Confederações empresariais de Portugal e Espanha pedem urgência no Plano de Recuperação da UE

  • Lusa
  • 10 Outubro 2020

As confederações empresariais de Portugal e de Espanha defenderam hoje a urgência na implementação do Plano de Recuperação para a Europa, em resposta à crise provocada pela covid-19.

As confederações empresariais de Portugal e de Espanha defenderam este sábado a urgência na implementação do Plano de Recuperação para a Europa, em resposta à crise provocada pela Covid-19, e reafirmaram o seu compromisso no processo de recuperação económica.

A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Confederação Espanhola de Organizações Empresariais (CEOE) reafirmaram este sábado, por ocasião da realização da Cimeira Luso-espanhola, na Guarda, “o compromisso da comunidade empresarial de Portugal e de Espanha no processo de recuperação económica” no quadro europeu.

“O novo enquadramento acordado pelo Conselho Europeu abre novas possibilidades para uma intervenção coordenada, através do financiamento de programas de reorganização estrutural do tecido produtivo, com impacto transversal a todo o espaço económico da União Europeia”, referem as organizações empresariais em comunicado enviado à agência Lusa.

Segundo a nota, “um dos domínios que confere à Europa coesão e dinamismo é o mercado único, núcleo do projeto de integração construído ao longo de décadas, que deve ser preservado e regressar ao topo da agenda política”.

“Neste contexto, assume particular importância a disponibilização efetiva dos apoios europeus através dos instrumentos já adotados, nomeadamente o SURE, e a aprovação e implementação, o mais rapidamente possível, do Plano de Recuperação para a Europa”, lê-se.

A CIP e a CEOE assumem o objetivo de “assegurar a autonomia estratégica da União Europeia, sem que tal seja confundido com a ilusão da autossuficiência, harmonizando-a com uma estratégia comercial de abertura ao mundo, enquadrada por regras prudentes e por políticas internas adequadas”.

Este objetivo, referem, “exige uma política industrial dinâmica, com base numa estratégia que vise melhorar as condições que incentivem as empresas, de todas as dimensões, a investir, inovar e crescer”.

Metas ambientais exigem “esforço acrescido das empresas europeias”

As estruturas empresariais lembram ainda que os objetivos ambientais traçados no Pacto Ecológico Europeu “requerem um esforço acrescido das empresas europeias”.

Também consideram que “na presença de fortes e persistentes debilidades económicas nos territórios transfronteiriços Portugal-Espanha, importa estimular a cooperação transfronteiriça, procurando complementaridades nesses territórios e envolvendo a participação do associativismo empresarial transfronteiriço”.

“Neste quadro, depositamos as maiores expectativas na implementação da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço acordada nesta cimeira, com particular ênfase na sua vertente de Desenvolvimento Económico e Inovação Territorial, com vista à atração de novas empresas e investimentos para estes territórios, com prioridade aos projetos dirigidos às Pequenas e Médias Empresas”, apontam.

A CEOE e a CIP também reafirmam a importância de dotar a Península Ibérica de uma rede eficaz de transportes de mercadorias que ligue os seus portos ao centro da Europa, integradas nas redes transeuropeias e complementada por uma rede de infraestruturas logísticas enquadrada numa visão ibérica.

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Marcelo prepara chumbo à nova lei da contratação pública proposta pelo Governo

  • ECO
  • 10 Outubro 2020

Se a nova lei da contratação pública chegar a Belém tal como foi proposta pelo Governo, o Presidente da República deverá vetar o diploma, noticia o Público.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não deverá promulgar a nova lei da contratação pública proposta pelo Governo, caso esta chegue a Belém tal como está. A notícia foi avançada pelo Público (acesso condicionado).

A proposta do Governo possibilita que se firmem contratos sem concurso público, por consulta prévia com convite a cinco empresas, até um valor de cerca de cinco milhões de euros. Atualmente, o valor máximo é de 135 mil euros, indica o jornal.

Além disso, acaba com os limites à celebração de sucessivos contratos com as mesmas empresas e dispensa justificação se invocada urgência.

Esta proposta vai ser votada na especialidade no Parlamento esta quarta-feira, na Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas. Mas há já propostas de alteração em cima da mesa, nomeadamente do CDS e do PSD.

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Organizações avaliam de forma positiva liderança de Guterres na ONU

  • Lusa
  • 10 Outubro 2020

Várias Organizações Não Governamentais (ONG) avaliam de forma positiva o mandato do português António Guterres à frente da ONU. Mas destacam que ainda há muito trabalho por fazer.

Líder de uma organização carente de reformas e dependente de “consensos e unanimidades”, o secretário-geral da ONU tem conseguido ser, contudo, “um farol” em tempos de tensões globais e de descrédito do multilateralismo, afirmaram ONG ouvidas pela Lusa.

À Lusa, as organizações não-governamentais (ONG) Oikos – Cooperação e Desenvolvimento e Amnistia Internacional (AI) Portugal fizeram uma avaliação do mandato de António Guterres, assinalando aspetos positivos e negativos, apontando “o mérito da diplomacia silenciosa e privada” praticada pelo representante perante líderes mundiais mais controversos, mas também o “muito trabalho” que ainda há por fazer.

Quatro anos passaram desde que o ex-primeiro-ministro português e ex-Alto Comissário para os Refugiados foi aclamado, a 13 de outubro de 2016, pelos 193 Estados-membros da Assembleia-Geral para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), após a importante e determinante recomendação do Conselho de Segurança adotada dias antes, a 6 de outubro.

Poucos meses depois, em janeiro de 2017, António Guterres, o primeiro português a alcançar um cargo desta dimensão mundial, sucedia ao sul-coreano Ban Ki-moon (2007-2016) e tornava-se no nono secretário-geral da ONU para um mandato de cinco anos, até 31 de dezembro de 2021.

“Destacaria o grande trabalho que ele tem feito nas questões do clima e das alterações climáticas, e também nas questões da igualdade de género, dando até o exemplo na casa que governa como secretário-geral das Nações Unidas”, afirma o diretor-executivo da secção portuguesa da AI, Pedro Neto.

Este último aspeto também é destacado pelo presidente da Oikos, João José Fernandes, que salienta “a definição de uma estratégia clara de equidade de género nas Nações Unidas e nas várias agências”.

Mas o representante da Oikos menciona outros avanços, realçando o “papel de liderança” de Guterres “na prossecução da Agenda 2030” (que define as prioridades e aspirações do desenvolvimento sustentável global), onde estão incluídos, a par da luta contra as alterações climáticas e a perda de biodiversidade e a equidade de género, “a aliança estratégica para a paz e a prosperidade com a União Africana (UA)”.

“António Guterres, fruto da sua experiência como Alto Comissário para os Refugiados, tem também desempenhado um importante papel na pressão para uma maior transversalidade dos objetivos de desenvolvimento sustentável no seio das múltiplas agências das Nações Unidas”, prossegue o presidente da Oikos, uma ONG para o Desenvolvimento constituída em 1988 em Portugal.

Em termos de resolução de conflitos, a Oikos regista também alguns avanços, como foi o caso “da aproximação entre a Etiópia e a Eritreia” ou “o apoio à mediação de conflitos da UA na República Centro-africana e no Burkina Faso”, mas, frisa que muitos são os conflitos que ainda permanecem e “nos quais as Nações Unidas têm perdido protagonismo”.

“Para enunciar apenas dois: a questão palestiniana e a Líbia”, diz João José Fernandes. Destacando a “missão de facto muito dura” de Guterres, e que “merece todo o respeito e admiração”, o diretor-executivo da AI Portugal admite, no entanto, que não pode desligar a atuação das próprias Nações Unidas do seu secretário-geral, apontando “uma certa inação” e uma “lentidão na resposta a muitas questões”.

“Não é responsabilidade única do líder (…) também é responsabilidade deste sistema das Nações Unidas, que para fazer alguma coisa de significativo pede o consenso e muitas vezes a unanimidade”, diz Pedro Neto, mencionando o exemplo do Conselho de Segurança da ONU, cuja fórmula de composição e regulamento quase colocam António Guterres “de mãos atadas”.

Em tempos em que os “Estados estão a fechar-se”, onde existe “muito bilateralismo interesseiro” e “o multilateralismo está a ficar para trás”, Pedro Neto realça o trabalho interno que a ONU terá de fazer “para depois conseguir outra resolução de muitos outros problemas”.

O presidente da Oikos também insiste no facto da ONU depender “da vontade de membros nacionais, com profundas assimetrias económicas, de conhecimento e poder”, salientando, porém, que António Guterres, “tantas vezes empurrado para um ‘confinamento’ na magistratura de influência”, tem “por vezes, conseguido ser um farol no mar de ameaças globais, desigualdades planetárias e conflitos regionais”.

Organização precisa de “profundas reformas”

“As Nações Unidas – tal como as demais instituições saídas do pós-II Guerra Mundial -, precisam de profundas reformas”, prossegue João José Fernandes.

Ao longo do mandato, e na opinião de Pedro Neto da AI Portugal, Guterres tem vindo a ser confrontado com vários contratempos, entre eles a atual pandemia da Covid-19 que veio colocar em segundo plano grandes problemas que já atormentavam o mundo.

“Tão e mais grave é que muitos dos problemas que já existiam agravaram-se com a pandemia. Os que são económico-sociais agravaram-se em consequência direita da pandemia. Os que são civis e políticos agravaram-se em consequência direta da ação de muitos líderes que aproveitaram os estados de emergência da pandemia para à boleia fazerem ações e ataques aos Direitos Humanos”, afirma o representante da ONG de defesa dos diretos humanos, cujo braço internacional conta com uma representação junto da ONU, em Nova Iorque.

No que diz respeito ao atual panorama de líderes mundiais, Pedro Neto não esquece que o secretário-geral da ONU se deparou com um cenário político composto por nomes como Donald Trump (Estados Unidos) e por outros governantes “com um paradigma de atuação semelhante”, como é caso, entre outros, de Erdogan (Turquia), Duterte (Filipinas) ou Bolsonaro (Brasil).

“A estes contratempos acrescentaria os muitos ataques de muitos países do conceito universal dos Direitos Humanos, que têm crescido e que as Nações Unidas e o secretário-geral não têm conseguido interromper esse crescimento”, diz o representante da AI Portugal, enumerando, entre outras situações, as “campanhas e limpezas étnicas” e as “catástrofes humanitárias” no Iémen, Síria, Bangladesh (refugiados da etnia rohingya) ou na China (com a minoria étnica de origem muçulmana uigur).

Ainda sobre a Covid-19, e no quadro da corrida ao “El Dourado” das vacinas para o novo coronavírus como classifica o presidente da Oikos, João José Fernandes conclui que Guterres tem feito “um esforço significativo” no fomento de alianças multilaterais, que irão permitir, assim espera, que “os futuros programas de vacinação cheguem prioritariamente a quem mais deles precisam, independentemente da sua nacionalidade ou residência”.

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Pesca da sardinha proibida a partir deste sábado

  • Lusa
  • 10 Outubro 2020

A captura e descarga de sardinha está proibida a partir deste sábado, depois de ter sido atingido o limite de captura fixado para este ano pelo Governo.

A captura e descarga de sardinha está proibida a partir deste sábado, segundo a decisão do Governo publicada esta semana em Diário da República.

Na quinta-feira, o despacho da secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, indicou que fica “interdita a captura, manutenção a bordo e descarga de sardinha, a partir das 0h00 do dia 10 de outubro de 2020, com qualquer arte de pesca”.

Segundo o diploma, a captura de sardinha atingiu o limite fixado para este ano pelo Governo, tendo em conta o acordado com Espanha no Plano Plurianual para a Gestão e Recuperação da Sardinha 2018-2023, visando esta decisão reforçar as medidas de conservação e proteção da espécie.

A pesca da sardinha tinha reaberto este ano em 1 de junho, com limites de captura diários e semanais, depois de ter sido encerrada em 12 de outubro do ano passado.

Em maio, o Governo definiu que a pesca da sardinha seria proibida a partir de 31 de julho, mas no final de julho, num despacho do anterior secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, decidiu prolongar a possibilidade de capturas após 1 de agosto, aumentando o limite de descargas obtidas com a arte de cerco para 6.405 toneladas e proibindo a partir de 14 de setembro a pesca de sardinha às quartas-feiras.

Segundo esse despacho, quando o limite de descargas de sardinha de 6.405 toneladas fosse atingido, seria publicado novo despacho, a proibir a captura, manutenção a bordo e descarga de sardinha, o que aconteceu esta semana.

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Bares e restaurantes de Berlim obrigados a fechar às 23h

  • Lusa
  • 10 Outubro 2020

Berlim decretou a partir deste sábado o encerramento de bares e restaurantes entre as 23h00 e as 6h00, para fazer face ao aumento de infeções de Covid-19. Medida em vigor pelo menos até fim do mês.

Berlim decretou, a partir deste sábado, o encerramento de bares e restaurantes entre as 23h00 e as 6h00, para fazer face ao aumento de infeções de Covid-19 na capital alemã.

O recolher obrigatório aplica-se a todos os estabelecimentos comerciais, exceto farmácias e estações de serviço, e permanecerá em vigor até 31 e outubro, pelo menos. A venda de bebidas alcoólicas nas estações de serviço ou supermercados será proibida a partir das 23h00.

“Este não é o momento para fazer festas”, justificou, no início da semana, o autarca de Berlim, Michael Müller. “Podemos e queremos evitar um novo confinamento”, frisou, dirigindo-se particularmente à faixa etária entre os 20 e os 40 anos.

A associação de bares de Berlim considerou o encerramento noturno “desastroso” e está a ponderar questionar a decisão em tribunal. A vida noturna de Berlim é uma componente essencial da economia da capital alemã, onde estão registados mais de 1.700 bares e perto de 6.000 restaurantes, segundo o instituto Statista.

A situação pandémica na capital é preocupante, com uma taxa de incidência superior a 50 novas infeções em cada cem mil habitantes há vários dias, o que coloca Berlim nas “zonas de risco”.

A autarquia dirigida pelos social-democratas decidiu também restringir fortemente os contactos sociais, proibindo ajuntamentos com mais de cinco pessoas no espaço público entre as 23h00 e as 6h00. Durante o dia, o limite está fixado em 50 pessoas.

Estas restrições são ainda maiores no interior, onde apenas dez pessoas podem juntar-se (em vez das 25 que estavam previstas), sendo que esta medida visa principalmente os serões em casa e as festas ilegais, que as autoridades berlinenses consideram propagadoras do vírus.

Também a cidade alemã de Frankfurt adotou uma medida semelhante, que entrou em vigor na sexta-feira à noite. Para além do encerramento de bares e restaurantes naquele período, as autoridades interditaram a venda de álcool entre as 22h00 e as 06h00.

A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e sessenta e três mil mortos e mais de 36,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo o balanço mais recente da agência francesa AFP.

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BE mantém exigências e quer período experimental de 90 dias

Mesmo com a proposta do Governo de compensar os trabalhadores despedidos após 120 dias à experiência, o BE mantém a exigência de redução do período experimental para 90 dias, entre outras.

O Governo tentou uma aproximação ao Bloco de Esquerda, propondo compensar os trabalhadores despedidos após 120 dias à experiência. No entanto, a medida não será suficiente para merecer o acordo dos bloquistas, que continuam a querer uma redução significativa do período experimental.

Este sábado de manhã, depois de conhecida a notícia do Público, Catarina Martins veio colocar o dedo na ferida, mostrando que a proposta ainda fica aquém das intenções do Bloco.

Em declarações a partir de Matosinhos, e transmitidas pela TVI 24, a coordenadora bloquista afirmou: “Trabalhar todos os anos e sempre com períodos experimentais, sem acesso ao subsídio de desemprego, seguramente não é compensado por se poder ter ao fim de quatro meses 20 euros de compensação de despedimento.”

“É bom tratar as pessoas com respeito que elas merecem. Os trabalhadores e trabalhadoras querem direito ao emprego e ao seu salário. Despedir trabalhadores precários em período experimental, com compensações de 20 ou 50 euros, não resolvem o problema de ninguém”, apontou Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco foi ainda mais longe, recordando que a extensão do período experimental para os 180 dias atuais, “está no Tribunal Constitucional”. “O que é estranho é que o Governo insista numa medida que é de constitucionalidade duvidosa e que se provou tão penalizadora para muitos trabalhadores neste período de pandemia.”

Desta feita, Catarina Martins voltou a recordar o caderno de encargos do Bloco nesta matéria. “Dizemos não só que o período experimental tem de voltar a ser o que era antes, o mais curto, de 90 dias, quando estamos a falar de contratos sem termo, mas é também que todos os apoios que são dados às empresas que protejam os trabalhadores com vínculos efetivos, mas também os trabalhadores precários”, ressalvou.

A coordenadora do Bloco indicou ainda que “não podemos ter apoios do Estado em empresas que estão a despedir” e afirmou ainda que é necessário avançar com “regras sobre o outsourcing e o trabalho temporário, porque o que há mais em Portugal é abuso”, rematou.

“Impasse” com Governo mantém-se, mas BE reafirma “disponibilidade para negociar”

Segundo Catarina Martins, o Bloco de Esquerda já respondeu aos últimos documentos recebidos do Governo no âmbito da negociação do Orçamento do Estado, mantendo-se as “matérias de impasse”, mas também a “disponibilidade para negociar”, afirmou.

“Conhecemos a resposta que chegou finalmente esta semana a algumas das reivindicações que o Bloco vem pondo em cima da mesa desde junho e já respondemos aos vários pontos ao Governo. Mas as matérias de impasse mantêm-se”, afirmou a coordenadora do BE em declarações aos jornalistas no final de um encontro com trabalhadoras de cantinas escolares.

Segundo Catarina Martins, na sua proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), “o Governo continua a não considerar a obrigação da manutenção do emprego, seja com vínculo efetivo, seja com vínculo precário, nas empresas que têm apoio do Estado, continua a manter o período experimental com a duração que tem neste momento e continua a não se comprometer em manter a trajetória de salário mínimo nacional que está no seu próprio programa”.

Adicionalmente, disse, o executivo liderado pelo socialista António Costa “não quer voltar aos [anteriores] períodos de concessão de subsídio de desemprego, continua a achar que as crianças valem meio na altura de calcular as prestações sociais e continua a considerar que o compromisso mais importante que Portugal tem é dar dinheiro à Lone Star, mesmo antes de uma auditoria ao Novo Banco”.

“Portanto, em todas essas matérias mantém-se o impasse”, admitiu Catarina Martins, assegurando, que, contudo, “o Bloco de Esquerda não deixou, todavia, nunca de manter a sua disponibilidade para negociar”.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h52)

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Governo propõe compensação para trabalhadores despedidos após 120 dias à experiência

  • ECO
  • 10 Outubro 2020

Numa tentativa de aproximação ao Bloco, o Governo propôs uma compensação de dois dias de salário por cada mês de trabalho a pagar aos trabalhadores despedidos após 120 dias à experiência.

O Governo propôs ao Bloco de Esquerda compensar os trabalhadores despedidos quando ultrapassados 120 dias de período experimental, noticiou o Público (acesso condicionado). A compensação em causa corresponde a dois dias de salário por cada mês de trabalho.

A medida visa uma aproximação das exigências bloquistas. Catarina Martins quer reduzir de 180 dias para 90 dias o período experimental na contratação de jovens e de desempregados de longa duração, um ponto em que, de acordo com o jornal, o Executivo continua intransigente.

Atualmente, os trabalhadores despedidos após o período experimental não têm direito a qualquer indemnização após o despedimento. Deste modo, o Governo quer, mantendo os 180 dias de período experimental, compensar aqueles que foram despedidos depois de 120 dias à experiência. Segundo contas do jornal, uma pessoa que ganhe 50 euros por dia receberia, no máximo, 600 euros em compensação (dois dias de salário vezes seis meses de experiência).

Bloco de Esquerda mantém exigências

Porém, já este sábado de manhã, depois de conhecida a notícia do Público, Catarina Martins veio colocar o dedo na ferida, mostrando que a proposta ainda fica aquém das intenções do Bloco.

Em declarações a partir de Matosinhos, e transmitidas pela TVI 24, a coordenadora bloquista afirmou: “Trabalhar todos os anos e sempre com períodos experimentais, sem acesso ao subsídio de desemprego, seguramente não é compensado por se poder ter ao fim de quatro meses 20 euros de compensação de despedimento.”

“É bom tratar as pessoas com respeito que elas merecem. Os trabalhadores e trabalhadoras querem direito ao emprego e ao seu salário. Despedir trabalhadores precários em período experimental, com compensações de 20 ou 50 euros, não resolvem o problema de ninguém”, apontou Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco foi ainda mais longe, recordando que a extensão do período experimental para os 180 dias atuais, “está no Tribunal Constitucional”. “O que é estranho é que o Governo insista numa medida que é de constitucionalidade duvidosa e que se provou tão penalizadora para muitos trabalhadores neste período de pandemia.”

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Investimento captado por vistos “gold” recua 10% em setembro

  • Lusa
  • 10 Outubro 2020

Portugal captou 43,5 milhões de euros em investimento estrangeiro por via dos vistos "gold" em setembro, um recuo de 10% em termos homólogos.

O investimento captado através dos vistos gold caiu 10% em setembro, face a igual período de 2019, para 43,5 milhões de euros, segundo contas feitas pela Lusa com base nas estatísticas do SEF.

Em setembro, o investimento resultante da concessão de Autorização de Residência para Investimento (ARI) atingiu 43.512.585,46 euros, menos 10% que um ano antes (48,4 milhões de euros). Face a agosto (57,6 milhões de euros), a queda foi de 24%.

No mês passado foram atribuídos 78 vistos gold’, dos quais 70 por via da aquisição de bens imóveis (16 na compra para reabilitação urbana) e oito através do critério de transferência de capital.

A compra de imóveis registou um investimento de 39,4 milhões de euros no mês em análise, dos quais 5,6 milhões de euros corresponderam à aquisição para reabilitação urbana.

Já a transferência de capitais totalizou um investimento de 4,1 milhões de euros, não tendo sido, mais uma vez, atribuído qualquer visto por via da criação de postos de trabalho.

Do total das concessões de vistos gold em agosto, 19 foram provenientes da China, nove do Vietname, seis da África do Sul, cinco do Brasil e outros cinco dos Estados Unidos.

Do total acumulado do ano, o montante captado por este instrumento ascendeu a 540 milhões de euros, menos 10% que nos primeiros nove meses de 2019.

Entre janeiro e setembro foram atribuídos 993 vistos ‘dourados’.

O programa dos vistos ‘gold’ foi lançado precisamente há oito anos e, de acordo com alguns media, o Governo pretenderá acabar com este instrumento em Lisboa e Porto, até ao final do ano, cumprindo o objetivo de aliviar a pressão no mercado nas duas cidades.

Mais de 5,5 mil milhões de euros captados em oito anos

O investimento captado através do programa de vistos gold totaliza mais de 5,5 mil milhões de euros em quase oito anos de existência, com a aquisição de bens imóveis a representar quase 90% daquele montante.

De acordo com dados do SEF, o programa de concessão de Autorização de Residência para Investimento (ARI), lançado em outubro de 2012, registou até setembro um investimento acumulado de 5.532.470.527,84 euros.

Deste montante, a aquisição de imóveis corresponde a 89% do investimento captado, totalizando ao fim de quase oito anos 4.998.215.303,96 euros.

Dos 4,9 mil milhões de euros captados em compra de imóveis, cerca de 263 milhões de euros corresponde a investimento realizado na compra para reabilitação urbana. Por sua vez, os vistos atribuídos por via do critério de transferência de capitais totalizaram 534.255.223,88 euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 9.200 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018, 1.245 em 2019 e 993 em 2020.

Até setembro, em termos acumulados, foram atribuídos 8.654 vistos ‘gold’ por via de compra de imóveis, dos quais 731 tendo em vista a reabilitação urbana.

Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 529 e mantêm-se 17 por via da criação de postos de trabalho (nos últimos meses não tem sido registado qualquer visto atribuído por esta via).

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.708), seguida do Brasil (973), Turquia (441), África do Sul (384) e Rússia (353).

Desde o início do programa foram atribuídas 15.792 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 1.169 em 2020.

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“Aumento do salário mínimo dá um sinal muito bom à economia”

  • Lusa
  • 10 Outubro 2020

O ex-ministro da Economia considera que uma subida do salário mínimo é positiva para a economia portuguesa, embora admita que menos significativa em 2021 por causa do impacto da pandemia.

O economista e ex-ministro Manuel Caldeira Cabral considera que a subida do Salário Mínimo Nacional é positiva para a economia, embora admita que face à atual crise possa ter uma subida menos significativa em 2021.

“O aumento do salário mínimo dá um sinal muito positivo à economia e à sociedade. Quando um dos principais problemas é um problema de procura, este sinal dá confiança aos trabalhadores e é um sinal importante”, explica Caldeira Cabral em entrevista à Agência Lusa.

O economista, que foi o primeiro ministro da Economia no primeiro governo de António Costa, lembra que a discussão sobre a subida do salário mínimo já se havia colocado quando fez parte do Governo e apesar de as condições económicas não serem exatamente as mesmas, não tem dúvidas de que o salário deve aumentar.

O atual momento “é diferente, mas talvez não seja tão diferente do momento em que estávamos no final de 2015 e princípio de 2016 em que também havia os mesmos argumentos” para não aumentar o salário mínimo.

Ainda assim, Caldeira Cabral reconhece que em 2021 a subida do salário mínimo deverá ser mais moderada que em anos anteriores devido ao atual estado da economia. “Penso que este seria um ano em que o aumento do salário mínimo, pelas condições da economia, deveria ser mais moderado que em anos anteriores”, defende o economista, adiantando que a subida deveria estar relacionada com a evolução da economia.

“Devemos desenhar aumentos do salário mínimo que tenham a ver com a evolução da economia. Que devem ter capacidade de ser maiores se houver uma recuperação económica mais rápida, mas que, eventualmente, devem ser menores se a recuperação da economia for mais lenta”.

Caldeira Cabral reconhece que, para algumas empresas, o salário mínimo “tem influência na sua capacidade competitiva e de rentabilidade”, mas lembra também que a atual crise afetou as empresas de forma muito diferente.

“A crise afetou empresas muito diferentes de uma forma muito diferente e, portanto, é muito mais importante ter apoios fortes”, por um lado e, por outro, “é preciso olhar para o Programa de Recuperação e alinhar o que são as nossas prioridades com o que são as prioridades europeias”.

E explica o que pode ser feito para apoiar as empresas: “podemos usar fundos de sustentabilidade para financiar as nossas empresas a fazer investimentos, se calhar com uma grande parte a fundo perdido, que lhes reduzam a fatura energética nos próximos anos”, por exemplo. Este tipo de investimentos, prossegue o economista, pode permitir a redução dos custos energéticos das empresas e, dessa forma, torná-las “mais competitivas” e, assim, permitir-lhes aguentar “salários mínimos mais elevados”, conclui.

No final de setembro o Governo começou a ouvir os parceiros sociais sobre o aumento do salário mínimo nacional em 2021, mas não apresentou uma proposta ainda que mantenha o objetivo de o atualizar dos atuais 635 euros para 750 euros até ao final da legislatura.

Entre 2011 e 2014 o salário mínimo manteve-se congelado nos 485 euros, tendo aumentado depois disso sucessivamente para 505 euros em 2015, 530 euros em 2016, 557 euros em 2017, 580 euros em 2018, 600 euros em 2019 e 635 euros em 2020.

O aumento do salário mínimo dá um sinal muito positivo à economia e à sociedade. Quando um dos principais problemas é um problema de procura, este sinal dá confiança aos trabalhadores e é um sinal importante.

Manuel Caldeira Cabral

Economista e ex-ministro da Economia

OE tem de mostrar “que não estamos a voltar a políticas de austeridade”

Manuel Caldeira Cabral considera também essencial que a proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) mostre claramente que o país não está a regressar às políticas de austeridade aplicadas em 2011.

“É importante que o próximo Orçamento seja anticíclico, mostre um claro compromisso de que não estamos a voltar a 2011, a políticas de austeridade”, defende aquele que foi o primeiro ministro da Economia do primeiro Governo liderado por António Costa.

Atualmente a ocupar o cargo de vogal do Conselho de Administração da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, Caldeira Cabral justifica a necessidade de se dar este sinal aos agentes económicos para que se faça uma gestão das expectativas que permita impulsionar a recuperação da economia.

“É importante ter políticas que trabalhem, não só para compensar a queda da economia, mas também no sentido de gerar expectativas mais positivas de crescimento”, explica numa entrevista à Agência Lusa feita na condição de que não se abordariam os temas relacionados com a supervisão do setor dos seguros.

Apesar de defender a necessidade de não aplicar medidas de austeridade em 2021, Caldeira Cabral defende também a posição do Governo de, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência da União Europeia, prescindir dos empréstimos disponíveis, apostando na execução dos 15,3 mil milhões de euros em subvenções diretas.

“Os empréstimos seriam muito importantes se o Estado estivesse com dificuldades de se financiar ou se esse financiamento fosse necessário”, explica o antigo ministro, adiantando que não é esse o caso uma vez que Portugal se está “a financiar com taxas que estão entre as mais baixas a que alguma vez se financiou” e que chegam a ser negativas nalguns prazos.

Caldeira Cabral defende ainda que no âmbito do Orçamento para 2021 se avance rapidamente com as medidas de estímulo à economia. “Se essas medidas se se concretizarem em investimento e em despesa no primeiro e no segundo trimestre terão o efeito de alteração das expectativas e de estancar a perda de emprego”.

O economista explica que não está a defender aumentos exagerados do lado da despesa, mas que se deve seguir uma política semelhante à usada entre 2015 e 2019. “Mostrámos que um aumento moderado da despesa, bem focado e bem canalizado para áreas em que tem efeitos multiplicadores muito fortes pode dar um estímulo forte à economia”, defende.

Tudo medidas que, segundo o economista, ajudarão à recuperação de uma economia que terá batido no fundo no segundo trimestre deste ano quando registou uma quebra trimestral homóloga de 16,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Depois de uma queda muito forte no segundo trimestre, temia-se que o terceiro trimestre também fosse bastante mau por causa do turismo, mas há alguns sinais, principalmente no quarto trimestre, que mostram que a economia está a recuperar lentamente, mas está a recuperar”, sublinha Caldeira Cabral.

O antigo ministro diz acreditar que estes sinais se irão manter no próximo ano, com o primeiro trimestre de 2021 “ainda a ser de queda homóloga”, mas com o PIB no segundo e terceiro trimestre a registar “crescimentos homólogos muito fortes”.

Apesar destas boas notícias, Caldeira Cabral adverte para o facto de os resultados ainda serem negativos ao nível do emprego. “O crescimento do desemprego vai continuar até ao final deste ano, vai continuar no primeiro trimestre do próximo ano e possivelmente só a meio do próximo ano é que vamos ter uma estabilização, ou até uma diminuição do desemprego”, prevê o economista.

Caldeira Cabral acredita, ainda assim, numa recuperação forte em 2021, mas explica que é preciso ter consciência do que significa essa recuperação. “Depois de uma queda de 8% em 2020, se calhar a maior desde a Segunda Guerra Mundial, em 2021 vamos ter o maior crescimento desde os anos 90. Mas se crescermos 4,5% significa que ainda ficamos muito atrás de onde estávamos em 2019”, ou seja, prossegue o economista, “provavelmente só em 2022 ou em 2023 é que vamos conseguir voltar ao nível de 2019”.

“Transparência e combate à corrupção não podem ser comprometidos”

Manuel Caldeira Cabral defende, por fim, uma maior rapidez na aplicação das verbas que chegarão de Bruxelas, mas diz que não pode faltar transparência ou combate à corrupção.

Quanto à aplicação dos fundos europeus, Caldeira Cabral diz, em entrevista à Agência Lusa, que temos de ter em atenção três aspetos diferentes: “A necessidade de rapidez. Os objetivos de longo prazo. E a transparência e o combate à corrupção”.

Mas, para o antigo ministro, “a transparência e o combate à corrupção não podem ser comprometidos. Não se pode aceitar falta de transparência ou falta de combate à corrupção”, sublinha.

Já nos outros dois objetivos, Caldeira Cabral diz que têm de se fazer compromissos. “É necessário um compromisso entre objetivos de longo prazo (e os objetivos definidos pela União Europeia), mas temos de ter formas que garantam que a execução é rápida”.

O antigo ministro justifica a necessidade dessa rapidez com o facto de este ser um fundo de recuperação que não pode ter mecanismos que façam com que a sua aplicação resvale para 2022 ou 2023.

“Isso significaria que ao longo de 2021 a economia europeia entraria numa crise muito mais profunda do que o necessário e numa crise que depois tenderia a arrastar-se” e quando os fundos chegassem ao terreno “teriam mais dificuldade em ser eficazes”, explica.

O antigo ministro defende assim que uma solução deve passar por um reforço das estruturas técnicas que em Portugal fazem a avaliação da aplicação desses fundos.

“O reforço destas estruturas, que são estruturas técnicas e que fazem uma avaliação técnica, pode ajudar”, explica, adiantando que, com mais pessoas a trabalharem nessas estruturas, é possível “fazer uma análise igualmente rigorosa, mas analisar um maior volume de projetos”.

Caldeira Cabral diz ainda que “não devemos ir para o maniqueísmo de dizer que uns estão pela rapidez e outros estão pela transparência”. O economista reconhece que há regras que são importantes para o controlo da despesa e que algumas dessas regras atrasam os processos e, nesse sentido, defende que em 2021 se simplifiquem algumas. Mas, “ao serem simplificadas, deve haver mecanismos que permitam fazer uma avaliação posterior e que criem nas pessoas que estão a utilizar os fundos a certeza de que não vão ficar sem fiscalização. Não têm é a fiscalização toda feita previamente”.

Para os objetivos de longo prazo, uma peça essencial para a sua definição é a “Visão Estratégica para o Plano de Recuperação 2020/2030” elaborado pelo gestor Costa Silva a pedido do Governo.

Caldeira Cabral diz que este é um plano com “muito conteúdo” e que aponta para várias áreas onde terá de se atuar.

“Há um tempo muito curto e este trabalho, que não é suposto substituir o trabalho dos ministérios, ou o trabalho de negociação com a Comissão Europeia, é um trabalho que de forma independente e do exterior traz para dentro muitas sugestões, muitas ideias”, conclui Caldeira Cabral.

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Subsídio de desemprego mínimo vai subir para 505 euros

  • ECO
  • 10 Outubro 2020

O Governo terá aceitado subir o subsídio de desemprego mínimo para perto de 505 euros, de forma a ficar acima do valor definido como o limiar da pobreza.

O Governo terá aceitado incluir no próximo Orçamento do Estado uma subida do valor mínimo do subsídio de desemprego de cerca de 60 euros, para cerca de 505 euros (1,15 IAS), para quem desconta pelo salário mínimo nacional. A notícia é avançada pelo Expresso (acesso pago) e pelo Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Os dois jornais explicam que esta é uma das novidades que saiu das reuniões do Executivo com a esquerda e tem como objetivo garantir que o subsídio de desemprego mínimo, atualmente nos 439 euros, não fica abaixo do limiar da pobreza, que é de 502 euros.

Contudo, os partidos da esquerda exigem ir mais além e pretendem que a referência seja o salário mínimo nacional e não o limiar da pobreza. Mas, no Governo, a medida já acordada é vista como uma aproximação a estes pedidos.

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Grandes empresas que despeçam perdem benefícios fiscais ao investimento

  • ECO
  • 10 Outubro 2020

As empresas de maiores dimensões que, tendo tido lucros este ano, avancem com despedimentos, perderão o acesso aos benefícios fiscais ao investimento.

As grandes empresas que tenham lucros este ano, e que avancem mesmo assim com despedimentos, deverão ficar impedidas de aceder aos benefícios fiscais ao investimento.

A medida está a ser ponderada pelo Governo para ser incluída no próximo Orçamento do Estado. É uma resposta alternativa à exigência do Bloco de Esquerda, que quer proibir os despedimentos em todas as empresas com lucros, um cenário afastado pelo Executivo.

A notícia foi avançada pelo Expresso (acesso pago) e pelo Jornal de Negócios (acesso condicionado). Em causa estão as empresas com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios igual ou superior a 50 milhões de euros.

Segundo o Negócios, a medida deverá proteger não só os trabalhadores por conta de outrem mas, também, os independentes em situação de prestação de serviços mas cuja situação na empresa os coloque economicamente dependentes do exercício dessas funções.

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Governo vai aumentar salários com descida da retenção na fonte de IRS

  • ECO
  • 10 Outubro 2020

O Governo deverá incluir no Orçamento do Estado para 2021 uma descida média de 2% da taxa de retenção na fonte de IRS, aumentando, por esta via, o salário mensal de dois milhões de portugueses.

O Governo deverá incluir no próximo Orçamento do Estado uma redução da taxa de retenção na fonte de IRS para todos os trabalhadores. Por esta via, sem baixar impostos nem pondo em causa as receitas do Estado, o Executivo aumenta o rendimento disponível mensalmente aos portugueses, compensando com uma menor devolução do IRS no ano seguinte, avança o Expresso (acesso pago).

A medida, não comunicada aos parceiros da esquerda mas aprovada no Conselho de Ministros de quinta-feira, beneficiará dois milhões de portugueses e não deverá ter impacto no défice em contabilidade nacional. A redução da taxa será de, em média, 2%, mas aplicada com progressividade, sendo superior para quem tenha menores rendimentos e inferior para quem ganha mais. Não beneficiará os restantes dois milhões de portugueses com rendimentos muito baixos, por já estarem isentos deste imposto

A redução da taxa de retenção na fonte de IRS visa ajudar as famílias e estimular o consumo, puxando pela economia. Em conjunto com a devolução do IVA para consumos nos setores da restauração e turismo em novas compras, juntas, vale 200 milhões de euros, segundo cálculos do semanário.

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