Europa e EUA de pé atrás com criptomoedas. O que pensa Lagarde, futura presidente do BCE, das moedas digitais?

Christine Lagarde, nomeada para a presidência do Banco Central Europeu, tem vindo a pronunciar-se sobre o tema das criptomoedas, quer sobre o papel dos bancos como a regulação a aplicar.

Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), foi nomeada para substituir Mario Draghi à frente do Banco Central Europeu (BCE). Ao longo do seu percurso já foi defendendo várias posições que poderão dar uma indicação da forma como vai agir enquanto presidente desta instituição europeia, nomeadamente sobre criptomoedas, que considerou um possível instrumento dos bancos centrais.

Num discurso num festival de fintech em Singapura, em novembro do ano passado, Lagarde lançou a questão: deveriam os bancos centrais emitir uma nova forma digital de dinheiro? Antes de apresentar os prós e contras deste cenário, deixou a sua opinião. “Acredito que devemos considerar a possibilidade de emitir moeda digital“, disse.

Entre os benefícios apresentadas por Lagarde para este tipo de “moeda digital” está a inclusão financeira, estando ao alcance de pessoas e negócios em zonas “marginalizadas”. A segurança e proteção do consumidor é outro dos pontos a favor, já que poderia ser “um meio de pagamento de último recurso”.

Para além disto, “poderia impulsionar a concorrência [no sistema financeiro] ao oferecer uma alternativa eficiente e de baixo custo”, acrescentou.

Parcerias entre público e privado

Saltando para o outro lado da moeda, Lagarde apresentou também riscos, que diz, no entanto, que devem ser encarados com “criatividade”. A anonimidade por detrás das moedas virtuais, por exemplo, poderá ser controlada através de métodos de autenticação dos utilizadores, sendo que, neste cenário, “as identidades não seriam divulgadas a terceiros ou governos, a menos que exigido por lei”, sublinhou.

A diretora-geral do FMI antecipa também preocupações quanto à estagnação da inovação, se os bancos centrais tivessem uma solução que oferecesse um serviço completo ao utilizador de moedas virtuais. Para evitar esta estagnação imagina então várias opções, nomeadamente parcerias entre os bancos centrais e o setor privado.

Esta parceria “poderia tomar várias formas”, aponta. Uma delas seria, por exemplo, os bancos centrais ficarem responsáveis por processar as transações, enquanto as empresas privadas ofereciam outros serviços “inovadores” aos clientes, nomeadamente no interface.

As vantagens deste sistema, para Lagarde, são que o pagamento seria “imediato, seguro, barato e potencialmente semi-anónimo”. “E os bancos centrais manteriam um controlo firme sobre os pagamentos”, aponta. Aos bancos caberia o contacto com o utilizador. “É uma parceria público-privada no seu melhor”, reitera.

Regulação para não “abanar” demasiado o sistema

Depois deste discurso, que está publicado na íntegra no site do FMI, Lagarde ainda voltou a falar de moedas digitais, mas desta vez com uma perspetiva mais cautelosa. Em abril deste ano, numa entrevista à CNBC (acesso livre), disse que “os disruptores e tudo que utilize tecnologia de contabilidade distribuída, quer lhe chame cripto, ativos ou moedas, estão claramente a abanar o sistema“.

A responsável sinaliza então que é necessário controlar as novos players no que diz respeito ao dinheiro virtual, para não perder “a estabilidade necessária“, reiterou. Por esta razão, defendeu que as empresas de tecnologia que entram “forçosamente” no setor bancário têm de ser reguladas e “responsabilizadas” para que possam ser confiáveis.

Nos últimos tempos têm-se multiplicado as iniciativas de bancos e empresas nas moedas digitais. Uma das mais recentes foi a Libra, do Facebook, uma nova criptomoeda, a lançar no primeiro semestre de 2020, assente em tecnologia blockchain. Este plano está a ser seguido de perto por Bruxelas, e é “provável” que venha a exigir “uma autorização” para que a Libra possa ser usada na Europa, disse uma fonte oficial da Comissão Europeia ao ECO.

Nos EUA, a Fed revela muitas preocupações. Numa audição na Câmara dos Representantes, o líder da Fed disse que a Libra “não pode avançar” enquanto as autoridades não averiguarem o risco que representa para a economia e o sistema financeiro mundial. Donald Trump também se mostrou receoso. O presidente dos Estados Unidos disse, num tweet, que não é “fã da Bitcoin e de outras criptomoedas, que não são dinheiro e cujo valor é altamente volátil”.

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Tranquilidade com novo centro de peritagens em Lisboa

  • ECO Seguros
  • 14 Julho 2019

Participar um sinistro, avaliar danos e reparar a viatura usufruindo de veículo de substituição, tudo no mesmo espaço, é desafio dos Centros de Peritagem. Um quinto espaço abriu agora em Lisboa.

A Tranquilidade tem um novo Centro de Peritagens Automóvel em Lisboa, na zona do Prior Velho. Destinado aos clientes da Companhia e terceiros envolvidos em sinistros não é necessária marcação prévia. A Companhia tem mais quatro centros no país, no bairro dos Anjos em Lisboa, Corroios, Porto e Guimarães.

A avaliação de danos cuja exploração é direta e da responsabilidade da Tranquilidade é uma das funções do centro, mas também a viatura pode ser reparada no local e, nesse caso, o cliente tem uma viatura de cortesia. A reparação, realizada por uma oficina especializada instalada no espaço, tem garantia equivalente à que é oferecida por um concessionário da marca.

Nestes espaços, os clientes também podem participar um sinistro e assegurar um “atendimento rápido e personalizado, a cargo de profissionais e técnicos qualificados, com um horário adaptado às necessidades de hoje”, afirma a companhia em comunicado.

Além de reparação decorrente de acidente de viação, os clientes da Tranquilidade usufruem de condições especiais em serviços de manutenção.

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Eleições europeias sem registo de incidentes de cibersegurança

  • Lusa
  • 14 Julho 2019

O Centro Nacional e Cibersegurança não encontrou incidentes no período de pré-campanha, campanha e eleições para o Parlamento Europeu. A conclusão corrobora a tese do ministro da Defesa.

O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) “não registou incidentes” associados “ao período de pré-campanha, campanha e eleições” para o Parlamento Europeu, realizadas em Portugal, em 26 de maio.

O CERT.PT, serviço do CNCS que coordena a resposta a incidentes de cibersegurança envolvendo entidades estatais, operadores de serviços essenciais, de infraestruturas e de serviços digitais, “não registou incidentes que tenham sido associados ao período de pré-campanha, campanha e eleições propriamente ditos”, lê-se numa resposta dada à Lusa pelo centro nacional de cibersegurança.

Neste período eleitoral, o CNCS reforçou “o empenhamento pessoal e técnico”, garantindo uma “especial capacidade de prevenção, deteção e reação a ações e iniciativas” que possam eventualmente comprometer o processo eleitoral.

Este trabalho foi feito, segundo a mesma informação, “em estreita cooperação e articulação com as autoridades nacionais e com a comunidade de segurança”, tanto nacional como internacional, incluindo a Rede Europeia de CSIRT (, de partilha de informação de caráter operacional.

Antes das europeias de maio, o CNCS fez, em abril, um exercício nacional para testar eventuais incidentes no ciberespaço, no âmbito do processo eleitoral.

Em 14 de junho, em Washington, o ministro da Defesa relativizou o problema de eventuais interferências estrangeiras com “fake news” em Portugal, afirmou não haver “grandes provas” de que tenha acontecido em eleições, como as europeias de maio, embora reconheça que o país também está vulnerável.

João Gomes Cravinho foi questionado sobre o assunto durante uma conferência, em Washington, organizada pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, sigla em inglês) e respondeu: “Não tivemos grandes provas de interferência estrangeira nas nossas eleições.”

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Vendas de SUV aceleram com descida para Classe 1

  • ECO
  • 14 Julho 2019

Foram vendidas 2.944 unidades dos modelos que beneficiaram da descida da Classe 2 para a Classe 1, contra os 2.179 no período homólogo. Houve um aumento de quase 35%.

Desde o início do ano que muitos SUV deixaram de pagar Classe 2 nas portagens, baixando para a Classe 1, bastante menos onerosa para os condutores. Com esta alteração, a procura por estes modelos ganhou novo ímpeto, registando-se um crescimento de quase 35% nas vendas na primeira metade de 2019.

De acordo com dados da ACAP – Associação Automóvel de Portugal, citados pelo Dinheiro Vivo, as vendas dos 23 modelos que passaram a pagar menos aumentaram 34,4% no primeiro semestre. Foram vendidas 2.944 unidades dos modelos que beneficiaram da descida da Classe 2 para a Classe 1, contra as 2.179 no período homólogo.

Os números da ACAP mostram que modelos como o Opel Mokka X, Renault Kadjar e Toyota Rav4 duplicaram as vendas nestes primeiros seis meses do ano, isto ao mesmo tempo que marcas como a Opel começaram a comercializar modelos que até à alteração das Classes de portagem não estavam disponíveis em Portugal. O Grandland X é um dos exemplos.

“Há um efeito positivo da medida no mercado”, destaca Helder Pedro ao Dinheiro Vivo. Desde 1 de janeiro, a Classe 1 passou a integrar todos os automóveis ligeiros com uma altura de 1,30 metros no eixo da frente. Até então, o limite era de 1,10 metros, levando a que a generalidade dos SUV tivesse de pagar Classe 2.

O crescimento das vendas, que contrasta com a quebra de 3,7% no global do mercado, só não é mais expressiva porque, explica o secretário-geral da ACAP, algumas marcas enfrentaram “problemas com a homologação dos novos carros, sobretudo a gasóleo, para a norma de emissões WLTP e à falta da medida de neutralização fiscal prometida pelo Governo para este ano”.

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Bruxelas defende que Portugal e Espanha ainda têm de “apertar mais a cintura” na pesca da sardinha

  • Lusa
  • 14 Julho 2019

Diretor-geral das Pescas da Comissão Europeia refere que, em 10 anos, a pesca da sardinha passou de 100 mil para 12 mil toneladas. E avisa que o stock de sardinha tem de recuperar.

O diretor-geral das Pescas da Comissão Europeia estimou hoje que Portugal e Espanha ainda tenham de “apertar mais a cintura” nos limites impostos à captura de sardinha, considerando ser a única forma de assegurar a continuidade da pesca ibérica.

“Se quisermos ter uma pesca da sardinha que continue nos próximos anos, vai haver um período em que é preciso apertar a cintura e isso é muito difícil”, afirmou em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas, o diretor-geral dos Assuntos Marítimos e Pescas (DG-MARE), João Aguiar Machado.

Numa entrevista de balanço do cargo, que deixa em meados de setembro para chefiar a missão permanente da União Europeia (UE) junto da Organização Mundial de Comércio (OMC), o responsável assinalou que o ‘stock’ de sardinha em Portugal e Espanha está “em mau estado”, situação que tem obrigado os países a reduzir as quotas de captura para assegurar este recurso.

“Em 2008 pescavam-se cerca de 100 mil toneladas e hoje em dia estamos a 12 mil toneladas. Alguma coisa está mal”, observou João Aguiar Machado.

Ainda assim, “os científicos dizem-nos que devia estar a zero, que não se devia pescar, se quisermos que o ‘stock’ recupere”, referiu.

“O que Espanha e Portugal nos apresentaram [a Bruxelas] é um plano que leva, em 2023, a uma recuperação da biomassa a 50% do desejável, mas está no bom caminho”, argumentou, reconhecendo que os governos ibéricos estão a “fazer esforços”.

“Tenho tratado com os dois governos, ao mais alto nível, e sei das dificuldades das discussões que têm a nível nacional com as federações porque não é fácil explicar” estas limitações aos pescadores, precisou João Aguiar Machado.

E insistiu: “Têm de se fazer esforços porque o objetivo é recuperar o ‘stock’ para que a pesca continue, mas também consigo perceber que, do ponto de vista económico e social, tem de se equilibrar”.

Para este ano, é fixado um limite anual de capturas de 10.799 toneladas, a dividir por Portugal e Espanha, podendo a quota vir a ser alterada em função dos resultados dos cruzeiros científicos.

As organizações da pesca da sardinha de Portugal e Espanha têm vindo a defender um total de capturas de 15.425 toneladas, correspondentes a 10% da estimativa de ‘stock’ existente, fixada em 154.254 toneladas no último parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES, na sigla em inglês) para 2019.

Em 2018, o setor atingiu a quota de pesca mais baixa de sempre, de 12.000 toneladas reduzidas ao longo do ano para 9.000, quando em 2008 capturava 101.464 toneladas de sardinha.

A pesca da sardinha foi retomada no dia 3 de junho deste ano, depois de ter estado suspensa desde meados de setembro de 2018.

A sustentabilidade foi, aliás, uma prioridades de João Aguiar Machado à frente da DG-MARE, segundo disse o responsável à Lusa.

A semanas de deixar o cargo, notou que serão alcançados níveis de pesca sustentável no Atlântico noroeste, mar do norte e no Báltico, como havia sido estipulado para 2020, mas admitiu que fica por resolver o problema da sobrepesca no mar Mediterrâneo.

Aguiar Machado transita da DG-MARE, cuja liderança assumiu em 2015, após ter sido diretor-geral da Mobilidade e Transportes.

Licenciado em Economia e Finanças com uma especialização em integração europeia, o seu currículo inclui ainda uma passagem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em 1985, antes de integrar os quadros das instituições europeias.

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Macron anuncia criação de comando militar do Espaço

  • Lusa
  • 14 Julho 2019

Espionagem, ataques cibernéticos, armas anti satélite, o espaço tornou-se num campo de confronto entre nações. França quer ter uma palavra a dizer.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou a criação de um comando militar do Espaço, destacando a importância desta área para a segurança nacional do país.

Emamanuel Macron discursava na véspera do desfile de 14 de julho, feriado nacional em França.

“Para garantir o desenvolvimento e fortalecimento de nossas capacidades espaciais, um comando militar do Espaço será criado em setembro próximo” na Força Aérea, que “acabará por se tornar na Força Aérea e Espaço “, adiantou o Chefe de Estado francês.

Macron falava na sede do Ministério do Exército, durante a receção tradicional que reúne a comunidade militar, na véspera do desfile nos Campos Elíseos.

Apontando o Espaço como uma “verdadeira questão de segurança nacional”, Emmanuel Macron tinha prometido, no ano passado, que iria dotar a França de “uma estratégia de defesa espacial”. “Agora está pronto”, disse Macron.

“O novo projeto e doutrina militar que me foi proposto vai garantir a nossa defesa no espaço” sublinhou, acrescentando:”Vamos reforçar a nossa compreensão da situação espacial, é melhor proteger os nossos satélites, de forma ativa”, o presidente francês a propósito deste investimento militar.

Espionagem, ataques cibernéticos, armas anti satélite, o espaço tornou-se, segundo conselheiros militares, num campo de confronto entre nações, permitindo este projeto dotar a França com capacidade neste campo altamente estratégico e cada vez mais militarizado, a par das grandes potências militares.

A Lei de Planeamento Militar de França (LPM) prevê um orçamento de 3,6 biliões de euros para o espaço de defesa, o que deve, em particular, permitir financiar a renovação dos satélites franceses de observação e comunicação das OSC (Siracusa), lançar três satélites de escuta eletromagnética (CERES) em órbita e modernizar o radar de vigilância espacial.

Nos Estados Unidos, o Pentágono anunciou a intenção de estabelecer uma Força Espacial desejada pelo presidente Donald Trump, sujeita à aprovação do Congresso.

Esta força espacial será idêntica a outros corpos militares dos EUA, permanecendo no seio da Força Aérea, e reunirá todos os militares e civis que trabalham no setor espacial no Pentágono (satélites, foguetões, armas, tecnologias). A monitorização do Espaço será uma de suas prioridades.

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📹 Estado da Nação. O diabo e outros momentos insólitos do debate

“Nem o Diabo apareceu, nem a austeridade se disfarçou” foi um dos momentos insólitos que António Costa protagonizou no debate do Estado da Nação.

Durante quase cinco horas discutiu-se o Estado da Nação no parlamento. Entre muitas intervenções dos deputados houve momentos mais tensos e divertidos do que outros. O ECO selecionou alguns em que ambiente no plenário foi mais leve, e que passaram entre os pingos da chuva nos ecrãs. Veja o vídeo.

http://videos.sapo.pt/f6CO6zplTYBZc0DZ1M9u

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Jerónimo de Sousa diz que nova lei de bases responde a “três questões essenciais”

  • Lusa
  • 13 Julho 2019

Acaba com uma lei de Cavaco Silva, outra de Durão Barroso e consagra o princípio da gestão pública. Jerónimo de Sousa destaca três pontos que considera importantes na lei de bases da Saúde.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, destacou este sábado, em Viseu, a resposta a “três questões essenciais” na nova lei de bases da saúde, que, com a ajuda do partido, está no caminho para ser “verdadeiramente progressista”.

“Com a nossa intervenção, abriram-se possibilidades para uma lei de bases de saúde verdadeiramente progressista. Não sendo em todos os aspetos a versão que era necessária, e pela qual o PCP se debate, a proposta que agora irá ser confirmada na Assembleia da República, no próximo dia 19, responde a três questões essenciais”, assumiu.

Jerónimo de Sousa adiantou que “revoga a anterior lei aprovada nos governos de Cavaco Silva, em segundo, revoga a legislação das PPP [Parcerias Público Privadas] de 2002, impedindo a criação de novas PPP e, em terceiro lugar, consagra, na gestão do estabelecimento do SNS [Serviço Nacional de Saúde], o princípio da gestão pública e não o da mera responsabilidade pública”.

“Sabemos que, da parte dos responsáveis em saúde como um negócio, e que querem preservar os interesses dos grupos económicos, que tem na doença dos portugueses uma fonte de lucro, haverá resistências e tentativas para travar e limitar o que agora se torna possível”, avisou.

Neste sentido, assumiu que o PCP “está com os utentes” e “com os trabalhadores do setor a travar batalhas futuras para o impedir [que a doença seja fonte de lucro de grupos económicos]”, uma vez que, no seu entender, “o SNS continua a ser o único e mais seguro porto de abrigo dos direitos de todos os portugueses”.

O SNS, continuou Jerónimo de Sousa, “é o local onde se encontram respostas para o seu direito à saúde, em função de todos os cuidados de saúde que necessitam e a que constitucionalmente têm direito e não apenas como sucede no setor privado, nos tratamentos que estão contratualizados”.

Ainda assim, o líder do PCP defendeu que não se pode “esconder que muita coisa não está bem no SNS” e, neste sentido, destacou três questões: “A falta de profissionais, a falta de médicos de família e o atraso nas consultas e nos exames”.

“Independentemente desta nova lei de bases, é importante que estes problemas concretos sejam resolvidos, porque não há alternativa, porque nenhuma boa alma acredita que o setor privado, os grandes grupos económicos, têm alguma preocupação com as doenças dos portugueses? Com a saúde dos portugueses? Eles querem lucro, porque é resultante da sua natureza”, apontou.

O secretário-geral do partido falava hoje em Viseu, num almoço organizado pelo partido, para o primeiro ato público do cabeça de lista para as eleições legislativas de 06 de outubro, Miguel Tiago, que, não sendo da região, “desde 2005 acompanha os assuntos do distrito de Viseu” na Assembleia da República.

Numa intervenção de 30 minutos, Jerónimo de Sousa usou os primeiros 10 para justificar, às cerca de 300 pessoas presentes, a escolha de Miguel Tiago para liderar a lista por Viseu, “distrito que nunca elegeu um deputado comunista”, e onde não faltaram elogios ao deputado, e se recordaram as “lutas em que esteve envolvido” e que, no seu entender, “fez mais pelo distrito do que todos os outros deputados eleitos pelos outros partidos”.

Jerónimo de Sousa enumerou, igualmente, o trabalho apresentado na legislatura que agora termina e que ficou marcada por “pequenas coisas” conquistadas, mas, ainda assim, que considerou serem “avanços em relação ao bem-estar dos portugueses” e, “algumas vezes, com a resistência do Partido Socialista” (PS).

“Avanços nos salários, nos feriados que foram repostos, o aumento das reformas e das pensões (…), os manuais escolares gratuitos até ao 12.º ano. O PS não queria o passe social, a redução da tarifa dos transportes, o fim do pagamento especial por conta para os pequenos e médios empresários, tal como o abaixamento da taxa do IVA de 23% para 13% na restauração”, enumerou.

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Do que reclamam os investidores portugueses? E de quem?

Número de queixas dos investidores registou uma queda acentuada no ano passado. Houve mudanças nos motivos de queixa, sendo o Santander o principal visado.

“Vestir a capa” de investidor é uma missão que pode resultar em retornos atrativos, mas que acarreta riscos e por vezes razões de queixa. E neste último campo, em específico, o ano passado trouxe boas notícias. O número de reclamações dos investidores relacionadas com o serviço prestado pelos intermediários financeiros caiu 67% face ao ano anterior. E houve mudanças nos principais motivos de queixa.

Em 2018, a CMVM recebeu 462 reclamações de investidores, 67% aquém do número verificado no ano anterior. Esta quebra insere-se no âmbito de um regresso “à normalidade”, isto após quatro anos marcados pelo disparo das queixas de investidores relacionadas com as medidas de resolução aplicadas ao BES e ao Banif.

O total das reclamações que deram entrada no ano passado na CMVM, o regulador do mercado de capitais, debruçavam-se sobre 49 intermediários financeiros. Mas há intermediários que suscitam mais razões de queixa do que outros.

Banco Santander no topo das queixas

O Banco Santander Totta foi a instituição cuja atividade de intermediação financeira foi alvo do maior número de queixas no ano passado. No total, 80 investidores apresentaram reclamações sobre essa entidade. Ou seja, cerca de duas em cada dez reclamações visaram aquela instituição.

Ainda assim, nem tudo joga em desfavor do banco liderado por Pedro Castro e Almeida, cujo negócio de intermediação financeira registou uma quebra de 32,8% no número de queixas quando comparado com as que tinha merecido no ano anterior.

Mais acentuada foi ainda a quebra nas queixas endereçadas ao BCP –54% –, mas ainda assim o banco ficou na segunda posição neste ranking de queixas.

Entre os cinco principais alvos de de queixa, apenas um teve um ano marcado por um acréscimo de reclamações: o BPI. Este banco mereceu 45 queixas, um aumento de 32,4%, ocupando assim a quinta posição atrás do Novo Banco.

E as razões de queixa? Qualidade da informação no topo

Não discriminando de forma individual os motivos que suscitaram as queixas dos investidores das entidades em causa, é possível no entanto constatar a aquela que foi a tendência global.

Qualidade da informação lidera queixas. Comissões vêm logo a seguir

Fonte: CMVM

A qualidade da informação prestada aos investidores continuou a ser o principal foco das reclamações apresentadas — 33% do total –, incidindo sobretudo na informação pré-contratual. Mas houve um corte acentuado nesse tipo de queixas face ao ano anterior (tinham pesado 68% do total).

As reclamações relativas a comissões, encargos e clausulas contratuais praticadas pelos intermediários financeiros foram o segundo motivo reclamado, com estas a passarem de 11% do total para 23%. Na base de muitas dessas queixas estiveram ainda as comissões de custódia de ações de bancos alvo de medidas de resolução, que subiram para 14% do total. A execução de ordens foi outra matéria objeto de um número crescente de reclamações, tendo representado 20% do total.

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O que fazem a Nos, a Meo ou a Galp nos festivais de verão? “Querem estar presentes onde nós estamos mais felizes”

Elas fazem parte do nome de alguns dos maiores festivais e, se não constam do nome, marcam presença de outra forma. Querem criar uma relação emocional com os clientes, atuais e, talvez, futuros.

Verão é quase sinónimo de festivais de música. E festivais de música são, por sua vez, sinónimo de marcas e patrocínios. As marcas passam todo o ano à espera desta altura para, finalmente, poderem patrocinar os eventos. Mas, afinal, porque é que grandes empresas como a Galp, EDP, Nos, Meo ou Vodafone querem tanto estar presentes nos maiores festivais de verão?

“As marcas patrocinam um evento para obterem maturidade”, responde Ricardo Bramão, diretor da Associação Portuguesa de Festivais de Música (Aporfest). “Estando num festival de música, ao contrário do cinema, do teatro ou das outras artes, estamos, normalmente, mais felizes. E as marcas querem estar presentes onde nós estamos mais felizes“, começa por explicar ao ECO.

Os festivaleiros estão “mais predispostos a receber os estímulos das marcas, que, por sua vez, pretendem angariar clientes e obter os seus dados”, continua o diretor da Aporfest.

De facto, coincidência ou não, na lista dos maiores festivais de verão portugueses há quase sempre uma marca no nome do próprio evento. É o caso do Nos Alive, Nos Primavera Sound, Meo Sudoeste, Vodafone Paredes de Coura, Sumol Summer Fest ou Super Bock Super Rock.

"A música é um dos territórios de ativação da marca, a par do futebol e do cinema. Todos eles são territórios de elevada afinidade, emocionalidade e proximidade com os portugueses.”

Rita Torres Baptista

Diretora de marca e comunicação da Nos

A Nos não perde um festival, pois considera que estes eventos são uma ocasião perfeita para “fortalecer a relação” com os clientes e “comunicar com potenciais clientes”. “Para além de ser uma marca de telecomunicações, a Nos é uma marca de entretenimento. A música é um dos territórios de ativação da marca, a par do futebol e do cinema. Todos eles são territórios de elevada afinidade, emocionalidade e proximidade com os portugueses“, diz Rita Torres Baptista, diretora de marca e comunicação da empresa.

“Este ano, o grande destaque vai para o facto do Nos Alive ser o primeiro festival 5G em Portugal. Apesar de só chegar a Portugal em 2020, no Nos Alive vai poder ser experienciado em primeira mão”, diz a diretora de marca e comunicação a Nos.Nos

Já a Galp, que dá nome ao Galp Beach Party, e está presente em festivais como o Rock in Rio, o Festival Músicas do Mundo e o Festival Internacional de Música no Marvão, assume que chegou “a um momento onde a ligação ao consumidor apenas pode continuar a ser estreitada e potenciada através da criação de novas experiências com o cunho” da marca. E é precisamente aqui que entra o reforço da presença na área da música.

“A Galp quer promover uma atitude diferenciadora e inovadora, criando momentos únicos associados à música nos festivais onde estamos presentes”, afirma Carlos Pedro Pereira, head of brand & sponsorship da Galp, salientando que a música é um universo que “reúne tantas paixões e é tão essencial”. “Ao estar presente em diversos festivais, com géneros musicais distintos e diferentes ‘tribos’, estamos, também, a aproximar-nos de diferentes tipos de consumidores”, acrescenta.

A Vodafone também está preocupada em fortalecer a “ligação emocional” entre a marca e os seus diferentes públicos. “A importância de nos associarmos a eventos desta natureza prende-se com o facto de a música ser uma forte ferramenta comunicacional, que permite transmitir os valores da marca de forma relevante” e, sobretudo, aos mais jovens, que são um dos principais segmentos alvo da empresa, diz Leonor Dias, diretora da marca Vodafone. “Este é sempre o nosso principal objetivo: estar perto das pessoas e criar relações“, continua.

“A música faz parte da identidade da Vodafone e o posicionamento da marca neste território tem evoluído para uma presença muito sólida nos maiores e melhores festivais que acontecem no país”, diz a diretora de marca da empresa de telecomunicações.Vodafone Paredes de Coura

Também a Meo volta, todos os anos, a associar-se à música para “reforçar um conjunto de valores, como o dinamismo, a inovação, a juventude e a irreverência”, afirma João Epifânio, chief sales officer da Altice Portugal, a dona da Meo, para o segmento de consumo. O Meo Marés Vivas ou o Meo Sudoeste representam, para a marca, uma oportunidade de “comunicar com todos os públicos e, em especial, com os mais jovens”, sejam eles já clientes ou não, acrescenta.

“O retorno é claramente superior ao investimento”

As marcas investem nesta ligação emocional com os clientes de que todas falam e esperam o retorno que, para a EDP, “é claramente superior ao investimento”. Isto porque “nos permite estar próximos dos nossos clientes, atuais e futuros”, refere Ana Sofia Vinhas, diretora da marca da EDP, que, este ano, reforçou esta estratégia através do lançamento de um posicionamento mais proativo da marca.

Atualmente, cerca de 10% do orçamento anual de patrocínios da elétrica liderada por António Mexia é direcionado para o apoio à música e ao desporto. “Está demonstrado que o investimento da EDP nesta área veio para ficar”, remata a diretora de marca.

Já a Galp, apesar de não comentar publicamente os investimentos que faz nas suas estratégias de comunicação e marketing, diz que “sentir que os consumidores se recordam da empresa e da sua mensagem de mudança é o maior retorno que se pode esperar”.

Também sem adiantar valores, a Nos admite que o investimento direito na música é “muito expressivo” e o retorno é “muito significativo”. Isto porque permite “a construção de uma relação muito emocional e muito aspiracional, que faz com que uma interação comercial no futuro já tenha um histórico de preferência”, explica Rita Torres Baptista.

No entanto, os resultados do patrocínio de um festival para o negócio da marca podem ser mais demorados quando comparados com a publicidade, que “tem resultados imediatos e diretos”, salienta a diretora da marca Vodafone, acrescentando que, mesmo assim, a empresa tem mantido os números de investimento em eventos “estáveis”. A música representa mais de 50% do orçamento global da Vodafone para patrocínio anuais.

Mais festivaleiros significa mais potenciais clientes

São boas notícias para as marcas que patrocinam os festivais, pois significa maior visibilidade e, por sua vez, potenciais clientes. “Ao final do dia, vai representar novos clientes ou clientes mais envolvidos”, refere o chief sales officer da dona da Meo. Suportadas no crescimento do número de eventos, as audiências dos festivais de música têm vindo a aumentar ao longo dos últimos anos. “Hoje existe maior escolha e novos festivais a ocorrer onde, normalmente, não existiam festivais de música”, explica o diretor da Aporfest.

"Ao final do dia, vai representar novos clientes ou clientes mais envolvidos.”

João Epifânio

Chief sales officer da Altice Portugal

Só no ano passado, de acordo com o “Annual Report” de 2018 da Associação Portuguesa de Festivais de Música, houve 311 festivais de música em Portugal. Este número tem vindo a crescer consecutivamente. Em apenas quatro anos realizaram-se mais 101 festivais de música em terras lusitanas.

Para Ricardo Bramão, Portugal apresenta um conjunto de fatores que favorecem o ambiente festivaleiro, começando desde logo pelo clima. “Bom tempo, qualidade de produção e segurança” são as vantagens que o diretor da Aporfest destaca. Sobre a última, diz que os festivais portugueses são muito seguros. “Não temos incidentes graves em termos de álcool, drogas ou assédio”, refere.

Além de tudo isto, há, ainda, a questão financeira. “Comparativamente a outros países, Portugal é um país barato. Os turistas conseguem fazer férias e, simultaneamente, assistir a um festival de música”.

Portugal está, assim, na rota dos festivais internacionais, mas concorre diretamente com outros países europeus, nomeadamente com Espanha. “O clima é semelhante e, se temos a vantagem de ser mais barato, temos a desvantagem de ter menos budget para apostar nos cartazes”, explica.

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Marcelo pede “pequenos aditamentos” à lei do lóbi até à próxima sexta-feira

  • Lusa e ECO
  • 13 Julho 2019

O chefe de Estado quer mais “transparência” na lei para regular o lóbi. O Presidente da República vetou o diploma do Governo e pressiona os deputados a fazerem acertos ainda nesta legislatura.

O Presidente da República (PR) disse este sábado esperar mais “transparência” na lei para regular a atividade de lóbi em Portugal, que vetou, acrescentando que tal deve ser possível com “pequenos aditamentos”.

“Penso que, com pequenos aditamentos, provavelmente ainda possíveis até dia 19, se vai mais longe em termos de transparência relativamente a uma lei muito importante na democracia portuguesa”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas no Porto, à margem I Congresso Mundial de Redes da Diáspora Portuguesa.

Este sábado, o presidente do PSD argumentou que a lei, tal como estava, “é como o Melhoral, não faz bem nem faz mal”, justificando assim o motivo pelo qual o partido se tinha abstido na votação no Parlamento. A proposta que chegou a Belém “só cria burocracia e não resolve praticamente nada”, disse Rui Rio, em declarações aos jornalistas, à margem de uma iniciativa da JSD, transmitidas pela SIC Notícias. No entanto, discordou da ideia defendida este sábado pelo Presidente da República de se fazerem ajustamentos à lei até 19 de julho, último dia de votações no Parlamento.

“Acho que estar a legislar agora em cima das eleições é puxar pela demagogia. É muito mais prudente esperar pelas eleições“, afirmou o líder dos sociais-democratas, defendendo assim que a questão deslize para a próxima legislatura.

O chefe de Estado, que na sexta-feira vetou a legislação, explicou que a decisão se deveu, em parte, ao facto de ficarem “fora da lei” a Presidência da República, nomeadamente a sua Casa Civil e Militar, bem como aos representantes da República nos Açores e na Madeira.

“A transparência obriga a que se alargue também a esses órgãos”, justificou.

Marcelo observou ainda que a lei previa que, na declaração de interesses, só fossem declarados “os principais”. “Porque não todos? Quem é que vai dizer o que é um interesse principal?”, questionou.

O chefe de Estado vetou na sexta-feira o diploma do parlamento que regula a atividade de lóbi em Portugal apontando-lhe “três lacunas essenciais”.

Este veto foi divulgado oficialmente através de uma nota publicada à meia-noite no portal da Presidência da República na Internet, na qual se lê que Marcelo Rebelo de Sousa promulgou outros dois diplomas do pacote da transparência.

O decreto agora vetado aprovava “as regras de transparência aplicáveis a entidades privadas que realizam representação legítima de interesses junto de entidades públicas e procede à criação de um registo de transparência da representação de interesses junto da Assembleia da República”.

Foi aprovado em votação final global no dia 07 de junho com votos favoráveis de PS e CDS-PP, com a abstenção do PSD e votos contra de BE, PCP, PEV, PAN e do deputado não inscrito Paulo Trigo Pereira.

Marcelo vetou esta lei “considerando que três lacunas essenciais, em particular o facto de o diploma não prever a sua aplicação ao Presidente da República”, de acordo com a nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, que remete também para uma carta enviada ao presidente da Assembleia da República.

Nessa carta dirigida a Ferro Rodrigues, com a data de sexta-feira, o PR contesta ainda “a total omissão quanto à declaração dos proventos recebidos pelo registado, pelo facto da representação de interesses” e o facto de a lei “não exigir a declaração, para efeitos de registo, de todos os interesses representados, mas apenas dos principais”.

O chefe de Estado começa por referir que vê com apreço a iniciativa do parlamento de impor transparência à existência de “grupos de pressão organizados” que têm “os seus representantes devidamente remunerados” e atuam “para influenciarem ações ou omissões dos titulares dos cargos políticos e de outros cargos públicos”.

“Deve, pois, alargar-se o âmbito de aplicação do presente decreto e prever-se a criação de regime específico na Presidência da República, idêntico ao consignado para a Assembleia da República e abrangendo os representantes da República nas regiões autónomas”, insiste.

A polémica sobre a lei do lóbi, no debate na Comissão Eventual para o Reforço da Transparência, no parlamento, também andou em torno de uma das questões agora abordadas pelo Presidente na justificação do veto.

Segundo a lei, as empresas de representação de interesses passam a ter de se inscrever no chamado registo de transparência da representação de interesses da Assembleia da República, “público e gratuito”, disponível ‘online’.

Além de Assembleia da República, a legislação aplica-se ao Governo e respetivos gabinetes, governos regionais, órgãos da administração direta e indireta do Estado, entidades administrativas independentes, entidades reguladoras e os órgãos autárquicos.

(Notícia atualizada às 16:57 com declarações do presidente do PSD)

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Montijo: ANA-Aeroportos já enviou à Agência Portuguesa do Ambiente informação pedida

  • Lusa
  • 13 Julho 2019

A informação em causa refere-se ao Estudo de Impacte Ambiental do aeroporto do Montijo. Costa já disse que apenas espera este estudo para que a localização se torne "irreversível".

A ANA – Aeroportos de Portugal remeteu à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) a informação adicional pedida no âmbito do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do aeroporto do Montijo, disse hoje à Lusa fonte da gestora aeroportuária.

Em 07 de junho, a ANA afirmou à Lusa que a APA lhe tinha feito chegar “um pedido de esclarecimentos adicionais”, no âmbito do “procedimento habitual de tomada de decisão para a declaração de conformidade do Estudo de Impacte Ambiental (EIA)”.

Na altura, a gestora dos aeroportos portugueses afirmou que as questões seriam “respondidas dentro de um mês” e, hoje, em resposta à Lusa, fonte oficial disse que a informação já foi enviada à APA.

“A ANA – Aeroportos de Portugal informa que já entregou à APA a informação adicional solicitada, no âmbito do procedimento para a declaração de conformidade do EIA”, afirmou a fonte, sem acrescentar mais pormenores, designadamente a informação pedida.

Em 12 de abril, a ANA disse à Lusa que o EIA do aeroporto do Montijo estava concluído.

A ANA e o Estado assinaram em 08 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, com um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 para aumentar o atual aeroporto de Lisboa (Aeroporto Humberto Delgado) e transformar a base aérea do Montijo no novo aeroporto de Lisboa.

Em 04 de janeiro, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que vão ser integralmente cumpridas eventuais medidas de mitigação definidas no Estudo de Impacto Ambiental.

O primeiro-ministro, António Costa, já disse que apenas aguarda o EIA para a escolha da localização do novo aeroporto ser “irreversível” e admitiu que “não há plano B” para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o EIA chumbe a localização no Montijo.

António Costa garantiu também que “não haverá aeroporto no Montijo” se o EIA não o permitir.

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