Q&A Valdemar Duarte: Como a Ageas é líder entre as gestoras de fundos de Pensões

A Ageas Pensões reforçou o primeiro lugar quanto a montantes geridos em fundos de pensões que em 2019 cresceram 12,1% para 21,8 mil milhões de euros, atingindo o nível de 2009, o mais alto de sempre.

A Ageas Pensões SGFP reforçou a liderança enquanto sociedade gestora de fundos de pensões em 2019 , atingindo uma quota de mercado total de 27,4% num mercado que cresceu 12,1% e atingiu o nível de montantes geridos de 2009, que tinha sido o mais elevado de sempre.

Valdemar Duarte, é responsável pela sociedade gestora de fundos de pensões da Ageas, que administra 5,2 mil milhões de euros no total e tem a seu cargo o fundo de pensões do Grupo Banco Comercial Português, o maior em Portugal, com um valor de 3,72 mil milhões de euros (ver no final deste texto o ranking das 18 gestoras de fundos de pensões por montantes geridos e a lista dos 25 maiores fundos de pensões portugueses).

Valdemar Duarte: “Estamos na cauda da Europa com menos de 4% da população abrangida por fundos de pensões enquanto na Europa estas percentagens ultrapassam em muitos casos os 50%”.

 

Valdemar Duarte respondeu a perguntas de ECOseguros sobre o que se passou em 2019 e o que prevê para 2020.

Qual o motivo para um crescimento dos Fundos de pensões em geral em 2019?

Existem duas razões fundamentais para explicar o crescimento do mercado de fundos de pensões em 2019, ambas com pesos aproximados: rendibilidade que, em média, deverá ter estado próxima dos 8% e a descida das taxas de juro, com que se avaliam as responsabilidades dos planos de pensões de benefício definido, em cerca de 0.7%, que pode ter representado um aumento das necessidades de financiamento em cerca de 10%. A estes valores positivos deve-se deduzir o normal pagamento das pensões. Estes valores são estimativas dado que não existe ainda informação detalhada sobre estas variáveis.

Foram apenas esses motivos que levaram a Ageas a obter um pouco mais de crescimento que o próprio mercado?

O motivo para que Ageas Pensões tenha apresentado um crescimento de 14,7%, superior em 2,6% à média de mercado, deve-se, para além dos fatores descritos, ao lançamento – bem sucedido – das pensões flexíveis. Estas são uma alternativa às rendas vitalícias para quem se reforma num fundo de pensões de Contribuição Definida, mas também para clientes particulares reformados que transformem poupança ou habitação (com exclusão de tributação de imposto de mais-valias) numa fonte de rendimento regular.

Como antevê 2020 quanto a montantes geridos e captação de mais poupanças para fundos de pensões?

Em 2020 é natural que as duas principais fontes de crescimento de 2019 tenham uma dimensão mais reduzida, mas é possível que a poupança de particulares tenha alguma expressão no crescimento do mercado. O PEPP – Pan-European Pension Product pode também vir a ter expressão, mas só após 2021.

Considera possível que mais empresas se interessem por constituir Fundos de pensões?

Poucas são as empresas que fazem hoje fundos de pensões e as que os fazem são na sua maioria empresas multinacionais. Enquanto não ficar claro em termos políticos que é indispensável reforçar as pensões da segurança social com esquemas complementares de reforma. E que as contribuições das empresas e dos seus colaboradores, devem ter algum estímulo fiscal. E ainda contar com o envolvimento da contratação coletiva, dificilmente os planos de pensões de empresas terão um crescimento significativo.

Por agora estamos na cauda da Europa com menos de 4% da população abrangida e na sua maioria em fundos de pensões que já não abrangem os novos colaboradores, enquanto na Europa estas percentagens ultrapassam em muitos casos os 50% e com um forte ritmo crescimento, mesmo em países do sul da Europa como, por exemplo, a Itália.

No entanto, não perdemos a esperança que num futuro próximo algumas destas mudanças se tornem efetivas e, mesmo sem incentivos, que exista um crescimento deste mercado.

Ageas, CGD e BPI Vida e Pensões lideram o ranking das gestoras

Dados divulgados pela ASF, entidade supervisora dos seguros e fundos de pensões, indicam que no final de 2019 existiam 18 entidades gestoras que geriam 232 fundos de pensões num valor total de 21,83 mil milhões de euros.

Das 18 entidades 8 são seguradoras que gerem 74 fundos de pensões com um valor de 3,8 mil milhões de euros e 10 são sociedades gestoras de fundos de pensões, responsáveis por 158 fundos no valor de 18 mil milhões de euros.

Durante o ano de 2019, extinguiram-se quatro fundos de pensões (três fechados e um PPR). No mesmo período foram constituídos três fundos de pensões abertos e quatro fundos de pensões PPR, resultando destes movimentos um aumento de três fundos de pensões sob gestão face ao ano anterior.

No ranking das entidades gestoras de fundos de pensões, mantiveram-se as posições relativas das primeiras cinco entidades, as quais concentram cerca de 80% do volume total de montantes geridos.

O ranking das sociedades gestoras ou seguradoras por montantes geridos em fundos de pensões, em milhares de euros, é como segue:

Fonte: ASF

Os 25 maiores fundos representam 85% dos montantes geridos

No ranking dos maiores fundos de investimento, de um total de 232 os 3 maiores representam 40% do total dos montantes geridos, os 5 maiores têm 55%, os 10 maiores cerca de 70% e os 25 maiores representam 85% do total.

Os 25 maiores fundos de pensões, em milhares de euros, são como seguem:

Fonte: ASF

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AON e Allianz (AGCS) vão segurar reputação de empresas portuguesas

  • ECO Seguros
  • 13 Fevereiro 2020

Chegou a Portugal o Reputation Protect Plus, produto lançado em parceria pela AGCS e pela AON para responder a danos reputacionais que afetem empresas a operar em Portugal.

A Aon e a Allianz Global Corporate & Specialty anunciaram o lançamento em Portugal de uma apólice de seguro que protege a reputação das empresas em situações de crise. O Reputation Protect Plus já havia sido lançado na Alemanha, Espanha, França e Itália e chega agora a Portugal através de uma parceria que oferece serviços de gestão, indemnização e recuperação de crises reputacionais.

As coberturas do Reputation Protect Plus oferecem um “apoio tangível para um risco intangível”, afirma a AON. Incluem o pagamento dos custos com serviços de gestão de crise, com o investimento na reconstrução de imagem, indemnização pelas perdas dos prejuízos sofridos pelos danos reputacionais e acesso a serviços especializados como media monitoring e consultoria de comunicação por parte de agências especializadas. Estas avaliam os danos e identificam medidas corretivas ou de recuperação imediata. Entre as medidas abrangidas incluem-se, por exemplo, o estabelecimento de call centers, campanhas de comunicação ou publicidade global e estudos de mercado.

Os incidentes com impacto na reputação das empresas podem surgir de várias frentes e as perdas deles decorrentes podem destruir a competitividade das empresas e minar a sua credibilidade. Disputas políticas comerciais, ações regulatórias agressivas, recalls, desastres naturais devastadores, ataques cibernéticos de grande alcance e escândalos corporativos estão a contribuir para o surgimento de novas ameaças que podem comprometer a reputação das empresas.

“Um incidente reputacional pode fazer diminuir o valor da sua marca e da Empresa de forma irrecuperável”, diz João Mendonça, Chief Commercial Officer da Aon Portugal, acrescentando que “apesar da maioria das empresas estar ciente das ameaças, admitir que existe é diferente de encará-la da forma mais apropriada”.

Segundo a Allianz, estima-se que quase um quarto do valor de uma empresa esteja alicerçado na sua marca e que estas podem perder cerca de 30% do seu valor patrimonial no ano seguinte a uma crise de reputação.

Guiliano Maisto, Head of Financial Lines Espanha e Portugal da Allianz Global refere que “nenhuma organização é demasiado pequena ou grande para ser afetada por uma crise, sublinhando que a situação é ainda mais alarmante porque “na era das redes sociais e das fake news, a perceção é a realidade e a reputação pode ser destruída em poucas horas com efeitos imediatos na sustentabilidade de uma empresa”.

No âmbito desta nova apólice, a Aon, através da sua equipa de Gestão de Risco Reputacional, e a Allianz Global Corporate & Specialty, irão trabalhar em parceria na oferta destas coberturas às empresas portuguesas.

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Coronavírus e seguros de viagem, mas não só

  • ECO Seguros
  • 13 Fevereiro 2020

Muitos potenciais participantes do MWC, cancelado em face do risco epidémico, estarão a questionar se os seguros ajudarão a minimizar perdas. O impacto do 'Covid-19' já não se limita ao seguro viagem.

No atual contexto de risco e com os primeiros sinais de impacto económico no evento cancelado em Barcelona, os seguros emergem como setor em destaque.

Se vai viajar para destinos mais expostos ao risco de propagação da epidemia e tem um seguro de viagem, não facilite. Em geral, estes seguros não cobrem risco de epidemias, e muito menos de pandemias, por isso mais vale prevenir e esclarecer junto da seguradora.

Os seguros de viagem oferecem genericamente cobertura sobre o risco de cancelamento da viagem e, alguns, somam tratamento médico de emergência, alojamento temporário e regresso. Nos seguros saúde, a coberturas gerais englobam normalmente atos de diagnóstico e primeiros cuidados, em muitos casos com franquias par internamento e tratamentos. No entanto, convém lembrar que em situação de epidemias, sobrevêm protocolos e procedimentos estabelecidos pelas autoridades públicas.

Ao considerar um pedido de indemnização em que o segurado enfrentava uma ‘circunstância previsível’, a posição da seguradora no momento de acertar contas pode ser completamente diferente e penalizadora dos interesses do segurado. Pior, em caso de pandemia a resposta será, muito provavelmente, “a seguradora não cobre”. Mas, em última análise, tudo depende da apólice contratada, sintetiza um artigo no Insurance Information Institute, blogue especializado em tópicos atuais de seguros.

No âmbito do seguro viagem, fontes consultadas por ECO Seguros adiantam que a questão é complexa e envolve alguma ambiguidade. Como primeira regra, convém ler “com atenção” as condições gerais e especiais da apólice. Se persistirem dúvidas, “contacte a seguradora e solicite os esclarecimentos necessários”. Pode mesmo “exigir uma resposta por escrito”, salienta a Deco, associação de defesa do consumidor.

As dúvidas sobre o riscos cobertos pelos seguros viagem excluem naturalmente as situações em que um viajante pode reclamar junto da transportadora aérea (por atrasos; sobrelotação de voos e perda de bagagem), ou no caso de férias, em que as agências e operadores turísticos podem ser responsabilizados por cancelamentos e ou incumprimento de condições prometidas nos pacotes de férias.

Nestes casos, existem normativas europeias e internacionais que definem o quadro regulatório específico, sendo que, como já foi referido, num quadro de ‘emergência de saúde pública internacional’, as autoridades governamentais assumem responsabilidades e adotam protocolos que devem ser observados pelos cidadãos.

Covid19 já produz danos na Europa e indústria farmacêutica receia o pior

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já declarou a situação de epidemia como ‘emergência de saúde pública internacional’. O surto já fez mais de 1360 mortos e infetou, até agora, cerca de 59 mil pessoas, com a epidemia a propagar-se por quase 30 países, de acordo com os dados mais recentes.

A epidemia do novo coronavírus (Covid-19) começa a ter impacte económico fora da China, nomeadamente com o cancelamento do evento global de tecnologia em Barcelona (MWC) e sobre outros setores como os transportes e mercados bolsistas um pouco por todo o mundo, suscitando também questões à indústria seguradora.

O cancelamento do evento global de telecomunicações (MWC), decretado na quarta-feira pela GSMA (entidade organizadora) por causa do número crescente de desistências [de empresas participantes] face ao risco associado à epidemia do novo coronavírus abre um cenário de avultadas perdas financeiras.

Só para cidade de Barcelona, o cancelamento do Mobile World Congress (MWC), previsto para se realizar entre 24 e 27 de fevereiro, representa perdas de 500 milhões de euros, de acordo com o jornal espanhol El Economista.

O impacto começa agora a ser estimado, mas os custos com indemnizações (a cargo da associação setorial GSMA) poderá ascender a centenas de milhões. E, a entidade não estimou o montante que terá de desembolsar, nem adiantou informação sobre o tipo de seguro que terá contratado para cobrir o desastre, reporta a publicação. Mas, também no caso do evento que esperava mais de 100 ml participantes oriundos de 200 países, tudo dependerá da apólice contratada e das cláusulas adicionais acordadas.

Estimando os gastos que as empresas inscritas no evento já terão realizado, a publicação refere que cada metro quadrado nos pavilhões da Fira de Barcelona se vendeu a mais de 1000 euros, enquanto as entradas no evento oscilavam entre 800 e os 5000 euros.

Por outro lado, sem responsabilidade direta da GSMA, as empresas cuja presença estava confirmada há mais tempo já teriam gasto em viagens, reservas de hotel, serviços de logística, etc.

Sobram as empresas patrocinadoras, entre outras, a Telefónica, Vodafone e Orange. Nestes casos, o dinheiro investido será dado como perdido.

A única situação que poderia limitar o impacte económico sofrido pelos organizadores seria a OMC ter elevado o nível de alerta global pelo Covid-19 para a situação de pandemia, obrigando a restringir o movimento de pessoas e bens, notam fontes do jornal. Adivinha-se assim um processo de negociação difícil entre a GSMA e as seguradoras, dado que a decisão de cancelamento do evento coube à organização.

Nadia Calviño, ministra da Economia e vice no governo de Pedro Sánchez, afirmou já esta quinta-feira, em declarações à imprensa, que o cancelamento do evento não teve como razão direta qualquer situação de emergência de saúde pública em Espanha.

Globalmente, surtos anteriores de doenças infecciosas transmissíveis como o SARS, Ébola e Zika levaram muitas seguradoras a excluir coberturas específicas das suas apólices de seguro saúde.

Em Portugal, antes do cancelamento da edição anual do MWC, a Agência Lusa noticiou que as agências de viagens deveriam reembolsar os clientes que, antes do surto do coronavírus, compraram viagens para fevereiro com destino a Macau, Hong Kong e China continental e as pretendam cancelar.

“Desde que houve a transposição da diretiva europeia de viagens organizadas, o que já aconteceu há alguns anos, nos casos equivalentes ao do coronavírus – isto é, se eu já tivesse feito uma reserva para a China em circunstâncias de normalidade e entretanto tivesse aparecido este surto – o consumidor tem o direito de cancelar, sendo reembolsado de todos os custos envolvidos na reserva”, disse na semana passada Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT).

Não é apenas o epicentro Wuhan, “é a China inteira”, adverte James Bruno, da Chemical & Pharmaceutical Solutions. Além dos riscos a nível micro económico, o facto de o epicentro da crise epidémica estar localizado na cidade de Wuhan (província de Hubei) e ter-se propagado fora da China, afetando perto de 30 países abre outro cenário em termos de eventual impacto económico global.

De acordo com um artigo do site norte-americano Politico, citando dados do Departamento do Comércio dos EUA sobre substâncias ativas (ou componentes da indústria farmacêutica), a China pesa mais de 95% das importações globais de ibuprofeno, cerca de 91% em hidrocortisona; 70% acetaminofeno e 40% ou mais em outras substâncias como penicilina e heparina.

Para ilustrar o peso da China e um eventual risco de interrupção nas cadeias logísticas que servem o setor saúde e muitos países do mundo, fontes da Modern Healthcare salientam que o gigante asiático é um importante fornecedor de artigos descartáveis de uso hospitalar (como seringas e luvas), podendo assim potenciar o impacto de uma crise epidémica que afete os canais de comércio internacional.

Sem incluir outros ecossistemas como a indústria de componentes automóveis, turismo e matérias-primas, o impacto global de uma pandemia [centrada na China] é ainda difícil de calcular.

De acordo com James Bruno, da consultora CPS (indústria química e farmacêutica), citado na revista Chemical and Engineering News, se num prazo de três meses, a epidemia não tiver uma resposta eficaz de contenção e se verificarem maiores disrupções na cadeia logística a indústria farmacêutica e o setor de cuidados de saúde podem ser seriamente afetados a nível mundial, dando início a uma onda de processos dirigidos às seguradoras.

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Empresas contestam taxa sobre celulose. Promove “abandono da floresta”

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2020

As empresas de celulose contestam a taxa que foi aprovada sobre o setor no Orçamento do Estado para 2020 e alertam que a consequência será o "abandono da floresta".

A Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA) contesta a taxa sobre empresas de celulose, aprovada no âmbito do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), alertando que a consequência será o abandono da floresta.

“Vamos fazer todos os possíveis para que esta taxa não avance”, afirmou o presidente da ANEFA, Pedro Serra Ramos, em declarações à agência Lusa, considerando impossível que o dinheiro dessa taxa traga mais investimento para o setor florestal.

Em causa está a criação de uma contribuição especial sobre as empresas de celulose, proposta pelo BE no âmbito do OE2020 e que foi aprovada pelo parlamento, com votos favoráveis também do PS, PCP e PAN e contra de PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega.

“É criada uma contribuição especial para a conservação dos recursos florestais, com o objetivo de promover a coesão territorial e a sustentabilidade dos recursos florestais”, refere o texto da proposta dos bloquistas, que estabelece uma taxa de base anual que incide sobre o volume de negócios de empresas que exerçam, a título principal, “atividades económicas que utilizem, incorporem ou transformem, de forma intensiva, recursos florestais”.

Apesar de a taxa incidir sobre as empresas que utilizam intensivamente os produtos florestais, “é óbvio que se vai refletir no preço desses produtos florestais”, acautelou a ANEFA, exigindo que a medida “não seja aplicada”.

“Quem conhece o setor florestal sabe que o preço dos produtos florestais não é definido pelo produtor, nem é uma questão de oferta e procura, é, antes, definido pelas indústrias”, declarou Pedro Serra Ramos, prevendo que a aplicação da taxa provoque uma descida do preço pago aos produtores.

Para o presidente da ANEFA, as indústrias não vão subir o preço que pagam pelos produtos florestais, “antes pelo contrário, a tendência será até fazer refletir esta taxa no preço que pagam pelos produtos florestais, baixando o preço que pagam pela madeira”.

“Se os preços dos produtos florestais forem os mesmos e com a taxa que se vai repercutir nesses preços e no custo das operações, o dinheiro que fica disponível para pagar ao produtor florestal vai ser cada vez menos e, sendo cada vez menos, o produtor florestal vai deixar de investir e, deixando de investir, vamos ter o abandono da floresta”, apontou Pedro Serra Ramos.

Atualmente, os preços dos produtos florestais “já não pagam” os serviços para uma boa gestão florestal, ressalvou o representante das empresas florestais. Se já há um desequilíbrio entre o preço que é pago pelos produtos florestais e o custo das operações que são necessárias para uma boa gestão florestal, “esse desequilíbrio vai aumentar e muito, qualquer que seja o valor da taxa aplicado sobre as empresas que o utilizam”, advertiu Pedro Serra Ramos.

“Quando taxamos alguma coisa é para evitar que seja utilizada, não é para ajudar a que seja utilizada”, criticou Pedro Serra Ramos, dando como exemplo a taxa sobre os sacos de plástico.

Depois da inclusão da medida no OE2020, a contribuição especial para a conservação dos recursos florestais carece de regulamentação, prevendo-se “180 dias para regulamentar a aplicação da taxa”.

Sem mais informação sobre a taxa, a ANEFA rejeitou a medida, “qualquer que seja o valor que seja aplicado”. “Enquanto não soubermos a forma como irá ser implementada, não podemos definir uma estratégia de atuação”, declarou Pedro Serra Ramos, assegurando que a associação vai agir contra a aplicação desta taxa.

Segundo a proposta, são deduzidos da taxa os investimentos em recursos florestais e as contribuições ou despesas para a promoção da proteção, conservação e renovação dos recursos florestais. O produto da coleta é “afeto ao Fundo Florestal Permanente e consignado ao apoio ao desenvolvimento de espécies florestais de crescimento lento”.

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Lucros da Semapa recuam 6,4%. Negócio de pasta e papel penalizou

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2020

Os lucros da Semana, dona da Secil e acionista da Navigator, caíram 6,4% no ano passado, para 124,1 milhões de euros. A empresa teve melhorias no negócio do cimento, mas foi penalizada pelo do papel.

Os lucros da Semapa caíram 6,4% no ano passado, tendo-se fixado em 124,1 milhões de euros, revelou a empresa num relatório divulgado através da CMVM.

Apesar da melhoria do desempenho dos segmentos de cimento e outros materiais de construção, e de ambiente, a dona da Secil, que também é acionista maioritária da Navigator, aponta que “não foi suficiente para compensar a redução de 83,1 milhões de euros” no segmento de pasta e papel.

Em termos consolidados o volume de negócios do grupo aumentou 1,4% para 2.228,5 milhões de euros, o ano passado, e as as exportações, que representa 73,8% do volume de negócios, ascenderam a 1.644,7 milhões de euros, precisa o comunicado.

O EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] fixou-se em 486,8 milhões de euros uma descida de 11,2% face ao ano anterior. E a margem consolidada situou-se nos 21,8%, 3,1 p.p. abaixo da registada no ano anterior. Mais uma vez a quebra mais significativa foi ao nível da pasta de papel (18,3%), enquanto no cimento o aumento foi de 20,9% e no ambiente 44,6%.

Contribuição por segmentos de negócio

Em termos de resultados operacionais houve um acréscimo das vendas em todos os segmentos com exceção do papel e do cimento que tiveram quebras de 4,4% e 0,7% respetivamente face a 2018. Mas numa análise trimestral, em termos homólogos, nos últimos três meses do ano, só se registou uma quebra ao nível do papel (3%)

A empresa explica que “o ano de 2019 foi marcado pela deterioração das condições de mercado de pasta, em particular pela queda dos preços e pelo enfraquecimento da procura no mercado Europeu”. Além disso, “a grande criação de stocks, sobretudo na China, no final de 2018 e durante o 1º semestre de 2019 contribuíram significativamente para a queda dos preços de pasta”, explica ainda a empresa na informação ao mercado.

Já as vendas de tissue registaram um aumento de 51,6% do volume, num total de 95,7 mil toneladas, na sequência do arranque da nova fábrica de tissue de Aveiro. “O valor de vendas situou-se em 132,0 milhões de euros vs. 91,1 milhões de euros em 2018, crescendo 44,9%”.

(Notícia atualizada)

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Negócio da Scor Global P&C cresce acima de 15%

  • ECO Seguros
  • 13 Fevereiro 2020

O volume bruto de prémios arrecadado pela Scor Global P&C em património e danos cresceu 15,8%, em linha com a evolução nos seguros especializados, alcançando 7,1 mil milhões de euros em 2019.

As taxas de crescimento registadas em 2019 e no arranque de 2020 “permitem à Scor Global P&C manter crescimento entre 4% e 8% no período de vigência do plano estratégico ‘Quantum Leap’, lançado em setembro passado para implementação até final de 2021″, abona a companhia em comunicado.

A variação apurada com base em taxas de câmbio correntes envolveu uma progressão de 16,2% no resseguro e de 14,4% no seguro especializado. Nas renovações de janeiro, a rentabilidade técnica esperada da sua carteira de resseguros melhorou em cerca de um ponto, refletindo um acréscimo de 2,8% no valor dos prémios.

No arranque do ano, o grupo de resseguros reduziu voluntariamente os prémios brutos emitidos em janeiro em 4,7%, revelou Jean-Paul Conoscente, membro do comité executivo da Scor e CEO da divisão Global P&C.

No negócio de seguros especializados, as tendências mais favoráveis do mercado permitiram à Scor Global P&C atingir aumentos de taxas próximas dos 15% em 2019, beneficiando da aceleração observada ao longo do ano.

O Scor estima o custo das catástrofes naturais para o quarto trimestre de 2019 em 343 milhões de euros (incluindo 227 milhões de euros para o tufão japonês Hagibis) após retrocessão [mecanismo de cedência de risco a terceiros] e antes de impostos, e em 665 milhões de euros após a retrocessão e antes de impostos para o ano inteiro.

Jean-Paul Conoscente, CEO da Scor Global P&C, declarou: “Embora o mercado de resseguros não tenha reagido como esperávamos às perspetivas de sinistros, mantemos uma política de subscrição controlada para as renovações de janeiro de 2020. Apesar da abundância de oferta no mercado de resseguros, das taxas de juro persistentemente baixas e da revisão em alta das estimativas de perdas, a Scor está a melhorar significativamente a rentabilidade do seu negócio de P&C (Property & Casualties), ao mesmo tempo que apoia o crescimento dos seus principais clientes de resseguros. ”

Por outro lado, “graças ao seu negócio de seguros especializados, a Scor está a beneficiar com o aperto das tarifas nas linhas comerciais ao longo do ano. Dado que as renovações de janeiro de 2020 se concentram principalmente na região EMEA [Europa, Médio Oriente e África], com uma experiência moderada de reclamações de 2019, antecipamos condições de mercado mais favoráveis para as renovações da primavera e verão de 2020 e mantemos os pressupostos do nosso plano estratégico Quantum Leap no seu período de vigência”, acrescenta Conoscente citado no comunicado da companhia.

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Wall Street afasta-se dos recordes. Investidores temem impacto do coronavírus

As bolsas norte-americanas afastaram-se dos máximos históricos alcançados na sessão anterior. Novos receios em torno do coronavírus pressionaram as ações em Wall Street.

As bolsas norte-americanas afastaram-se dos máximos históricos que tinham sido registados na sessão anterior, seguindo a tendência das principais praças europeias. O aumento súbito no número de infetados pelo novo coronavírus ofuscou o otimismo prévio dos investidores quanto à possível contenção do surto que teve origem na China.

O S&P 500 recuou 0,18%, para 3.373,2 pontos. O industrial Dow Jones caiu 0,45%, para 29.417,87 pontos e o tecnológico Nasdaq perdeu 0,17%, fechando a cotar nos 9.709,35 pontos. Na quarta-feira, os três índices tinham encerrado em máximos históricos.

Os EUA confirmaram o 15.º caso de infeção pela nova estirpe do vírus, no dia em que foi registada a primeira morte provocada pela doença no Japão. Além disso, um novo método de diagnóstico levou o número de confirmações na China a disparar com 14.840 casos “positivos” num só dia, contra os pouco mais de 2.000 conhecidos na quarta-feira.

Perante estes dados pouco animadores, a pressão vendedora instalou-se sobre as ações norte-americanas, com os investidores a temerem o impacto da epidemia na economia global. Os títulos da Apple desvalorizaram 0,65%, para 325,03 dólares, desempenho que deve ser visto à luz da cadeia de fornecedores da marca, que está fortemente enraizada na China, onde se localiza o epicentro do problema.

Mas as atenções também estiveram voltadas para a Cisco. A tecnológica emitiu um aviso aos mercados, prevendo que vai gerar menos receita neste terceiro trimestre fiscal. A notícia não agradou os investidores e as ações da empresa cederam 5,25%, para 47,32 dólares.

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Antes de haver multa, empresas serão avisadas para aderirem ao Livro de Reclamações Eletrónico

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2020

As entidades fiscalizadoras vão passar a dar um prazo de 90 dias para que as empresas adiram ao Livro de Reclamações Eletrónico, antes de instaurarem uma contraordenação.

O Governo decidiu introduzir um mecanismo prévio de notificação para os agentes económicos aderirem ao Livro de Reclamações Eletrónico e terão 90 dias para regularizar a sua situação, indicou o Ministério da Economia, em resposta à agência Lusa.

O executivo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, um decreto-lei que adota as medidas necessárias ao cumprimento da obrigação de manter o Livro de Reclamações Eletrónico.

Fonte oficial da tutela explicou que “o Governo considerou adequado acolher preocupações manifestadas por alguns operadores económicos quanto à aplicação do regime do Livro de Reclamações, introduzindo um mecanismo prévio de notificação para cumprimento da necessidade da sua disponibilização em formato eletrónico”.

Assim, levou a cabo alterações “que contemplam a notificação prévia para cumprimento antes da instauração de processo por contraordenação nos casos em que o operador económico ainda não cumpra este requisito”.

Ou seja, “de forma pedagógica”, as entidades fiscalizadoras que detetem que o operador económico não cumpre aquela obrigação, “ao invés de instaurarem de imediato um processo contraordenacional, comunicam um prazo, de até 90 dias, para regularização da situação”, referiu o Ministério. Este diploma “entrará em vigor no dia seguinte ao da sua publicação”, segundo o Governo.

De acordo com dados enviados à Lusa pela tutela, no ano passado “verificaram-se 87.240 reclamações através do Livro de Reclamações em formato eletrónico, um aumento superior a 50% face a 2018 (57.477)”.

Em julho, o Ministério da Economia anunciou que tinha prorrogado por seis meses o período para os operadores económicos se registarem na plataforma digital do Livro de Reclamações.

Esta posição do Governo surge depois de as empresas de restauração e hotelaria terem pedido mais tempo para aderirem ao Livro de Reclamações Eletrónico, alegando dificuldades no acesso ao registo, revelou a associação AHRESP, que representa o setor.

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Justiça dá razão à Amazon. Trava contrato da Microsoft com Pentágono

Um tribunal federal nos EUA deu razão à Amazon no processo movido pela empresa para travar a atribuição de um contrato de 10 mil milhões de dólares à Microsoft pelo Pentágono.

Um tribunal federal norte-americano deu razão à Amazon no processo em que a empresa tenta travar a concessão à Microsoft de um contrato multimilionário pelo Pentágono. A justiça determinou a suspensão dos trabalhos “até ordem futura por parte do tribunal”, avançou o The Wall Street Journal (acesso pago).

Em causa está o concurso público que ficou conhecido por JEDI, avaliado em 10 mil milhões de dólares, e que envolve o fornecimento de serviços de armazenamento de dados na cloud. A subsidiária da Amazon que fornece serviços de cloud, AWS, era considerada favorita para conquistar o contrato com o Pentágono, mas acabou por ser a concorrente Microsoft a ficar com a concessão do serviço.

Perante este desfecho, a Amazon anunciou em novembro que iria partir para tribunal, por considerar que houve “lacunas evidentes, erros e equívocos” na atribuição do contrato à Microsoft. A empresa fundada por Jeff Bezos alegou também que a decisão teria sido influenciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sendo público que os dois magnatas não nutrem uma boa relação.

Agora, a decisão da justiça norte-americana em relação ao pedido de injunção por parte da Amazon veio representar uma vitória parcial para a empresa.

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Bernie Sanders dá Serviço Nacional de Saúde de Portugal como exemplo em campanha

O candidato às primárias democratas, Bernie Sanders, defende a criação de um serviço universal de cuidados de saúde nos EUA. E justificou a ideia com o exemplo de 27 países, incluindo o de Portugal.

O senador norte-americano Bernie Sanders, candidato às primárias do Partido Democrata, deu como exemplo o Serviço Nacional de Saúde de Portugal para argumentar contra os críticos, que consideram que o sistema universal de cuidados de saúde proposto por Sanders é uma “ideia maluca”.

No Twitter, o candidato a ser escolhido pelos democratas para cabeça de lista nas próximas presidenciais, publicou uma extensa lista de 27 países de todo o mundo, todos eles com serviços de saúde públicos que prestam cuidados aos respetivos cidadãos. Entre eles o Serviço Nacional de Saúde português.

Bernie Sanders, que concorre contra nomes como Pete Buttigieg, Joe Biden, Michael Bloomberg e Elizabeth Warren nas primárias do partido, tem proposto a criação de um serviço de saúde nos EUA, um plano que ficou conhecido por “Medicare for All”. O objetivo é a prestação de cuidados de saúde a todos os cidadãos norte-americanos, independentemente dos rendimentos, a expensas governamentais.

Atualmente, os cidadãos norte-americanos têm de subscrever seguros de saúde que lhes garantam cobertura médica. Por isso, Sanders considera que o plano “Medicare for All” é a solução para resolver o problema dos muitos norte-americanos sem qualquer cobertura. No entanto, a medida também tem sido criticada por alguns adversários políticos, que consideram que é demasiado dispendiosa.

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Joaquim Miranda Sarmento é o novo presidente do Conselho Estratégico Nacional do PSD

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2020

Joaquim Miranda Sarmento é o sucessor de David Justino no Conselho Estratégico Nacional do PSD. Tiago Moreira de Sá volta à direção das Relações Internacionais do partido.

Joaquim Miranda Sarmento recebeu “luz verde” da Comissão Política Nacional do PSD para ser o novo presidente do Conselho Estratégico Nacional (CEN), como revelou o ECO Insider — a newsletter semanal exclusiva para assinantes. O coordenador do programa económico do PSD é assim o sucessor de David Justino à frente deste órgão consultivo.

A aprovação do novo presidente foi anunciada na primeira reunião da nova Comissão Política Nacional do PSD, pelo próprio David Justino, que disse que “muita coisa se conseguiu fazer” no órgão que debate as propostas que o partido apresenta, mas que também “muita ficou por fazer”.

Entre os objetivos do CEN inclui-se também a mobilização de militantes e simpatizantes e a acomodação das propostas das moções temáticas aprovadas em congresso. Para além da nova liderança do CEN, foi também aprovada a “realização, a curto prazo, dentro de 2 a 3 meses, de um grande encontro nacional de autarcas do PSD“, bem como o regresso de Tiago Moreira de Sá à direção das Relações Internacionais do partido.

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Governo “na fase final” da transposição da diretiva contra branqueamento de capitais

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2020

Comissão Europeia instou Portugal a transpor efetivamente a legislação europeia em matéria de combate ao branqueamento de capitais. Governo diz que está na "fase final".

O Governo garantiu esta quinta-feira que está “na fase final” dos trabalhos para a transposição da diretiva europeia contra o branqueamento de capitais, esclareceu esta quinta-feira o Ministério das Finanças, em resposta à agência Lusa.

“O Governo está na fase final dos trabalhos de transposição da Diretiva 2018/843/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho (usualmente denominada como a 5.ª Diretiva AML ou Diretiva ‘Anti-Money Laundering’)”, esclareceu a tutela de Mário Centeno, depois de na quarta-feira a Comissão Europeia ter instado Portugal e sete outros Estados-membros a transporem efetivamente a legislação europeia em matéria de combate ao branqueamento de capitais, apontando que “os recentes escândalos” tornam evidente a necessidade de regras rigorosas.

Segundo o Ministério das Finanças, estes trabalhos “deverão ainda incluir alterações ao regime jurídico do registo central do beneficiário efetivo e diplomas conexos, no sentido de simplificar procedimentos e aclarar alguns aspetos técnicos que tornarão o registo mais automatizado e adequado à realidade nacional, estando previsto para breve o envio do projeto de diploma à Assembleia da República”, sublinhou o Governo.

No mesmo dia em que se realizou um debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, sobre branqueamento de capitais na UE, à luz das revelações do ‘Luanda Leaks’, a Comissão Europeia anunciou, no quadro da adoção do seu pacote mensal de processos de infração aos Estados-membros por incumprimento da legislação comunitária, que oito Estados-membros não notificaram ainda Bruxelas de “quaisquer medidas de execução” relativamente à mais recente diretiva (a quinta) sobre branqueamento de capitais, que deveria ter sido integralmente transposta até 10 de janeiro passado.

Além de Portugal, estão em alegado incumprimento Chipre, Hungria, Holanda, Roménia, Eslováquia, Eslovénia e Espanha, tendo estes oito países recebido “cartas de notificação para cumprir”, o primeiro passo de um processo de infração, apontando Bruxelas que, “sem uma resposta satisfatória dos Estados-membros no prazo de dois meses, a Comissão pode decidir enviar-lhes pareces fundamentados”, o segundo e último passo antes da apresentação de uma queixa perante o Tribunal de Justiça da UE.

Segundo Bruxelas, “as regras contra o branqueamento de capitais são fundamentais na luta contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo”, e “os recentes escândalos de branqueamento de capitais revelaram a necessidade de regras mais rigorosas a nível da UE”.

O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação revelou no dia 19 de janeiro mais de 715 mil ficheiros, sob o nome de ‘Luanda Leaks’, que detalham esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano utilizando paraísos fiscais.

Isabel dos Santos foi constituída arguida pelo Ministério Público de Angola, mas já veio negar as acusações, dizendo-se vítima de um ataque político.

Ao nível da UE, as regras mais recentes de combate ao branqueamento de capitais e crimes fiscais datam de 2015, tendo reforçado as obrigações de vigilância dos bancos, instituições financeiras, consultores fiscais, auditores, advogados, agentes mobiliários, entre outros, sobre as transações suspeitas dos seus clientes.

Estas leis comunitárias vieram também clarificar que as regras se aplicam às “pessoas politicamente expostas”, isto é, indivíduos que, pelo facto de exercerem ou terem exercido funções públicas importantes, podem representar um risco mais elevado de corrupção.

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