Governo já está a fazer simulacros para a greve e a dar formação a motoristas do Estado para transportar combustível

O Governo está a formar motoristas do Estado para operarem viaturas de transporte de matérias perigosas, caso a greve anunciada para 12 de agosto se concretize.

O Governo está a formar motoristas do Estado para operarem viaturas de transporte de matérias perigosas, caso a greve agendada para dia 12 de agosto se concretize, apurou o ECO. Durante a reunião do Centro de Coordenação Operacional Nacional foi ainda decidido avançar com um simulacro, esta terça-feira, para testar os corredores de emergência para o transporte de matérias perigosas.

Esta manhã, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, esteve reunido com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para consolidar o planeamento que assegure o abastecimento dos postos de combustível, durante a greve dos motoristas de matérias perigosas, que deverá arrancar a 12 de agosto e cuja duração ainda está em aberto.

Nessa reunião, ficou a saber-se que o Governo está a proceder à formação de emergência de motoristas do Estado com carta de pesados para operarem viaturas de transporte de matérias perigosas, caso se concretize a paralisação em questão.

Além disso, o Executivo decidiu avançar com um simulacro para testar os corredores de emergência para transporte de matérias perigosas. Este exercício de simulação das faixa dedicadas para estas viaturas foi marcado para esta terça-feira.

Estas medidas são tomadas depois de mais um conjunto de reuniões entre o Executivo, os motoristas e os patrões que não reuniram consenso. À saída do encontro, o ministro das Infraestruturas mostrou-se esperançoso que até dia 12 a greve possa ser cancelada, mas realçou que o Executivo não hesitará em responder à altura. “Embora não anulem a greve, teremos serviços mínimos e faremos tudo para que sejam cumpridos, não haverá muita hesitação, caso não sejam, para que se aprove uma requisição civil“, assegurou o governante.

A avançar, esta será a segunda greve levada a cabo pelo motoristas de matérias perigosas no espaço de quatro meses. A paralisação de abril deixou os postos de abastecimento praticamente sem combustível, tendo motivado um acordo entre os patrões e os motoristas que prevê uma progressão salarial, com início em janeiro do próximo ano. A 15 de julho, os sindicatos decidiram, contudo, marcar uma nova greve, acusando os patrões de não cumprir esse mesmo acordo.

O Executivo de António Costa tem ainda de fixar os serviços mínimos, caso avance a paralisação em causa.

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A tarde num minuto

Não sabe o que se passou durante a tarde? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Marcelo diz que “é uma pena que, havendo boas razões a defender, estas sejam sacrificadas pelo excesso de meios utilizados”. Presidente reage à ameaça de greve dos camionistas.

Na providência cautelar, que dará entrada no Tribunal do Trabalho de Lisboa, é pedida a ilegalidade do pré-aviso de greve e dos fundamentos do pré-aviso por considerarem que há um abuso do direito.

O HSBC é a mais recente instituição do setor bancário a anunciar cortes nos postos de trabalho neste ano. No global, bancos europeus já reduziram o número de trabalhadores em mais de 30 mil.

Antiga diretora-geral do Tesouro e das Finanças renunciou ao cargo de vice-presidente da mesa da assembleia-geral da CGD devido a reforma.

Portugal esteve representado na assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

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Petrolíferas dizem que já está a haver maior afluência aos postos. “Não há razão para alarme”, há combustível

  • Lusa
  • 6 Agosto 2019

Postos de combustíveis no Algarve “estão a vender mais”. “Há um maior reforço” do abastecimento na região, mas em todo o país os stocks das bombas estão a ser mantidos no máximo.

A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) afirma que “é verdade e é notória” uma maior afluência aos postos de abastecimento em Portugal, mas garantiu que “não há razão para alarme”, pois “não há falta” de combustível.

“Não há postos de abastecimento, que pertençam aos nossos associados, que estejam sem combustível”, garantiu à agência Lusa João Reis, assessor para a Comunicação da Apetro, adiantando que “há sim uma maior afluência” e isso “é notório e verdade”, mas “não há razão para alarme”.

E prosseguiu: “Do lado da procura, para minimizar os efeitos da greve dos camionistas, quaisquer que sejam os setores, e para que as perturbações sejam mínimas, estão a ser mantidos os stocks no máximo e as empresas petrolíferas estão a fazer o planeamento dos postos de combustíveis [da rede dos associados da Apetro]”.

Neste período de férias, os postos de combustíveis no país, por exemplo no Algarve, “estão a vender mais”, pelo que “há um maior reforço” do abastecimento na região, explicou o responsável à Lusa, lembrando que em Lisboa se poderá “vender menos”, ou seja, nesta altura do ano existe “um fluxo migratório e sazonal normal”.

Do lado da oferta, “está-se a vender um pouco acima do normal, mas há um maior reforço do abastecimento. Que saibamos, não há rutura de ‘stocks’”.

A logística e distribuição na área dos combustíveis “é atualmente ajudada pela indicação dos stocks nos postos de combustíveis”, disse à Lusa José Reis, adiantando que, para já, na situação que se vai viver até dia 12 de agosto, data do início do pré-aviso da greve dos motoristas das matérias perigosas não se esperam “razões para alarme”.

O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) entregaram um pré-aviso de greve que arranca na segunda-feira por tempo indeterminado.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, por sua vez, disse hoje que a greve dos motoristas ainda pode ser desconvocada e que, se os sindicatos “não querem efetivamente a greve”, devem recorrer ao mecanismo de mediação, em que o Governo apresenta uma proposta de convenção coletiva de trabalho.

No entanto, reiterou o ministro, e apesar de acreditar que ainda há tempo para cancelar a paralisação com início marcado para 12 de agosto, o Governo continua “a trabalhar para o cenário de greve”.

Depois de uma greve em abril que deixou os postos de abastecimento sem combustível, em maio, foi feito um acordo entre patrões e SNMMP que prevê uma progressão salarial, com início em janeiro de 2020, e que inclui um prémio especial, passando assim de uma retribuição base de 630 euros para 1.400 euros fixos, mas distribuídos por várias rubricas.

Em 15 de julho foi marcada nova greve pelos sindicatos SNMMP e Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), acusando a Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio.

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que, com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

O Governo terá que fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da Antram terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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Presidente e líder da oposição de Moçambique assinam acordo histórico de paz

  • Lusa
  • 6 Agosto 2019

Portugal esteve representado na assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo (maior partido da oposição), Ossufo Momade, assinaram o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, esta terça-feira, em Maputo. Portugal esteve representado no acontecimento pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.

A assinatura aconteceu às 16h00 locais (15h00 em Lisboa), na Praça da Paz, e contou com a presença da Alta Representante da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini. O acordo terá de ser ainda ratificado no parlamento.

Na passada quinta-feira, Nyusi e Momade tinham já assinado o acordo de cessação das hostilidades na Gorongosa, província de Sofala, centro do país, para acabar, formalmente, com os confrontos entre as forças governamentais e o braço armado do principal partido da oposição.

Trata-se do terceiro acordo entre o Governo, da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), e a Renamo, depois da assinatura do Acordo Geral de Paz de Roma de 1992 e do acordo de cessação das hostilidades militares em 2014, na sequência de uma nova vaga de confrontos entre as duas partes.

No domingo, o líder do braço armado da Renamo que contesta a liderança do partido recusou entregar as armas no quadro do acordo de cessação de hostilidades assinado com o Governo sem que seja eleito um novo presidente da formação política.

Nós vamos eleger o nosso presidente e só depois é que vamos entregar as armas”, disse Mariano Nhongo, general da Renamo, que deixou um aviso ao Governo e ao atual líder do partido, Ossufo Momade: “Não [nos] enganem, os militares estão do meu lado”.

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Galp cai 1,5% e arrasta Lisboa para o terceiro dia de perdas

O PSI-20 acompanhou a inversão europeia na última meia hora da sessão. Recuou pelo terceiro dia, condicionado pela queda de mais de 1,5% das ações da Galp Energia.

Após ganhos em quase toda a sessão, a bolsa de Lisboa inverteu e acabou por terminar no vermelho pelo terceiro dia consecutivo. O PSI-20 acompanhou a inversão de rumo dos pares europeus, com a Galp Energia a destacar-se pela negativa.

O PSI-20 desvalorizou 0,37%, para os 4.833,38 pontos, com 11 títulos em terreno negativo, um inalterado (Semapa) e apenas seis em alta. Já o Stoxx 600, que agrega as 600 principais empresas europeias, inverteu na última meia hora da sessão, fechando a perder 0,4%.

As ações europeias continuam a acusar o nervosismo dos investidores em face da guerra comercial que põe frente a frente os EUA e a China. A agravar um pouco mais, a expectativa de uma quebra nos resultados das empresas europeias no segundo e terceiro trimestre.

De acordo com estimativas da Refinitiv, o cenário aponta para uma redução de 2,7% nos resultados empresariais do segundo trimestre, o que a comprovar-se será o pior desempenho da região desde o terceiro trimestre de 2016. As estimativas da consultora aponta para que essa quebra se prolongue ainda pelo terceiro trimestre do ano, antecipando uma redução de 0,7% dos resultados.

Por Lisboa, a Galp Energia foi a cotada que mais pesou no desempenho do PSI-20. As ações recuaram 1,65%, para os 13,085 euros, numa altura em que as cotações do “ouro negro” têm estado sobre forte pressão nos mercados internacionais. O barril de Brent transacionado no mercado londrino perde 0,32%, cotando nos 59,62 dólares. Já o crude negociado nos EUA recua 0,33% para os 54,51 dólares.

Referência ainda para a queda das restantes energéticas. As ações da REN perderam 1,6%, para os 2,46 euros, enquanto as da EDP desceram 0,43%, para os 3,277 euros, e as da EDP Renováveis desvalorizaram 0,32%, para os 9,29 euros.

Entre as maiores perdas, destaque ainda para o deslize de 0,9% das ações da Nos, para os 5,48 euros. Por sua vez, o BCP deslizou pela décima sessão. Perdeu 0,18%, para os 21,89 cêntimos.

A impedir perdas mais acentuadas esteve o setor do retalho. As ações da Jerónimo Martins avançaram 1,11% para 14,145 euros e a as da Sonae ganharam 0,62% para 0,8145 euros.

(Notícia atualizada às 17h05 com mais informação)

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Vem aí a greve. Cinco dicas para sobreviver à crise dos combustíveis

  • ECO
  • 6 Agosto 2019

Deco compilou um conjunto de dicas para os consumidores usarem como referência com vista a melhor se prepararem para enfrentar a greve dos motoristas de 12 de agosto que ainda não foi desconvocada.

O impasse mantém-se. A greve dos motoristas de matérias perigosas anunciada para 12 de agosto continua em “cima da mesa”, apesar de as negociações que têm vindo a decorrer e o papel de mediador que o Governo tem vindo a desempenhar.

Caso a paralisação avance, o abastecimento de combustíveis será afetado e o mesmo acontecerá com um conjunto de serviços que dependem desse fornecimento. Nomeadamente, o abastecimento às grandes superfícies como os supermercados, serviços e indústrias.

Tendo isso em conta, a Deco Proteste preparou um conjunto de cinco dicas com vista a ajudar os consumidores a melhor se prepararem para um cenário de greve, cujo pré-aviso se mantém e que decorrerá por um período de tempo indeterminado.

1. Abastecer o carro

Ateste o carro dois ou três dias antes do início da greve. Utilize-o apenas para as deslocações indispensáveis e procure fazer uma condução eficiente, para gastar menos combustível.

Planeie as viagens mais longas com recurso a um GPS (dedicado ou app) ou um calculador de rotas na internet. Assim, poderá prever o gasto de combustível.

Durante a paralisação, se for declarada uma crise energética, todos os postos de abastecimento são obrigados a afixar em local bem visível a lista de postos de emergência onde poderá encontrar combustível. A lista também estará acessível no site da Entidade Nacional para o Setor Energético.

Além disso, através de uma parceria entre a Deco Proteste e a Cepsa, a associação de consumidores vai divulgar a lista dos postos dessa rede onde é possível abastecer o carro.

2. Regras para os jerricãs

Pelas limitações legais e, sobretudo, por ser perigoso, é desaconselhado que os consumidores recorreram aos jerricãs para enfrentar a crise dos combustíveis.

É proibido, devido ao risco de libertação de vapores e inflamação, armazenar nas arrecadações dos prédios combustíveis líquidos, tais como gasolina. Caso detete um forte cheiro a combustível, deve contactar as autoridades policiais, uma vez que o risco de incêndio é real. Quem não respeitar as regras pode ser punido com coima de 275 euros a 2.750 euros, no caso de pessoa singular, ou até 27.500 euros, no caso de pessoa coletiva, sem prejuízo de responsabilidade civil e criminal. Além disso, em caso de incumprimento das normas de segurança contra incêndio, a seguradora pode recusar qualquer pagamento.

Também há limites para transportar jerricãs num carro particular: o máximo são 60 litros por recipiente. Quem não respeitar as regras incorre numa coima entre 750 e 2.250 euros. No caso das pessoas coletivas, a coima varia entre 1.500 e 4.500 euros.

Os jerricãs para transportar combustível devem ser homologados para essa finalidade. Não podem ser usados outros recipientes.

3. Transportes públicos, carpooling, bicicletas e trotinetes

Dê preferência às deslocações feitas através dos transportes públicos. É pouco provável que sejam afetados, pois a proposta de serviços mínimos dos sindicatos que convocaram a greve inclui o abastecimento destes serviços. Se precisar de informações adicionais, acompanhe a atualizações dos serviços nos sites das respetivas empresas, como CP, Rede Expressos, Metro de Lisboa e Metro do Porto.

apps de peões vocacionadas também para quem anda de transportes públicos. Indicam os transportes mais adequados para cada destino, trajetos, tempos, etc.

Outra alternativa é partilhar viagens através de carpooling. Há várias plataformas online de partilha de boleias, que põem em contacto condutores e passageiros que pretendem viajar para o mesmo destino e, assim, dividir as despesas. É o caso do BlaBlaCar, Via Verde Boleias e Boleia.net.

Carros e scooters elétricas partilhadas, como DriveNow, Emov e Ecoltra, são mais uma opção. Outra são os meios de transporte alternativos, como bicicletas e trotinetes, que também funcionam em sistema de partilha (por exemplo, Gira, Jump e Li.Me). Na nossa comunidade sobre mobilidade encontra dicas de vários consumidores que já usam estas soluções.

4. Trabalho e saúde

Se não está de férias durante o período da greve, e se a sua atividade pode ser desempenhada à distância, tente negociar com a entidade patronal a possibilidade de trabalhar em casa. A empresa não é obrigada a aceitar como justificadas as faltas ao trabalho devido a greve. Daí a importância de negociar antecipadamente a possibilidade de trabalhar a partir de casa. Em alternativa, pode tentar tirar alguns dias de férias ou compensar as horas daquele(s) dia(s) de ausência noutras datas.

Na área da saúde, os serviços mínimos garantem as deslocações dos casos de urgência. Para outras situações, por exemplo, consultas já marcadas, pode tentar remarcar para outra data. Se estiver a tomar alguma medicação cuja embalagem esteja a terminar perto da data da greve, garanta uma embalagem a mais do medicamento.

5. Despensa e frigorífico

Para evitar deslocações extra, vá ao supermercado antes da greve. Aposte em produtos com uma duração mais alargada, para evitar o desperdício de alimentos. Se comprar produtos frescos, como verduras e fruta, deve consumi-los em primeiro lugar, para não se estragarem. É ainda possível comprar carne e legumes em quantidades acima do habitual, para congelar.

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Cinco empresas põem providência cautelar a pedir ilegalidade da greve dos motoristas

  • Lusa
  • 6 Agosto 2019

Na providência cautelar, que dará entrada no Tribunal do Trabalho de Lisboa, é pedida a ilegalidade do pré-aviso de greve e dos fundamentos do pré-aviso por considerarem que há um abuso do direito.

Cinco transportadoras vão dar entrada esta quarta-feira com uma providência cautelar a pedir a ilegalidade do pré-aviso de greve dos motoristas, disse o advogado Carlos Barroso à Lusa, do escritório que representa essas empresas.

O advogado não quis identificar as empresas que metem a ação, referindo apenas que são de diferentes dimensões, sendo três empresas de matérias perigosas (combustíveis, explosivos e gás e outras matérias perigosas) e duas empresas de carga geral (uma que atua sobretudo no setor da distribuição e outra em contentores e atividade portuária).

Na providência cautelar, que dará entrada no Tribunal do Trabalho de Lisboa, é pedida a ilegalidade do pré-aviso de greve e dos fundamentos do pré-aviso por considerarem que há um abuso do direito à greve e da boa-fé, já que estava em curso um processo negocial, e que está em causa o princípio da proporcionalidade.

O advogado disse que os seus clientes não compreendem esta greve quando havia um processo negocial a decorrer até 31 de dezembro, após os acordos de maio, e consideram que “a greve não tem correspondência com o que sindicato negociou com a [associação patronal] Antram”.

“Embora no nosso país não haja muita jurisprudência sobre este tema, na União Europeia há jurisprudência sobre o abuso do direito à greve e da boa-fé”, disse Carlos Barroso.

Além disso, afirmou, uma greve deve ser sujeita ao princípio da proporcionalidade, o que considera que nesta está em causa: “A partir momento em que a associação sindical tem asseguradas condições para os seus trabalhadores em 2020, 2021 e 2022 e vem convocar a greve, causa um prejuízo desproporcionado a terceiros e ao país”.

A providência visa os dois sindicatos que convocam a greve – Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) –, mas também a associação patronal Antram – Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (onde são filiadas as empresas que apresentam a providência cautelar) e a DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (que medeia negociações laborais, pertencente ao Ministério do Trabalho).

O prazo legal máximo para a decisão sobre a providência cautelar é de dez dias, pelo que poderá haver uma decisão quando já estiver a greve em curso, que arranca no dia 12 de agosto (segunda-feira) por tempo indeterminado. Carlos Barroso afirmou que, além de a providência cautelar já ser um ato urgente, irão ainda pedir ao juiz de turno para que haja uma decisão antes do início da greve.

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse esta terça-feira que a greve dos motoristas ainda pode ser desconvocada até dia 12 de agosto e que se os sindicatos “não querem efetivamente a greve” devem recorrer ao mecanismo de mediação, em que o Governo, através da DGERT, apresenta uma proposta de convenção coletiva de trabalho.

O governante falava à saída de uma reunião entre a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) e o Governo, que decorreu esta manhã no Ministério das Infraestruturas.

No entanto, reiterou o ministro, e apesar de acreditar que ainda há tempo para cancelar a paralisação com início marcado para 12 de agosto, o Governo continua “a trabalhar para o cenário de greve”.

Depois de uma greve em abril que deixou os postos de abastecimento sem combustível, em maio, foi feito um acordo entre patrões e Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) que prevê uma progressão salarial, com início em janeiro de 2020, e que inclui um prémio especial, passando assim de uma retribuição base de 630 euros para 1.400 euros fixos, mas distribuídos por várias rubricas.

Já em 15 de julho foi marcada nova greve pelos sindicatos SNMMP e Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM), acusando a Antram de não querer cumprir o acordo assinado em maio.

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que, com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

Esta greve ameaça parar o país em pleno mês de agosto, uma vez que vai afetar todas as tipologias de transporte de todos os âmbitos e não apenas o transporte de matérias perigosas. O abastecimento às grandes superfícies, à indústria e serviços deve ser afetado. Também se associou à greve o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).

O Governo terá que fixar os serviços mínimos para a greve, depois das propostas dos sindicatos e da Antram terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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Regulador dos combustíveis vai controlar preços durante a greve

A ENSE vai monitorizar os preços dos combustíveis durante a crise energética e proceder à identificação dos postos que pratiquem aumentos sem justificação.

O regulador dos combustíveis revelou que vai acompanhar de “forma aprofundada” a evolução dos preços nos postos de abastecimento durante o período em torno da greve dos motoristas de matérias perigosas. O objetivo é controlar eventuais subidas de preços não fundamentadas, assumiu a ENSE em comunicado.

“Tendo em conta o pré-aviso de greve, que prevê a paralisação dos motoristas de matérias perigosas a partir de dia 12 de agosto, a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), no âmbito das suas funções de fiscalização e supervisão do setor petrolífero nacional, nas próximas semanas efetuará a monitorização de forma aprofundada da evolução dos preços médios de venda ao público dos combustíveis rodoviários registados junto do balcão único“, começa por dizer aquela entidade.

Apesar de lembrar que está em causa “um mercado livre e onde a fixação de preços é da responsabilidade de cada operador“, a ENSE lembra que decretada a crise energética, esta “implica a implementação de condições excecionais para abastecimento dos postos de combustível em território nacional”. E nesse contexto especifica que tal “não pode fundamentar, por si só, o aumento dos preços dos combustíveis“, razão pela qual considera ser exigível, por parte da ENSE um “especial acompanhamento sobre a evolução deste importante indicador para os consumidores”.

Visando esses objetivos, o regulador dos combustíveis diz que, para além de continuar a ser disponibilizada diariamente no seu site a evolução do preço médio diário comparando com o preço de referência da ENSE, procederá, adicionalmente, à monitorização dos preços médios por distrito e fará uma avaliação diária dos preços praticados pelos postos de Portugal continental, e, adicionalmente procederá à identificação no site oficial dos “postos de abastecimento que procedem ao aumento dos preços, sem qualquer justificação que não sejam as condições de mercado”.

De salientar que o pré-aviso de greve dos motoristas se mantém em linha com o impasse nas negociações entre trabalhadores, patrões, sob a mediação do Governo. Não sendo possível encontrar um entendimento, o período de greve arranca a 12 de agosto e por tempo indeterminado.

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Seguro Directo: Chatbot já vende seguros e emite carta verde

  • ECO Seguros
  • 6 Agosto 2019

Um robô inteligente substitui um assistente e permite realização de todos os passos necessários na compra de um seguro automóvel e pedido de emissão de documentos.

A Seguro Directo lançou um chatbot com inteligência artificial para funcionar como um assistente online que interage com os Clientes através de mensagens de texto automatizada. O novo sistema está disponível no website e no Facebook Messenger da marca seguradora e permite a realização de todos os passos necessários na compra de um seguro automóvel e pedido de emissão da carta verde.

Disponível 24 horas por dia e 7 dias por semana, a ferramenta faz igualmente a gestão de documentos sendo possível, nesta primeira fase, o pedido de emissão da carta verde. Para Eduardo Caria, diretor da Seguro Directo, “todas estas inovações e novas tecnologias desempenham um papel crucial na prestação de um serviço diferenciador e com valor acrescentado para o cliente”.

A Seguradora do grupo Ageas e especializada no ramo automóvel, aproveitou para lançar, em simultâneo com o chatbot, uma página de Facebook da Seguro Directo, procurando espelhar a nova imagem “direta, simples e descomplicada”. Nesta página são publicadas campanhas, produtos e conteúdos de cariz pedagógico alinhados com a mensagem “mais simples do que pensa”.

A Seguro Directo está integrada no Grupo Ageas Portugal juntamente com a Ageas Seguros, Médis e Ocidental, ocupando a segunda posição do ranking global no mercado segurador português. O chatbot já está disponível no website da seguradora.

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Sindicatos sem acordo com associação patronal ameaçam parar o país. Conheça os momentos-chave da greve

  • Lusa
  • 6 Agosto 2019

Sem um entendimento à vista, a greve dos motoristas de matérias perigosas continua agendada para 12 de agosto. Reveja a cronologia com as principais datas deste processo.

Depois de uma greve em abril que deixou os postos de abastecimento sem combustível, sindicatos e associação empresarial sentam-se novamente à mesa de negociações, não chegando a acordo quanto aos aumentos salariais reivindicados por aqueles profissionais.

A entrega de um novo pré-aviso de greve ameaça parar o país em pleno mês de agosto, rompendo as negociações entre o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) e a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM).

Reveja a cronologia com as principais datas deste processo:

  • 15 de julho

O SNMMP e o SIMM entregaram um pré-aviso de greve, com início em 12 de agosto e por tempo indeterminado, depois de uma reunião no Ministério do Trabalho, onde estiveram, também, presentes a Federação Sindical dos Transportes (FECTRANS) e a ANTRAM, por considerarem que a ANTRAM não quer cumprir um acordo assinado em maio e que fez com que os motoristas desconvocassem uma greve que estava marcada para essa altura.

A FECTRANS não se juntou à ameaça de greve e prosseguiu as negociações com a ANTRAM. A associação empresarial desmentiu as declarações dos sindicatos e afirmou que não negoceia sob ameaça.

  • 17 de julho

O pré-aviso de greve propõe serviços mínimos de 25% em todo o território nacional, enquanto na greve de abril eram de 40% apenas em Lisboa e Porto.

  • 18 de julho

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, disse que o Governo está a preparar “uma rede de abastecimento de emergência” de combustíveis caso a greve aconteça e não sejam cumpridos os serviços mínimos. João Galamba afirmou, ainda, que o Executivo está a trabalhar na definição de serviços mínimos.

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, por sua vez, comentou a rede de abastecimento de emergência referida por João Galamba, acrescentando que o Governo já tem “definidos quais são, ao longo de todo o país, os postos que são para abastecimento exclusivo das forças de segurança, dos bombeiros, das ambulâncias que transportam doentes, quais os postos que têm também que ter combustível para servir o comum dos cidadãos”.

  • 22 de julho

O SIMM ameaçou consequências mais graves para a greve de agosto do que as sentidas em abril, uma vez que deverá afetar todas as tipologias de transporte de todos os âmbitos e não apenas o transporte de matérias perigosas. O abastecimento às grandes superfícies, à indústria e serviços vai ser afetado, podendo faltar alimentos e outros bens nos supermercados, avisa o SIMM.

Neste mesmo dia, foi marcada uma reunião na Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para planificar os serviços mínimos.

  • 23 de julho

As negociações entre a FECTRANS, que não entregou pré-aviso de greve, e a ANTRAM decorreram, segundo fonte sindical, “de forma normal”.

  • 24 de julho

O ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, defendeu que os portugueses devem começar a “abastecer” as suas viaturas para “se precaverem”. Já o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, afirmou que o conflito laboral que levou à marcação da greve “cria uma situação dificilmente compreensível” e que está em causa “a credibilidade do movimento sindical”.

Mais uma vez, a reunião na DGERT para planificar os serviços mínimos, com sindicatos e ANTRAM não serviu para alcançar um acordo, passando para o Governo a responsabilidade de estipular aqueles serviços. A ANTRAM considera que a postura “socialmente irresponsável” dos sindicatos dos motoristas justifica “requisição civil preventiva”.

  • 25 de julho

A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, reforçou o empenho do Governo e do “conjunto de ministros envolvidos” para assegurar que “tudo correrá bem” em caso de greve dos motoristas.

  • 26 de julho

Da parte da Polícia de Segurança Pública (PSP) chegou a garantia de segurança a infraestruturas críticas e setores estratégicos, como bombas de gasolina, hipermercados, aeroportos e centrais elétricas, durante a greve. A ANTRAM, por sua vez, alertou o Governo para a necessidade de incluir o trabalho suplementar e as operações de cargas e descargas nos serviços mínimos.

O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, veio dizer que todos devem estar preparados para os transtornos da greve, sobretudo por estar marcada para um período de férias e de incêndios. Enquanto isso, o SNMMP avisou que vai impugnar o despacho dos serviços mínimos, caso o Governo inclua as operações de carga e descarga.

  • 29 de julho

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, admitiu a utilização das forças armadas para minorar os efeitos da greve, desde que “tenha o enquadramento constitucional apropriado”. Neste mesmo dia, o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) associou-se à greve.

  • 1 de agosto

O SNMMP pediu nova reunião ao Ministério das Infraestruturas, “para tentar um acordo e assim evitar a greve”. Já a Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP) admitiu uma paralisação, caso o Governo não aceite dialogar sobre a situação dos motoristas.

Ainda nesta data, a ANTRAM anunciou que vai processar o advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, por ter “proferido afirmações falsas, gravemente difamatórias e injuriosas”, numa entrevista à RTP3.

  • 2 de agosto

O primeiro-ministro, António Costa, falou pela primeira vez sobre o assunto, dizendo existir no país um sentimento de “revolta e incompreensão” pela greve e apelando para um entendimento entre as partes.

  • 5 de agosto

Já esta segunda-feira, os sindicatos estiveram reunidos com o Governo, no Ministério das Infraestruturas, dizendo ter “várias propostas” para apresentar ao ministro Pedro Nuno Santos. À saída, o advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, garante que a greve vai manter-se até a ANTRAM apresentar “uma contraproposta”, dando um prazo de quatro dias à associação para o fazer.

O Ministério das Infraestruturas propõe aos sindicatos a possibilidade de ser desencadeado “um mecanismo legal de mediação”, que obriga patrões e sindicatos a negociar e que permite que a greve seja desconvocada.

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Marcelo diz que motoristas arriscam ter contra si “generalidade dos portugueses”. Podem achar “que o sacrifício é excessivo”

Marcelo diz que "é uma pena que, havendo boas razões a defender, estas sejam sacrificadas pelo excesso de meios utilizados". Presidente reage à ameaça de greve dos camionistas. 

Marcelo Rebelo de Sousa diz que sindicatos arriscam ter contra si a “generalidade dos portugueses”. Podem achar “que o sacrifício é excessivo”, alerta o Presidente da República sobre a ameaça de greve dos motoristas agendada para dia 12.

À entrada para uma aula de direito, o Chefe de Estado falou aos jornalistas sobre o tema quente da atualidade. Lembrando a priori que o direito à greve está previsto na Constituição, mas para “que esse direito seja eficaz deve utilizar os meios mais adequados para que os fins tenham sucesso”. “Não basta que os fins sejam legítimos, é preciso que os meios não venham prejudicar os fins“, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Não basta que os fins sejam legítimos, é preciso que os meios não venham prejudicar os fins.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

O Chefe de Estado, em declarações transmitidas pelas televisões, sugeriu que “a melhor maneira de melhorar as condições laborais, nas cargas e descargas, ou em qualquer outro tipo de atividade” é “promover a negociação e obter algumas vantagens” ou então “ir para a greve”. Mas antes de avançar para a greve é necessário “ter presente como os portugueses vão receber” essa greve. Marcelo sublinha que há o risco de a greve deixar de ser vista como sendo contra os patrões e o Estado, mas contra muitos portugueses”.

“Se isso acontece, se de repente há na sociedade portuguesa um sentimento de que uma parte importante da sociedade está refém dessa luta, deixa de se identificar com essa luta. E ao não fazê-lo, aqueles que prosseguem fins, em muitos aspetos legítimos e justos, passam a ter contra si não o patronato, e na opinião deles o Estado, mas também a generalidade dos portugueses”, afirmou o Presidente. “A partir desse momento inverte-se a lógica“, avisa, apelando também à “lucidez de análise”.

Marcelo defende que a situação “obriga a uma ponderação permanente entre o que se quer realizar e os sacrifícios impostos a outros membros da sociedade” e que “essa é a análise muito lúcida que é preciso fazer”.

Os motoristas tinham pedido a Marcelo para intervir depois da viagem que fez do Porto/Lisboa. “Não escondo a simpatia com as preocupações com este setor”, disse o Presidente que reconheceu alguma razões nos argumentos dos trabalhadores, nomeadamente no que diz respeito a condições de cargas e descargas, fins de semana e limites de idade. Mas “os meios começam a comprometer os fins”, avisa.

Um conjunto de ideias que merecia ser acolhida deixa de ter relação porque consideram que o sacrifício é excessivo“, remata Marcelo frisando ainda o facto de nenhum partido ter apresentado uma proposta de alteração à lei da greve. “A minha sensação é é que não está na ordem do dia e não é prioridade. Vamos ver as propostas dos partidos” para a próxima legislatura, acrescentou.

(Artigo atualizado)

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Perguntas e respostas sobre a greve dos motoristas de matérias perigosas

  • Lusa
  • 6 Agosto 2019

Sem um entendimento à vista, a greve dos motoristas de matérias perigosas mantém-se. Conheça as respostas às principais questões que esta paralisação levanta.

O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) entregaram, em 15 de julho, um pré-aviso de greve, com início em 12 de agosto e por tempo indeterminado. Sem um entendimento à vista, a paralisação mantém-se, tendo já o primeiro-ministro dito que existe no país um sentimento de “revolta e incompreensão” pela greve e apelado para um entendimento entre as partes.

Conheças as principais perguntas e respostas sobre a greve dos motoristas:

1. Qual o motivo da marcação da greve?

O pré-aviso de greve foi entregue no final de uma reunião com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), no seguimento das negociações para a revisão do acordo coletivo de trabalho, sob a mediação da Direção Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT).

À saída da reunião, o vice-presidente e advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, anunciou que avançavam para a greve, uma vez que a ANTRAM não pretendia “cumprir aquilo a que se comprometeu com os motoristas”, remetendo para dois acordos assinados em maio e que levaram os sindicatos a desconvocar uma greve que estava marcada para aquela altura.

2. O que reivindicam os motoristas?

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que, com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

3. Qual é a posição da associação patronal ANTRAM?

O advogado e representante da ANTRAM, André Matias de Almeida, atribuiu o falhanço das negociações aos sindicatos que entregaram o pré-aviso de greve. “A ANTRAM está sempre disponível para negociar, como negociou, mas ninguém pode negociar sob ameaça e sob pressões constantes de pré-aviso de greve”, afirmou recentemente.

“O que estava em cima da mesa por parte da ANTRAM era um aumento de 300 euros para o próximo ano, o Sindicato das Matérias Perigosas quer discutir uma greve para este ano relativamente a um aumento que não negociou para 2022”, declarou André Matias de Almeida.

4. Que serviços mínimos estão previstos?

Para já, ainda não há serviços mínimos definidos. Em 24 de julho, representantes dos motoristas e das empresas encontram-se para planificar os serviços mínimos da greve, que os sindicatos propõem que sejam de 25% em todo o país, mas foram mais uma vez incapazes de chegar a acordo, passando para o Governo a responsabilidade de estipular aqueles serviços.

Dias antes, o secretário de Estado da Energia, João Galamba, já tinha dito que o Governo estava a preparar “uma rede de abastecimento de emergência” de combustíveis, para que não se repetisse a situação vivida em abril, altura em que uma greve convocada pelo SNMMP deixou sem combustíveis os postos de abastecimento do país.

O ministro do Ambiente acrescentou depois que estavam já “definidos quais são, ao longo de todo o país, os postos que são para abastecimento exclusivo das forças de segurança, dos bombeiros, das ambulâncias que transportam doentes, quais os postos que tem também que ter combustível para servir o comum dos cidadãos”.

5. O que propõe o Governo para desbloquear o conflito?

Na segunda-feira, depois de uma reunião com os sindicatos que apresentaram o pré-aviso de greve, o Governo propôs a possibilidade de ser desencadeado “um mecanismo legal de mediação”, que obriga patrões e sindicatos a negociar e que permite que a greve seja desconvocada.

“O Governo propôs hoje [segunda-feira] aos sindicatos o desencadear de um mecanismo legal de mediação previsto no Código do Trabalho, no âmbito do qual as partes são chamadas a negociar e, caso não haja acordo, o próprio Governo, através da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, apresentará uma proposta de convenção coletiva de trabalho, nos termos da lei”, indicou, em comunicado, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

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