Pandemia não passou, mas bolsas parecem ter esquecido. Wall Street já ganha mais de 50%

A pandemia ainda não acabou, mas as bolsas já parecem ter esquecido. Nos EUA, os principais índices acionistas já sobem mais de 50% desde os mínimos tocados em março, acima dos ganhos na Europa.

Era ainda março quando se tornou claro que o coronavírus era um problema global, que levaria grande parte da população mundial a fechar-se em casa. As empresas foram obrigadas a parar atividade, as economias afundaram e os investidores entraram em pânico. A sangria nas bolsas foi profunda, mas passageira. Com os Estados ainda a lidar com a disseminação do vírus e uma crise profunda, as ações não só recuperaram como até parecem já ter esquecido.

“Não nos podemos esquecer que na esfera dos investimentos é normal uma certa discrepância relativamente ao que se passa na economia subjacente, já que os investidores olham sempre para o amanhã. Neste caso, podemos dizer que os ganhos em bolsa resultam de uma visão otimista. Apesar da crise colossal que atravessamos, a recuperação económica espera-se rápida. Analisando mais detalhadamente, detetamos vários fatores que têm contribuído para este sentimento”, explica Ricardo Evangelista, analista sénior da ActivTrades.

Wall Street é o caso mais expressivo dessa discrepância. Os Estados Unidos são o país do mundo mais afetado pelo vírus, com mais de 174 mil mortos e quase 5,6 milhões de infeções. No entanto, o rally vivido pelas principais bolsas não reflete a situação. O S&P 500 e o Dow Jones já sobem mais de 50% desde os mínimos tocados em março. Já no caso do tecnológico Nasdaq o ganho ultrapassa os 70%.

“Por um lado, as bolsas tendem a antecipar o ciclo económico e o que nos estão a dizer é que não estão a descontar o cenário de recessão prolongada. Mas há mais razões”, concorda Filipe Garcia, economista e presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros.

Além da expectativa de recuperação económica (após o maior tombo na atividade desde a segunda guerra mundial), os estímulos monetários dos bancos centrais têm sido o combustível para o rally acionista. Em concreto, a Reserva Federal norte-americana decidiu retirar os limites à compra de dívida em termos de valores e de entidades, o que foi “fundamental para evitar o pânico completo nos mercados”, segundo Evangelista.

"É normal uma certa discrepância relativamente ao que se passa na economia subjacente, já que os investidores olham sempre para o amanhã. Neste caso, podemos dizer que os ganhos em bolsa resultam de uma visão otimista. Apesar da crise colossal que atravessamos, a recuperação económica espera-se rápida. Analisando mais detalhadamente, detetamos vários fatores que têm contribuído para este sentimento”

Ricardo Evangelista

Analista sénior da ActivTrades

Apple e Amazon mais que duplicam de valor

Ambos analistas apontam um terceiro fator que tem impulsionado os índices. “As circunstâncias dos confinamentos ditaram condições ideais para o setor tecnológico registar fortes subidas, aumentando ainda mais o peso relativo dentro do S&P 500 e compensando as perdas registadas noutros setores”, aponta o analista sénior da ActivTrades.

“É preciso ter também em conta a grande concentração dos ganhos. São as FAANG — Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Alphabet (dona da Google) — que estão a puxar pelos índices e sem o peso das grandes seria muito diferente. O S&P 500 renovou recordes, mas a generalidade das empresas não está em recordes“, sublinha igualmente o presidente da IMF.

Desde os mínimos tocados no sell-off da pandemia, em março, Apple e Amazon mais de duplicaram de valor, enquanto o Facebook está próximo do mesmo marco. A dona do iPhone tornou-se mesmo, esta quarta-feira, a primeira cotada em Wall Street a atingir uma capitalização de dois biliões de dólares. Já a Netflix e a Alphabet ganharam mais de 65% e 50%, respetivamente.

Fora do grupo das estrelas da tecnologia, mas em grande destaque está igualmente a Tesla. A empresa do carismático Elon Musk acumula um ganho de 440% desde março fazendo com que o fundador não pare de subir no ranking dos mais ricos do mundo: já vai na quarta posição.

Dona do iPhone é a cotada mais valiosa do mundo

Fonte: Reuters

À Europa, falta-lhe a tecnologia

E as tecnológicas são a chave para perceber porque é que os ganhos na Europa não são tão expressivos como nos EUA. “Na Europa, também há uma política monetária muito expansionista, mas não há tanta concentração de ganhos em poucas empresas. Faltam aos índices europeus a Apple, a Google ou a Amazon. Os índices europeus não refletem esses ganhos. É como se fossem os norte-americanos, mas sem estes gigantes”, refere Garcia, apontando para o maior peso de setores penalizados pela pandemia como a banca ou a indústria.

A par da diferenciação setorial, a maior atratividade do mercado norte-americano, a quebra do dólar face ao euro (com a moeda única em máximos de maio de 2018) e as maiores quedas do PIB em cadeia na Europa que nos EUA também estarão a ter impacto. Aliás, esta semana foi exemplo do impacto da fragilidade económica nas bolsas europeias e, após as últimas sessões terem sido negativas, o Stoxx 600 acumula uma valorização de 36% desde os mínimos de março, enquanto o português PSI-20 avança 24%.

“As cotadas do setor da tecnologia têm, neste momento, um peso relativo de 27,5% nos EUA, enquanto na Europa representam menos de 8%, o que ajuda, em grande parte, a explicar a discrepância”, concorda Evangelista.

"Por mais estranho que possa parecer face à incerteza económica, não há nenhum indício de que o rally tenha de terminar. Nas ações, o fundo é zero, mas o topo não tem limite… É evidente que haverá uma correção mais tarde ou mais cedo. Vamos ter um evento de risco que são as eleições nos EUA e o mercado neste momento não está a olhar muito para isso. Penso que até novembro, podemos vir a ter uma correção, mas não sei quando.”

Filipe Garcia

Economista e presidente da IMF - Informação de Mercados Financeiros

Rally ainda tem combustível para continuar

Com a escalada do preço das ações, tanto a Tesla como a Apple estão a preparar stock splits. Na prática, significa que cada ação vai dividir-se em cinco ou quatro, respetivamente, e o valor divide-se pelos novos títulos. Matematicamente não fará diferença para os investidores que ficam com o mesmo valor, mas dividido por mais títulos. Mas poderá ter impacto num índice específico.

Enquanto o S&P 500 e o Nasdaq são índices ponderados pela capitalização de mercado, o Dow Jones é ponderado pelo preço de cada ação. Ou seja, na prática nenhum dos dois primeiros é influenciado por estas operações, mas o último sofrerá o efeito do stock split da Apple, que passará a ter menos peso e, assim, a puxar menos pela totalidade do índice.

No entanto, nem esse efeito deverá quebrar o rally e as perspetivas são otimistas, pelo menos para já. “Penso que existe margem para as subidas continuarem. As condições que ditaram os recentes ganhos mantêm-se, particularmente no setor tecnológico, que, de momento, é o mais relevante”, diz analista sénior da ActivTrades.

O presidente da IMF concorda, dizendo que “por mais estranho que possa parecer face à incerteza económica, não há nenhum indício” de um fim de rally. “Nas ações, o fundo é zero, mas o topo não tem limite…”, diz. Lembra, no entanto, que há um fator de risco no horizonte. “É evidente que haverá uma correção mais tarde ou mais cedo. Vamos ter um evento de risco que são as eleições nos EUA e o mercado neste momento não está a olhar muito para isso. Penso que até novembro, podemos vir a ter uma correção, mas não sei quando”, acrescenta.

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UE e EUA chegam a acordo para primeira redução tarifária sobre exportações em 20 anos

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

As reduções das tarifas aduaneiras entram de imediato em vigor, com efeitos retroativos a partir de 1 de agosto de 2020.

A União Europeia (UE) e os Estados Unidos decidiram esta sexta-feira baixar as tarifas aduaneiras aplicadas às exportações de determinados produtos, o primeiro acordo tarifário alcançado em 20 anos, que vem abolir taxas de milhões de dólares.

Numa declaração conjunta sobre este acordo tarifário, o comissário europeu do Comércio, Phil Hogan, e o representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, anunciam “um pacote de reduções tarifárias que irá aumentar o acesso ao mercado em centenas de milhões de dólares nas exportações dos EUA e da UE”.

“Estas reduções tarifárias são as primeiras reduções tarifárias negociadas entre os EUA e a UE em mais de duas décadas”, destacam Bruxelas e Washington no documento.

Na prática, isto levará os Estados Unidos a reduzir em 50% as suas taxas aduaneiras sobre certos produtos exportados pela UE, com um valor comercial anual de 160 milhões de dólares, incluindo refeições preparadas, cristais de vidro, preparações de superfície, pós propulsores, isqueiros e peças de isqueiro.

Por seu lado, a UE irá eliminar os direitos aduaneiros sobre as importações de produtos norte-americanos de lagosta vivos e congelados, que geraram mais de 111 milhões de dólares em 2017. As tarifas da UE serão eliminadas por um período inicial de cinco anos, sendo que a Comissão Europeia realizará, depois, os procedimentos necessários para tornar estas alterações tarifárias permanentes.

Em ambos os casos, as reduções tarifárias são feitas no âmbito do estatuto da Nação Mais Favorecida da Organização Mundial de Comércio e entram de imediato em vigor, com efeitos retroativos a partir de 1 de agosto de 2020.

Citados na declaração conjunta, Phil Hogan e Robert Lighthizer falam num “acordo mutuamente benéfico” que “trará resultados positivos para as economias dos Estados Unidos e da União Europeia”, espelhando ainda a “melhoria das relações da UE e EUA”.

“Pretendemos que este pacote de reduções pautais marque apenas o início de um processo que conduzirá a acordos adicionais que criarão um comércio transatlântico mais livre, justo e recíproco”, frisam os responsáveis pelo Comércio europeu e norte-americano.

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Dívida pública dispara sete pontos para 127,1% do PIB no segundo trimestre

O peso da dívida pública deu o segundo maior salto da série, atingindo um máximo de 2017. A queda histórica do PIB e o aumento do endividamento do Estado por causa da pandemia explicam a subida.

A dívida pública aumentou 7,1 pontos percentuais do primeiro para o segundo trimestre deste ano, em grande medida por causa da crise pandémica, para 127,1% do PIB. Esta é a segunda maior subida do rácio do endividamento público desde 1999, início da série estatística do Banco de Portugal, só superado pelo tempo da troika.

Apesar de o montante de dívida pública ter descido 4,6 mil milhões em junho, face a maio, o stock continuou a ser bem superior ao de março: passou de 254,8 mil milhões para 259,8 mil milhões. Este aumento contribuiu para a subida do rácio da dívida pública, mas o “grande culpado” está no denominador. Isto é, o PIB, que caiu 16,3% no segundo trimestre, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Ainda que o INE tenha antecipado a divulgação do PIB para o final de julho, por causa da urgência da crise pandémica, o Banco de Portugal não divulgou o rácio da dívida pública no início deste mês quando revelou o valor de junho. O banco central terá atualizado o valor no dia 14 deste mês, quando o gabinete de estatísticas divulgou a estimativa rápida (neste caso, uma segunda estimativa) do PIB, como é habitual.

Rácio da dívida pública disparou no segundo trimestre

Evolução da dívida pública em percentagem do PIB a cada trimestre desde 1999. Fonte: Banco de Portugal.

A queda histórica do PIB levou a uma subida de 7,1 pontos percentuais do rácio da dívida pública que, apesar da sua dimensão, não é a maior desde o início da série. Esse “marco” pertence ao segundo trimestre de 2011, período marcado pela entrada da troika em Portugal, quando atingiu os 112,7% do PIB ao subir 11,2 pontos percentuais face ao primeiro trimestre desse ano.

Com esta subida para os 127,1% do PIB, o rácio da dívida pública volta, ainda que temporariamente, a um patamar que estava em 2017. Este é o valor mais elevado desde terceiro trimestre de 2017 quando o rácio estava nos 131,3%. Desde então, até à pandemia, o peso da dívida pública tinha baixado até aos 117,7% registados no quarto trimestre de 2019. Logo no primeiro trimestre, já por causa do vírus, o rácio subiu para os 120%.

No Orçamento Suplementar, o Governo previa terminar o ano com o rácio da dívida pública nos 134,4% do PIB, o que a concretizar-se será o nível mais elevado de sempre — o rácio já esteve acima dos 135% mas em determinados trimestres, que são influenciados pelo perfil trimestral de reembolsos e idas ao mercado, e nunca no final do ano. O Conselho das Finanças Públicas (CFP) está ligeiramente mais otimista ao ver o rácio nos 133,1% do PIB no final do ano enquanto a OCDE está mais pessimista ao prever 135,9% do PIB.

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OMS espera que coronavírus possa terminar em dois anos

  • ECO
  • 21 Agosto 2020

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, deu como exemplo a gripe espanhola, que teve lugar em 1918 e levou dois anos a acabar.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) espera que a pandemia do novo coronavírus possa terminar em menos de dois anos, disse esta sexta-feira o diretor daquela organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

“A nossa situação agora com mais tecnologia, claro que com mais conectividade, o vírus tem mais hipóteses de se espalhar e pode mover-se rapidamente”, sublinhou o chefe da OMS, citado pela agência Reuters. Mas, “ao mesmo tempo, temos a tecnologia e os conhecimentos para o impedir”, acrescentou.

Tedros Adhanom Ghebreyesus deu como exemplo a gripe espanhola, que teve lugar em 1918 e levou dois anos a acabar. De acordo com o último balanço, mais de 22,81 milhões de pessoas foram infetadas pelo coronavírus a nível mundial e 793.382 morreram.

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Liga estima perda de receitas de 350 milhões na próxima época

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

Presidente da Liga, Pedro Proença reconheceu que o futebol “não fica de fora” do impacto que a pandemia está a provocar na economia mundial e nacional.

A perda de receitas do futebol profissional português pode atingir os 350 milhões de euros na época de 2020/21, concluiu o grupo de acompanhamento do impacto da covid-19 criado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).

A revelação foi feita pelo presidente do próprio organismo, no discurso de abertura da conferência Talks Santander/Record, em Lisboa, onde Pedro Proença reconheceu que o futebol “não fica de fora” do impacto que a pandemia está a provocar na economia mundial e nacional.

“Num cenário de continuação da ausência de adeptos, de retração de investimento de patrocinadores e diminuição de receitas de transferências, a época de 2020/21 pode atingir perdas de 350 milhões de euros de receitas. E isto assumindo que os direitos televisivos não serão colocados em causa”, revelou o presidente do organismo que tutela o futebol profissional em Portugal.

O líder da LPFP lembrou, ainda, que a pausa da I Liga, em março, e o cancelamento definitivo do escalão secundário representaram uma perda de 135 milhões para as sociedades desportivas na última época e referiu que a covid-19 “realçou ainda mais algumas das vulnerabilidades existentes no setor”, sinalizando “assimetrias” entre os clubes e ‘destapando’ os “modelos excessivamente dependentes de receitas extraordinárias como a venda de jogadores”.

"Num cenário de continuação da ausência de adeptos, de retração de investimento de patrocinadores e diminuição de receitas de transferências, a época de 2020/21 pode atingir perdas de 350 milhões de euros de receitas. E isto assumindo que os direitos televisivos não serão colocados em causa”

Pedro Proença

Presidente da Liga

São valores preocupantes e revelam uma fragilidade que o futebol português não podia ter em 2020”, sentenciou o presidente da LPFP.

Nesse sentido, Pedro Proença realçou que a pandemia de covid-19 pode ser, também, uma “oportunidade” para reformular toda a estrutura do futebol profissional português, naquilo que apelidou de um autêntico Plano Marshall, mas sublinhou que esse caminho “só pode ser percorrido com o governo” português.

O presidente da Liga realçou, entre outros aspetos, a “necessidade de levar a cabo uma revisão legislativa do quadro fiscal e da distribuição da receita das apostas”, assim como uma “revisão do regime jurídico das sociedades desportivas” de forma a promover um “maior escrutínio dos potenciais investidores”.

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Empresas com apoios do Estado têm um ano para repor níveis de emprego pré-Covid

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

As empresas com apoios financeiros públicos terão um ano para repor o nível de emprego anterior à pandemia. Trata-se de uma "medida excecional" para ajudar a "salvaguardar a viabilidade" das empresas.

As empresas e outras entidades empregadoras beneficiárias dos apoios financeiros públicos que obrigam à manutenção dos postos de trabalho terão 12 meses para repor o nível de emprego anterior à pandemia, segundo um despacho publicado esta sexta-feira em Diário da República.

De acordo com o documento, assinado pelo secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, trata-se de uma “medida excecional e temporária” que visa salvaguardar a viabilidade das empresas e outras entidades empregadoras beneficiárias dos apoios do Estado.

Assim, nas situações em que ocorreu a descida do nível de emprego por parte das entidades que estão sujeitas ao dever de manutenção de nível de emprego, “é concedido um prazo máximo de 12 meses para reposição do mesmo, desde que a entidade tenha observado o cumprimento desse dever até 31 de janeiro de 2020”.

Em causa estão os apoios tais como Contrato-Emprego, o Contrato-Geração, o Prémio ao emprego concedido no âmbito dos Estágios Profissionais, a medida CONVERTE+ e os programas no âmbito do empreendedorismo, como o Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego (PAECPE) e o Investe Jovem.

“Neste contexto de excecionalidade, urge tomar medidas também excecionais e temporárias que salvaguardem a viabilidade das empresas e outras entidades empregadoras beneficiárias dos apoios financeiros públicos acima citados, de forma a evitar situações de incumprimento e restituição de apoios, tendo em vista garantir a proteção das empresas e dos seus trabalhadores”, refere o documento.

No contexto atual, lê-se, “uma parte significativa das empresas sofreu um forte impacto por via dos efeitos da pandemia, nomeadamente pela sujeição de vários setores de atividade económica ao dever de encerramento, pelas quebras de faturação significativas que muitas empresas sentiram ou pela interrupção das cadeias de abastecimento”.

“Em qualquer caso, e não obstante o papel decisivo de instrumentos como o chamado ‘lay-off simplificado’, regulado pelo Decreto-Lei n.º 10-G/2020, de 26 de março, na sua redação atual, ficou em muitas situações comprometida a capacidade das empresas de salvaguardar o nível de emprego, não sendo nesta fase possível antecipar com rigor qual o prazo necessário para o reporem, quando tenham ocorrido saídas conducentes à descida do nível de emprego relevante na relação com o IEFP, IP”, refere.

Segundo o documento, o prazo máximo de 12 meses para reposição do nível de emprego aplica-se igualmente aos projetos cuja subscrição do termo de aceitação da decisão de aprovação ou do contrato de concessão de incentivos pela entidade tenha ocorrido entre 01 de março e 31 de maio de 2020.

Este prazo “é contado a partir da data em que tenha ocorrido a sua descida”, cabendo ao IEFP proceder à notificação da entidade empregadora sobre esse prazo e adotar os procedimentos previstos.

Assim, nos casos em que o pagamento dos apoios se efetue em três prestações, uma vez verificado o incumprimento à data do pagamento da primeira ou segunda prestação, os pagamentos são efetuados nos prazos previstos na regulamentação aplicável.

No caso do incumprimento se verificar à data do pagamento do montante remanescente, o pagamento ocorre após a reposição do nível de emprego, desde que a mesma ocorra no prazo estabelecido pelo presente despacho.

Nos casos em que o pagamento dos apoios se efetue em duas prestações, uma vez verificado o incumprimento à data do pagamento da primeira prestação, os pagamentos são efetuados nos prazos previstos na regulamentação aplicável.

Caso o incumprimento se verifique à data do pagamento do montante remanescente, o pagamento ocorre após a reposição do nível de emprego, desde que a mesma ocorra no prazo estabelecido pelo despacho.

Ainda nos casos em que o pagamento dos apoios se efetue de uma só vez, e verificado o incumprimento nessa data, o pagamento ocorre após a reposição do nível de emprego, desde que a mesma ocorra no prazo estabelecido pelo despacho.

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As regras aplicam-se também à criação de postos de trabalho no âmbito das medidas de empreendedorismo.

“Nas situações em que, findo o prazo de 12 meses para a reposição do nível de emprego previsto no presente despacho, a mesma não se verifique, aplicam-se as normas previstas na regulamentação própria, designadamente em matéria de incumprimento e restituição dos apoios”, esclarece.

A manutenção dos postos de trabalho constitui condição fundamental de acesso à concessão de apoios em sede de política ativa de emprego no âmbito dos apoios à criação de emprego, sendo não só critério em sede de aprovação das candidaturas, mas também condição para pagamento dos apoios financeiros públicos concedidos às entidades promotoras pelo IEFP.

O incumprimento do dever de manutenção dos postos de trabalho apoiados ou do nível de emprego alcançado por via de apoios públicos implica a cessação da concessão desses apoios, conduzindo à restituição parcial dos montantes já recebidos pela entidade empregadora.

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Quem tem a melhor oferta de luz, gás ou dual para si? Veja aqui

As opções mais em conta divergem consoante as famílias e o tipo de oferta, mas em praticamente todos os casos os fornecedores apresentam ofertas mais baratas do que a tarifa regulada.

As ofertas de eletricidade, gás natural e dual, para quem precisa dos dois, ficaram mais baratas no segundo trimestre do ano, sendo que, na maior parte dos casos, são as ofertas condicionadas que saem mais em conta para os consumidores. Para todos os tipos de cliente há uma opção que sai mais barata do que aquela do mercado regulado.

A poupança anual da oferta mais competitiva face ao mercado regulado pode chegar aos 539 euros, para as famílias numerosas que têm apenas eletricidade. Já entre as ofertas duais, a diferença pode chegar aos 291 euros anuais. Para quem tem gás natural, as poupanças rondam os 40 euros por ano.

A Endesa e a GoldEnergy destacam-se como as opções mais baratas em vários casos, segundo o boletim de ofertas comerciais de eletricidade e gás natural referentes ao segundo trimestre deste ano da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que considera tanto as ofertas condicionadas como as padrão.

Já a LuzBoa sobressai nas ofertas para a eletricidade, sendo uma tarifa indexada ao mercado ibérico. Quanto às ofertas padrão, é a Muon que emerge como a opção mais em conta, para todos os tipos de família.

Para casal sem filhos

Para tarifários apenas de eletricidade, a LuzBoa é a opção mais barata, com uma fatura mensal que se fixa nos 31,01 euros. Já se excluirmos as ofertas condicionadas, é a Muon que fica mais em conta, por 32,93 euros mensais. A oferta mais competitiva de eletricidade face ao mercado regulado permite uma poupança de 76 euros anual.

Para os casais sem filhos que procurem uma oferta dual (eletricidade e gás), é na Endesa que vão encontrar a fatura mais barata, no valor de 43,30 euros por mês. Por outro lado, o fornecedor que pratica o preço mais caro é a Rolear, cuja oferta se fixa nos 56,30 euros mensais, mais de dez euros superior à mais barata.

Já para quem consome apenas gás natural, a tarifa mais barata é novamente da Endesa, com um valor de 9,12 euros por mês, que corresponde a uma poupança de 40 euros por ano em relação à tarifa regulada, tanto nas ofertas condicionadas como aquelas para o público geral. A fatura mais cara é da Audax, no valor de 19,78 euros mensais.

Para casal com dois filhos

Quando se olha para as tarifas mais vantajosas para o exemplo de uma família com dois filhos, a oferta comercial de eletricidade com menor fatura mensal “é uma oferta indexada ao mercado Ibérico de energia elétrica, da LuzBoa com um valor de 70,79 euros por mês, que corresponde a um desconto de 22% e uma poupança mensal de 20,00 euros em relação à Tarifa Regulada”, nota a ERSE. No entanto, quando se olha apenas para as ofertas padrão, é a Muon que sai mais em conta, com uma fatura mensal de 78,91 euros.

No que diz respeito à oferta dual, é a GoldEnergy a mais barata, com um valor de 100,97 euros por mês, valor que corresponde a uma poupança de 163 euros por ano em relação à tarifa regulada. Por outro lado, a Rolear é a oferta mais avultada, no valor de 125,83 euros por mês.

Para o gás natural, é a Endesa que se destaca, “com um valor de 19,64 euros por mês, que corresponde a um desconto de 17% e uma poupança mensal de 4,14 euros em relação à Tarifa Regulada”, diz a ERSE. Já a mais cara é a Audax, com uma fatura mensal de 32,25 euros, que fica mais de dez euros acima da oferta mais barata.

Para casal com quatro filhos

As famílias com mais filhos, que encaixam na terceira tipologia de consumidores analisada pela ERSE, encontram na LuzBoa a oferta comercial de eletricidade com menor fatura mensal, no valor de 146,66 euros. Esta oferta permite uma poupança anual de 539 euros, face à tarifa regulada. Já quando se ignoram as ofertas condicionadas, o fornecedor mais em conta é a Muon, por 169,54 euros mensais.

Para a oferta dual, de gás e eletricidade, é a GoldEnergy que tem a oferta mais barata, por 214,10 euros por mês, “que corresponde a um desconto de 10% e uma poupança mensal de 24,21 euros em relação à Tarifa Regulada”, nota a ERSE. Na outra ponta está a Rolear, com uma fatura mensal de 259,84 euros.

Aqueles que precisam apenas de gás natural têm na Iberdrola a oferta mais em conta, de 42,71 euros por mês. A poupança anual deste tarifário face ao mercado regulado é de 48 euros. Na outra ponta da tabela, a opção mais cara é a Rolear, com 259,84 mensais.

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Produção automóvel cai pelo sétimo mês consecutivo. Queda foi de 24% em julho

A pandemia de coronavírus teve um forte impacto no setor automóvel. Nos sete meses do ano registou-se um decréscimo de 34,7% em comparação com o ano anterior.

Foram produzidos 20.659 veículos automóveis ligeiros e pesados em julho em Portugal, o que representa uma queda de 24,4% em relação ao período homólogo. A queda na produção automóvel já se regista pelo sétimo mês consecutivo, de acordo com dados da Associação do Comércio Automóvel De Portugal (ACAP).

A pandemia de coronavírus teve um forte impacto no setor, tendo em conta que em termos acumulados, nos sete meses do ano, registou-se um decréscimo de 34,7% em comparação com o período homólogo, correspondendo a 138.009 unidades fabricadas este ano.

“A informação estatística relativa aos sete meses deste ano confirma a importância que as exportações representam para o setor automóvel já que 97,% dos veículos fabricados em Portugal têm como destino o mercado externo, o que, sublinhe-se, contribui de forma significativa para a balança comercial portuguesa”, sublinha a Associação Do Comércio Automóvel De Portugal, em comunicado.

A Europa continuou a ser o mercado líder nas exportações dos veículos fabricados em território nacional, com 95,6% da produção a ser enviada para outros países. A Alemanha (22,1%), França (16,9%), Itália e Espanha (11,5%) e Reino Unido (8,2%) no topo do ranking.

Produção automóvel em Portugal em junho

Relativamente à montagem de veículos automóveis em Portugal, em julho deste ano foram montados 64 veículos pesados, tendo representado um decréscimo de 74,2% face a igual mês do ano de 2019. De janeiro a julho de 2020, a montagem de veículos pesados apresentou uma queda de 77,2% face igual período do ano anterior, representando 489 veículos montados em 2020.

De janeiro a julho deste ano foram exportados 87,7% dos veículos montados em Portugal, representando 429 unidades. Os Estados Unidos da América (EUA) são o maior destino destas exportações uma vez que recebem 61,3% das exportações.

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PSI-20 regista maior queda semanal desde o final de julho

A bolsa nacional fechou no vermelho esta sexta-feira, com destaque para as quedas da Corticeira Amorim, Galp Energia, Pharol e Nos.

A bolsa nacional acompanhou a tendência negativa das bolsas europeias e fechou em baixa: o PSI-20 perdeu 0,33% para os 4.344,27 pontos, o que ajudou a praça lisboeta a registar a maior queda semanal desde o final de julho.

No conjunto da semana, o PSI-20 cedeu 2,19%, a maior desde a desvalorização superior a 4% da última semana de julho. Apenas numa das sessões da semana, na de quarta-feira, é o que o índice português de referência fechou em terreno positivo.

Esta sexta-feira as bolsas europeias foram penalizadas pela divulgação do PMI de agosto. De acordo com os dados da IHS Markit, este indicador da atividade da indústria e dos serviços mostrou que a recuperação económica da Zona Euro perdeu dinamismo este mês, principalmente em França. Apesar de se manter acima dos 50 pontos, o que significa que a atividade económica está a crescer, esta foi a primeira queda desde que o indicador afundou para mínimos históricos no início da pandemia.

A agravar o sentimento dos investidores está o aviso deixado tanto pelo Banco Central Europeu (BCE) como pela Reserva Federal norte-americana. Por um lado, o BCE repetiu 20 vezes a palavra “incerteza” nas suas últimas minutas sobre o futuro da economia. Por outro lado, a Fed disse que prevê um forte impacto da pandemia na economia norte-americana. Esta sexta-feira o Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, acabou por descer 0,21% para os 364,88 pontos.

Em Lisboa, em termos de cotadas, o destaque pela negativa vai para a Corticeira Amorim que desvalorizou 1,95% para os 10,04 euros. Segue-se a Galp Energia com uma queda de 1,8% para os 8,96 euros, a Pharol com uma quebra de 1,6% para os 11,08 cêntimos e a Nos com um deslize de 1,45% para os 3,53 euros. No caso da empresa de telecomunicações, recentemente foi anunciado que a Sonae vai separar-se da Isabel dos Santos na Zopt, a maior acionista da Nos, passando a Sonae, que adquiriu a posição de 7,38% do BPI na Nos, a ser sozinha a maior acionista.

O BCP também fechou em baixa ao perder 0,97% para os 10,21 cêntimos e os títulos da Altri desvalorizaram 0,79% para os 4,24 euros.

A impedir uma queda mais expressiva do PSI-20 esteve a Mota Engil, cujas ações subiram 3,18% para os 1,42 euros, os CTT, cujos títulos valorizaram 2,55% para os 2,82 euros, e a Ibersol, que ganhou 2,21% para os 5,54 euros.

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Vila Galé investe nove milhões e abre hotel no Brasil

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

A empresa destacou que “apesar da atual conjuntura e em contraciclo com as tendências do turismo” continua “a apostar e a acreditar no turismo no Brasil”.

O grupo Vila Galé abriu esta quinta-feira um hotel em São Paulo, no Brasil, que representa um investimento de nove milhões de euros (60 milhões de reais).

“A Vila Galé abriu ontem o Vila Galé Paulista, em São Paulo, a sua décima unidade no Brasil”, lê-se na mesma nota, que adianta que a unidade “localiza-se na rua Bela Cintra, muito próximo da emblemática Avenida Paulista e de algumas das principais atrações da cidade, como a animada Rua Augusta, o Museu de Arte de São Paulo ou o Parque Trianon. Fica também a poucos minutos do aeroporto de Congonhas”.

A nova unidade é dedicada ao tema da pintura, contando com 108 quartos, pizzaria, cafetaria, piscina exterior, sauna e ginásio, referiu o grupo.

A empresa destacou que “apesar da atual conjuntura e em contraciclo com as tendências do turismo” continua “a apostar e a acreditar no turismo no Brasil”.

Sempre confiámos no potencial turístico brasileiro e trabalhamos para que os nossos empreendimentos sejam importantes polos de desenvolvimento e geradores de empregos. Por isso, temos vindo a consolidar a nossa posição como a maior rede de resorts do Brasil. A pandemia deixou-nos lições importantes, mas estamos seguros e confiantes na retoma do turismo no país”, referiu o presidente da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, citado no comunicado.

No Brasil, a Vila Galé conta com mais três hotéis de cidade, em Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro e ainda os resorts Vila Galé Marés (Bahia), Vila Galé Cumbuco e VG Sun (Ceará), Vila Galé Eco Resort do Cabo (Pernambuco) e Vila Galé Eco Resort Angra (Rio de Janeiro).

O grupo adiantou ainda que neste momento “todas as unidades estão já a funcionar, após uma paragem de alguns meses devido à pandemia”.

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Iniciativa Liberal quer saber se TAP vai entrar no perímetro das contas públicas

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

O deputado único liberal dirigiu-se ao ministro das Finanças para saber se a TAP terá impacto no défice e dívida pública. Diz ser uma questão de "transparência" e "responsabilidade" do Governo.

A Iniciativa Liberal perguntou esta sexta-feira ao ministro de Estado e das Finanças se a TAP vai entrar no perímetro das contas públicas e assim ter impacto no défice e dívida pública.

Numa pergunta, a agência Lusa teve acesso, que é dirigida a João Leão, o deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo afirma que o ministro de Estado e das Finanças referiu que a companhia aérea não iria “integrar o perímetro das contas públicas, não contando assim para o défice nem para a dívida pública, por ser uma empresa de natureza mercantil”.

“No entanto, esta classificação está longe de ser unânime, até porque ninguém conhece o plano de reestruturação da TAP, ninguém sabe quanto do dinheiro é para cobrir prejuízos passados, dado que a empresa já estava em dificuldades antes da pandemia, e por isso ninguém sabe como enquadrar a operação nas regras gerais do Manual do Défice e da Dívida das Administrações Públicas”, explica.

Apesar de os portugueses irem pagar na mesma, “independentemente dos prejuízos e dívidas da TAP estarem ou não estarem oficialmente dentro do perímetro das administrações públicas”, esta é uma questão importante, na perspetiva dos liberais.

“Importa saber sobretudo por uma questão de transparência perante a população portuguesa e por uma questão de responsabilidade do Governo, de modo a que não aconteça como noutros tempos em que se varria as contas para debaixo do tapete, algo que acabámos por pagar muito caro”, justifica.

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Assim, o deputado único da Iniciativa Liberal faz uma única pergunta ao responsável pelas finanças: “vai ou não a TAP entrar no perímetro das contas públicas e, consequentemente, vão ou não as suas contas contar para o défice e dívida pública”.

“No passado dia 2 de julho, durante a conferência de imprensa em que foi anunciado a nova estrutura acionista da TAP em que o Estado deterá 72,5%, o ministro João Leão afirmou que no Orçamento Suplementar estava contemplado o impacto no défice e na dívida do empréstimo de 946 milhões euros que o Estado vai fazer à TAP, o qual pode chegar até aos 1.200 milhões de euros”, refere o mesmo texto dos liberais.

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Segurança Social corrige empresas em lay-off tradicional passando de 4 mil para 200

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

A Segurança Social corrigiu as estatísticas do lay-off tradicional, revelando que, afinal, foram pouco mais de 200 empresas que em maio e junho estiveram abrangidas pelo regime do Código do Trabalho.

A Segurança Social corrigiu as estatísticas oficiais do lay-off tradicional, revelando que, afinal, foram pouco mais de 200 empresas que em maio e junho estiveram abrangidas pelo regime do Código do Trabalho, e não mais de 4.000.

“O Instituto de Informática (II) e o Instituto da Segurança Social (ISS) verificaram que o mapa estatístico relativo aos processos do lay-off do Código do Trabalho incluía números relativos ao lay-off simplificado”, respondeu fonte oficial do ISS à Lusa, quando questionada sobre o motivo do apagão de mais de 4.000 empresas das estatísticas publicadas esta quinta-feira.

Segundo a mesma fonte, os dois institutos “procederam à atualização das estatísticas relativas ao lay-off do Código do Trabalho que são divulgadas mensalmente, tendo-se atualizado os dados relativos ao mês de maio e junho”.

Os dados oficiais relativos a maio, que foram publicados em junho, mostravam, então, que o número de empresas e de trabalhadores abrangidos pelo lay-off previsto no Código do Trabalho (o chamado lay-off tradicional) tinham atingido o valor mais alto de sempre, passando de 138 em empresas em abril para 4.629 em maio.

Já o número de trabalhadores, de acordo com as estatísticas inicialmente publicadas, teria subido de 2.069 em abril para 44.403 em maio.

Os dados davam, assim, a entender que as empresas estavam também a recorrer ao lay-off tradicional, além do regime simplificado previsto no âmbito das medidas da pandemia de covid-19 que, por sua vez, abrangia mais de 105 mil empresas e 850 mil trabalhadores.

Os dados agora corrigidos e publicados esta quinta-feira no site da Segurança Social mostram uma realidade completamente diferente: o número de empresas em lay-off do Código do Trabalho foi afinal de 245 em maio, de 231 em junho e de 207 em julho.

Já o número de trabalhadores abrangidos foi de 5.200 em maio, de 4.834 em junho e de 4.104 em julho.

Segundo os dados corrigidos, a maior parte dos trabalhadores estava com o contrato suspenso (4.303 em maio, 3.475 em junho e 4.104 em julho) e os restantes com redução de horário.

No início do mês, fonte oficial do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social indicou à Lusa que “entre 01 de março e 29 de julho houve 582 entidades empregadoras a beneficiar do lay-off do Código do Trabalho”.

De acordo com o ministério liderado por Ana Mendes Godinho, o lay-off tradicional representou já uma despesa de 6,5 milhões de euros.

As empresas que estiveram no lay-off simplificado (regime que terminou para a maioria das situações em julho) podem pedir para aderir ao regime previsto no Código do Trabalho, mas este é mais exigente e complexo, tendo também algumas diferenças quanto aos apoios às empresas em termos de Taxa Social Única.

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