CEO da Ageas Portugal foi para França trabalhar nos campos

O CEO do Grupo Ageas aproveita as férias e volta a ser o agricultor que foi na infância. Apesar da dificuldade nas deslocações, foi para a sua quinta do sul de França trabalhar nos campos.

Steven Braekeveldt, CEO do Grupo segurador Ageas Portugal, chegou de férias e logo finalizou a compra de um enorme edifício no Parque das Nações para reforçar o património da companhia em Portugal. Para trás tinha usufruído de férias de campo, as preferidas. Nascido na Flandres rural, tem gosto em ser agricultor e uma quinta no sul de França. Foi para lá que foi em ano de Covid; conseguiu lá chegar e, por uns dias, deixar de ser jurista formado na Universidade Católica de Leuven e responsável máximo em Portugal pelo grupo belga. Steven, que canta fado e percebe muito bem português, costuma ler muito, mas não nas férias.

Onde foi passar as férias este verão?

Passei as minhas férias numa pequena quinta que comprei há uns anos, no sul de França.

A pandemia obrigou a alguma mudança de planos?

Acima de tudo foi a incerteza da possibilidade de viajar para França. Mas a grande diferença este ano, em comparação com os anteriores, foi juntar os meus filhos nestas férias.

Que cuidados teve por causa da Covid-19?

A quinta fica numa pequena aldeia de 300 habitantes com, apenas, uma padaria. Encontrar uma pessoa por dia já é um grande desafio, pois todos trabalham no campo.

O que tem esse destino de tão especial?

Para mim, significa voltar às raízes, ao trabalho da terra, sentir o cheiro da terra, observar a vida selvagem e beber um copo de Rosé gelado.

O que recomenda que não se deve mesmo perder nesse destino?

Para quem gosta de ir a um pub, a uma discoteca, estar com muitas pessoas, ver lojas, ir às praias e a restaurante durante as férias, este não é certamente o destino ideal. Porque é exatamente o oposto. É natureza, é respirar e sentir o meio ambiente.

E que livro levou consigo?

Em média, leio cerca de 45 livros por ano. Mas durante o período das férias é quando leio menos. Começo a trabalhar na quinta a partir das 7h30, antes da hora de maior calor, e trabalho até à tarde. Depois é hora de preparar os cocktails, o jantar… e de ter uma boa noite de sono. Não há muito tempo para ler.

“Eles vão de férias para…” é uma rubrica de verão em que o ECO lançou o desafio a governantes, gestores e empresários para partilharem com os nossos leitores onde vão, ou foram, neste período de descanso. É publicada diariamente.

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Quanto custa fazer uma máscara reutilizável? E vendê-la?

As máscaras de proteção tornaram-se um ícone do quotidiano. Há de todos os tipos e feitios, para todos os gostos e carteiras. Mas quanto custa fazer uma? E qual a margem de lucro?

As máscaras passaram a ser um ícone do dia-a-dia com o surgimento do novo coronavírus. Existem milhares de ofertas para todos os gostos e para todas as carteiras. Mas a matéria-prima, a quantidade de filtros, se tem ou não respirador, o nível de retenção de partículas, design, entre muitas outras particularidades, fazem o preço oscilar. Afinal, quanto custa, em média, produzir uma máscara? E vendê-la?

Uma máscara standard reutilizável e certificada pelo Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (Citeve) pode custar entre 2 euros a 3,50 euros. Todavia, o preço é muito variável, tendo em conta que existem vários tipos técnicos de máscaras, e ainda mais de outras categorias informais. É o caso da máscara portuguesa que inativa o novo coronavírus, que custa dez euros nas lojas, às máscaras de luxo, máscaras de clubes de futebol, entre muitas outras.

“O preço depende: se leva um ou dois tecidos, se tem filtros e quantos tem, qual a percentagem de retenção de partículas. O valor de produção depende de tudo isso, mas produzir uma máscara com qualidade, que pode ser lavada 30 vezes, pode custar entre 2,75 euros e 3,50 euros, mas já estamos a falar de uma máscara de grande qualidade”, explica ao ECO César Araújo, fundador da Calvelex. Ao público, essa máscara é vendida por, aproximadamente, por 6,50 euros, com IVA incluído.

Na têxtil Riopele, produzir uma máscara reutilizável com capacidade para 25 lavagens custa cerca de dois euros. A empresa liderada por José Alexandre vende posteriormente as máscaras por 2,40 euros, isto é, uma margem de lucro de 40 cêntimos.

O presidente da empresa explica que é uma “margem pouco significativa” e que a decisão de fazer as máscaras foi mais para “ajudar a colmatar a escassez deste produto”. “Numa altura que havia falta de máscaras, a nossa missão foi chegar ao mercado o mais rápido possível”, conta ao ECO José Alexandre.

Quando o surto chegou a Portugal, o frenesim pela procura de máscaras levou a uma rutura total dos stocks e os preços dispararam a par da procura. Perante a necessidade e a afluência, muitas empresas começaram a ver no negócio uma oportunidade e as máscaras chegaram mesmo a ser um balão de oxigénio para muitas empresas do têxtil e vestuário.

O Citeve chegou a ter mais fila para certificar as máscaras que o centro de diagnóstico à Covid-19. Todavia, atualmente, a realidade é já um pouco diferente e, para muitas empresas, o mercado já está saturado e existem muitas dificuldades no que toca às certificações.

“As máscaras já não são uma oportunidade para o setor”, destaca César Araújo. “Temos muita dificuldade em exportar porque temos que certificar em cada país. A grande maioria das empresas de vestuário não têm essas certificações e têm falta de conhecimento para as obter, explica ao ECO, o fundador da Calvelex. Já o presidente da Riopele, José Alexandre, enumera ainda outra problemática: “Já existem máquinas que fazem praticamente as máscaras do princípio ao fim, o que implica pouca mão-de-obra e acaba por reduzir bastante o custo.”

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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Governo prevê “renda justa” no arrendamento forçado para “adesão total”

  • Lusa
  • 8 Agosto 2020

O Governo prevê "uma renda justa durante 25 anos" no âmbito do arrendamento forçado de propriedades florestais, regime jurídico que aguarda aprovação da Assembleia da República.

“É para casos muito concretos e específicos, não vamos arrendar, nem pretendemos, a ideia é que haja um instrumento que não nos limite na atuação que pretendemos fazer. Não estamos a pedir às pessoas, praticamente, para investirem na sua propriedade, estamos a pedir autorização para podermos investir na propriedade delas, deixando-lhes o usufruto e deixando-lhe tudo o resto depois na propriedade“, sublinhou o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Catarino, em entrevista à agência Lusa.

Em causa está o regime jurídico de arrendamento forçado nas Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP), zonas já percorridas por incêndios com áreas superiores a 500 hectares, permitindo que o Estado se substitua ao papel dos proprietários.

“O arrendamento forçado está previsto só para aqueles casos concretos em que o Estado diz ao proprietário ou à autarquia ‘o projeto é este’ – transformação da paisagem -, o dinheiro que temos disponível para fazer, pagamos a transformação da paisagem, damos um apoio durante 20 anos. Mesmo nestes casos, pagando tudo isto, o Estado fazendo o projeto, criando as condições para que essa transformação aconteça e pagando um apoio durante 20 anos ao proprietário, [pode ser que] exista nessa área, que pode ser 1.000 ou 1.500 hectares, um ou dois ou três proprietários que digam ‘não, mesmo assim nessas circunstâncias, a propriedade é minha, não quero, nem deixo fazer'”, explicou João Catarino.

Nesses casos concretos de indisponibilidade dos proprietários em participar no projeto de transformação da paisagem, a proposta do Governo é “calcular a renda justa da sua propriedade”.

“Vamos pagar-lhe, vamos arrendar-lhe a propriedade, delegamos a gestão da sua propriedade na entidade gestora que está responsável por gerir este condomínio e o proprietário terá uma renda justa durante 25 anos pela sua propriedade. Não vamos deixar de implementar um projeto que é, do ponto de vista da sociedade e obviamente da transformação da paisagem, fundamental porque houve uma, duas ou três pessoas que entenderam que, mesmo o Estado pagando, não permitiam que essa transformação se fizesse”, afirmou o secretário de Estado.

Sobre um consenso político para a Assembleia da República aprovar o regime de arrendamento forçado, João Catarino manifestou-se confiante, mostrando-se “completamente disponível para o justificar, as vezes que for necessário, junto dos grupos parlamentares”.

“Queremos é implementar um projeto de transformação, precisamos obviamente de uma adesão total, não podemos fazê-lo em 20%, em 10% da área, porque depois não tinha efeito, nem do ponto de vista económico, ambiental e até social”, reforçou.

Só depois de o parlamento aprovar a proposta de lei o Governo estará mandatado para a concretização do regime jurídico, em que é preciso regulamentar os critérios de cálculo da renda.

No âmbito do Programa de Transformação da Paisagem (PTP), em que os proprietários podem ser apoiados na plantação das árvores e ter um rendimento periódico anual durante 20 anos, estão previstos 20 planos de reordenamento e gestão da paisagem. Destes, está em implementação o das serras de Monchique e Silves e o do Pinhal Interior está em fase de concurso.

“Pretendemos lançar ainda este ano o concurso para os Programas de Reordenamento e Gestão da Paisagem de Lousã e Açor e para as serras de Alvão e Marão”, revelou.

Sobre o constrangimento da falta de cadastro da propriedade florestal na implementação do Programa de Transformação da Paisagem, o secretário de Estado recordou que em 21 de maio deste ano foi aprovada uma estrutura de missão para “implementar o cadastro simplificado ao país, que não tem cadastro geométrico”.

“Essa estrutura de missão iniciará o trabalho agora em velocidade de cruzeiro, esperamos que no início de setembro, e estas áreas integradas de gestão da paisagem são prioritárias neste cadastro simplificado, ou seja, só conseguiremos fazer estas intervenções quando o cadastro simplificado estiver feito. O primeiro trabalho a iniciar-se nestas áreas integradas é precisamente o cadastro simplificado, para podermos identificar quem são os proprietários que aderem, aqueles que aderem e delegam a gestão, algumas propriedades em que não consigamos identificar o dono e até aqueles que não querem aderir ao projeto e, por essa via, vão para o regime de arrendamento forçado”, descreveu.

Para acelerar a concretização do sistema de informação cadastral simplificada, o Governo disponibilizou 20 milhões de euros, dirigidos aos municípios das regiões Norte e Centro, para criarem balcões de atendimento onde os cidadãos possam gratuitamente identificar as propriedades rústicas ou mistas.

Quanto ao programa “Emparcelar para Ordenar”, aprovado em maio, para aumentar a dimensão física e económica dos prédios rústicos em contexto de minifúndio, João Catarino indicou que é para casos concretos de emparcelamento simples: “O Estado dá uma linha de crédito, com um juro praticamente irrisório, que é de 0,5% durante 20 anos, e uma parte deste crédito pode-se transformar em fundo não reembolsável, se for um jovem empresário rural, se for um jovem agricultor, se tiver um projeto de investimento para essa parcela. Pode-se transformar em fundo não reembolsável até 25%”.

O programa tem uma verba disponível para este ano do Fundo Florestal Permanente e falta regulamentar o processo de apresentação, seleção e atribuição do apoio, para conseguir ter candidaturas “ainda durante este ano de 2020″.

Relativamente ao conjunto de benefícios fiscais para quem quer investir na floresta, estão em fase de regulamentação com a tutela dos Assuntos Fiscais, perspetivando-se que possa, “durante o mês de setembro, haver decisões sobre essa matéria”.

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Danos segurados na tragédia de Beirute são ainda incertos, afirma AM Best

  • ECO Seguros
  • 7 Agosto 2020

A explosão no porto de Beirute causou enorme destruição material. No Líbano, o seguro de propriedade e danos é pouco expressivo e o mercado concentrado é dominado por ramo Vida e automóvel.

Beirute foi palco de uma gigantesca explosão com número ainda incompleto de vitimas humanas, mas com danos materiais já estimados num patamar superior a 10 mil milhões de dólares. Enquanto se procuram sobreviventes no rescaldo da catástrofe, a agência AM Best afirma que o incidente está a ser investigado e, por isso, é cedo para uma avaliação das perdas seguradas, mas acrescenta que está em contacto com as seguradoras presentes no mercado, monitorizando a situação.

O incidente, a 4 de agosto, resultou da explosão de 2750 toneladas de nitrato de amónia – um químico usado no fabrico de fertilizantes e explosivos – que estiveram armazenadas num silo do perímetro portuário durante seis anos, depois de terem sido apreendidas de um navio.

Três dias depois do abalo que sacudiu Beirute sabe-se que a explosão devastou boa parte da zona circundante do porto de Beirute, uma área densamente habitada, e as estimativas dos estragos já subiram de 3000 milhões a 5000 milhões de dólares inicialmente adiantados pelas autoridades, para mais de 10 mil milhões de dólares, assumiu o governador da cidade, Marwan Abboud, citado na imprensa.

Declarado o “Estado de Emergência”, o presidente libanês, Michel Aoun, anunciou que o governo ordenou um inquérito para apurar as causas do incidente que fez número crescente de mortos, milhares de feridos e deixou cerca de 250 mil pessoas (mais de 10% da população de Beirute) sem poderem regressar a casa. A investigações centram-se, para já, no pessoal portuário e correm notícias de que 16 pessoas terão sido detidas para interrogatórios, fundamentados em suspeitas de corrupção.

Efeito da tragédia nos seguros é ainda “incerto”

Enquanto prosseguiam operações para encontrar sobreviventes sob amontoados de escombros, a estimativa de perdas materiais cresceu e, na perspetiva de danos eventualmente cobertos por seguros, a AM Best, agência de notação financeira referência mundial no setor de seguros, assume que o efeito da tragédia sobre a indústria local de seguros é, por agora, “incerto”.

Em comentário divulgado no dia seguinte ao terrível incidente na capital libanesa, a agência referiu que o incidente está a ser investigado e, por isso, é cedo para uma avaliação, mas está a monitorizar o desenrolar da situação.

As taxas de penetração dos seguros no Líbano, um país com uma economia baseada nos serviços e turismo (Beirute já foi um hub da banca no Médio oriente) são geralmente baixas e o seguro de propriedade representa apenas uma pequena parcela da indústria seguradora libanesa, que é dominada por três segmentos: vida, assistência médica e ramo automóvel. Com base nos dados mais recentes, estes segmentos representavam quase 85% do total de prémios brutos subscritos no Líbano em 2018.

Segundo refere a agência, o segmento de seguros de propriedade “tem sido uma linha em crescimento – representando 6% do total do volume bruto de prémios em 2018 – uma vez que as seguradoras têm aproveitado as suas relações com os segurados para compensar o desempenho mais fraco do negócio automóvel através da venda cruzada de produtos mais rentáveis”. Dada a extensão dos danos numa das regiões mais movimentadas e ricas do país, a AM Best reconhece que o incidente pesará sobre o já “desafiante setor de seguros do Líbano”.

Ambiente difícil para atividade seguradora

Noutro relatório da AM Best sobre o mercado libanês de seguros (“Lebanese Insurance Market Faces Mounting Uncertainty”), publicado em março de 2020, a agência assinalou que a agitação civil e a dívida pública crescente aumentaram o nível de incerteza económica, afetando negativamente a qualidade de crédito do mercado local de seguros.

Ainda, depois do catastrófico incidente no porto de Beirute, a AM Best reiterou que mantém contacto estreito com as empresas que acompanha no país, por via da sua missão de avaliação, e monitoriza continuamente a forma como evoluem naquele ambiente operacional “cada vez mais difícil”.

Dados produzidos pelo departamento de pesquisa económica e análise do Byblos Bank, citados no site Middle East Insurance Review (MEIR), indicam que o volume bruto de prémios de seguro no Líbano contraiu 5% em 2019, para cerca de 1,63 mil milhões de dólares (Vida e não Vida), depois de ter aumentado 3,6% em 2018.

A mesma fonte adianta ainda que, com base no relatório, a composição do ranking das 10 maiores manteve-se, de 2018 para 2019, embora com algumas trocas de posição na ordenação da lista.

Top5 das seguradoras no Líbano (por volume bruto de prémios)

Fonte: meinsurancereview.com; tabela por ECO Seguros

As cinco maiores representavam 36,9% do mercado (Vida e não Vida) em 2019, contra um peso relativo de 16,2% no ano anterior. As 10 maiores respondiam por 62,3% dos prémios no ano passado. Por ramos de seguro, a concentração apresentava-se ainda mais forte, com 88% dos seguros Vida nas carteiras das 10 maiores (lideradas pela MetLife) num mercado operado por 32 companhias.

O volume de prémios em Vida caiu 9% face a 2018, totalizando cerca de 492 milhões de dólares em 2019. Mas o negócio não Vida pesava mais de dois terços do total de prémios emitidos.

Em termos da penetração dos seguros, o país apresentava uma taxa de 2,9% em proporção do pib (produto interno bruto). Já a taxa de densidade (prémios por habitante) rondava os 336 dólares, a retrair face aos 353 dólares de um ano antes.

Destruição do porto de Beirute pode agravar crise alimentar

O ministro da Saúde Hamad Hassan estimou que cinco mil pessoas ficaram feridas e precisam de tratamento hospitalar, a que junta um número ainda indeterminado de desaparecidos sob os restos de edifícios que desabaram. Equipas de busca internacionais estão no terreno, tentando resgatar eventuais sobreviventes dos escombros de diversos blocos de edifícios destruídos.

Vários países mobilizaram meios de auxílio logístico e técnico para ajudar em tratamento médico dos feridos e prestar socorro na tragédia que lembra a catástrofe de há cinco anos, no porto chinês de Tianjin, onde aconteceu uma gigantesca explosão de toneladas de TNT.

O incidente trágico vem complicar as dificuldades já conhecidas do Líbano, e em particular em Beirute, historicamente fustigada por tensão geopolítica (e guerra) na região e pela ausência de reformas num sistema político de influência militar que, 30 anos depois da guerra civil, continua a favorecer um governo ao serviço de fações dominantes e pouco recetivas aos apelos à mudança.

Além do impacto da pandemia, desemprego crescente e da crise financeira, e antes de encetar um enorme esforço de reconstrução, Beirute arrisca agora cair numa profunda crise humanitária e alimentar, por dificuldades de abastecimento de bens alimentares.

O gigantesco sinistro no maior porto marítimo do “país dos cedros” (o 2º é Tripoli, cidade costeira que partilha o nome da capital líbia), destruiu igualmente silos com mais de 10 mil toneladas de cereais ali armazenados (trigo, milho e cevada), uma situação que ameaça agravar a fome e já motivou apelos das agências das Nações Unidas (FAO e PAM) para obtenção de ajuda.

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Canadá promete retaliar protecionismo dos EUA em relação ao seu alumínio

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

“O Canadá vai responder de maneira rápida e contundente”, garantiu a vice-primeira-ministra canadiana, em resposta às novas taxas alfandegárias impostas pelo EUA ao alumínio canadiano.

O Governo do Canadá anunciou, esta sexta-feira, que vai aplicar taxas alfandegárias a importações provenientes dos EUA como retaliação pela decisão do vizinho sulista de reaplicar taxas de 10% sobre as compras de alumínio canadiano.

A vice-primeira-ministra canadiana, Chrystia Freeland, afirmou em conferência de imprensa que o seu Governo vai abrir um período de consultas, durante um mês, para determinar que produtos metálicos dos EUA vão ser objeto de direitos alfandegários.

A panóplia de produtos que podem vir a ficar sujeitos a este agravamento na alfândega é ampla e inclui latas de refrescos e cerveja, máquinas de lavar e materiais de construção. “O Canadá vai responder de maneira rápida e contundente”, garantiu Freeland.

Segundo a vice-primeira-ministra, os produtos que venham a ser afetados pelo aumento das taxas alfandegárias vão ter um valor estimado de 3,6 mil milhões de dólares do Canadá (2,7 mil milhões de dólares dos EUA).

Ao anunciar na quinta-feira a reintrodução de direitos alfandegários de 10%, a Casa Branca justificou-se com a acusação ao Canadá de este ter desrespeitado o seu compromisso de “não inundar” o mercado dos EUA com o seu alumínio.

No início de julho, ao comentar os rumores sobre esta decisão da Casa Branca, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, disse que os EUA não tinham capacidade de produção suficiente e precisavam do alumínio canadiano para as suas indústrias automóvel e de alta tecnologia.

A Câmara Americana (dos EUA) do Comércio foi rápida a criticar o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmando que ia “aumentar os custos para os produtores” deste país, que a maior parte dos fabricantes de alumínio dos EUA” se opunha a estas taxas e que a decisão ia “gerar medidas de represália contra as exportações dos EUA”.

A medida protecionista da Casa Branca ocorre passadas poucas semanas da entrada em vigor do novo acordo de comércio livre entre EUA, Canadá e México, que começou a funcionar no início de julho, em substituição do de 1994.

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Tensões entre Washington e Pequim pressionam Nasdaq

Com os investidores de olhos postos no pacote de novos estímulos à economia e nos dados do emprego recentemente conhecidos, Wall Street fechou sessão em terreno misto.

Os mercados norte-americanos terminaram a última sessão da semana com uma tendência mista. Os investidores estão preocupados com a desaceleração da criação de empregos nos Estados Unidos, mas também estão expectantes quanto ao novo pacote de estímulos que está a ser negociado no Congresso. As tensões entre Washington e Pequim pressionaram as bolsas.

O índice de referência em Wall Street, o S&P 500, desvalorizou 0,02% para 3.348,63 pontos, e o tecnológico Nasdaq caiu 0,92% para 11.006,34 pontos. Já o industrial Dow Jones avançou 0,13% para 27.421,62 pontos.

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou, esta sexta-feira, os dados do emprego relativo ao mês de julho. A a maior economia mundial criou 1,76 milhões de postos de trabalho, superando as expectativas do mercado. Esse número compara, no entanto, com os 4.791 milhões de empregos criados em junho. Tudo somado, julho ultrapassou as estimativas, mas foi também sinónimo de um abrandamento significativo.

Os investidores estiveram também atentos ao Congresso dos Estados Unidos, onde estão a ser negociados os novos estímulos à economia. Algumas figuras políticas tinham apontado esta sexta-feira como prazo limite para conseguir um “sim” a esse pacote, mas ainda não há novidades nesse sentido. Por outro lado, os economistas citados pela Reuters indicam que os dados do emprego podem ter retirado alguma da pressão do Congresso e retirado alguma margem para divergências.

Na sessão desta sexta-feira, destaque ainda para os títulos da T-Mobile US Inc, que subiram 6,47% para 115,09 dólares, depois desta empresa ter visto o número de subscritores do seu serviço de telecomunicações aumentar mais do que se esperava. Por outro lado, as ações da Uber caíram 5,21% para 32,90 dólares, depois de a empresa ter apresentado os seus resultados trimestrais.

A pressionar os mercados esta sexta-feira estiveram, ainda, as crescentes tensões entre Pequim e Washington, em torno do Tik Tok. Na quinta-feira, o Presidente norte-americano assinou uma ordem executiva no sentido de banir todas as transações com a ByteDance, dona da rede social em causa, cuja operação nos Estados Unidos tem ser vendida até 15 de setembro ou terá de encerrar. Em reação, o TikTok ameaçou levar os EUA a tribunal, se a ordem viera mesmo a produzir efeitos. Donald Trump assinou ainda uma ordem semelhante no que diz respeito às transações com a WeChat, aplicação de mensagens desenvolvida na China.

Face a estes desenvolvimentos, as empresas chinesas cotadas em Wall Street registaram perdas: os títulos da Baidu Inc cederam 0,46% para 125,00 dólares, os do Alibaba Group 5,11% para 252,10 dólares e os do JD.com Inc 4,39% para 62,06 dólares.

No vermelho, ficaram também as ações da Microsoft. Caíram 1,79% para 212,48 dólares. De notar que esta gigante tecnológica está atualmente em negociações para adquirir a filial norte-americana do Tik Tok.

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Crianças até 12 anos passam a não pagar viagens de avião para os Açores

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

O Governo dos Açores apresentou um pacote de medidas para o relançamento social e económico da região, no pós-pandemia da Covid-19.

O Governo dos Açores anunciou esta sexta-feira a criação de uma campanha nacional e internacional para que as crianças até 12 anos não paguem a viagem de avião para a região, como forma de relançar o turismo devido à Covid-19.

A proposta faz parte de um conjunto de 250 medidas presentes na agenda para o relançamento social e económico da região no pós-pandemia da Covid-19, que foi apresentado esta sexta-feira pelo presidente e vice-presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro e Sérgio Ávila, respetivamente.

No documento, disponível online, lê-se que será atribuído um “apoio financeiro à realização de campanha, de âmbito nacional, europeu e internacional, destinada a famílias, em que, com dois adultos pagantes, as crianças até 12 anos não pagam a viagem de avião”. Sobre esta medida é dito ainda que será “operacionalizada” através de um contrato entre o Governo Regional, a “companhia aérea”, os “operadores turísticos aderentes” e “responsáveis pela oferta dos pacotes promocionais”. O documento refere que a iniciativa terá início no segundo semestre de 2020, sem especificar.

Na apresentação da agenda, o vice-presidente do Governo destacou que o documento está organizado em dois pilares: um que visa “relançar a economia dos Açores” e outro para “construir uns Açores mais resilientes”. No setor do turismo, o Governo Regional pretende executar uma campanha, a nível nacional e europeu, em que é “oferecida a possibilidade visitar três ilhas sem pagar a tarifa aérea inter-ilhas”, com a condição de permanência mínima de “duas noites em cada uma das ilhas”.

No âmbito da saúde, uma das medidas avançadas é o “reforço da formação” dos profissionais de saúde em medicina de emergência e suporte avançado de vida, que irá abranger 300 profissionais, e que visa “preparar o Serviço Regional de Saúde para hipotéticos cenários de crescimento da pandemia”. O Governo Regional também prevê criar “mais três laboratórios” para a realização de testes de despiste à Covid-19, “sendo um deles sediado no concelho da Horta”, na ilha do Faial. Atualmente, os Açores têm dois laboratórios habilitados a rastrear a Covid-19, um na Terceira e outro em São Miguel.

No setor social, o executivo açoriano quer atribuir um “apoio financeiro” às famílias de acolhimento de idosos e às famílias que adquiriram uma habitação e se encontram “com dificuldades em cumprir o pagamento da prestação bancária”, assegurando uma “taxa de esforço do orçamento familiar inferior a 30%”.

O Governo Regional pretende, também, no primeiro semestre de 2021, criar uma aplicação informática que “permita ao utilizador obter pontos por ações ou pela participação em atividades relacionadas com boas práticas ambientais e de cidadania”, que depois poderão ser trocados por prémios ou descontos.

Na agenda, está também prevista a criação do “Empreende Azores”, um programa destinado a empreendedores que pretendem “criar negócios inovadores” na região e que irá disponibilizar linhas de crédito até 100 mil euros. Entre as medidas, encontra-se a criação de um programa para que as micro, pequenas e médias empresas direcionam o crescimento para “mercados externos”, encontrem “parceiros de financiamento” e adaptem-se às “exigências regulatórios” a partir do primeiro semestre de 2021.

A anteproposta da agenda, que abrange o horizonte temporal 2020-2022, recebeu sugestões dos partidos políticos e dos parceiros sociais, estando agora disponível em agendarelancamento.azores.gov.pt, com uma área para os cidadãos submeterem as suas sugestões e contributos.

Os Açores mantêm um total de 179 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, registando 16 morte e verificando-se, atualmente, 19 casos positivos ativos, todos eles na ilha de São Miguel.

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SpaceX lança mais 57 satélites para levar internet aos quatro cantos do mundo

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

A SpaceX, de Elon Musk, lançou mais 57 satélites para a constelação do projeto Starlink, destinado a criar uma rede de internet de alta velocidade a nível mundial.

A empresa aeroespacial norte-americana SpaceX lançou esta sexta-feira uma constelação de 57 satélites do projeto “Starlink”, destinado a criar uma rede de internet de alta velocidade a nível mundial, e dois minissatélites de observação da Terra.

Os 57 satélites, enviados para o espaço a bordo do foguetão reutilizável Falcon 9, vão juntar-se a outros 595 que já estão na órbita terrestre.

O lançamento desta sexta-feira, que aconteceu da base espacial norte-americana de Cabo Canaveral, na Florida, à 01:12 (hora local, 06:12 em Lisboa), é o 10º desde 2019 ligado ao projeto “Starlink”.

Segundo o patrão da SpaceX, o magnata Elon Musk, são necessários entre 400 e 800 satélites para se conseguir um mínimo de cobertura da projetada rede de internet.

Depois de se separar da cápsula contendo os satélites, o foguetão Falcon 9 pousou na plataforma flutuante da SpaceX no Oceano Atlântico, chamada “Of Course I Still Love You” (É Claro que Ainda Te Amo).

O lançamento de mais uma constelação de satélites “Starlink” ocorreu cerca de uma semana depois de a SpaceX ter concluído com êxito a sua primeira missão tripulada à Estação Espacial Internacional (EEI), perspetivando voos comerciais ao espaço.

No domingo, a sua cápsula Dragon Endeavour amarou de forma controlada nas águas do Golfo do México, com os astronautas norte-americanos Robert Behnken e Douglas Hurley a regressaram à Terra após dois meses na EEI.

Foi a primeira vez, desde o fim do programa de vaivéns espaciais norte-americano, em 2011, que uma nave descolou e chegou a território americano.

Em 2011, os Estados Unidos passaram a levar astronautas à EEI a bordo da nave russa Soyuz, a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

A agência espacial norte-americana NASA assinou em 2014 contratos no valor de 6,8 mil milhões de dólares (5,7 mil milhões de euros) com as empresas Boeing e SpaceX para desenvolver o programa comercial de transporte espacial e deixar de depender da nave Soyuz.

A amaragem, no domingo, foi igualmente um momento histórico porque tal não sucedia desde 24 de julho de 1975, data em que astronautas norte-americanos regressaram à Terra, amarando no Pacífico, depois de uma missão conjunta com cosmonautas russos em que as naves do programa Apollo e Soyuz estiveram acopladas na órbita terrestre, colocando simbolicamente um ponto final às tensões entre Estados Unidos e União Soviética na corrida espacial.

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Reino Unido vai gastar milhões para ajudar empresas da Irlanda do Norte

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

Governo de Boris Johnson vai gastar 355 milhões de libras para ajudar as empresas na Irlanda do Norte a lidar com a burocracia provocada pelo Brexit.

O Governo britânico vai gastar 355 milhões de libras (cerca de 400 milhões de euros) para ajudar as empresas na Irlanda do Norte a lidar com a burocracia provocada pelo Brexit, anunciaram as autoridades.

Reino Unido e União Europeia (UE) estão a tentar negociar um novo acordo comercial antes de terminar o prazo de transição do Brexit, que dura até final deste ano, mas algumas questões importantes continuam em aberto, incluindo as regras de concorrência e os direitos de pesca, assim como a situação da Irlanda do Norte.

Os partidários do Brexit, incluindo o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, defendem que deixar a UE será um benefício para as empresas do Reino Unido, mas muitos especialistas não escondem o ceticismo, lembrando que o processo de saída apresenta desafios difíceis para a Irlanda do Norte, que faz fronteira com a Irlanda, membro da comunidade.

Um acordo de retirada entre as duas partes exige que a fronteira quase invisível entre a Irlanda e a Irlanda do Norte permaneça livre de postos alfandegários e de outras barreiras, o que implica novos controlos sobre as mercadorias que circulam entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido.

O Governo britânico acredita que os prejuízos serão mínimos e quer criar um Serviço de Apoio ao Negociante, para ajudar as empresas da Irlanda do Norte a lidar com declarações alfandegárias e outros documentos envolvidos na importação de mercadorias.

O Governo de Boris Johnson assegura que vai investir até 200 milhões de libras (cerca de 220 milhões de euros) neste esquema, ao longo de cinco anos, e que também vai gastar até 155 milhões de libras (cerca de 170 milhões de euros) em nova tecnologia para o suportar.

Durante uma visita à Irlanda do Norte, o ministro com a pasta dos preparativos do Brexit, Michael Gove, negou que venha a existir uma “fronteira no mar da Irlanda”.

“As empresas da Irlanda do Norte e o povo da Irlanda do Norte continuarão a ter acesso totalmente irrestrito ao resto do Reino Unido”, disse Michael Gove, apesar de reconhecer que haverá novos processos burocráticos.

Os anúncios feitos esta sexta-feira pelo Governo incluem ainda 300 milhões de libras (cerca de 320 milhões de euros) para projetos de paz e reconciliação na Irlanda do Norte, em resposta aos que temem que o Brexit possa minar o processo de paz, que encerrou três décadas de violência, endurecendo a fronteira com a República da Irlanda.

Apoiantes do Brexit dizem que, ao deixar o mercado único da UE, o Reino Unido poderá fazer novos acordos comerciais em todo o mundo, lembrando que há negociações em curso com vários países, como os Estados Unidos e o Japão.

Ainda esta semana, negociadores britânicos e japoneses reuniram em Londres, reconhecendo que estavam perto de um acordo, embora ainda não o tenham fechado.

O Japão é o quarto maior parceiro comercial do Reino Unido fora da EU e as negociações abrangem as difíceis áreas da indústria automóvel e da agricultura.

A secretária de Comércio Internacional do Reino Unido, Liz Truss, disse que os dois lados “chegaram a um consenso sobre os principais elementos de um acordo – incluindo disposições ambiciosas em áreas como digital, dados e serviços financeiros” e acrescentou que esperava poder fechar um acordo ainda em agosto.

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Jamaica, Tailândia, Croácia e Portugal são os mais penalizados pela queda do turismo

Foi na Jamaica que a quebra do turismo teve maior impacto na economia. Em Portugal, o impacto da pandemia no turismo vai custar 6% ao PIB este ano.

A pandemia de coronavírus provocou quebras históricas no turismo em todo o mundo, mas houve países mais afetados do que outros. A Jamaica lidera a lista, com as previsões a apontarem para que a quebra do turismo roube 11 pontos percentuais à economia este ano. Portugal surge um pouco abaixo, com uma perda de 11,7 mil milhões de euros no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, ou seja, se as previsões se confirmarem só a quebra do turismo vai custar 6% do PIB este ano, conclui um estudo da consultora EY.

As fronteiras da Jamaica fecharam-se aos turistas logo em março e reabriram a meio de junho. Com a vinda de mais de 35.000 pessoas, a maioria dos Estados Unidos, o número de casos de infeção disparou, mas as fronteiras continuaram abertas porque, sem turistas, o país perderia o equivalente a cerca de três milhões de dólares (2,5 milhões de euros) por dia em receitas, que contribuem em mais de 20% para o PIB da Jamaica, lê-se no New Yorker (conteúdo em inglês).

Países onde a quebra do turismo mais teve impacto na contração do PIB. | Fonte: A crise económica da COVID-19, EY.

De acordo com ranking da EY, feito com base nos dados da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), atrás da Jamaica surgem a Tailândia e a Croácia. No país asiático, a quebra no turismo levará a uma contração de 9% no PIB, enquanto no europeu a perda será de 8%.

Na quarta posição dos países mais afetados surge Portugal, com uma previsão de contração de 6% do PIB este ano. “A Organização Mundial do Turismo coloca Portugal no grupo de países que mais sairá afetado com a quebra do turismo, tanto em termos de impacto no PIB como em termos absolutos (13,9 mil milhões de dólares) próximo do valor das subvenções enquadradas no Mecanismo de Recuperação e Resiliência Europeu alocados a Portugal)”, refere a EY, na quarta edição do “Caderno de Notas”, dedicado à “Crise Económica da Covid-19”, e que conta com a supervisão e direção científica do antigo ministro da Economia Augusto Mateus.

“A quebra estimada no PIB é feita com base nos dados da CNUCED tendo em conta não só a quebra esperada do turismo a nível global, mas também a exposição que cada país tem aos respetivos mercados emissores e as quebras esperadas para cada um deles, assim como a estrutura económica de cada mercado”, explica ao ECO Augusto Mateus. O economista sublinha que estes dados demonstram como “Portugal é dos países do sul da Europa onde o turismo tem maior expressão” e lembra que esta perda de 11,7 mil milhões de euros é um valor muito próximo dos 15,3 mil milhões que Portugal garantiu a fundo perdido, no âmbito do Fundo de Recuperação Económica pós-pandemia.

Em território nacional, os setores mais afetados pela quebra do turismo serão o da recreação e outros serviços (-55%), o alojamento e restauração (-21%) e o transporte aéreo (-17%). Esta semana, um inquérito da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) indicava que 43% dos restaurantes pondera avançar para insolvência.

Os dados mais recentes publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a junho, dão conta de uma melhoria do turismo no sexto mês do ano, com o país a receber cerca de 500 mil hóspedes num total de 1,1 milhões de dormidas. Contudo, as quebras homólogas ainda superam os 80% e o setor não pretende baixar preços para captar maus turistas.

A penalizar ainda mais o turismo nacional estão os corredores aéreos, com Portugal a ser excluído da lista de vários países. O maior impacto vem do Reino Unido, que mantém Portugal fora dos seus corredores aéreos, o que está a evitar que muitos britânicos viajem para Portugal devido ao facto de, no regresso a Inglaterra, terem de fazer uma quarentena de 14 dias.

Os impactos da pandemia no turismo são admitidos por todas as entidades, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI), que já tinha estimado perdas no turismo superiores a 2% do PIB. Atrás de Portugal aparecem a República Dominicana (-5%), Quénia (-5%), Marrocos (-5%) e Grécia (-4%).

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Multipessoal está a contratar 250 operadores de montagem para Torres Vedras

Empresa de recursos humanos está a recrutar 250 operadores de montagem para multinacional em Torres Vedras. Oferece vencimento base superior a 700 euros e subsídio de alimentação.

A Multipessoal, empresa de recursos humanos que atua nas áreas de trabalho temporário e outsourcing, está a recrutar 250 operadores de montagem para multinacional em Ponte do Rol, em Torres Vedras, informa a empresa em comunicado.

“Oferece-se contrato de trabalho temporário com perspetiva de continuidade, vencimento base de 718.63 euros e subsídio de alimentação apesar da disponibilização de uma copa na empresa e pagamento de subsídios de férias e Natal. Existe ainda um médico de clínica geral, presente todas as semanas na organização, que os colaboradores podem visitar sem qualquer custo e serviços de massagens esporádicos gratuitos”, explica a Multipessoal, em comunicado.

Os horários são de segunda a sexta-feira e rotativos. “Os candidatos devem assegurar disponibilidade imediata e interesse em ocupar horários de segunda a sexta feira das 08h às 16h30 ou das 08h30 às 17h; 06h às 14h30 ou 14h30 às 23h”, acrescenta a empresa.

Os interessados devem enviar a candidatura através do site da empresa ou para [email protected], indicando no assunto do email “Operador de Montagem – Ponte do Rol”.

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Acidente com avião da Air Índia Express causa 14 mortos e 123 feridos

  • Lusa
  • 7 Agosto 2020

Morreram 14 pessoas e 123 ficaram feridas, depois de avião da Air Índia Express ter saído da pista e se ter partido em dois ao aterrar no aeroporto de Kozhikode, no sul da Índia.

Pelo menos 14 pessoas morreram e 123 ficaram feridas, 20 delas com gravidade, depois de um avião da Air Índia Express ter saído da pista após aterrar no meio de chuva torrencial num aeroporto no sul da Índia, indicou a polícia.

Abdul Karim, porta-voz policial, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), confirmou que uma das vítimas mortais é um dos dois pilotos e que pelo menos 20 passageiros estão feridos com gravidade.

O avião, um Boeing 737 da companhia Air Índia Express, subsidiária da companhia Air India, proveniente do Dubai, com 191 pessoas a bordo, saiu da pista e partiu-se em dois ao aterrar no aeroporto de Kozhikode, no estado de Querala (sul da Índia).

Desconhecem-se as causas do acidente, mas uma cadeia de televisão local apontou um problema no trem de aterragem. Nada, porém, foi confirmado oficialmente.

“As operações de socorro prosseguem e a forte chuva está a complicá-las”, sublinhou um dos responsáveis pelas ações de resgate.

“O voo AI1344, da Air India Express, procedente do Dubai, resvalou esta sexta-feira na pista do aeroporto de Kozkikode. A aeronave apresenta danos”, indicou o diretor-geral da Força Nacional de Resposta a Desastres, S. N. Pradhan, na rede social Twitter.

Também o ministro do Interior indiano, Amit Shah, igualmente através do Twitter, disse ter ficado “perturbado” ao saber do “trágico acidente”.

Um deputado indiano, citado pela imprensa local, afirmou que pelo menos o piloto do aparelho morreu, o que se veio a confirmar. Relatos de várias publicações indianas davam inicialmente conta da existência de 30 a 40 passageiros hospitalizados.

O porta-voz do Ministério da Aviação Civil indiano, Rajiv Jain, citado pela AP, adiantou que o aparelho se partiu em dois, sublinhando que a bordo seguiam 174 passageiros adultos, 10 crianças, dois pilotos e cinco outros tripulantes.

Segundo relatos da imprensa local, apesar de se ter partido em dois, o avião não se incendiou, tendo os passageiros sido retirados do aparelho.

A cadeia de televisão indiana televisão NDTV mostrou imagens do local do acidente e da retirada dos passageiros do aparelho, bem como de um dos hospitais para onde foram transportados vários feridos.

O sul da Índia, em particular o estado de Querala, tem sido assolado com fortes chuvas nos últimos dias, tendo hoje morrido 15 pessoas num deslizamento de terras no distrito montanhoso de Idukki.

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