Lloyd’s define metas ESG e prepara Guia de sustentabilidade. Conheça o plano de ação

  • ECO Seguros
  • 21 Dezembro 2020

No seu 1º relatório ESG, a gestora do hub global de seguros estabelece que, a partir de janeiro 2022, nenhum participante do mercado, nem a própria Lloyd’s, poderão comprometer-se com ativos poluentes

A Lloyd’s of London, plataforma de referência no mercado global de seguro e resseguro, avaliou áreas como diversidade de género e etnias, para uma organização social mais inclusiva, e o que falta – à companhia gestora do entreposto e aos participantes do mercado – na transição para um futuro mais sustentável.

A instituição londrina gerida pla Lloyd’s Corporation definiu objetivos e metodologia para elevar a quota de representação das mulheres em postos de liderança (uma mudança no tradicionalismo cultural e social do setor) e, com a neutralidade ambiental no horizonte, adotou novas medidas para reduzir o envolvimento da plataforma em determinados combustíveis fósseis.

No seu ESG Report 2020, a instituição desenvolve sobre compromissos, princípios e responsabilidades do mercado em matéria de “seguros sustentáveis, investimento responsável e cultura organizacional.”

Trata-se da necessária estratégia ESG (Environmental, Social and Governance) que o mercado Lloyd’s quer ver alinhada com os objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas. As novas metas serão enunciadas num roteiro, uma espécie de Guia ESG, que orientará a estratégia da Lloyd’s e será recomendado aos participantes do mercado na implementação dos seus planos de descarbonização.

No prefácio do relatório, Bruce Carnegie-Brown, presidente do Lloyd’s e do comité ESG do Lloyd’s afirma: “Esta é a primeira vez que estabelecemos uma estratégia ESG para o mercado do Lloyd’s e representa um marco importante no caminho para a construção de um futuro mais sustentável”.

Na inclusão social, a entidade vai constituir uma comissão consultiva e de aconselhamento (Culture Advisory Group) encarregada de definir metas de representatividade de género e etnia. Neste capítulo, o objetivo definido é alcançar 35% de quota feminina em funções de liderança no mercado, enunciando também novas metas em função da cor de pele (das pessoas) e outras minorias étnicas.

Para a sustentabilidade ambiental, a Lloyd’s Corporation definiu uma série de objetivos visando, entre outros compromissos, dedicar parte dos seus fundos para investimentos com impacto no ambiente e a elaboração de um roteiro que assegure a transição, para um estado de neutralidade em termos de emissões poluentes (net zero) em 2025.

Ainda, nos objetivos ambientais, a Lloyd’s pretende que 2% das suas receitas de prémios seja gerada, em 2022, a partir de soluções de seguros inovadoras e sustentáveis. No mesmo documento, a entidade que gere o hub londrino define um calendário e afirma intenção de dar informação pública, sobre como vai monitorizar o esforço dos operadores registados, relativamente às metas de abandono gradual de coberturas contratadas para centrais térmicas alimentadas a carvão, atividades de mineração ligadas ao carvão, areias pesadas (betuminosos) e explorações de combustíveis fósseis no Ártico.

O objetivo fixado é que, a partir de 1 de janeiro de 2022, a Lloyd’s e os participantes do mercado (managing agents) fiquem impedidos de assumir novos investimentos (ou negócios) em ativos relacionados com aquelas atividades. Este processo prevê ainda uma retirada gradual de investimentos em empresas cuja receita dependa (em 30% ou mais) de atividades ligadas ao carvão.

Preparando-se para a próxima conferência das Nações Unidas para o Clima (COP26), agendada para o último trimestre de 2021, em Glasgow (Escócia), a entidade que gere o Lloyd’s of London promete igualmente estudar a melhor forma de a indústria seguradora contribuir para o esforço global de gestão do risco climático.

Concretizando este compromisso, a linha cronológica de ações a encetar pela Lloyd’s inclui, já no primeiro trimestre de 2021, a abertura centro de excelência (Systemic Risk Centre of Excellence) dedicado à inovação e criação de novos produtos que protejam a sociedade de riscos sistémicos, como o risco climático.

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Milhares de idosos das Misericórdias vão ter tablets para comunicarem com as famílias e divertirem-se

  • ECO Seguros
  • 21 Dezembro 2020

Fomentando a inclusão tecnológica dos idosos e respondendo às necessidades de comunicação e entretenimento no contexto da pandemia, a seguradora vai oferecer tablets aos utentes das Misericórdias.

A Fidelidade e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) aliaram-se para um projeto-piloto de combate ao isolamento social e fomento à inclusão tecnológica da população idosa, que envolverá mais de 2.600 utentes das Santas Casas, anunciou a seguradora.

“ALÔ by Fidelidade” é uma solução tecnológica dirigida a pessoas com mais de 65 anos, que, “recorrendo à utilização de um tablet e de uma aplicação (disponível em sistema Android e iOS) combina a tecnologia com a prestação de serviços e, assim, dá resposta imediata às necessidades de comunicação (com acesso a chamadas de voz e/ou vídeo) e entretenimento da população utente nas Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) das Misericórdias, sobretudo no atual contexto de viver a época natalícia com as necessárias medidas de prevenção e combate à infeção por COVID-19“, explica a instituição num comunicado.

Para Mariana Frazão, do Center for Transformation da Fidelidade, “o projeto ALÔ é uma iniciativa inovadora de proteção da família, que visa encurtar as distâncias e disponibilizar serviços de resposta imediata às necessidades da população mais idosa, sobretudo no momento atual. É com um enorme gosto que nos aliamos à UMP para o desenvolvimento deste projeto-piloto, capaz de fazer a diferença nas pessoas cuidadas pelas Misericórdias Portuguesas”.

O projeto, que decorre nos próximos seis meses nas Misericórdias Portuguesas, de norte a sul do país, envolverá a oferta de mais de 100 tablets. A iniciativa é reflexo do compromisso e da ação de responsabilidade social da Fidelidade com “objetivo de testar a solução tecnológica e aproximar as famílias portuguesas quando não é possível estarem juntas fisicamente”, explica a mesma fonte.

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Novo Banco: Leão, Centeno e Maria Luís Albuquerque entre as audições pedidas pelo PCP

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2020

Os comunistas querem também que o banco envie à comissão de inquérito a "lista de créditos abatidos ao ativo do Novo Banco desde o momento da resolução”.

Carlos Costa e Mário Centeno, antigo e atual governador do Banco de Portugal, Maria Luís Albuquerque e João Leão, ex e atual responsável pelas Finanças, estão entre as audições pedidas pelo PCP na comissão de inquérito ao Novo Banco.

De acordo com uma nota enviada às redações, o PCP pretende ouvir na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução 17 personalidades ou entidades, para além de pretender ter acesso a um conjunto de documentos.

O PCP pediu a “lista de créditos abatidos ao ativo do Novo Banco desde o momento da resolução” e “a lista desagregada de ativos, mobiliários e imobiliários, alienados para entidades terceiras, com identificação dos adquirentes, do valor contabilístico do ativo à data da privatização do Novo Banco e do valor pelo qual se realizou a sua venda”.

Os comunistas querem ainda que o Novo Banco envie à comissão de inquérito “a correspondência e documentação trocada entre o Banco Central Europeu e o Novo Banco desde 2014”.

Para além de Carlos Costa, Mário Centeno, Maria Luís Albuquerque e João Leão estão, entre a audições solicitadas pelo PCP, o ex-secretário de Estado Adjunto do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix e o vice-Governador do Banco de Portugal desde setembro de 2017 e Responsável pelo Fundo de Resolução, Máximo dos Santos.

Os comunistas querem ainda ouvir António Ramalho, presidente do Novo Banco desde 2016, Byron Haynes, representante da Administração da Lone Star, Ana Rita Barrosa, ex-membro da Direção do BES, – José Rodrigues Jesus, presidente da Comissão de Acompanhamento do Novo Banco e ainda os presidentes da KPMG e da Deloitte.

A Direção Geral da Concorrência (Comissão Europeia) e o Banco Central Europeu (Mecanismo Único de Supervisão) são as duas entidades que o PCP quer que prestem depoimentos na comissão de inquérito.

Em matéria de documentos, o PCP pede ao executivo “a correspondência e documentação trocada entre o Banco de Portugal e o Governo a propósito da resolução do BES e do Novo Banco”. Ao Banco de Portugal, os comunistas requerem os relatórios de Auditoria Interna do Novo Banco, o balanço de abertura do Novo Banco e o balanço do Novo Banco no momento da venda, bem como o contrato de venda do Novo Banco e auditoria externa realizada aquando da resolução do BES.

Os grupos parlamentares têm até dia 28 para entregar os requerimentos com a listagem de documentos a que pretendem aceder e de audições a solicitar, no âmbito da comissão de inquérito ao Novo Banco.

A semana passada, após a posse da Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, o presidente da comissão, deputado social-democrata Fernando Negrão, deu até dia 28 deste mês aos partidos para entregarem os requerimentos com os documentos a que pretendem ter a acesso e a lista de audições a solicitar.

Fernando Negrão disse que até dia 06 de janeiro as listagens de documentos e entidades a ouvir serão distribuídas por todos os partidos e apelou ao cumprimento destes prazos para que a comissão possa funcionar “com o ritmo necessário”. A comissão “deve funcionar pelo prazo mais curto que permita cumprir os seus objetivos, não ultrapassando os 120 dias”, e tem quatro pontos no seu objeto.

Os quatro pontos abrangem o “período antecedente à resolução e relativo à constituição do NB [Novo Banco]”, o “período antecedente e relativo à alienação”, o “período após alienação” e ainda pretende “avaliar a atuação dos governos, BdP [Banco de Portugal], FdR [Fundo de Resolução] e Comissão de Acompanhamento no quadro da defesa do interesse público”.

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Beneficiários do subsídio de desemprego sobem 40% em novembro

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2020

Em novembro, o número de beneficiários de subsídios de desemprego cresceu 40,3%,face ao período homólogo, e 2,3% em comparação com outubro, para 228.215, revelou a Segurança Social.

O número de beneficiários de prestações de desemprego cresceu 40,3% em novembro, face ao período homólogo, e 2,3% em comparação com outubro, para 228.215, de acordo com as estatísticas mensais da Segurança Social.

“Em novembro de 2020 registaram-se 228.215 prestações de desemprego, revelando um acréscimo de 2,3% face ao mês anterior e de 40,3% tendo em conta novembro de 2019 (neste total não estão incluídas as prorrogações das prestações de desemprego)”, lê-se no documento.

No mês em causa, o número de beneficiários do subsídio de desemprego fixou-se em 194.012, mais 2,1% face a outubro e mais 41,7% em comparação com novembro do ano anterior.

Por sua vez, o subsídio social de desemprego inicial incluiu 9.717 pessoas, o que se traduziu numa descida de 0,7% em relação ao mês anterior e numa progressão de 80,5% face a novembro de 2019. Já o subsídio social de desemprego subsequente abrangeu 24.044 pessoas, no mês de referência, uma subida de 5,9% face a outubro e de 23,5% em comparação com o período homólogo.

Apesar de, neste período, continuarem a registar-se subidas em todos os grupos etários, destacam-se os grupos mais jovens, nomeadamente, com 24 ao menos anos (111,6%), entre os 25 e os 34 anos (74,5%), entre os 35 e os 44 anos (44,3%) e entre os 45 e os 54 anos (33,6%).

Subsídios por doença sobem 37% para 219.922

Ao mesmo tempo, o número de subsídios por doença registou um aumento mensal de 28,8% e de 37,2% face ao período homólogo para 219.922, de acordo com as estatísticas mensais da Segurança Social.

“Verificou-se um acréscimo mensal de 28,8% no número de subsídios por doença, em novembro de 2020 (mais 49.231), o que resulta num total de 219.922 subsídios”, segundo o documento. Em relação ao período homólogo, a progressão foi de 37,2% (mais 59.664), o que se traduz em aumentos de 32,5% no sexo feminino e 44,4% no masculino.

Conforme precisou a Segurança Social, este número inclui baixas por contágio pelo novo coronavírus, bem como o subsídio por isolamento profilático agrupado com o subsídio por tuberculose. Do total, 57,9% são mulheres (127.242) e 42,1% são homens (92.680).

No grupo “outras doenças”, em novembro, a subida mensal foi de 6% para 153.787 subsídios. Já no grupo “tuberculose, isolamento profilático e doença covid”, o aumento foi de 154%, em relação a outubro, para 72.235 beneficiários.

(Notícia atualizada às 20h10)

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Comunicações em Portugal são 21% mais caras do que a média europeia

Preços das comunicações em Portugal são 21,4% mais elevados do que na União Europeia e a diferença subiu seis pontos percentuais em 2019 face a 2018, mostram os dados do Eurostat.

Portugal é o oitavo país da União Europeia em que os preços das comunicações são mais elevados. Em média, as ofertas de de comunicações portuguesas são 21,4% mais caras do que a média dos 27 Estados-membros, mostra uma análise do Eurostat.

Os dados do gabinete oficial de estatística da União Europeia referem-se a 2019 e mostram que a diferença se acentuou ainda mais face ao que se verificava em 2018. Sem contar com o Reino Unido, nesse ano, Portugal tinha comunicações 15,4% mais caras do que a média dos 27. Ou seja, verificou-se um agravamento de seis pontos percentuais de ano para ano.

Portugal é o oitavo país com comunicações mais caras

Fonte: Eurostat

Estes dados incluem os preços dos equipamentos de telefone e fax, o fornecimento de acessos à internet, serviços de telefone móvel e de telefone fixo, pacotes de telecomunicações e, também, os preços do correio. Bélgica é o país com as comunicações mais caras (76% acima da média europeia) e a Roménia é o país onde as comunicações ficam mais baratas (62% abaixo da média).

A publicação destes dados oficiais promete servir de ignição para o debate em torno dos preços das telecomunicações em Portugal. Por norma, esta informação é usada pela Anacom, o regulador setorial, para indicar que os preços das telecomunicações no país estão a subir e são mais altos do que a média europeia. Mas os números são recusados pelas operadoras, que consideram que os dados do Eurostat não fornecem uma imagem factual, argumentando que comparam ofertas e mercados que não são comparáveis.

Os dados do Eurostat são ajustados à paridade de poder de compra. Segundo o gabinete de estatísticas da União Europeia, “em 2019, os preços das comunicações na União Europeia foram cerca de cinco vezes mais elevados no Estado-membro mais caro comparativamente com o mais barato”. Depois da Bélgica, Grécia, Irlanda, Luxemburgo e Suécia foram os países com as comunicações mais caras. A seguir à Roménia, Polónia, Lituânia e Bulgária foram os países com as comunicações mais baratas.

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Lay-off simplificado recusado a cerca de 500 empresas

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2020

Ana Mendes Godinho revelou que o lay-off simplificado abrangeu 896 mil pessoas, incluindo 110 mil empresas. Por outro lado, cerca de 500 empresas viram os processos indeferidos.

Cerca de 500 empresas viram recusado o seu pedido de acesso ao ‘lay-off’ simplificado devido a dívidas por regularizar à Segurança Social, disse esta segunda-feira no parlamento a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

“O lay-off simplificado abrangeu 896 mil pessoas em termos de processos que foram pagos e já concluídos, abrangendo cerca de 110 mil empresas“, começou por dizer a ministra numa audição a pedido do CDS-PP na comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia de Covid-19 e do processo de recuperação económica e social.

Por outro lado, “houve cerca de 500 empresas que viram os seus processos indeferidos”, acrescentou Ana Mendes Godinho, explicando que a recusa aconteceu “por razões de dívidas que não estavam ainda regularizadas.”

A ministra adiantou que os apoios que vieram suceder ao lay-off simplificado como apoio à retoma progressiva e o incentivo à normalização da atividade abrangem neste momento 69 mil empresas e 551 mil trabalhadores.

“É importante relevar que 82% destas situações são situações em que as empresas se comprometem a manter os postos de trabalho mais tempo, ou seja, durante os seis meses de abrangência da medida mais dois meses após a cessação da medida”, acrescentou Ana Mendes Godinho. Em reposta à deputada do CDS-PP Cecília Meireles, a ministra detalhou que, das 69 mil empresas abrangidas por estes dois apoios, 50 mil optaram pelo incentivo à normalização e 19 mil pelo apoio à retoma.

Ainda sobre o balanço das medidas de resposta à Covid-19, a ministra indicou que o programa de reforço de recursos humanos no setor social do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) abrange 12.250 pessoas.

A ministra do Trabalho disse ainda que o apoio extraordinário de 438,81 euros para trabalhadores sem proteção social já foi pago a 17 mil pessoas, enquanto o apoio aos trabalhadores independentes chegou até agora a 173 mil beneficiários. Quanto aos sócios-gerentes, Ana Mendes Godinho adiantou aos deputados que o apoio abrange neste momento 57.113 pessoas, correspondendo a um valor de 85,6 milhões de euros.

Para 2021, a governante referiu que está previsto que “os sócios-gerentes que descontem como trabalhadores para a empresa” passam a estar abrangidos pelo apoio à retoma, estando ainda prevista a prorrogação por seis meses dos subsídios de desemprego que terminem no próximo ano.

(Notícia atualizada às 19h50)

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Saíram cinco concelhos de risco extremo, mas entraram 10. Saiba em que escalão está o seu concelho

  • ECO
  • 21 Dezembro 2020

Há, agora, 30 concelhos considerados de risco extremo. Nisa, Felgueiras, Fafe, Espinho e Lousada saíram do pior escalão de todos.

Há 30 concelhos considerados de risco extremo, isto é, que têm uma taxa de incidência de casos de Covid-19 superior a 960 por cada 100 mil habitantes no acumulado dos últimos 14 dias, revelam os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS). Face à última atualização, cinco saíram deste escalão, mas entraram mais 10.

Nisa (Portalegre), Felgueiras (Porto), Fafe (Braga), Espinho (Aveiro) e Lousada (Porto) saíram do pior escalão de todos, encontrando-se agora no risco muito elevado (entre 480 e 960 casos por 100 mil habitantes).

Por outro lado, alguns municípios viram a sua situação deteriorar-se, especialmente o distrito de Portalegre, que apesar da saída de Nisa, viu mais três concelhos entrarem na lista de risco extremo (Alter do Chão, Monforte e Castelo de Vide), para um total de cinco, pois contavam ainda com Marvão e Gavião.

Os restantes municípios a entrar na lista encontram-se na região Norte ou Centro: Santa Marta de Penaguião (Vila Real), Penamacor (Castelo Branco), Aguiar da Beira (Guarda), Tabuaço (Viseu), Mortágua (Coimbra), Oliveira de Azeméis (Aveiro) e Bragança (Bragança).

A maioria dos concelhos que já se encontravam na lista de risco extremo assistiram a ligeiras melhorias face à última atualização, com exceção de Marvão, Gavião, Mourão, Pinhel e Vimioso. Este último encabeça a lista dos municípios com risco extremo de contágio, com 2.908 casos por cada 100 mil habitantes, mais do dobro que na última atualização (1.392).

No risco extremo contam-se, então, 30 concelhos, tendo por base os 14 dias prévios à última sexta-feira, 17 de dezembro. No risco muito elevado estão 79 concelhos, menos dois que na última atualização da DGS, estando os restantes no risco elevado e moderado.

Veja em que estalão está o seu concelho:

Risco extremo

Vimioso
Marvão
Castelo de Vide
Chaves
Mourão
Mondim de Basto
Penamacor
Pinhel
Gavião
Crato
Tabuaço
Vila Pouca de Aguiar
Mortágua
Trofa
Monforte
Esposende
Vila Nova de Famalicão
Póvoa de Varzim
Armamar
Póvoa de Lanhoso
Alter do Chão
Aguiar da Beira
Vieira do Minho
Bragança
Barcelos
Santa Marta de Penaguião
Valpaços
Guimarães
Oliveira de Azeméis
Vila do Conde

Risco muito elevado

Amarante
Lamego
Portalegre
São João da Madeira
Nelas
Felgueiras
Braga
Marco de Canaveses
Baião
Terras de Bouro
Montemor-o-Novo
Santa Maria da Feira
Vila Verde
Alenquer
Mértola
Miranda do Douro
Murtosa
Sabugal
Anadia
Figueira de Castelo Rodrigo
Amares
Paredes
Espinho
Santo Tirso
Ponte da Barca
Miranda do Corvo
Alfândega da Fé
Moita
Serpa
Valongo
Torre de Moncorvo
Cinfães
Lousada
Mesão Frio
Montijo
Peso da Régua
Seia
Porto
Gondomar
Porto de Mós
Vila Nova de Gaia
Oliveira do Hospital
Barreiro
Évora
Almeida
Fafe
Chamusca
Vila Real
Sernancelhe
Maia
Guarda
Idanha-a-Nova
Montalegre
Mealhada
Penafiel
Figueiró dos Vinhos
Matosinhos
Almada
Azambuja
Grândola
Arouca
Resende
Ílhavo
Ponte de Lima
Boticas
Penacova
Murça
Albergaria-a-Velha
Lisboa
Águeda
Ovar
Monção
Paços de Ferreira
Viseu
Estarreja
Castelo Branco
Caminha
Ansião
Freixo de Espada à Cinta

Risco Elevado

Alcochete
Leiria
Castanheira de Pêra
Ribeira Grande
Gouveia
Seixal
Vila Franca do Campo
Nisa
Soure
Covilhã
Santarém
Coimbra
Viana do Castelo
Palmela
Odemira
Aveiro
Odivelas
Vagos
Torres Vedras
Castro Daire
Rio Maior
Figueira da Foz
São João da Pesqueira
Peniche
São Pedro do Sul
Sesimbra
Sintra
Condeixa-a-Nova
Mirandela
Vinhais
Cascais
Cantanhede
Sever do Vouga
Setúbal
Vale de Cambra
Vizela
Amadora
Valença
Castelo de Paiva
Lourinhã
Batalha
Tarouca
Cabeceiras de Basto
Manteigas
Vendas Novas
Sátão
Alandroal
Vila Franca de Xira
Celorico de Basto
Mafra
Penela
Penedono
Salvaterra de Magos
Macedo de Cavaleiros
Pombal
Alcácer do Sal
Caldas da Rainha
Montemor-o-Velho
Sabrosa
Loures
Belmonte
Carregal do Sal
Moimenta da Beira
Oeiras
Mira
Oliveira do Bairro
Torres Novas
Alijó
Tondela
Marinha Grande
Angra do Heroísmo
Fundão
Celorico da Beira
Arruda dos Vinhos
Ourém
Sobral de Monte Agraço
Trancoso
Mogadouro
Vouzela
Abrantes
Elvas
Lousã
Santa Comba Dão
Alcanena
Vila Flor
Golegã
Óbidos
Faro
Vila Velha de Ródão
Ribeira de Pena
Cartaxo
Portimão
Loulé
Campo Maior
Reguengos de Monsaraz

Risco moderado

Mangualde
Almeirim
Avis
Vila Nova da Barquinha
Bombarral
Pampilhosa da Serra
Cuba
Viana do Alentejo
Tábua
Castro Marim
Tomar
Alvito
Ponte de Sor
Albufeira
Vila Viçosa
Entroncamento
Mora
Sardoal
Vila Nova de Poiares
Silves
Góis
Penalva do Castelo
São Brás de Alportel
Lagos
Oliveira de Frades
Vila de Rei
Benavente
Fornos de Algodres
Constância
Arraiolos
Castro Verde
Arcos de Valdevez
Coruche
Sertã
Almodôvar
Paredes de Coura
Borba
Alcobaça
Olhão
Estremoz
Vila Nova de Cerveira
Alvaiázere
Proença-a-Nova
Lagoa [R.A. Açores]
Vila Real de Santo António
Pedrógão Grande
Monchique
Melgaço
Nazaré
Sines
Vila Nova de Paiva
Aljezur
Vila Nova de Foz Côa
Vila da Praia da Vitória
Alpiarça
Santa Cruz
Lagoa
Arganil
Mêda
Vidigueira
Santiago do Cacém
Machico
Câmara de Lobos
Ponta Delgada
Fronteira
Funchal
Mação
Cadaval
Portel
Redondo
São Vicente
Ferreira do Alentejo
Arronches
Povoação
Beja
Tavira
Nordeste
Moura
Vila do Bispo
Ferreira do Zêzere
Calheta [R.A. Madeira]
Santana
Sousel
Ourique
Porto Moniz
Oleiros
Ribeira Brava
Ponta do Sol
Calheta [R.A. Açores]
São Roque do Pico
Santa Cruz da Graciosa
Lajes do Pico
Velas
Porto Santo
Carrazeda de Ansiães
Aljustrel
Horta
Alcoutim
Barrancos
Corvo
Lajes das Flores
Madalena
Santa Cruz das Flores
Vila do Porto

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Por todo o mundo, países fecham as portas ao Reino Unido

Nova variante do coronavírus levou vários países a fechar fronteiras a viajantes e mercadorias vindos de terras britânicas. Há governos a vedar outros viajantes ou a aplicar quarentenas.

As autoridades britânicas identificaram uma nova variante do coronavírus. A descoberta fez soar os alarmes a nível internacional e vários países decidiram fechar fronteiras (aéreas, marítimas ou terrestres) com o Reino Unido para evitar uma maior propagação desta estirpe, que poderá ser 70% mais contagiosa do que as anteriores identificadas.

Portugal optou por proibir, a partir da meia noite desta segunda-feira, a entrada no país de passageiros provenientes do Reino Unido, à exceção de cidadãos portugueses ou residentes legais. O mesmo acontece em Espanha, a partir desta terça-feira, de forma concertada com Portugal.

A Península Ibérica não é, de longe, caso único. Os vários governos apressaram-se a atuar e logo no domingo começaram a avançar com iniciativas para controlar a nova estirpe. Os Países Baixos foram os primeiros a avançar, ao suspenderem todos os voos e ferries com passageiros oriundos do Reino Unido até 1 de janeiro, enquanto Itália restringiu os voos até 6 de janeiro.

As durações das proibições foram muito diferentes consoante as autoridades de cada país. Tanto na Áustria como na Alemanha, a duração da proibição de voos provenientes do Reino Unido ainda não é conhecida. Quem estivesse a pensar viajar desde o Reino Unido para Malta, Hungria, Polónia, República Checa ou Macedónia tem os voos suspensos, até novas informações em contrário.

Por outro lado, há países que decidiram impor restrições por períodos mais curtos de tempo. A Bélgica cessou ligações aéreas e marítimas provenientes do país por um período (mínimo e renovável) de 24 horas e França por 48 horas, o mesmo tempo que a Irlanda, a Dinamarca, a Noruega e a Croácia. No caso francês, além de pessoas, também mercadorias transportadas por via terrestre, aérea ou marítima são barradas à chegada, de acordo com a agência Lusa.

A Rússia está fechada a viajantes vindos da Grã-Bretanha durante uma semana, adianta a Sky News. Países como a Bulgária, a Lituânia, a Letónia e a Estónia veem todos os voos vindos do Reino Unidos a serem interrompidos até ao fim do ano, de acordo com a Sky News.

Tanto a Roménia como a Finlândia e a Suíça suspenderam não só as ligações com o Reino Unido como com a África do Sul. E no caso suíço, quem esteve recentemente em terras de Sua Majestade, tem de ficar de quarentena.

Fora da Europa, a Índia irá, a partir de quarta-feira, interromper todos os voos vindos do Reino Unido até 31 de dezembro e o Irão suspendeu todos os voos do Reino Unido durante as próximas duas semanas. O acesso terrestre e marítimo ao território pelo período mínimo de uma semana (prorrogável) está também em vigor na Arábia Saudita. No Canadá, a proibição dura apenas 72 horas. Colômbia, Marrocos, Chile e Argentina baniram, também, a chegada de viajantes vindos do Reino Unido por tempo indeterminado, tal como o Kuwait.

O Governo de Hong Kong, por seu lado, anunciou também a suspensão dos voos de passageiros vindos do Reino Unido, obrigando quem faça essa travessia a um período de isolamento excecional de 21 dias, de forma a reduzir as possibilidades de contágio.

Israel e a Turquia decidiram proibir a entrada de visitantes não só do Reino Unido, mas também da Dinamarca e da África do Sul, refere a Lusa. No caso dos turcos, as restrições aplicam-se igualmente aos Países Baixos.

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Sonae obtém 20 milhões de euros em dívida sustentável

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2020

Dona do grupo Continente emitiu esta segunda-feira um novo empréstimo obrigacionista, no valor de 20 milhões de euros, indexados a indicadores ambientais, sociais e de governo corporativo (ESG).

A Sonae emitiu esta segunda-feira um novo empréstimo obrigacionista, no valor de 20 milhões de euros, indexados a indicadores ambientais, sociais e de governo corporativo (ESG).

“A Sonae SGPS informa que procedeu no dia 18 de dezembro à emissão de um Empréstimo Obrigacionista indexado ao desempenho do grupo em indicadores ambientais, sociais e de governo corporativo (ESG), por subscrição particular, no montante de vinte milhões de euros”, pode ler-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De acordo com o comunicado à CMVM, “o spread final desta operação depende da capacidade da Sonae em promover a presença de mulheres em cargos diretivos e em reduzir as emissões de CO2 [dióxido de carbono]”.

Num comunicado paralelo enviado à comunicação social acerca do mesmo assunto, a empresa afirma que “a operação foi organizada pelo Banco BBVA, por subscrição particular, sem recurso a garantias e pelo prazo final de cinco anos“.

Anteriormente, no dia 10 de dezembro, a Sonae já tinha realizado “um conjunto de refinanciamentos de 150 milhões de euros também ligados a indicadores ESG”, e agora “o montante total de empréstimos de longo prazo contratados pela Sonae SGPS e pela Sonae MC com enquadramento sustentável, Green e ESG, ascende já a 280 milhões de euros”.

De acordo com o grupo Sonae, o valor “representa mais de 15% do montante de dívida bruta atual destas empresas”, enquanto a empresa “reforça a sua posição de liquidez e aumenta a maturidade média da sua dívida”.

A Sonae também já se comprometeu a atingir a neutralidade carbónica em 2040 e atualizou o seu plano de igualdade de género, “com metas ainda mais ambiciosas para a liderança no feminino”, segundo a empresa.

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Autoridade da Concorrência multa supermercados e fornecedores de bebidas em 304 milhões por concertação de preços

A Autoridade da Concorrência multou seis supermercados e dois fornecedores de bebidas em 304 milhões de euros por terem concertado preços de forma indireta.

A Autoridade da Concorrência multou seis supermercados e dois fornecedores de bebidas em 304 milhões de euros por terem concertado preços de forma indireta. Há duas decisões que, em conjunto, envolvem as principais cadeias de supermercado — Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan, Intermarché, Lidl e E.Leclerc — e duas fornecedoras de bebidas, a Sociedade Central de Cervejas e a Prime Drinks.

“A Autoridade da Concorrência (AdC) impôs coimas no valor total de cerca de 304 milhões de euros a seis cadeias de supermercados, a dois fornecedores de bebidas e a dois responsáveis individuais, por concertarem, de forma indireta, os preços de venda, uma prática prejudicial aos consumidores“, anuncia a entidade num comunicado divulgado esta segunda-feira.

Além das empresas, a decisão da entidade liderada por Margarida Matos Rosa incide também sobre dois indivíduos: um administrador da Sociedade Central de Cervejas (16 mil euros de multa) e um diretor de unidade de negócio da Modelo Continente (2 mil euros de multa).

De acordo com a própria AdC, esta é uma das “primeiras condenações em Portugal por uma prática concertada de fixação indireta entre empresas de distribuição através da coordenação por fornecedores”. Este é o resultado das investigações lançadas pela Autoridade em 2017 que visava a grande distribuição a retalho, “afetando assim, a generalidade da população portuguesa”.

Na prática, o que fizeram estas empresas? As cadeias de supermercados recorreram a um fornecedor comum para assegurar o alinhamento dos preços de venda ao público em todas as superfícies, restringindo a concorrência pelo preço entre supermercados e privando os consumidores de preços diferenciados. Além disso, os supermercados “monitorizavam as lojas que se afastavam da prática, pressionando para que todos praticassem o mesmo preço”.

A AdC impôs a imediata cessação da prática, por não ser possível excluir que os comportamentos investigados estejam ainda em curso“, assinala. A Autoridade explica que na terminologia do direito da concorrência esta prática é designada de “hub-and-spoke”, a qual é “muito grave”. Ao contrário de um “cartel”, neste caso evita-se o contacto direto entre si, mas o efeito de subida generalizada do preço é o mesmo.

No comunicado são divulgados vários mails trocados entre estas empresas que demonstram a concertação de preços e, além disso, mostram que houve a tentativa de esconder provas de correio eletrónico desta prática anticoncorrencial perante as investigações da AdC, assumindo assim ter consciência da prática ilícita.

A coima está determinada, mas as empresas podem recorrer da decisão, apesar de tal não suspender a execução das coimas (que não podem ser superiores a 10% do volume de negócios da empresa em questão). “As empresas podem requerer ao Tribunal de Concorrência, Regulação e Supervisão que suspenda a execução das decisões se (i) demonstrarem que esta lhes causa prejuízo considerável e (ii) prestarem efetiva caução em sua substituição”, refere a autoridade.

Em comunicado enviado às redações, a Primedrinks (multada em sete milhões de euros) anunciou que vai recorrer da decisão “para, convicta da sua razão, repor o seu bom nome e a verdade dos factos”. Em comunicado enviado à CMVM, a Sonae, dona do Continente (multada em 121,9 milhões de euros), também anunciou que vai recorrer da decisão: “A Sonae SGPS, S.A. rejeita em absoluto o envolvimento desta sua subsidiária em qualquer prática ilegal em prejuízo dos consumidores, pelo que estas acusações serão contestadas vigorosamente junto dos Tribunais“. Pelo mesmo caminho seguirá o Pingo Doce (multado em 91 milhões de euros) que diz, citado pelo Dinheiro Vivo, “discordar em absoluto” da decisão, a qual apelida de “infundada e aprofundadamente imerecida”.

Já a Sociedade Central de Cervejas não avança já para um recurso, preferindo “estudar em detalhe a globalidade da decisão de forma a determinar” quais os próximos passos. Ainda assim, a “SCC manifesta-se desapontada com esta decisão uma vez que, aparentemente, a AdC não aceitou os argumentos apresentados oportunamente pela Empresa”.

“A Lei da Concorrência proíbe acordos entre empresas que restrinjam a concorrência, no todo ou em parte do mercado, reduzindo o bem-estar dos consumidores”, recorda a Autoridade da Concorrência, argumentando que “a violação das regras da concorrência não só reduz o bem-estar dos consumidores, mas também prejudica a competitividade das empresas e penaliza a economia como um todo“. “A AdC mantém como prioridade o reforço da investigação a práticas restritivas da concorrência, em particular as que tenham maior impacto no consumidor, tal como a prática agora sancionada”, assegura.

Existem mais processos semelhantes a correr. Há cerca de um mês a AdC anunciou que acusou o Modelo Continente, o Pingo Doce, a Auchan e o fornecedor de bebidas alcoólicas Active Brands, que detém as marcas Licor Beirão e Porto Velhotes, de concertarem os preços praticados ao consumidor nos supermercados. Correm ainda processos relativos à Sumol+Compal e Sogrape e à Bimbo Donuts, também envolvendo os supermercados.

A própria autoridade garante que “estas duas decisões não esgotam as investigações da AdC em curso na Grande Distribuição”. “A AdC realizou durante o ano de 2017 buscas em instalações de 44 entidades, tendo os resultados sido incorporados em 16 processos contraordenacionais, mais de uma dezena dos quais neste setor“, refere. Até ao momento, as investigações na grande distribuição alimentar já resultaram em sete acusações.

(Notícia atualizada às 18h51 com a reação do Pingo Doce)

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Ministra da Coesão defende revisão do mapa de territórios de baixa densidade

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2020

Ana Abrunhosa reconhece que o mapa atual está desatualizado. Revisão poderá permitir negociar medidas de benefícios fiscais, por exemplo, semelhantes às regiões periféricas, junto de Bruxelas.

A ministra da Coesão Territorial Ana Abrunhosa defendeu esta segunda-feira em Cinfães a revisão do mapa dos municípios de território de baixa densidade e desafiou os municípios a iniciar essa discussão sobre o interior e o interior mais profundo. A governante respondia às reivindicações apresentadas pelo presidente da Câmara Municipal de Cinfães (PS), após uma reunião com o executivo camarário esta segunda-feira, no decorrer de uma visita ao concelho.

Em declarações aos jornalistas, a ministra considerou que o mapa hoje existente dos territórios do interior “corresponde a dois terços do país” e que surgiu na sequência de “uma proposta da Associação Nacional de Municípios”. Então, foi utilizado “um conjunto de indicadores para definir os municípios” que, na altura, o Governo aprovou.

Um mapa que Ana Abrunhosa reconheceu que está desatualizado, até para permitir negociar medidas de benefícios fiscais, “por exemplo, semelhantes às regiões periféricas, junto da Comissão Europeia” e, atualmente, “o país nunca terá qualquer hipótese se as for propor para dois terços do país”.

“Mas já terá maior probabilidade de sucesso de negociação com a União Europeia se for um território mais delimitado”, acrescentou Ana Abrunhosa que admitiu ter uma “postura muito coincidente com a do presidente da Câmara” de Cinfães.

A governante defendeu que “isto tem de partir dos municípios” e que deverão ser eles a “iniciar esse exercício de revisão, quer dos indicadores que querem considerar para os territórios do interior, económico e social, quer depois, dentro do mapa do interior, aquilo que seja o interior mais profundo de modo a permitir medidas distintas”.

A título de exemplo, Ana Abrunhosa referiu um programa de apoio à produção nacional que vai ser lançado e que “permite projetos de investimento até 235.000 euros” e nos territórios do interior a taxa de apoio a fundo perdido pode ir até 60%, mas se estivessem definidos os territórios do interior mais profundo, podia haver uma taxa de 70 a 80%”.

O autarca socialista, Armando Mourisco, não escondeu satisfação por ele e a ministra pensarem da mesma forma e desejou que, com isso, surjam “decisões que tragam ainda mais qualidade de vida” para quem vive em Cinfães e para atrair população. Em resposta ao desafio lançado pela governante, Armando Mourisco adiantou que vai “propor um conjunto de critérios que façam o diferenciamento dos territórios (…) para que depois sejam majorados na aplicação de fundos”.

Sei que é um trabalho difícil, porque há muitos autarcas que se vão sentir lesados naquilo que são os seus interesses e têm de se arranjar mecanismos, porque ninguém quer tirar nada a ninguém – quer é repor a justiça naquilo que é a necessidade da coesão social e territorial”, sustentou.

Armando Mourisco adiantou que vai “fazer chegar à ministra da Coesão Territorial e à Associação Nacional de Municípios Portugueses [ANMP] um conjunto de medidas muito objetivas, quantificáveis, e que possam ajudar a tornar o mapa mais coeso” para que seja discutido entre os pares.

“Percebo que é uma discussão política profunda, que vai ser morosa (…), mas entendo que no [programa] Portugal 2030, essa decisão já estivesse tomada, naturalmente não vai haver unanimidade, mas que haja maioria”, defendeu. A ministra assumiu que se “a Associação Nacional de Municípios entender propor a revisão de um mapa dos territórios de baixa densidade ou dos territórios do interior, o Governo não será obstáculo a essa revisão, pelo contrário, verá com muito bons olhos”.

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Nova estirpe tira mil milhões à bolsa de Lisboa. Galp e BCP afundam mais de 5%

O dia nos mercados foi de alta pressão nas bolsas após vários Governos europeus terem fechado as ligações com o Reino Unido devido à nova estirpe mais contagiosa do coronavírus.

A bolsa de Lisboa terminou a sessão em forte baixa, acompanhando a tendência da generalidade das praças europeias. A condicionar o desempenho dos mercados esteve a descoberta de uma nova estirpe do coronavírus alegadamente 70% mais contagiosa no Reino Unido. O PSI-20 perdeu mil milhões de euros nesta sessão, com a Galp Energia e o BCP a serem fortemente castigados pelos investidores: afundaram mais de 5%.

Depois de várias semanas de ganhos generalizados, e quando vários países já têm em curso os seus planos de vacinação, as bolsas viveram esta segunda-feira uma sessão de forte pressão vendedora, depois de ter sido revelado que uma nova variante do vírus Sars-Cov-2 foi detetada no Reino Unido. E nem a “luz verde” da Agência Europeia do Medicamento à vacina da Pfizer/BioNTech aliviou a pressão nos mercados.

Nesse contexto, na Europa, o Stoxx 600 caiu 2,3%, enquanto o britânico FTSE 100 desvalorizou 1,8%, o francês CAC-40 perdeu 2,4%, o alemão DAX cedeu 2,8%, já o IBEX-35 derrapou 3%. Em Lisboa, o PSI-20 acompanhou as perdas registadas nas praças europeias, desvalorizando 2,20% para os 4.658,49 pontos, com 16 das 18 cotadas em “terreno” negativo, uma a ganhar e uma inalterada.

As cotadas portuguesas mais penalizadas nesta sessão foram a Galp Energia e o BCP. A petrolífera portuguesa tombou 5,76% para os 8,2780 euros. Trata-se da maior desvalorização percentual desde 21 de abril (dia em que derrapou 5,58%). Só nesta sessão, a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva perdeu mais de 390 milhões de euros em capitalização bolsistas, isto no dia em que anunciou que vai fechar a refinaria de Matosinhos, concentrando as operações de refinação em Sines.

Nos mercados internacionais, o Brent, que serve de referência para a Europa, desvalorizou 4,02% para 50,16 dólares, ao passo que o crude em Nova Iorque recuava 4,09% para os 47,09 dólares.

A par da Galp Energia, o banco liderado por Miguel Maya também liderou as quedas na praça nacional. O BCP cedeu 5,28% para os 11,66 cêntimos, o maior recuo também desde 21 de abril deste ano. Nesta sessão, a instituição bancária perdeu mais de 98 milhões em capitalização bolsista.

Também a Jerónimo Martins se destacou nas perdas, recuando 2,31% para os 13,76 euros. Nesta sessão, a retalhista perdeu cerca de 204 milhões em capitalização bolsista. Destaque ainda para o setor da pasta e papel, com a Altri a ceder 2,80%, a Navigator a perder 2,71% e a Semapa a desvalorizar 4,39%.

Nota ainda para o grupo EDP que apesar de terem tido quedas menos expressivas, foram também das que mais perderam em capitalização de mercado. Ao recuar 0,88%, a EDP perdeu 390 milhões de euros nesta sessão, ao passo que a EDP Renováveis perdeu 169 milhões, apesar de ter encerrado a sessão inalterada.

(Notícia atualizada às 17h40 com mais informação)

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