Trabalhadores sazonais podem ser despedidos e microempresas correm risco de fechar, alerta AHRESP
AHRESP alerta que empresas poderão ter que despedir os trabalhadores com contratos sazonais ou de curta duração. Metade das empresas de alojamento com quebras superiores a 40%.
A secretária-geral da AHRESP alertou esta quinta-feira para que, perante o surto do novo coronavírus, as empresas poderão ter que despedir os trabalhadores com contratos sazonais ou de curta duração, sublinhando que muitas microempresas correm o risco de fechar.
“É precisamente no início de março que as estruturas reforçam os seus quadros de pessoal. Alargaram os quadros e agora não têm procura que justifique. Agora têm que ver se conseguem fazer os pagamentos perante estes quadros. O que, eventualmente, irá acontecer é que terão de dispensar aqueles que são os mais sazonais e os que resultam de contratos mais curtos”, afirmou a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto, em entrevista à Lusa.
No entanto, esta responsável notou que a associação, até ao momento, não teve conhecimento de despedimentos, embora saiba que muitas empresas estão já a avaliar essa possibilidade.
Por sua vez, no que se refere ao encerramento de empresas, Ana Jacinto sublinhou que há esse risco associado, sobretudo, às de dimensão micro.
“É isso que não queremos e temos estado a alertar o Governo. [Desejávamos] que no verão pudéssemos estar todos de cabeça levantada e a trabalhar com a força [habitual]. Se assumirmos todos um maior sentido de responsabilidade […] e respeitarmos à risca todas as medidas é mais fácil sairmos mais rapidamente desta situação”, referiu.
Questionada sobre os prejuízos registados no setor até à data, em função da propagação da Covid-19, Ana Jacinto disse que “ainda é cedo” para avançar números.
Porém, garantiu que a associação está a monitorizar todas as quebras registadas.
Criada em 1896, a AHRESP é uma associação de defesa e representação do turismo, contando, atualmente, com 25 mil associados registados.
Metade das empresas de alojamento com quebras superiores a 40%
Metade das empresas de alojamento registam já quebras de ocupação superiores a 40%, na sequência do desenvolvimento do novo coronavírus, percentagem que também se aplica às empresas da restauração, afirmou a secretária-geral da AHRESP à Lusa.
“Fizemos dois inquéritos, ao qual responderam mil associados, através dos quais uma das vertentes analisadas foi o impacto económico do Covid-19 no setor e, deste ponto de vista, estamos, de facto, muito preocupados”, defendeu a secretária-geral da Associação da Hotelaria, restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto, em entrevista à Lusa.
Na semana passada os primeiros dados revelavam que cerca de 30% das empresas do setor do alojamento estavam quebras nas taxas de ocupação/cama na ordem dos 15% a 30%, enquanto, neste momento, “fechámos mais inquérito e cerca de 50% do alojamento tem quebras na taxa de ocupação, que já são acima de 40%.
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.
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