respetivo preço, mas também olhar para a oferta da concorrência.

Este conselho é particularmente relevante na quadra que se aproxima e com campanhas como o Black Friday, por exemplo. A Deco disponibiliza uma ferramenta que pode ajudar nesta missão: o Comparar Preços. “Nós monitorizamos, e temos disponíveis para todos os consumidores, o preço ao longo do tempo, para percebermos se aquele que está a ser publicitado num dado momento é de facto o melhor preço, ou se houve nos últimos meses algumas oscilações. Isto muitas vezes leva a perceber se é uma boa ou uma má promoção”, diz a especialista da associação de consumidores relativamente à mais-valia desta ferramenta.

2. Recolher informação sobre o vendedorBruce Mars/Pexels

Outra das indicações que deve ser seguida é verificar os sites em que está a ser feita a aquisição. “Se é um site seguro, qual é a identificação de quem tem a responsabilidade do site e se existe uma morada física para no caso de haver uma reclamação ser mais fácil”, são alguns dos cuidados que Rita Rodrigues salienta neste âmbito. Para além de prevenir “dores de cabeça” no processo de compra do produto, ao fazer este tipo de verificação, o consumidor também se protege de eventuais fraudes. Ao nível da segurança do site, por exemplo, é importante garantir que o respetivo domínio seja precedido pelo protocolo https, em vez do habitual http, menos seguro.

3. Verificar a qualidade dos produtos

Nas compras à distância, nem sempre é fácil avaliar a qualidade do produto que se pretende adquirir, mas este cuidado não deve ser descurado. Daí que seja importante pesquisar, saber e perceber quais são a características do produto. “Muitos sites já nos permitem fazer essa comparação e perceber uma determinada característica e se a diferença de preço entre uma e outra é de facto uma mais-valia”, lembra Rita Rodrigues.

4. Conhecer as políticas de compra e devolução

Precisamente por muitas vezes ser difícil avaliar à distância as características de um dado produto, nem sempre o que chega a casa é o desejado ou está nas condições adequadas. Nesses casos é necessário proceder à respetiva devolução. “É conveniente perceber de que forma é que em caso de devolução devo agir. Se há custos, se sou ressarcido à posteriori ou se existem postos onde posso entregar o produto”, aconselha Rita Rodrigues. E no que respeita a devoluções, é importante que o consumidor tomar nota de que dispõe de 14 dias para o poder fazer. Mas há exceções. Não é possível devolver consumíveis, tais como alimentos, software descarregado online ou produtos personalizados.

5. Reclamar a quem de direito

Quando tiver razões de queixa sobre o serviço prestado por um comerciante online, o consumidor deve ainda fazer valer os seus direitos procurando o apoio das entidades competentes e das várias ferramentas que estão disponíveis. Nomeadamente, o Livro de Reclamações e o Livro de Reclamações Eletrónico, onde pode inscrever a sua queixa e, por vezes, tal é o suficiente para que haja uma resolução do problema. Para ajudar a resolver conflitos relacionados com as compras online, os consumidores também podem recorrer aos centros de arbitragem de conflitos de consumo, entidades que na maioria das situações prestam serviços de forma gratuita, ou à Deco, por exemplo.

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